Observações - Comentários
As observações que completam este trabalho foram reunidas, desde as intervenções iniciais, até às deste ano. Em 28-11-22 foi operado A, P. - observação n.° 58 - Precisamente há 18 anos, foi este paciente revisto e, com grande prazer, temos a satisfação de reproduzir o que então escrevemos : este caso catalogamos como tendo obtido o desejado resultado, confirmado o que é de grande valor pela opinião do paciente. Em 19,22 e 23 foram operados os pacientes das observações, 51, 54, 68, 69, 71, 70, 76, 77, 80, 83, 94, 1, 2, 5, 6, 11, 12, 13, 19, 20, 21, 22, 23, 30, 34, 32, 37, 42, 49.
E' justo que se transcreva a epicrise da paciente da observação n ° 5 operada em 17-4-23 e revista 1 ano depois. A impressão que se tem ao examinar esse caso, é de que se trata de nariz normal. Uma pequena sinéquia de um lado e ausência do outro; a mucosa de aspecto normal, ausência completa de mau cheiro e de crostas, faz-nos esquecer, estarmos deante do nariz de um ozenoso. A satisfação de nossa doente, mostra que o presente caso é de considerar-se até o atual momento, como de resultado completo.
Não me furto, também, ao desejo de trasladar para aqui o resultado constatado em Dezembro de 1923, na paciente da observação 13. Sinequias, boas, o nariz mostra-se estreitado, completamente sem crostas e sem mau cheiro. Aliás isto era provavel por se tratar de uma atrofia média. O resultado operatório até o presente, foi completo, e por isso a nossa doente se mostra profundamente grata. Operada em 18-10-22, foi revista 1 ano e 2 meses após a operação. Tendo havido falha na técnica cirúrgica, ainda assim diz a doente que se lavando diariamente as crostas se despreendem facilmente. A ausência de mau cheiro é completa. A de observação n.º 30 foi operada em 12-6-23 e revista 6 meses depois. A operação produziu resultado satisfatório. A paciente da observação n.º 37, operada em 27-1-23, foi de novo examinada 11 meses depois. Lê-se na sua epicrise: até o presente, este constitue um caso em que o resultado obtido, satisfaz completamente. Ausência de crostas e de mau cheiro, melhora da olfação, fazem a nossa doente considerar-se absolutamente satisfeita. M. N. observação n.º42. Foi operado em 3-4-23. No exame praticado 9 meses após a operação, o resultado foi considerado bom. Ausência completa de crostas e mau cheiro. Estes comentarios, visaram as observações de 18 anos passados, com resultados satisfatórios.
Agora vejamos o reverso de medalha. A observação n.o 19 já nos da informes de certos insucessos. Fossas nasais muito atrofiadas, mucosa pálida e afilada, parede óssea papirácea, uma porção de índices negativos para um sucesso relativo. Demais a pusilanimidade da paciente impediu-nos de realizar o ato cirúrgico como devera ser. Outra observação para confirmar as considerações que expendemos na parte geral. F. M. observação n.o 32. Neste caso, reuniram-se varias circunstâncias, que influiram, sobre o resultado final que foi mediocre : a enorme atrofia, a indocilidade da doente que não permitiu a boa mobilização das paredes. Possivelmente a anestesia falha, também contribuiu para justificar a maneira de proceder da doente. O caso da obs. 36 - Y. 1. de 22 anos brasileira, é digno de nota. Operada em 12-2-38. Tem sido examinada periodicamente. A doente tem se sentido optimamente. Casou-se, não tendo feito o marido nenhuma referência ao estado de sua senhora, o que já havia feito antes. Obs. 37 M. P. 23 anos. Um outro caso digno de registro : Operada em 27-1-23. Até o presente, 11 meses depois da operação, escrevíamos: este, constitue um caso em que o resultado obtido satisfaz completamente. A ausência de crostas, de mau cheiro, a melhora de olfação fazem a nossa doente, considerar-se absolutamente curada, com grande satisfação sua.
A paciente da obs. 42, foi operada em 3-4-23. Atrofia média, desvio do repto. Caso bom para a cirurgia. Examinada 9 ,meses após o ato operatório, foi considerado como tendo dado o resultado desejado. A. M. 27 anos, obs. 43. Caso mau. Atrofia grande, resultado regular de um lado e nulo do outro. Sofrivel a sequência operatória do enfermo da obs. 80. Causa possivel : cavidades dos seios maxilares diminuídas, dificultando a mobilização. Obs. 45. Operada há 2 anos, C. G. 29 anos : E' declaração sua : sente-se perfeitamente bem após a intervenção cirúrgica. A obs. 82, deve ter um registro especial. Pelo historico. pelo exame local, pela radiografia, muito provavelmente tratava-se de um caso de R. A. S. (rinite atrófica simples). Operada há 2 anos, podemos considerar como tendo dado resultado ótimo.
OBS. 1 - I. P. 13 anos, branca, italiana, doméstica, residente em S. Paulo,
Anamnese : Desde pequena tem moléstia do nariz, não se recordando do inicio. A família sempre notou mau cheiro, com saida de crostas verdes. Olfação completamente abolida. Não fez tratamento algum. Na família, mais ninguem sofre do nariz.
Exame nasal: Dorso do nariz bem achatado. Pela rinoscopia: crostas aderentes aos cornetos e septo. Atrofia grande das conchas, mucosa empalidecida, e cavidades muito amplas.
Operada: 11-8-923. (Drs. Moreira e P. Saes). A atitude da doente foi inconvenientissima, abusando da paciência do operador. As lavagens dos seios maxilares foi dificultada pela indocilidade da paciente.
Epicrise : Neste caso, em que pelas dificuldades durante a operação esperavamos uma sequência falha, obtivemos, ao contrário ótimo resultado.
Concluímos ainda, que crianças só devem ser operadas com anestesia geral, tal a indocilidade e inquietitude da paciente, obrigando o operador a enorme dispêndio de energia. Pela descrição que demos, 4 meses após vemos o ótimo resultado do processo, podendo considerar este caso, até o presente como completo, não havendo nem crostas nem mau cheiro.
Reação de Wassermann : negativa.
OBS. 2 - C. B. 15 anos, branca, brasileira, solteira, doméstica, residente em Sto. Antônio do Pinhal.
Anamnese : Doente há 4 anos. Mau cheira e crostas verdes. No decorrer da moléstia teve bicheira do nariz, sendo curada em sua própria casa. Nunca fez tratamento médico. Não perdeu o olfato. Da família é a única pessoa com a doença.
Exame nasal: Cavidades nasais muito aumentadas em ambos os lados Crostas verdes aderentes ás paredes. Mucosa palida atrófica. Atrofia média dos cornetos inferiores, pronunciada na parte posterior. Olfação perfeita.
Operada: 22-5-1923. (Drs. Moreira e P. Saes).
Epicrise : Por ser residente em S. António do Pinhal, só pudemos nos guiar pelo exame anterior, com resultado bom e pelas informações enviadas pela doente com data de 28-12-1923, que se acha completamente curada, tendo desaparecido por completo o mau cheiro do nariz. Faz lavagens de dois em dois dias e declara estar muito satisfeita com a operação. Consideramos como completo o resultado cirúrgico deste caso, operado há 7 meses.
Reação de Wassermann : negativa.
OBS. 3 - L. N. 16 anos, solteira, paes vivos e sadios, 4 irmãos vivos.
Anamnese : E' a unica da família portadora da moléstia. Há oito anos sente corrimento nasal com mau cheiro. Tem feito toda espécie de tratamento sem resultado. Bom olfato. As pessoas de casa sentem o mau cheiro.
Exame nasal: Atrofia bem pronunciada para o lado direito, com crostas e catarro. Do lado esquerdo desvio do septo com pequena crista.
Operada : 29-4-39. Ato cirúrgico normal. Exame: Tem sido examinada periodicamente. Epicrise : A doente ainda se queixa de um ligeiro corrimento, porem sem crostas e sem mau cheiro. Resultado ótimo. Reação de Wassermann : negativa.
OBS. 4 - R. M. 16 anos, solteira, paes vivos e fortes. Dois irmãos sadios
Anamnese : Não há essa moléstia na família. Não é a primeira filha, tem um irmão com 19 anos. Há 8 anos que está se tratando sem resultado.
Exame nasal: Atrofia grande bilateral, crostas em quantidade. Mucosa em mau estado. Tem olfato muito reduzido. Operada : 22-6-39.
Exame: Tem sido examinada periodicamente.
Epicrise : A paciente sente-se bem, apenas se queixando de dificuldade respiratória.
Exame Radiologico : Seios da face de transparência normal. Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico : -}- 7.
OBS. 5 - E. V. 16 anos, branca, portuguesa, doméstica, residente em S.Paulo.
Anamnese : Início da moléstia há dois anos. Apareceu então mau cheiro,, procurando o hospital, onde foi medicada. Anteriormente, tinha frequentes constipações, com grande quantidade de catarro. O tratamento feito não deu resultado. Na família pessoa alguma tem afecção nasal.
Exame nasal: Atrofia média dos cornetos médios e inferiores. Crostas amarelo-esverdeadas, com pronunciado mau cheiro. Mucosa nasal descorada. Olfação diminuida. Wassermann - positivo (+)
Operada: - Edema muito pronunciado. Lavagens dos seios durante 15 dias. Ponto retirado 45 dias após.
Exame : 17-4-1923. Mobilisação ótima em ambos os lados. Sinéquias regulares, mucosa suculenta. Meatos médios, pequenos; meato inferior esquerdo, um pouco maior, onde se depositam pequenas crostas moles facilmente eliminadas.
Exame : 20-12-1923. - Fossa nasal direita: mobilisação boa, mucosa bem vascularizada, cornetos turgescentes. Sinéquia pequena, crostas ausentes.
Fossa nasal esquerda: mobilisação ótima, ausência de sinéquia, cavidade bem estreitada, mucosa de coloração normal. Apenas o meato inferior deste lado se mostra amplo. Olfação readquirida. Refere a doente não saírem mais crostas e o mau cheiro está completamente ausente. Apenas de tempos a tempos saem do lado esquerdo algumas crostas que se destacam facilmente. A paciente não faz lavagens nasaes, e tem certo grau de insuficiência respiratória.
Epicrise : A impressão que se tem ao examinar este caso, operado há um ano e um mês, é de que se trata de um nariz normal. Uma sinéquia pequena de um lado e ausente do outro, a mucosa de aspecto normal, ausência completa de mau cheiro e de crostas, faz-nos esquecer estarmos deante do nariz de um ozenoso. Nem mesmo o faringe, de aspecto normal e sem secreção de espécie alguma, dá indícios da moléstia preexistente. As poucas crostas que se destacam de tempos a tempos, são talvez formadas no meato inferior esquerdo um pouco mais amplo que o normal, o que pode ainda ser corrigido pela luxação do corneto inferior. A satisfação da nossa doente mostra que o presente caso é de considerar-se até o atual momento como de um resultado completo.
OBs. 6 - F. P. 17 anos, branca, solteira, brasileira, doméstica, residente em S. Paulo. Anamnese : Doente há 3 anos. Mau cheiro intenso e crostas verdes. Fez tratamento, sem resultado algum.
Pessoa alguma da família tem afecção nasal.
Exame nasal: Cavidades nasais aumentadas e mucosa empalidecida. Atrofia grande dos cornetos, principalmente na parte posterior. Crostas verdes aderentes, mau cheiro pronunciado, olfação diminuida. Wassermann - negativo.
Operada: 21-12-1922 (Drs. Moreira e P. Saes) - edema pronunciado. Lavagens do antro dando líquido sanguíneo purulento. Ponto retirado 60 dias após.
Exame: 6-4-1923. Sinéquia à esquerda, boa, à direita só posterior. Mobilisação ótima, meatos inferiores grandes. Desaparecimento de crostas e mau cheiro, olfação recuperada.
Exame : 21-12-1923. Fossa nasal direita : mobilização ótima, mucosa suculenta, sinéquia pequena na parte posterior. Meato inferior amplo, com alguma secreção depositada. Ausência de crostas. Fossa nasal esquerda : sinéquia boa, mucosa rósea, mobilização regular, mostrando-se amplos os meatos inferiores e médios. Nessas partes formam-se algumas crostas. Faringe normal. Ausência de secreção. Respiração boa. Desaparecimento completo do mau cheiro. Saem algumas crostas do lado esquerdo facilmente eliminadas. A satisfação da doente é grande.
Epicrise : As sinéquias foram obtidas só na parte posterior, onde a atrofia era mais pronunciada. Os meatos inferior e médio esquerdos ocasionam a formação de algumas crostas, diferentes das primitivas e que não são suficientes para produzir mau cheiro. As melhoras foram portanto evidentes; catalogamo-las de 70%. O último exame foi feito exatamente um ano após a operação.
OBs. 7 - A. L. 17 anos, solteira, pai morto de t. b. c. mãe forte ; 4 irmãos sadios.
Anamnese : Ninguem na família tem doença do nariz. Há cerca de 10 meses vem observando catarro intenso com mau cheiro.
Exame nasal: Atrofia mais ampla do lado esquerdo. Poucas crostas, mucosa em bom estado. Não tem olfato.
Operada: 11-7-38. Ato cirúrgico normal.
Exame: Foi examinada várias vezes.
Epicrise : Até o presente o resultado foi bom.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico : + 10.
OBS. 8 - A. B. 17 anos, solteira. Tem uma irmã". Pais vivos e sadios. Anamnese : Na família não há essa doença do nariz. Tem bom olfato.
Exame nasal: Atrofia bilateral mais observada á direita. Crostas com mau cheiro percebido pela doente e pelas pessoas da família. Mucosa dos cornetos em bom estado. Operada : 25-10-38.
Exame : No primeiro exame verificou-se que a doente expelia crostas pelo nariz e garganta, com mau cheiro. Hoje o aspeto da mucosa é bom, apenas com ligeiro deposito de catarro no meato inferior, sem mau cheiro.
Epicrise : Após a operação a doente tem-se sentido perfeitamente bem.
Exame Radiológico : Opacidade do seio maxilar direito e das celulas etmoidais anteriores do mesmo lado. Diminuição de transparência do seio frontal direito.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico: + 10.
OBS. 9 - V. M. 17 anos, solteira, só tem pai, 3 irmãos vivos e com saude. E' a última filha.
Anamnese : Há dois anos que sofre do nariz. Não sente mau cheiro nem as pessoas da família se queixam. Veiu á clínica porque sentia obstrução nasal. Olfato bom.
Operada: 15-12-40. Paciente excessivamente nervosa, porem conseguimos operá-la com certa dificuldade.
Exame: Comparece assiduamente ao serviço, e, tem sempre uma queixa s fazer.
Epicrise. Continua ainda a se queixar do nariz entupido. Mucosa nasal de bom aspeto. Deposito de catarro no meato inferior e no nasofaringe. Resultado regular.
Exame Radiológico : Opacidade do seio frontal direito. Diminuição da transparência do seio frontal esquerdo. Imagem opaca de bordos arredondados no seio maxilar esquerdo, com característica de polipo. Hipertrofia dos cornetos. Desvio do septo nasal para a direita, espessamento da mucosa do seio frontal esquerdo e polipo do seio maxilar esquerdo.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico: +19,4%.
NOTA. - Pelo exame rinológico a paciente era portadora de um atrofia nasal posterior característica da r. a. f. O ato cirúrgico, não nos revelou o que a radiografia descreve.
OBS. 10 - S. F. 18 anos, pais vivos com saude.
Anamnese : Não há essa moléstia na família. Há três anos está doente, atribuindo a doença a um resfriado que não conseguiu curar. Queixa-se de corrimento sanguinolento pelo nariz.
Exame nasal: Tem bom olfato, o estado da mucosa é bom. Atrofia ligeira, principalmente na porção posterior de ambos os lados. Catarro aderente ao nasolaringe.
Operada: 11-9-39. Ato cirúrgico sem acidentes.
Exame: Tem sido observada frequentemente.
Epicrise : Resultado ótimo.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico. -13.
OBs. 11 - A. A. 18 anos, branca, solteira, domiciliada em S. Paulo.
Anamnese : A moléstia teve início há 5 anos, com constipações frequentes, saindo então pelo nariz, grande quantidade de líquido. Após algum tempo, apareceu mau cheiro, com crostas verdes, fétidas. Desde então frequentou a clínica da S. Casa, não dando resultado o tratamento paliativo. Ninguem da família tem moléstia do nariz.
Exame nasal : Ao exame externo, nota-se o achatamento do dorso do nariz. Pela rinoscopia anterior, luz nasal muito aumentada em ambos os lados.
Crostas esverdeadas no septo e cornetos, na parte superior. Mucosa empalidecida. Atrofia generalisada dos cornetos inferiores, mais acentuada na porção posterior. Olfato diminuido.
Operada : 20-1-1923. (Drs. Moreira e P. Saes). - Edema pouco pronunciado. Ponto retirado cerca de 60 dias após.
Exame : Sinéquia à esquerda, boa; à direita nula. Mobilização boa à esquerda, à direita nula. Crostas abundantes na fossa nasal direita. Ficou boa da esquerda. Esta doente é uma hipotireoideana, apresentando grande deficiência cicatricial. Como vemos acima, a operação deu o resultado desejado na fossa nasal esquerda, não acontecendo o mesmo com a direita. Nesta não houve melhora alguma, naturalmente devido a algum defeito de técnica, não tendo havido nem mesmo mobilização da parede externa. Atribuimos este fato ao cansaço do operador, perante a dificuldade de agir, em tecido que não tinha mais a elasticidade normal. Em vista desse resultado nulo do lado direito, foi a doente nesse lado submetida à nova operação em fins de Junho. Nova abertura do seio maxilar, curetagem, mobilização da parede e forte tamponamento do seio. Após 8 dias, ao ser retirado a gaze, produziu-se grande hemorragia do antro, obrigando a novo tamponamento, não só deste último, como tambem da cavidade nasal. Isto tornou-se necessário, embora fosse prejudicar o resultado operatório. Apezar disso, em seguida a esta segunda operação, a doente sentiu-se melhor do que anteriormente, saindo do nariz muito menos crostas.
Exame nasal: 16-12-1923. Fossa nasal esquerda : mobilização boa com formação de sinéquia na parte posterior; mucosa bem vascularisada, de aspeto normal; ausência de crostas. Fossa nasal direita: cavidade muito ampla, cornetos ainda atroficos, sinéquia muito pequena, insuficiente, constituindo apenas uma ponte na parte posterior. Na parte anterior existem crostas secas e esverdeadas. As pessoas de sua família não percebem mais o mau cheiro. A paciente relata, que ainda saem crostas da fossa nasal esquerda, porem, diferentes das primeiras, por serem mais secas e com menos mau cheiro. Olfato perfeito
Epicrise : Este caso mostrou desde o início o resultado nulo da operação no lado direito, devido a defeito de técnica, mas tambem o bom resultado no lado bem operado. Procuramos corrigir fazendo 6 meses depois nova operação que cremos, modificaria de muito o resultado da primeira, si não houvera a ocorrencia fortuita da hemorragia, que obrigou a artifícios que prejudicaram o resultado final. Este caso serve para mostrar que o operador encontra, às vezes, em seu caminho dificuldades ocasionais, alem das da operação, com as quais não deve porem desanimar.
A doente sente-se, porem, muito melhor, não havendo mais mau cheiro, e crostas apenas em um lado. O olfato mostra-se perfeito. Podemos considerar este caso, observado 11 mezes após a operação como tendo obtido 50% de melhoras.
Reação de Wassermann : negativa.
OBS. 12 - J. K. 18 anos, branca solteira, brasileira, costureira, residente em S. Paulo.
Anamnese : Início da moléstia há 5 anos (constipações frequentes). Depois mau cheiro do nariz, percebido pelas pessoas da família. Crostas verde-amareladas, mal cheirosas. Fez tratamento paliativo na clínica da Santa Casa, sem resultado. Ninguem da família tem moléstia do nariz.
Exame nasal: Fossas nasais recobertas de crostas amarelas e com mau cheiro. Mucosa empalidecida, atrofia média dos cornetos do lado direito e atrofia grande do lado esquerdo. Olfação diminuida.
Operada : 25-9-1923. (Drs. Moreira e P. Saes). - Tempos operatórios normais, apezar da indocilidade da doente, o que dificultou enormemente a operação.
Epicrise : Examinada 3 meses após a operação, temos a volta do nariz ao aspeto quasi normal, tanto mais que não houve sinéquia, em ambos os lados, porem o nariz se mostra bem estreitado, completamente sem crostas e sem mau cheiro. Aliás, isto era provavel por se tratar de uma atrofia média. O resultado operatorio até o presente foi completo, e por isso a nossa doente se mostra profundamente grata.
Reação de Wassermann : negativa.
OBS. 13 - D. 0. 18 anos, branca, brasileira, solteira, desenhista, residente em São Paulo.
Anamnesi : Há um ano percebeu a doença. Com tratamento paliativo melhorou. Mais tarde apareceram crostas amarelas, com muito mau cheiro. Piorou nos ultimos tempos. Olfação perfeita. Ninguem da família tem moléstia do nariz.
Exame nasal: Atrofia média dos cornetos inferiores, maior na parte posterior. Crostas aderentes, mucosa nasal pálida. Mau cheiro pronunciado. Cornetos médios tambem atrofiados. Wassermann : negativo.
Operada: 18-10-1922. (Drs. Moreira e Cordeiro). - Edema acentuado. Pontos retirados 45 dias após.
Exame: 7-4-1923. Sinéquias boas, mucosa suculenta, mobilização ótima das paredes. Meato inferior esquerdo grande, onde se depositam pequenas crostas moles de facil expulsão. Desaparecimento completo do mau cheiro.
Exame: 20-12-1923. Fossa nasal direita: sinéquias boas, mucosa rósea, muito boa mobilização, nariz estreitado em toda extensão, cornetos médios e inferiores suculentos, ausência de crostas. Fossa nasal esquerda: mucosa normal, boa mobilização. Meato inferior esquerdo amplo, onde existem pequenas crostas. Cornetos inferior e médio congestionados.
A doente diz lavar este lado diariamente, saindo algumas crostas endurecidas, diferentes das da ozena. Ausência total do mau cheiro. Respiração normal. Olfação perfeita. Ausência de qualquer secreção no nasofaringe.
Epicrise : Este caso foi operado há 1 ano e 2 meses e o aspeto presente é o mesmo que logo após a operação. A única falha que desde o início se revelou, foi o meato inferior esquerdo achar-se amplo, acumulando-se aí algumas crostas. A doente diz, que lavando-se diariamente essas crostas se desprendem com facilidade. A ausência do mau cheiro é completa. A extensão do meato inferior ainda pode ser corrigida, pela luxação do corneto inferior, abaixando-o. Este caso, em que a paciente não esconde a sua satisfação, rotulamos como tendo melhoras de 80%.
OBS. 14 - A. E. - 18 anos, solteira. Pais vivos e fortes, 8 irmãos vivos. Um irmão com 12 anos tem a mesma moléstia.
Anamnese : Tem bom olfato. Há já três anos que percebeu o incômodo do nariz e, declara que a moléstia começou com hemorragia nasal.
Exame nasal: Atrofia posterior com desprendimento de crostas mal cheirosas. Mucosa dos cornetos em bom estado.Operada : 4-5-38.
Exame nasal : Ao exame, verificou-se que o aspeto da mucosa dos cornetos melhorou, continuando porem, a paciente a sentir mau cheiro quando não faz lavagens, não expelindo, porem, crostas.
Epicrise : A doente após a operação sentiu ligeiras melhoras.
Exame Radiológico : Seios da face de transparência normal. Atrofia dos cornetos.
Reação de Wassermann : negativa. Metabolismo Básico: -}-17.
OBS. 15 - E. V. 18 anos, solteira, pais vivos e fortes. 5 irmãos vivos e sadios.
Anamnese : Diz que em sua família não há essa moléstia. Sente mau cheiro assim como as pessoas da casa. Quando fica resfriada ainda aumenta o mau odor. Tem ainda bom olfato. Não sente dificuldade na respiração. Não se refere à doenças da garganta e nem dos ouvidos.
Exame nasal: Mucosa nasal em bom estado. Atrofia regular dos dois lados, porem, mais pronunciada na porção posterosuperior. Crostas numerosas, principalmente por ocasião de se assoar. Já fez tratamento por meio de vacinas, sem resultado. Operada : 13-6-39.
Exame: Tem sido examinada periodicamente.
Epicrise : A doente declara-se satisfeita com o resultado cirúrgico. Era solteira quando se operou e presentemente está casada.
Exame Radiológico : Seios da face: notamos uma diminuição de transparência do seio maxilar esquerdo e células etmoidais do mesmo lado.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico : -32,5.
OBs. 16 - L. M. 18 anos. Mãe viva. Pai morto. 6 irmãos com saude.
Anamnese : Nenhuma pessoa da família tem a doença. Há um ano mais ou menos começou a sentir mau cheiro no nariz. As pessoas extranhas não notaram nada de anormal. Sente dor de cabeça.
Exame nasal: Mucosa em bom estado. Atrofia discreta com grande quantidade de catarro nos dois lados. Crostas na porção posterosuperior em pequena quantidade. Olfato bom.
Operada : 13-6-38.
Exame : Logo depois da operação tem sido examinada constantemente. Epicrise : A paciente nada mais sentiu de anormal após a intervenção cirúrgica e diz sentir-se em ótimo estado.
Exame Radiológico : Diminuição da luminosidade da parte média do seio frontal e em ambos os seios maxilares. Atrofia dos cornetos.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico : -{- 3.
OBs. 17 - L. V. L. 18 anos, solteira. Pais vivos e sadios. Três irmãos. Um deles de 12 anos, tem corrimento nasal.
Anamnese : Há mais de 1 ano que sofre do nariz. As pessoas de casa sentem o mau cheiro e, curioso, a doente tem bom olfato e diz não sentir o próprio mau odor. Dentes tratados. Não faz menção de moléstias da boca e ouvidos.
Exame nasal: Mucosa nasal pálida; atrofia grande com crostas e catarro pelo nasofaringe, aderentes.
Operada : 1-8-39.
Exame : Tem sido examinada periodicamente.
Epicrise : Não tem mais mau cheiro. Poucas crostas. A doente sente-se bem.
Exame Radiológico : Região: Seios da face : de transparência normal.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico : + 6.
OBs. 18 - C. C. 18 anos, solteira, branca, brasileira, residente em S. Paulo.
Anamnese : Aos 7 anos teve sarampo e logo depois apareceu a doença do nariz, diz ainda ter olfato, porem colocando na narina uma gaze embebida em benzina, não conseguia distinguir o odor. Olfato portanto prejudicado. Relata que quando o nariz está cheio, respira dificilmente. As pessoas da família, queixam-se do mau cheiro. Pais vivos e sadios, 2 irmãos. E' a última filha. Não há outro caso desta moléstia na família. Tendo feito tratamento com pomadas e lavagens não obteve nenhuma melhora.
Exame nasal: Pela inspeção externa nota-se o dorso nasal ligeiramente abatido. Interiormente, atrofia enorme de ambas as fossas nasais com grande quantidade de crostas, aderentes aos cornetos. Catarro purulento nos meatos inferiores, e, no nasofaringe. Mau cheiro bastante intenso. Exame da boca dentes em mau estado. Fístula crônica do incisivo central superior direito. Anomalia da posição dos caninos superiores (erupção palatina). Mucosa bocal normal, gengivas sãs. Extração dos dois caninos anômalos. Supuração do ouvido direito quando criança. Nunca se queixou de dor de garganta.
Operada: 19-11-40. Ato cirúrgico normal.
Exame clínico: Tremores fibrilares das palpebras e da lingua. Discreta hipertrofia tireoidea. Mãos cianóticas. Pulso 94. Diagnóstico : Hipertireoidismo frusto.
Epicrise : Edema muito pronunciado das bochechas que durou cerca de 10 dias. Atualmente declara a paciente satisfeita com o resultado cirúrgico, pois ainda mesmo sendo um caso mau, até o presente pode-se considerar o resultado, como muito bom. Ausência de crostas, aproximação boa, ligeiro corrimento com mau cheiro. De novo sendo examinada já se não percebe depósito de catarro e com lavagens diárias, sente-se muito bem.
Exame Radiológico : Atrofia dos cornetos. Opacidade do seio maxilar direito. Reação de osteite das paredes nasais dos seios maxilares. Aplasia dos seios frontais.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico: + 16.
OBS. 19 - L. D. 19 anos, branca, solteira, hespanhola, serviços domésticos, domiciliada nesta Capital.
Anamnese : Doente há 6 anos. Em início, catarro abundante, depois mau cheiro, percebido pela família e não notado pela doente. Ultimamente crostas verdes numerosas. Nunca fez tratamento. Pessoa alguma da família tem afecção do nariz.
Exame nasal: Nariz ligeiramente achatado, em sela. Cavidades amplas com mucosa muito empalidecida. Cornetos inferiores e médias de ambos os lados apresentam atrofia muito pronunciada. Crostas aderentes às paredes. Anosmia completa.
Operada: 28-5-1923. (Drs. Moreira e P. Saes).
Epicrise : Como vemos, este é um dos poucos casos em que, pelo menos até o presente, o processo cirúrgico não trouxe, seja a cura fisiológica, seja uma grande melhora nos sintomas da rinite atrófica.
E ainda neste caso não podemos condenar o processo cirúrgico, pois absolutamente não pode ser praticado aqui a técnica rigorosa, que em alguns tempos se torna necessária: ainda bem nos lembramos deste caso, a operação seja por uma hiperestesia individual, seja por falha de anestesia ou do anestésico, seja o que é mais provavel por arteirice comum nos hespanhoes, o fato é que a indocilidade da doente com suas choramingas, com suas movimentações, prejudicou o resultado final, que, como vimos foi nulo em um lado, e de ligeira melhora no outro. O mau cheiro permanece e as crostas tambem, por não ter sido possivel nem sequer mobilisar as paredes e a passagem do fio ter sido grandemente prejudicada. Esta doente foi operada há 7 meses.
Reação de Wassermann : negativa.
OBs. 20 - A. S. P. 19 anos, branca, solteira, brasileira, doméstica, residente em S. Paulo.
Anamnese : Doente há anos. Início com catarro amarelado, depois crostas verdes, fétidas. Fez tratamento sem resultado.
Exame nasal: Atrofia média dos cornetos inferiores; na parte posterior é pronunciada, havendo depósito de crostas esverdeadas. Olfação diminuida. Wassermann : negativo.
Operada : 8-11-1922. (Drs. Moreira e Cordeiro). Ponto retirado 48 dias após.
Exame : Sinéquias boas, mobilização ótima. Desaparecimento de crostas e fetidez. Mucosas túrgidas. Olfação recuperada.
Exame: 29-12-1923. Fossa nasal direita: sinéquia boa, mobilização ótima, mucosa vascularisada, ausência de crostas. Fossa nasal esquerda: boa sinéquia, posterior, cavidade estreitada, mucosa suculenta, ausência de crostas. Olfação recuperada. Ninguem nota o mínimo mau cheiro. A doente respira normalmente. Faringe sem secreção de espécie alguma. Aboliu lavagens nasais. A paciente está satisfeita, com o resultado obtido.
Epicrise : Este caso operado há um ano e um mês apresenta-se em ótimas condições. Sinéquias de ambos os lados boas, desaparecimento completo de crostas e mau cheiro, mucosa transformada, respiração normal.
OBs. 21 - D. D. 19 anos, branca, brasileira, casada, residente em S. Paulo.
Anamnese : Há 6 anos sentiu dificuldade em respirar, tendo tido várias sufocações. Mais tarde corrimento nasal, e depois crostas verdes. Mau odor. Tratamento sem resultado. Ninguem da família tem moléstia do nariz.
Exame nasal: Crostas amarelas na parte posterior, com mau cheiro. Mucosa pálida, atrofia média dos cornetos inferiores e médios, notadamente na parte posterior. Olfação abolida. Wassermann (positivo).
Operada: 14-1,2-1922. (Drs. Moreira e Saes). Ponto retirado 60 dias após.
Exame: 6-4-1923. Sinéquia sofrivel à esquerda, nula à direita. Mobilização à esquerda ótima, à direita regular. Mucosa suculenta. Meato inferior à esquerda, pequeno, à direita, grande. Secreção catarral à direita. Nem crostas, nem mau cheiro. Regeneração do olfato. Aconselhado tratamento antiluético.
Exame: Lado direito : mobilização média, mucosa suculenta, ausência de sinéquia, estando ampla ainda a cavidade. Ausência de crostas. Lado esquerdo mobilização ótima ; formação de sinequia, corneto turgescente. Ausência de crostas e mau cheiro. Olfação melhorada.
Epicrise : Embora não se tivesse formado sinéquia, do lado direito, e a mobilização não tivesse sido tão grande quanto do lado esquerdo, pois diminuiu de 60%, a capacidade nasal, os resultados nesta doente são bons, porque desapareceram as crostas e o mau cheiro. O aspeto do nariz lembra nariz normal, do lado esquerdo onde a mobilização foi muito boa. Operada há um ano. Resultado satisfatório.
OBs. 22 - M. M. T. 20 anos, viuva, brasileira, branca, doméstica, domiciliada em S. Paulo.
Anamnese : Doente há 4 anos, saindo muito muco. Crostas verdes, ha 3 anos ; mau cheiro percebido pelas pessoas da família, e não pela doente. Duas pessoas da família teem essa afecção. Nunca fez tratamento, apenas, lavagens caseiras.
Exame nasal: crostas verdes aderentes às paredes nasais. Cavidades amplas. Pela retirada das crostas, mucosa palida ; atrofia média dos cornetos, quasi só na porção posterior. Olfação prejudicada.
Operada : 31-7-1923 (Drs. Moreira e P. Saes).
Epicrise : Este caso, operado há 5 meses, mostra um bom resultado do processo. O estreitamento das fossas nasais foi tão grande, que a doente diz ainda sentir uma insuficiência respiratória. As concreções moles, que se formam no meato inferior esquerdo, são facilmente eliminadas e poderão talvez desaparecer se for tentada a luxação externa do corneto inferior. Apezar deste senão, podemos considerar, e a doente confirma, a nossa maneira de pensar, que o resultado da operação foi satisfatório.
Reação de Wassermann : negativa.
OBs. 23 - J. S. R. 20 anos, branca, brasileira, solteira, domestica, residente em Penapolis.
Anamnese : Doente há 4 anos, com rinite. Algum tempo depois, mau cheiro, percebido pela família e pela doente. Saida de crostas numerosas. Fez tratamento paliativo sem resultado. Ninguem da família sofre do nariz. Perdeu completamente o olfato.
Exame nasal: Cavidades muito amplas, mucosa empalidecida, atrofia grande dos cornetos médios e inferiores, crostas aderentes às paredes. Parede posterior do faringe, visivel. Faringite seca.
Operada: 27-6-23. (Drs. Moreira e P. Saes).
Epicrise : Não tendo sido possivel examinar recentemente este caso, recebemos as informações sobre o seu estado, as quais são ótimas; não se formam mais crostas, o mau cheiro não é percebido, e melhorou a olfação. Faz lavagens de 3 em 3 dias. O resultado obtido pode ser considerado, pois, completo. A operação foi feita há 5 meses e meio.
Reação de Wassermann : negativa.
OBs. 24 - I. S. 20 anos. Só tem mãe, pai morto de tuberculose, 5 irmãos vivos e sadios.
Anamnese : E' desconhecida na família esta entidade morbida sendo a paciente á unica portadora da moléstia. Já há mais de 1 ano que percebeu um catarro constante no nariz, com mau cheiro. Já fez vários tratamentos sem resultado.
Exame nasal: Atrofia nasal mais pronunciada para a direita com depósito de crostas nos meatos inferior e médio. Não sente o mau cheiro no nariz presentemente. Não tem olfato. Mucosa nasal em bom estado.
Operada : 8-5-40. Tempos operatórios normais, permaneceu no hospital 3 dias.
Exame : Continua frequentando a clínica para tratamento posoperatório.
Epicrise : Pela rinoscopia nota-se aproximação perfeita das paredes antrais ao septo. Ausência de crostas. Ligeiro corrimento muco-purulento, sem mau cheiro. Em 21-5-90. foi novamente observada tendo desaparecido o mau cheiro, persistindo entretanto a rinorréia. Resultado ótimo.
Exame Radiologico : Ligeira opacidade do seio maxilar direito. Espessamento da mucosa do seio esquerdo. . Outras cavidades acessórias de transparência normal.
Reação de Wassermann : negativa. Metabolismo Básico : +41.
OBs. 25 - A. S. 20 anos, casada, parda, brasileira, residente nesta Capital.
Anamnese : Aos 18 anos foi a um médico especialista, e este disse-lhe que tinha ozena, Já sentia o mau cheiro, atribuindo-o porem aos maus dentes. Sentia fortes dores de cabeça quando o nariz se enchia de crostas, expelindo-as a cefaléia melhorava. Olfato bastante prejudicado, não sentindo o próprio mau cheiro, o que não acontece com as pessoas de casa, que varias vezes teem-lhe chamado a atenção. O marido não ignorava a moléstia de sua esposa.
Pais vivos com saude, tem duas irmãs; é a segunda filha. Não há esta moléstia na família.
Exame da boca : Dentes bons, tratados. Sempre que se resfria tem dor de garganta. Mucosa bocal normal.
Exame dos ouvidos: Teve quando criança: otite média supurada direita, que cedeu com tratamento.
Exame do nariz: Conformação externa normal. Pela rinoscopia : atrofia bem acentuada de ambas as fossas nasais, mucosa anemiada. Crostas aderentes aos meatos e á faringe.
Operada: 19-12-40. Ato cirúrgico: seio maxilar esquerdo de dimensões normais, com mucosa levemente atrofiada ; seio maxilar direito de tamanho muito reduzido, com paredes ósseas grossas, sendo necessário desgastar a parede externa para aumentar a cavidade, tendo-se penetrado no tecido mole justaposto. A paciente fez algumas reclamações no fim da operação.
Exame posoperatório : Tem a observanda vindo a clínica constantemente, e verificamos assim a melhora obtida. Sendo um caso mau, conseguimos, mesmo assim, melhorar grandemente o estado da paciente, que se confessa satisfeita.
Epicrise : Pelo diminuto lapso de tempo decorrido, não se pode ajuizar ainda a melhora definitiva, no entanto apesar de se tratar de um caso mau, já se notam resultados satisfatórios, como a própria doente declara. Exame Radiológico : Opacidade intensa de ambos os seios maxilares. Opacidade do seio frontal esquerdo.
Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico: + 3,4.
OBs. 26 - O. A. 20 anos, solteira, brasileira, branca, residente em Santo André.
Anamnese : Há tempos percebeu a moléstia. Sente o próprio mau cheiro, pois ainda conserva o olfato, as pessoas de casa nada notam. Pais vivos e sadios. Na família não existe esta moléstia. Tem 4 irmãos, é a terceira filha.
Exame da boca: Amígdalas atrofiadas, jamais se queixou de dor de garganta. Dentes regulares, tratados, gengivas normais.
Exame dos ouvidos : Nada digno de nota.
Exame nasal: Conformação externa, normal. Interiormente nota-se uma grande atrofia da fossa nasal esquerda com crostas aderentes aos cornetos inferiores e médio. Desvio do septo para a direita, onde se observa catarro espesso nos meatos.
Operada : 18-10-40. A paciente ficou hospitalizada até 22-10-40. Ligeiro edema da bochecha esquerda.
Exame clínico : Nervosismo, tremores das pálpebras e da língua. Pulso 80. Não há sinais clínicos de hipertireoidismo.
Epicrise : Semanalmente a enferma vem à clínica onde tem sido examinada. Do lado esquerdo, onde a atrofia era mais pronunciada, permanece ainda um catarro grosso, que é facilmente eliminado com lavagens.
Passageira nevralgia da face esquerda, que está cedendo com a aplicação de compressas quentes. A paciente está muito satisfeita com o resultado operatório
Exame Radiológico : Ligeira diminuição da transparência de ambos os seios maxilares. Atrofia dos cornetos. Espessamento da mucosa dos seios frontais.
Reação de Wassermann : negativa. Metabolismo Básico: -I- 18,4.
OBs. 27 - A. L. 20 anos, solteira, brasileira, residente em S. Paulo.
Anamnese : Sempre que se resfria tem dor de garganta e de cabeça. Respira bem as vezes, está quasi sempre com o nariz tapado, quando se assoa fortemente fica com a respiração livre. Percebe o mau cheiro do nariz, assim como as pessoas de casa. Pais vivos e com saude, tem 6 irmãos, é a quarta filha. E' desconhecida na família esta moléstia. Tem ainda bom olfato.
Exame da boca : Amígdalas atrofiadas, dentes bons, tratados.
Exame dos ouvidos: Nada de anormal.
Exame nasal: Atrofia mais pronunciada da fossa nasal direita na porção posterosuperior. Cornetos inferiores reduzidos. Mucosa em estado regular. Depósito de catarro espesso e mal cheiroso nos meatos inferiores.
Operada : 25-9-40.
Exame clínico : Tremores das pálpebras, mãos frias e suarentas, nervosismo. Pulso 80. Epicrise : Tendo decorrido normalmente o ato operatorio, a mobilização foi bem executada, obtendo-se por isso um bom resultado. Não houve edema das bochechas, e presentemente, apenas se nota ligeiro corrimento nasal, sem mau cheiro. Faz apenas uma lavagem. A doente está muito satisfeita.
Exame Radiológico : Atrofia dos cornetos. Opacidade do seio maxilar esquerdo. Osteite das paredes dos seios maxilares. Sinais radiológicos de rinite atrófica simples. Reação de Wassermann : negativa.
Metabolismo Básico: +52,3.
OBs. 28 - E. R. 21 anos, solteira, pai morto de cancer do laringe. Cinco irmãos. E' a quarta filha.
Anamnese : E' na família a finita portadora dessa entidade mórbida. Não se lembra do início da moléstia. Veiu à clínica por causa de obstrução nasal e dor de cabeça. Amígdalas hipertrofiadas. Amigdalites constantes e febris. Sente o mau cheiro. Olfação normal.
Exame nasal: Desvio do septo para a esquerda. Atrofia posterior, principalmente à direita, com crostas e catarro no meato inferior e no nasofaringe. Mucosa em bom estado.
Operada: 11-5-40. A paciente portou-se bem, tendo o ato operatório decorrido normalmente.
Exame: Continua a frequentar o serviço, assiduamente, onde tem sido observada.
Epicrise : A dor de cabeça desapareceu, sentindo-se a doente muito satisfeita. Resultado ótimo.
Exame Radiológico : Seios da face de transparência normal.
Metabolismo Básico : + 14.
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