Como proceder em cirurgia de timpanoplastia, onde o estribo encontra-se fixo?
Autor(es): Dr. Mauro Coletes
Durante a realização de timpanoplastia, o cirurgião otológico deve ter em mente o aspecto que é de vital importância para a segurança da integridade funcional do ouvido interno. É o fato de que o espaço perilinfátieo deverá ser respeitado, no sentido de que seja evitada a abertura acidental do mesmo, permitindo destarte contaminação dos líquidos labirínticos e levando a quadro de labirintite serosa. Este é de conseqüências às vezes dramáticas, no pós-operatório, devido ao surgimento de tonturas rotatórias intensas (presença de nistagmo espontâneo de tipo irritativo de destruição labiríntica) e disacusia neurossensorial profunda, podendo chegar até mesmo à cofose ou morte coclear.
Quando o ouvido médio encontra-se seco, a perfuração da membrana timpânica confere ao mesmo a possibilidade de potencial condição de infecção, com danos ao ouvido interno, nos casos de exposição do espaço perilinfático.
Quando a fixação do estribo ocorre pela presença de timpanosclerose, deverá ser tentada cuidadosamente a mobilização do estribo.
Algumas escolas aconselham, nos casos de não ser atingida esta mobilização, evitar a realização de estapedectomia em 2.º tempo, pela possibilidade de migração do processo de timpanosclerose em direção ao vestíbulo.
Caso a fixação do estribo seja devida à presença de otosclerose, a mobilização do estribo também deverá ser tentada e, se não atingida, poderá ser realizada com segurança a estapedotomia ou mesmo estapedectomia em 2° tempo cirúrgico.
Dr. Hélio Andrade Lessa - Salvador - BA