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Artigo publicado no Caderno de Debates da RBORL:
Vol.68 ed.5 de Setembro - Outubro em 2002 (da página 21 à 21)
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Há algum tempo, Fernando Quintanilha decidiu organizar o banco de imagens do CEMOR (Centro de Estudos Mario Ottoni de Rezende), da Santa Casa de São Paulo. O trabalho era hercúleo, afinal, fotografar slide por slide, debruçado e segurando a máquina digital com segurança suficiente para não tremer a imagem não era tão simples quanto parecia. E havia mais de 3000 dispositivos para digitalizar:
Depois de muito torcicolo, Quiranilha teve uma idéia simples e eficiente: criar uma engenhoca que apoiaria a máquina enquanto ele apenas passaria o slide. E o material utilizado para montar a "geringonça" como ele carinhosamente apelidou sua invenção foi dos mais inusitados: um tupperware, uma régua de 60 cm quebrada ao meio, um estojo de CD e um pedaço de espuma.
Sob o estojo de CD aberto, ele colou as réguas em paralelo e, sobre elas, o tupperware com um recorte para o encaixe do foco da máquina. Para evitar a oscilação da máquina, foi usado o apoio de espuma.
Com a invenção pronta, o processo é muito simples. Com o "aparelho" sobre um negatoscópio, o slide entra por um lado, é fotografado e o slide seguinte trata de empurrá lo para fora. Se o slide ficar preso, um prosaico abaixados de língua serve para soltá lo. "Depois de pronto parece um aparelho óbvio, mas eu quebrei a cabeça para achar a altura ideal da espuma, o tamanho da régua e até a vasilha certa, porque todas as vezes que eu fazia a abertura para o foco da câmera, o plástico rachava, quebrava, não ficava do tamanho que eu queria... Mas agora encontrei a fórmula!" garante Fernando Quintanilha.