ISSN 1806-9312  
Sábado, 23 de Novembro de 2024
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986 - Vol. 37 / Edição 2 / Período: Maio - Agosto de 1971
Seção: - Páginas: 123 a 124
Neurectomia Vestibular no Tratamento da Doença de Menière
Autor(es):
Osvaldo Gomes de Souza,
Sinval Pereiro dos Santos,
Anuar Atallo Inácio
Guilherme Cobral Filho

Introdução:

Estamos iniciando, em nosso meio, a neurectomia vestibular para o tratamento cirúrgico das vertigens periféricas, especialmente na doença de Menière, cujo tratamento clínico, num período superior a seis mêses, não tenha sido satisfatório. Nossa idéia fundamenta-se, bàsicamente, nos trabalhos W. House, J. Pulec e Ugo Fisch. As vias usadas são Transtemporal - Translabiríntica nos casos onde a audição esteja total ou acentuadamente comprometida e Transtemporal extra-labiríntica (Fossa Média) onde a audição esteja parcialmente comprometida.

Relato de um caso

M. C. R. S. - Fem. 26 a. - casada - doméstica - Nat. B. H.

Há mais ou menos 10 anos, tonteiras rotatórias, por crises, acompanhadas de náuseas e vômitos. Hipoacusia e zumbido no OD. As vertigens são precedidas de intensificação do zumbido e plenitude auricular (Aura). Fêz vários tratamentos sem nenhuma melhora. De 6 mêses para cá, as crises se intensificaram, apesar de estar em uso de medicamentos (vaso dilatador - Depressor vestibular antishistamínico e tranquilizantes) e prescrição higieno-dietética.

Exame - Otoneurológico (Dados mais importantes)

Disacusia nervo-sensorial unilateral direita.
SISI positivo - Fowler positivo - Tone decay negativo e descr. 65% OD.
Nistagmo espontâneo - só a ENG - Horizontal unilateral p/E.
Hiporreflexia vestibular direit - FJ = 38%.
Pares cranianos-normais.
Rx c/tomografia do meato acústico interno - normal.

Diagnóstico - Doença de Menière

Conduta: Neurectomia vestibular.

Cirurgia: Em 2-4-71

1. Craniotomia Temporal (House) com exposição da face antero-superior da pirâmide pétrea. Deslocamento da dura mater até a emergência do nervo Petroso superficial maior - após ligadura de art. meníngea média.
2. Seguindo o Trajeto de N. Petroso sup. maior chega-se ao gânglio geniculado.
3. Seguindo o facial, chegamos ao C. A. I.
4. No CAI após incisão da meninge identificamos bem todos os elementos: anteriormente, o facial posteriormente o vestibular superior, abaixo dêste o vestibular inferior e abaixo do facial coclear. Ponto de reparo importante: crista falciforme.
5. Após identificação, procedemos a neurectomia. Retiramos primeiro segmento do vestibular superior e em seguida do vestibular inferior.
Pós/operatório - sem novidades.

CONCLUSÃO: As tonturas desapareceram por completo. O zumbido melhorou em ± 80%.

Resumo:

Os autores executam a neurectomia vestibular para o tratamento cirúrgico das vertigens periféricas, onde o tratamento clínico não tenha sido satisfatório. Relatam um caso típico de Doença de Menière submetido a neurectomia vestibular pela via fossa média. Mostram também sua rotina de exame otoneurológico para estabelecer o diagnóstico dos diferentes tipos de vertigem periférica.

Summary:

The authors do the vestibular neurectomy to cirurgical treatment of periferical vertigo, when the clinical treatment was not satisfactory. They discribe a typical case of Menière disease in which vestibular neurectomy was perfomed through the middle cranial fossa approach.

Bibliografia Consultada

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10. Pulec. J.: the surgical treatment of vertigo the Laringoscope, St. Louis, Alo., 79(10) 1783-822, oct. 1969.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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