ABORLccfRevista Brasileira de Otorrinolaringologia

Trabalho Clínico

Complicações Precoces Em Rinoplastia Ou Rinosseptoplastia
Early complications of rhynoplasty or rhynoseptoplasty

Autores:

Julio Miranda Gil (médico otorrinolaringologista) Fellow de Plástica Facial em ORL - HCFMUSP

Aquiles Figueiredo Leal (Médico Residente) Médico Residente

Flávia Lira Diniz (Médica otorrinolaringologista, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.) Médica otorrinolaringologista, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

José Roberto Parisi Jurado (Médico doutor em otorrinolaringologia, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.) Médico doutor em otorrinolaringologia, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Carlos Alberto Caropreso (Médico doutor em otorrinolaringologia, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.) Médico doutor em otorrinolaringologia, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Raimar Weber (Médico otorrinolaringologista) Fellow do 1.o ano doGrupo de Cirurgia Plástica - Funcional da Face

Perboyre Lacerda Sampaio (Médico doutor em otorrinolaringologia, chefe do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.) Chefe do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Palavras-Chave
complicações, rinoplastia, rinosseptoplastia, sangramento

Resumo
Introdução: O objetivo deste estudo consiste em avaliar a incidência global de complicações maiores em pacientes submetidos a rinoplastia e rinosseptoplastia neste serviço, não sendo incluídas insatisfações do ponto de vista estético. Material e Métodos: estudo clínico prospectivo de 120 pacientes que realizaram rinoplastia ou rinosseptoplastia no período compreendido entre 01/02/2006 ao dia 01/03/2007 e foram acompanhados no período pós-operatório. Foi preenchido um formulário antes da cirurgia, 1 semana, 1 mês e 3 meses após a cirurgia. Resultados e conclusão: De acordo com o presente estudo, a rinoplastia ou rinosseptoplastia se apresenta como um procedimento cirúrgico com baixo índice de complicações precoces, sendo que a maioria destas se resolve em um período de até 3 meses. Deve-se atentar para um cuidado pós-operatório intenso com o intuito de se minimizar complicações tardias que podem evoluir com piora funcional.

Keywords
complications, rhynoplasty, rhynoseptoplasty, bleeding

Abstract
Introdução: O objetivo deste estudo consiste em avaliar a incidência global de complicações maiores em pacientes submetidos a rinoplastia e rinosseptoplastia neste serviço, não sendo incluídas insatisfações do ponto de vista estético. Material e Métodos: estudo clínico prospectivo de 120 pacientes que realizaram rinoplastia ou rinosseptoplastia no período compreendido entre 01/02/2006 ao dia 01/03/2007 e foram acompanhados no período pós-operatório. Foi preenchido um formulário antes da cirurgia, 1 semana, 1 mês e 3 meses após a cirurgia. Resultados e conclusão: De acordo com o presente estudo, a rinoplastia ou rinosseptoplastia se apresenta como um procedimento cirúrgico com baixo índice de complicações precoces, sendo que a maioria destas se resolve em um período de até 3 meses. Deve-se atentar para um cuidado pós-operatório intenso com o intuito de se minimizar complicações tardias que podem evoluir com piora funcional.

 

Instituição: HC-fmusp

Suporte Financeiro:

Complicações Precoces Em Rinoplastia Ou Rinosseptoplastia

Grupo de Cirurgia Plástica - Funcional da Face

Divisão de Clínica Otorrinolaringológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - HCFMUSP.

 

 

 

Autores:

Aquiles Figueiredo Leal1

Julio Miranda Gil2

Flávia Lira Diniz3

José Roberto Parisi Jurado4

Carlos Alberto Caropreso5

Raimar Weber6

Perboyre Lacerda Sampaio7

 

 

  1. Médico residente do 3º ano em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  2. Médico otorrinolaringologista, Fellow do 1.o ano doGrupo de Cirurgia Plástica - Funcional da Face .
  3. Médica otorrinolaringologista, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  4. Médico doutor em otorrinolaringologia, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  5. Médico doutor em otorrinolaringologia, assistente do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  6. Médico otorrinolaringologista, Fellow do 1.o ano doGrupo de Cirurgia Plástica - Funcional da Face
  7. Médico doutor em otorrinolaringologia, chefe do Grupo de Cirurgia Plastica - Funcional da Face do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

 

Resumo

      Introdução: O objetivo deste estudo consiste em avaliar a incidência global de complicações maiores em pacientes submetidos a rinoplastia e rinosseptoplastia neste serviço, não sendo incluídas insatisfações do ponto de vista estético.  Material e Métodos: estudo clínico prospectivo de 120 pacientes que realizaram rinoplastia ou rinosseptoplastia no período compreendido entre 01/02/2006 ao dia 01/03/2007 e foram acompanhados no período pós-operatório. Foi preenchido um formulário antes da cirurgia, 1 semana, 1 mês e 3 meses após a cirurgia. Resultados e conclusão: De acordo com o presente estudo, a rinoplastia ou rinosseptoplastia se apresenta como um procedimento cirúrgico com baixo índice de complicações precoces, sendo que a maioria destas se resolve em um período de até 3 meses. Deve-se atentar para um cuidado pós-operatório intenso com o intuito de se minimizar complicações tardias que podem evoluir com piora funcional.

 

 

Introdução

 

Rinoplastias e rinosseptoplastias são cirurgias amplamente difundidas/realizadas em nosso meio e como são procedimentos exatos qualquer sutil imperfeição pode ser considerada pelo cirurgião e pelo paciente como complicação.

Tratando-se de um procedimento que ocorre em ambiente contaminado, em região extremamente vascularizada, que demanda o uso de vasoconstrictores e de algum plano anestésico, onde estruturas delicadas são seccionadas não permitindo grandes imprecisões e o uso de enxertos dos mais diferentes materiais são empregados com freqüência, a rinoplastia e rinosseptoplastia podem evoluir com complicações maiores.  Muito se tem publicado sobre como prevenir e manejar resultados desagradáveis do ponto de vista estético e funcional. Entretanto com freqüência muito menor aparecem na literatura artigos sobre complicações significantes, que nas maiores séries variam de 1.7% a 18%¹. Com a evolução da técnica operatória, padronização de tempos cirúrgicos, uso de novos medicamentos, materiais adequados para enxertia, e melhor entendimento da fisiologia nasal, complicações graves tornam-se cada vez mais raras para o cirurgião que aborda o nariz, e dentre estas as mais citadas incluem as hemorrágicas, as infecciosas, as traumáticas, as que alteram significativamente a fisiologia nasal.

Complicações anestésicas, distúrbios psiquiátricos entre outras são citadas na literatura e podem colocar a integridade do paciente em risco.     

 

O objetivo deste estudo consiste em avaliar a incidência global de complicações maiores em pacientes submetidos a rinoplastia e rinosseptoplastia neste serviço, não sendo incluídas insatisfações do ponto de vista estético.  

 

Material e Métodos:

      No presente trabalho, foi realizado um estudo clínico prospectivo de 120 pacientes que realizaram rinoplastia ou rinosseptoplastia no período compreendido entre 01/02/2006 ao dia 01/03/2007 e foram acompanhados no período pós-operatório. As cirurgias foram realizadas por médicos residentes ou pós-graduandos auxiliados por médicos assistentes da disciplina de Plástica Facial em Otorrinolaringologia do Hospital da Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 117 cirurgias foram realizadas sob anestesia local e sedação e 3 cirurgias foram realizadas sob anestesia geral. Foi preenchido um formulário antes da cirurgia, 1 semana, 1 mês e 3 meses após a cirurgia.

      Os pacientes foram avaliados por médicos residentes do 3.o ano e/ou pós-graduandos, sempre acompanhados da supervisão de um médico assistente.

      Os parâmetros pré-operatórios avaliados foram:

·  Sexo: Masculino Feminino

·  Idade: _____

·  Reoperação: Sim Não

·  Rinoplastia Rinosseptoplastia.

      Em relação às complicações no pós-operatório, foram avaliados:

·  Sangramento: Não leve necessidade de tamponamento/intervenção.

·  Hematoma septal: Não Sim

·  Abscesso septal:  Não  Sim

·  Infecção de ferida operatória:  Não  Sim

·  Reação a fio:  Não  Sim

·  Outras complicações: ________________________­­­­­­­­­­­­­­­__________

Nos retornos de 1 mês, 3 meses e 6 meses foi adicionado o item:

·  Perfuração septal:  Não  Sim

 

Resultados

      Foram avaliadas no presente estudo 120 cirurgias realizadas no período entre 01/03/2006 a 01/2/2007, sendo que dois pacientes foram excluídos do estudo por inadequação no preenchimento do protocolo. Do total das 118 cirurgias validadas para o estudo, foram 52 septoplastias e 66 rinosseptoplastias.

      No retorno dos pacientes no 7.o dia pós-operatório, foi verificado sangramento leve em 21(17%) pacientes e sangramento importante em 1 (0.8%) paciente que após realização de tamponamento antero-posterior foi submetido à ligadura endoscópica de artéria esfenopalatina com resolução do quadro. Não foram relatados hematoma, abscesso, infecção de ferida operatória ou reação a fio. Tivemos também em outras complicações o relato de pacientes com hematoma de columela (1), deiscência de pontos de columela (1), epidermólise da ponta nasal (1),  rash  por cefalexina. (1), edema importante (1)  e granuloma de incisão marginal (1).

      Após 1 mês de cirurgia, tivemos 3 (2.4%) pacientes com obstrução nasal significativa, 2 (1.6%) pacientes apresentaram sangramento leve e nenhum caso de perfuração septal, 1 caso de reação a fio, 1 granuloma em incisão marginal e 1 estenose de válvula nasal direita.

      No retorno de 3 meses 6 (4.8%) pacientes apresentaram obstrução nasal significativa (diferentes dos que apresentavam após 1 mês) e 1 paciente que apresentava sinéquia entre incisão intercartilaginosa e septo.

      117 cirurgias foram realizadas sob anestesia local e sedação e 3 cirurgias foram realizadas sob anestesia geral. 7 pacientes submetidos a turbinectomia no mesmo ato cirúrgico e 3 pacientes submetidos a cauterização de cornetos durante o procedimento.

     

Discussão

      Nossos resultados concordam com os observados por Klabunde e cols., onde observou numa série de 200 pacientes que sangramento pós operatório foi a complicação mais frequentemente relatada, 2% em 300 pacientes e infecção em 17% dos casos, sendo valores comparáveis aos dos outros estudos em relação ao sangramento. Na nossa casuística observamos que o sangramento foi a principal complicação na primeira semana e após 3 meses foram relatadas poucas complicações destes pacientes1,2,3,4,5.

 

Conclusão

      De acordo com o presente estudo, a rinoplastia ou rinosseptoplastia se apresenta como um procedimento cirúrgico com baixo índice de complicações precoces, sendo que a maioria destas se resolve em um período de até 3 meses. Deve-se atentar para um cuidado pós-operatório intenso com o intuito de se minimizar complicações tardias que podem evoluir com piora funcional.

       

Bibliografia

 

1-     Klabunde EH, Falces E. Incidence of complications in cosmetic rhinoplasties. Plast Reconstrutive Surg 34:192, 1964

2-     Miller T. Immediate postoperative complications of  septoplasties e septorhinoplasties. Trans Pacific Coast Otoophtalmol Soc 57:201, 1976

3-     Goldwin RM. Unexpected bleeding after elective nasal surgery. Ann Plast Surg 2:201, 1979

4-     Mckinney P, Cook  JQ. A critical evaluation of 200 rhinoplasties. Ann Plast Surg 7:357, 1981

5-     Teichgraeber JF, Riley WB, Parks DH. Nasal surgery complications. Plast Reconstr Surg 85:527, 1990

 

 

Suplemento
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