Caderno de Debates (Suplementos)

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Artigo publicado no Caderno de Debates da RBORL:

Vol.69 ed.1 de Janeiro-Fevereiro em 2003 (da página 01 à 24)

Autor: TATIANA BRAGANÇA DE AZEVEDO DELLA GIUSTINA MÔSIRIS ROBERTO GIOVANINI PEREIRA EVERARDO ANDRADE DA COSTA JOSÉ SELIGMAN RAUL NIELSEN IBAÑEZ ALBERTO ALENCAR NUDELMANN

Encarte

Nos últimos anos, tem se verificado que algumas doenças ocupacionais, na área da otorrinolaringologia, parecem ser mais comuns do que se imaginava. E não estamos nos referindo apenas ao caso da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído, democrática enfermidade que hoje faz parte de todas as atividades científicas por onde transitam otorrinos, médicos do trabalho e fonoaudiólogos.

Na verdade, no universo da otorrinolaringologia ocupacional, a PAIR ocupa apenas um merecido lugar de destaque. Os especialistas que se preocupam com este assunto estão se dedicando a atender uma grande parcela da população que trabalha nos mais estranhos canteiros de obras, convivendo com poeira, frio, calor, metais, solventes e outros agentes químicos ou físicos capazes de produzir uma infinidade de rinites, sinusites, infecções da laringe e uma imensa quantidade de tumores espalhados por toda a anatomia que corresponde à nossa especialidade.

É importante referir, igualmente, que estes dados, muitas vezes, nos escapam em anamneses apressadas que, por qualquer razão, tenhamos de fazer.

A abordagem das doenças ocupacionais, especialmente para profissionais da otorrinolaringologia, constitui um desafio permanente. O estudo dos impactos do trabalho sobre a saúde dos trabalhadores envolve a compreensão do processo representado pelo objeto ou matéria-prima que a empresa utiliza, pela tecnologia disponibilizada e pelo minucioso entendimento da atividade executada pelos operários, clientes potenciais do especialista. Além disso, é necessário compreender a organização do trabalho, ou seja, a contextualização representada por tarefas determinadas, relações sociais no âmbito da organização, divisão do trabalho, duração da jornada, pausas, ritmo, modo operatório e pela pressão de tempo sobre o trabalhador. O processo e a organização do trabalho são os principais responsáveis pela geração dos fatores de risco, representados por agentes de natureza química, física, biológica, psicológica, social e biomecânica e seus respectivos efeitos sobre a saúde dos trabalhadores. Como ciência e arte, a boa prática da medicina recomenda incluir, rotineiramente, a anamnese clínica e a história ocupacional.

Neste sentido, procuramos pesquisar dados disponíveis na literatura e apresentar aos profissionais da otorrinolaringologia uma extensa relação de doenças vinculadas à especialidade, bem como os respectivos agentes causais associados com a ocupação, ambiente e operações executadas. Trata-se de uma ferramenta de trabalho idealizada para auxiliar no processo de diagnóstico de doenças ocupacionais em otorrinolaringologia, bem como para subsidiar o estabelecimento do nexo causal entre a exposição ocupacional e os sintomas referenciados.

Por derradeiro, cumpre-nos informar que, de nenhuma maneira, se pretendeu esgotar ou limitar a amplitude deste tema. Pelo contrário, nossa intenção é apresentar um passo inicial buscando preencher uma lacuna na prática profissional passível, seguramente, de revisões e atualizações continuadas.

O presente -trabalho verifica, em extensa pesquisa bibliográfica realizada nos principais centros médicos do mundo, artigos que relacionam o aparecimento de variadas patologias otorrinolaringológicas com ambientes e situações ocupacionais. Teve como objetivo relacionar enfermidades vinculadas à especialidade, bem como os respectivos agentes causais associados com a ocupação, ambiente e operações executadas, de forma simples e prática, para um entendimento claro e rápido. Encontramos diversas enfermidades otorrinolaringológicas capazes de ter uma relação direta com o trabalho, o ambiente ou alguma situação ocupacional exercida pelo portador.

GUIA DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS OTORRINOLARINGOLÓGICAS

TATIANA BRAGANÇA DE AZEVEDO DELIA GIUSTINA - OTORRINOLARINGOLOGISTA. MÉDICA DO TRABALHO. MÉDICA PERITA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

MÔSIRIS ROBERTO GIOVANINI PEREIRA - ESPECIALISTA EM MEDICINA DO TRABALHO. PROFESSOR EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO NA UFRGS E NA PUCRS.

EVERARDO ANDRADE DA COSTA - OTORRINOLARINGOLOGISTA OCUPACIONAL. MESTRE EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO PELA PUC/SP. MEMBRO DO COMITÊ NACIONAL DE RUÍDO E CONSERVAÇÃO AUDITIVA

JOSÉ SELIGMAN - OTORRINOLARINGOLOGISTA. MEMBRO DO COMITÊ NACIONAL DE RUÍDO E CONSERVAÇÃO AUDITIVA.

RAUL NIELSEN IBAÑEZ - OTORRINOLARINGOLOGISTA. MÉDICO DO TRABALHO. MEMBRO DO COMITÊ NACIONAL DE RUÍDO E CONSERVAÇÃO AUDITIVA.

ALBERTO ALENCAR NUDELMANN - OTORRINOLARINGOLOGISTA. COORDENADOR DO COMITÊ NACIONAL DE RUÍDO E CONSERVAÇÃO AUDITIVA.

 

 

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