A cirurgia da amígdala envolve uma série de pontos de vista. O que eu trago aqui é a opinião da mesa, como já foi demonstrado, é uma cirurgia que deve ser indicada com um certo grau de restrição. É uma cirurgia que deve ser realizada com o máximo de cuidado, pois um resto amigdalino é muito mais focal que uma amígdala inteira. Achamos que esta cirurgia produz poucos problemas devido a suas indicações mal feitas e sem uma necessidade absoluta.
Há cerca de dois anos começamos a utilizar o microscópio cirúrgico na cirurgia da amígdala. O microscópio cirúrgico provê uma iluminação extremamente satisfatória e a utilização da objetiva de 250mm permite a realização da intervenção com aumento relativamente pequeno, da ordem de quatro vezes e isso nos dá um campo cirúrgico excelente, sendo feita sempre com anestesia geral com entubação nasotraqueal.
A incisão é realizada ao pilar anterior, segundo sistematização técnica feita por Paulo Mangabeira Albernaz.
O descolamento é iniciado no têrço inferior da amígdala, usando o descolador com aspirador. Em seguida é realizado o descolamento do pólo superior e da porção lateral. Após passar a alça e retirar a amígdala.
Não usamos medicação pré-operatória a não ser quando os exames mencionados pelo Dr. Graciano revelem algum problema. E, da mesma forma, usando sòmente medicação contra dor no pós-operatório. Não utilizamos antibioticoterapia de rotina. Naqueles casos em que há problema de ordem focal, os pacientes são operados sob cobertura antibiótica que se inicia vários dias antes da intervenção e que se prolonga pbr vários dias após a mesma.
A cirurgia relativamente pouco traumatizante interfere, decisivamente, na velocidade de cicatrização e no problema da dor pós-operatória.
* Professor de Otorrinolaringologia da Fac. Paulista de Medicina - S. Paulo.
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