Relato de Caso
Carcinoma Adeno-cístico do Seio Esfenóide
Sinus Sphenoid Adenoid Cystic Carcinoma
Autores:
Otavio Marambaia (Coordenador do estágio de Otorrinolaringologia do Inooa,Professor da Disciplina de Otorrinolaringologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública -EBMSP Chefe do corpo clínico do Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia de Salvador - Bahia) Preceptor do serviço de Otorrinolaringologia -Inooa
Pablo Pinillos Marambaia (Otorrinolaringologista - SBORL) Médico assistente do Inooa
Amaury de Machado Gomes (Otorrinolaringologista - SBORL) Preceptor do serviço de Otorrinolaringologia -Inooa
Kleber Pimentel (Mestre em medicina interna pela Universidade Federal da Bahia-UFBA) Preceptor de Metodologia Cientifica do Inooa
Fabio Siqueira Costa Almeida (residente) residente
Palavras-Chave
Adenoide, Carcinoma, Cístico, Seio, Esfenóide
Resumo
Keywords
Adenoid, Carcinoma, Cystic, Sinus Sphenoid
Abstract
Instituição:
Suporte Financeiro:
INTRODUÇÃO
Carcinoma adenóide cístico foi descrito pela primeira vez por Billroth, em 1856, tendo sido designado por cilindroma, dado seu padrão histológico. 3 Representa 10% das neoplasias das glândulas salivares, correspondendo a 1% dos tumores malignos da região cabeça e pescoço , sendo raro no seio esfenóide. 2,6 O sexo feminino é o mais acometido e seu pico de incidência ocorre na quinta década. 1,3,6O tumor apresenta crescimento lento, contudo é comum a invasão neural, metástases à distância e recorrências múltiplas. 1 Mesmo após a cirurgia radical e radioterapia os pacientes tem prognóstico reservado. Relata-se um caso de carcinoma adeno-cístico do seio esfenóide em um homem de 62 anos.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, NLB, 62 anos, procurou o serviço de ORL com história de rinorréia sanguinolenta há seis meses auto limitada e de pequena quantidade. Associado ao quadro referia obstrução nasal esporádica bilateral que piorava com exposição de alérgenos ambientais , além de espirros e coriza. Negava prurido nasal. Ao exame apresentava desvio septal à esquerda associado à hipertrofia de cornetos inferiores. Na nasofibroscopia foi evidenciado tumor de aspecto polipoide na fossa nasal esquerda com inserção sugestiva em septo e recesso esfeno-etmoidal. A tomografia computadorizada dos seios da face demonstrava uma imagem de densidade de partes moles que ocupava grande parte da fossa nasal esquerda, parede posterior do septo, seio etmóide e invadindo parede anterior do esfenóide esquerdo com sinais de erosão óssea (Fig 1). O paciente foi submetido à biopsia por via endoscópica intranasal. Notava-se invasão de parede anterior do esfenóide esquerdo que se encontrava friável e tumor invadindo assoalho de esfenóide com cerca de 0,3cm de distancia da impressão da carótida interna esquerda. O paciente evolui sem intercorrências com alta hospitalar. O exame anatomo-patologico revelou carcinoma adenóide cístico. O paciente foi encaminhado para o serviço de oncologia
DISCUSSÃO
No decorrer desde século, foram encontradas três variantes histológicas do CAC, sendo o padrão sólido com evolução clinica mais agressiva . 1,3,5,6
Ocorre mais freqüentemente entre a quarta e sexta década de vida com pico na quinta década, concordando com a idade do nosso paciente, e o sexo feminino o mais acometido na proporção (2,5: 1), 5 divergindo do sexo do nosso caso. tendo as glândulas salivares menor e submandibular os locais mais afetados. 1,3 Carcinoma adeno-cístico é um tumor raro no seio frontal e esfenóide. 2
Alguns fatores importantes para o prognostico do CAC são: localização anatômica, o tamanho, o envolvimento ou não de estruturas adjacentes, grau de atipia celular, as margens cirúrgicas e a presença de gânglios metastizados. 1,2,4,6
O atraso no diagnostico tem sido atribuído aos sintomas da doença que freqüentemente mimetizam sinusite crônica. 2,4
No diagnostico, estadiamento e avaliação pré e pós-cirúrgica destas lesões a RM e a TC tem papel fundamental, definindo a extensão anatômica da neoplasia e a integridade das estruturas adjacentes. 2,4,5
O tratamento do CAC consiste em quatro modalidades distintas: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia combinada. 5 O tratamento com radioterapia pós-operatória, 4 comparados à aqueles tratados apenas com cirurgia tem apresentado resultados melhores. 1 O beneficio do uso da quimioterapia ainda não esta definido. 4
Neste caso, tratava-se de lesão tumoral volumosa, cuja exerese cirúrgica era impraticável, devido às margens segurança oncológica, então foi realizada a biopsia da lesão e encaminhado para a radioterapia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O carcinoma adenóide-cistico do esfenóide é um tumor raro . Portanto pacientes com mais de 50 anos e sintomalogia de sinusite crônica mais tumor de seios paranasais deve-se lembrar do CAC como possibilidade diagnostica.
carcinoma adeno-cístico do seio esfenóide
fig1