Relato de Caso
Osteoma do Seio Maxilar
Sinus Maxillry Osteoma
Autores:
Otavio Marambaia (Coordenador do estágio de Otorrinolaringologia do Inooa,Professor da Disciplina de Otorrinolaringologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública -EBMSP Chefe do corpo clínico do Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia de Salvador - Bahia) Preceptor do serviço de Otorrinolaringologia -Inooa
Pablo Pinillos Marambaia (Otorrinolaringologista - SBORL) Médico assistente do Inooa
Amaury de Machado Gomes (Otorrinolaringologista - SBORL) Preceptor do serviço de Otorrinolaringologia -Inooa
Kleber Pimentel (Mestre em medicina interna pela Universidade Federal da Bahia-UFBA) Preceptor de Metodologia Cientifica do Inooa
Fabio Siqueira Costa Almeida (residente) residente
Palavras-Chave
Maxilar Osteoma Seio
Resumo
Keywords
Maxillary Osteoma Sinus
Abstract
Instituição:
Suporte Financeiro:
INTRODUÇÃO
Osteomas são tumores ósseos, pediculados ou sésseis, na maioria das vezes, único e de crescimento lento e contínuo. Representam os tumores benignos mais freqüentes dos seios paranasais, 3,4,5,6em especial no frontal e no sexo masculino ,contudo os osteomas do seio maxilar são raros, 5.1%,3cursando sem sintomatologia podendo evoluir com complicações infecciosas e destruição das estruturas adjacentes. Poucos são os casos que necessitam de tratamento cirúrgico. O presente relato descreve um caso de osteoma do seio maxilar em uma paciente do sexo feminino.
RELATO DE CASO
Paciente, SCOL do sexo feminino, com 36 anos de idade. Procurou o serviço de ORL com historia de dor facial progressiva, com cinco anos de evolução. Referia dor em região malar direita, de caráter constante, porém com períodos de redução de intensidade espontaneamente. Associado aos sintomas relatava obstrução nasal intermitente, espirros e prurido nasal que piorava com exposição a alérgenos ambientais. Referia antecedentes cirúrgicos de ressecção de pólipos nasais há oito anos. Ao exame apresentava: massa de consistência amolecida, preenchendo meato médio de ambas as fossas nasais. Na nasofibroscopia foi evidenciado pólipos em meato médio de ambas as fossas nasais. A tomografia computadorizada dos seios paranasais demonstrava lesão radiopaca e homogênea, com limites bem definidos, ocupando seio maxilar direito, sem sinais de erosão óssea (Figura 1). A paciente foi submetida à cirurgia com associação de uma via de abordagem endoscópica intranasal (FESS) a um acesso cirúrgico externo, Caldwell-Luc, com exérese total da lesão. O tumor apresentava consistência pétrea, coloração esbranquiçada, superfície lisa e homogênea. O exame anatomo-patologico confirmou a suspeita de osteoma. A paciente evoluiu sem intercorrências, com alta hospitalar em 24 horas, e segue assintomática sem evidências de recorrência da lesão.
DISCUSSÃO
Os Osteomas tem sua incidência variando de 0,01 a 0,43% em pacientes com tumores dos seios paranasais.3,4,5,6O seio frontal é o local mais acometido (mais de 80 %),3,4seguido do seio etmoidal, seio maxilar, seio esfenoidal, maxila e mandíbula. Neste caso em questão o seio maxilar direito foi acometido.2,3,5,6Apresenta crescimento lento e freqüentemente diagnosticados acidentalmente devido à falta de sintomatologia;2,3neste caso a paciente apresentava-se sintomática. Osteomas são massas unilaterais, circunscritas, sésseis ou pediculadas, podendo ser múltiplas e quando associados com polipose intestinal constitui a síndrome de Fitzgerald-Gardiner.1,3.4
Apesar do sitio do osteoma estar relacionado ao seio, ele não cresce a partir da cavidade do seio, e sim, de uma de suas paredes ósseas.3
Sua freqüência é maior no sexo masculino, numa proporção de 9:5 e seus picos de incidência ocorrem na segunda e quinta décadas de vida.3
A etiologia dos osteomas é desconhecida, mas existem três teorias: embriológica, traumática e a infecciosa.2,3,4
Os sintomas do osteoma do seio maxilar incluem rinorréia, edema facial, dor facial e cefaléia, sendo esta secundária a sinusites devido à obstrução do óstio e infecção do seio.1,3,6O diagnostico radiográfico e tomográfico podem visualizar lesões radiopacas, calcificadas, homogêneas e bem definidas, preenchendo o seio ou presa a parede da estrutura envolvida.3
Quando os osteomas são pequenos e assintomáticos, podem não requerer tratamentos cirúrgicos, sendo acompanhados radiograficamente e operados quando apresentarem sintomatologia.3A via de abordagem mais utilizada é a via transantral de Caldwell-Luc, e a recorrência são raras.1,3
O diagnostico histopatologico é caracterizado por: formação lamelar densa, osso maduro contendo numerosos osteoblastos, e pouco tecido fibroso.1,3,4,6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentamos um caso de osteoma do seio maxilar em paciente do sexo feminino sendo que o mesmo é mais freqüente no seio frontal e no sexo masculino,3alem disso é uma patologia benigna que habitualmente é assintomática, mas neste caso apresentou dor facial constante. A cirurgia foi realizada com objetivo de ressecar o tumor e os pólipos dos meatos médios.
REFERÊNCIAS
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Osteoma do seio maxilar
fig1