ISSN 1806-9312  
Domingo, 28 de Abril de 2024
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784 - Vol. 6 / Edição 6 / Período: Novembro - Dezembro de 1938
Seção: Associações Científicas Páginas: 481 a 483
ASSOCIAÇÕES CIENTIFICAS
Autor(es):
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SECÇÃO DE OTO-RINO-LARINGOLOGIA DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

Reunião de 18 de julho de 1938

Presidida pelo dr. Mangabeira Albernaz, secretariada pelos Drs. Camargo Penteado e Angelo Mazza, realizou-se, no dia 18 de julho de 1938, uma reunião da Secção de Oto-rino-laringologia da Associação Paulista de Medicina.

Expediente: - Foi lido um oficio da Sociedade de Oto-rino-laringologia do Rio de Janeiro, comunicando a escolha do tema a ser apresentado ao 1.º Congresso -Brasileiro de O.R.L. e o seu respetivo relator. O Dr. David de Sanson foi o indicado e relatará sobre as "Septicemias otogenas". O sr. presidente, dr. Mangabeira Albernaz, teceu comentarios sobre o congresso, terminando por pedir aos colegas que pretendem se inscrever que o façam logo, pois as inscrições se encerrarão no dia 31 deste mês. Comunicou, tambem, que no dia 19, ás 9 horas da manhã, seria inaugurada a clinica de Oto-rino-laringologia da Escola Paulista de Medicina, convidando os presentes a comparecerem a esse áto.

Ordem do dia:

PARALISIA DO RECORRENTE DE NATUREZA INDETERMINADA (Sobre alguns pontos controvertidos) - Dr. Roberto Oliva.

Antes de apresentar suas observações, em numero de cinco, o A. estuda certos pontos de anatomia, fisiologia e patologia da laringe. O comportamento dos nervos espinhal e vago, foi exposto de acordo com a opinião de Vannucci, Molhant e outros, que consideram esses nervos como formando um tronco unico já ao nivel do buraco jugular. Aceita como mixta a funcção do pneumogastrico, bem como mixto, igualmente o recorrente, em geral considerado como essencialmente motor. Estuda as perturbações observadas na laringe em seguida a lesões do feixe cortico-bulbar e perifericas, mostrando a dificuldade em se esclarecer, em muitos casos, o factor etiopatogenico dos sindromes observados. Relatou, a seguir, seus 5 casos, nos quais a natureza da paralisia não se tornou precisa. Outro fáto que reputa interesante e que tem sido notado por outros AA., é a preferencia da corda esquerda em ser lesada. Não ha, tambem, para isso, explicação cabal.

Comentarios:

Dr. Mangabeira Albernaz: Sobre a fisiologia e patologia dos nervos craneanos tem a impressão de que nada se pode acrescentar ao que escreveu Claude Bernard em seu conhecido livro. Não podemos admitir uma fisiologia do vago e uma do espinhal como aceita a escola de Louvain, meramente convencional, apenas didática, mas não cientifica. Quanto á causa das paralisias, é outro problema dificil de se resolver, pois é sabido que a secção do glosso faringeo nada influe sobre a motricidade do constrictor superior. Quando no meu caso de Longhi-Avelis admiti uma osteite do buraco jugular, foi uma mera hipotese, pois os nervos não são comprimidos todos da mesma maneira, uns mais do que os outros. O trabalho do A. tem um grande valor, pois focaliza questões basicas mas não acreditamos até o momento presente que se possa acrescentar uma só linha sobre o que conhecemos da fisiologia dos nervos craneanos.

Dr. Oliva: Si admitirmos a lesão do espinhal no buraco lacero, o nervo seria atingido em seus 2 ramos e já não teriamos o Longhi-Avelis mas sim o Schmidt. Por isso não concordamos com a opinião do sr. presidente embora a respeitemos, da localização alta da lesão.

CASUISTICA DO SINDROME DE RAMSAY-HUNT (1) - Drs. Angelo Mazza e J. E. Rezende Barboza.

O sr. presidente: agradeceu aos AA. a excelente comunicação e disse que em vista do adiantado da hora, deveria suspender a reunião, mas como o trabalho de sua autoria já se acha inscrito desde maio, leu apenas o resumo que se segue, ficando o trabalho na integra á disposição dos interessados, assim como tambem será logo publicado.

O POLIPO DE KILLIAN NA CRINAÇA (2) - Dr. Mangabeira Albernaz.

O polipo de Killian, polipo coanal solitario, polipo antrocoanal é uma formação edematosa que tem quasi sempre por ponto de origem o seio maxilar. É, em uma analise, um polipo do seio que passa para a fossa nasal, e conforme o grau de desenvolvimento, pode chegar até o laringe. Só se observa nas sinusites de tipo catarral edematoso, e nunca nas purulentas. Em geral aberto o seio, este contem outros polipos, além do que passou para a fossa nasal, sempre unica. A migração é atribuida a varias causas, mas a capital é a amplitude exagerada do ostio maxilar principal ou do ostiolo de Giraldes. O assoar-se, o escarrar, os movimentos respiratorios, agem como causas coadjuvantes. O polipo nasal é muito raro na criança. Beco em 30 mil pacientes observou 4 casos; o A. em mais de 8 mil doentes, encontrou 6 casos. Mas o polipo da criança é quasi sempre do tipo solitario (Beco 3 casos em 4, o A. 4 casos em 6). Nesses casos o antro é muito desenvolvido. São estudados e discutidos, o ponto de inserção, a causa, o diagnostico e tratamento do polipo de Killian. Por fim, expostas as 4 observações, 2 em crianças de 12 e 2 em crianças de 13 anos. Um dos polipos chegava á orofaringe.

Em seguida foi encerrada a reunião.




(1) Trabalho publicado na REVISTA OTO-LARINGOLOGICA DE S. PAULO, Vol VI - n.º 6 - Novembro-Dezembro de 1938.
(2) Trabalho publicado na REVISTA OTO-LARINGOLOGICA DE S. PAULO, Vol VI - n.º 5 - Setembro-Outubro de 1938.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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