ISSN 1806-9312  
Sexta, 26 de Abril de 2024
Listagem dos arquivos selecionados para impressão:
Imprimir:
825 - Vol. 10 / Edição 1 / Período: Janeiro - Fevereiro de 1942
Seção: Trabalhos Originais Páginas: 215 a 218
Ozena (Rinite Atrófica Fétida) - Conclusões
Autor(es):
Dr. Ernesto Moreira

Conclusões

1.º) De todos os tratamentos até o presente empregados, o cirúrgico é o único que dá resultados permanentes e satisfatorios.

2.º) Não é uma moléstia tão rara entre nós, pois de 64.778 doentes matriculados durante 20 anos, encontramos 2516 ozenosos, ou seja, uma percentagem de 3,8%.

3.º) Entre os 11 e os 20 anos, a moléstia é mais encontradiça, sobretudo nas mulheres, o que confirma as asserções dos tratados estranjeiros.

4.º) A relação proporcional entre os sexos, por nós encontrada, difere das citadas em outros paises que é 3 : 1 (3 mulheres para um homem) ao passo que em nossa estatística, apenas verificamos a proporção de 1,33 : 1.

5.º) Entre todas as nossas observações, não há um fato, que corrobore a teoria da contagiosidade da moléstia.

6.º) Nas pesquisas efetuadas em material retirado das fossas nasais, nenhum germe foi encontrado como responsavel causador desta entidade mórbida.

7.º) Pela anamnese cuidadosa de nossos doentes, nenhum elemento colhemos que nos autorizasse a considerar a ozena como moléstia hereditária, levando-se em conta, entretanto, a heredopredisposição.

8.º) Pelo estudo radiológico feito em nossos pacientes chegamos à conclusão de que é possivel estabelecer um diagnóstico diferencial entre rinite atrófica genuina (Ozena), e a rinite atrófica simples.

9.º) "No metabolismo básico determinado em nossos observandos, chegou-se à conclusão de que entre os fatores que condicionam a despeza energética, o endocrínico, ocupa o primeiro lugar, e, como foram afastados os outros (oscilações de temperatura, atividade muscular, ação específica-dinâmica), é possivel pelos resultados obtidos, admitir provisoriamente, a sua cooperação na etiopatogenia da rinite atrófica fétida. E como entre as glândulas endócrinas é a tireoide que mais poderosamente atua sobre as trocas metabólicas, acreditamos que para ela devemos orientar as nossas pesquisas".

10.º) Dentre todos os elementos que procuram explicar a etiopatogenia da rinite atrófica fétida, é a héredo predisposição que mais nos seduz.

Summary

The subrect of this article is the importante of atrophic rhinitis, its etiology, treatment and social aspect. In the first chapter which is dedicated to generalities, the ozonous pyschology is shown and studied before being operated and afterwards. Different factors are dealt with in the next chapter relating to demographic standpoints such as sex, climati influente, rate and others.

The old question about the percentage of negroes in the Brazilian population is discussed and the mistake of supposing they predominate among the inhabitants of Brazil is proved.

A few ideas about the anatomy of the nose are given only for didatic purposes. All the old and modere theoretical ideas about etio-patôgeny are discussed : the bacteriologic origin of atrophic rhinitis, basal metabolism disturbance, avitaininosis, endocrinic gland troubles, and other scientific conceptions about the simbiosis of this disease with 1eishmanniosis is described.
Both medical and surgical treatments are explained.

Many patients were treated with various methods, and the different surgical measures adopted are described, including the author's own modification which he introduced at the classical Láutenschlläger operation.

Finaly statistical data are presente together with the number of patients and medical and surgical results.

The work concludes with observations on atrophic rhinitis nowadays.

Bibliografia

MÁRIO OTTONI DE REZENDE - Considerações em torno do estado atual da cirurgia da r. a. f. (ozena). Deduções sobre alguns casos operados há 4 anos. Semana de Otorrinolaringologia, Outubro de 1926, pág. 318.
TROSSEAU - Clinique Medicale.

A. LAUTENSCHLÄGER - Die rhinitis atrophicans - Denker-Kahler, volume 2, pág. 604, 1926.

A. CASTEX - Maladies du Larynx du Nez et des Oreilles.

DUARTE MOREIRA - Algumas considerações sobre a frequência da ozena. A

Folha Médica, Outubro, 15, 1938. Mais um caso de ozena em lactente. - Arquivos Brasileiros de medicina n., 9, Setembro de 1938.

O. VIANA - R4 e Assimilação. - Populações Meridionais do Brasil. Evolução do Povo Brasileiro. - Oi Ocaso do Império.

BATISTA PEREIRA - 0 Brasil e a Raça. - Civilização contra Barbarie. D. PEDRO II e o Conde de Gobineau (correspondência inédita).

NINA RODRIGUES - As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil. - Os Africanos no Brasil.

PANDIÁ CALOGERAS - Formação Histórica do Brasil. E. MORAIS - A Escravidão Africana no Brasil.

A. FREITAS - Doenças Africanas no Brasil. HEITOR L-A - História de D. Pedro II. M. MOSSÉ - Vida de D. Pedro 11.

Cartas do Imperador D. Pedro II ao Barlo de Cotegipe.

SABÓIA LIMA - Alberto Torres e Sua Obra.

A CELSO - O Imperador no Exílio. G. FREYRE - Casa Grande e Senzala.

JOAQUIM NABUCO - Minha Formação. ALBERTO TORRES - O Problema Nacional Brasileiro.

A. PEIXOTO - Clínica e Saude;

PERDIGÃO MALHEIRO - op. cit. terceira parte.

AFONSO DE A. TAUNAY - Ainda números do tráfico. Jornal do Comércio 30/8/36. População escrava e libertos arrolados. Ministério dos negócios da Agricultura Comercio e Obras Públicas. Imprensa Oficial 1888.

NEGRO YEAR BOOK - op. cit., pág. 539.

CORONEL DR. ARTUR LOBO - A antropologia do exército brasileiro. Arquivos do Museu Nacional, vol. XXX, Rio 1925, pág. 19.

E. ROQUETTE PINTO - Nota sobre os tipos antropológicos do Brasil. Arquivo do Museu Nacional. Vol cit., pág. 309 e Ensaios de Antropologia brasileira. S. Paulo, 1933, pág. 128.

A.LIMA - Amazonia a Terra e o Homem.

A. RAMOS - O Negro Brasileiro.

L. TESTUT - Anatomie Humaine.

G. CHIARUGI - Anatomia Dell'uomo.

SEMANA DE OTORRINO - Neurooculistica, Outubro 1926.

H. IBRAHIM - Nouvelle conceptisa de la nature et du traitement de 1'ozene -
Revué Portmann, vol. 53, pág. 343, 1932.

LERROUX-ROBERT CONSTINIU - Revue Portmann.

N. LANNOIS- Precis des Maladies de L'Oreille, du Nez du Pharynx et du Larynx.

LANNOIS E LERMGYEZ - Traité d'Oto-rhino-Laryngologie.

G. MARAÑON - Manual das Enfermidades Endócrinas e Metabolismo.

J. A. DE MESQUITA SAMPÁIO - A Endocrinologia em face das afecções otorrinolaringologias. - Conferências realisadas no Serviço de Otorrinolaringologia da Santa Casa de Misericórdia de S. Paulo, em 31-&-19Ai9 em 14-9-1940. Separata do Livro de Ouro, em homenagem ao prof. Almeida Prado.

A. GLASSOHEIB - Neuere Gesichtspunkte in der Pathogenese und Therapie der Ozena. Acta Otolaringologia, vol. 13, pág. 145, 1929.

ARISTIDES MONTEIRO - A anatomia patologica da ozena. Semana de Otorrino. laringologia, Outubro 1926, pág. 308.

PAULO SAIS - Tratamento cirúrgico dá ozena. Tese. São Paulo, 1924.

L. SIMON RUSKIN - A differential diagnosis and therapy of atrophic rhinits and
ozena. Arch. of Otol., vol 15, pág. 222, 1932.

P. GUNS - Les sela de choline dana le traitement de 1'ozene. Revue Portmann, vol. 55, pág. 367, 1934.

I. T. DOROCHENKO - Un nouveau príncipe de la therapeutique de 1'ozene. Acta otorrinolaringologica, vol. 25, pág. 542 1937.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


Imprimir:
Todos os direitos reservados 1933 / 2024 © Revista Brasileira de Otorrinolaringologia