PROFESSOR JUAN MANUEL TATO
A Revista Brasileira de O.R.L. felicita, com grande satisfação, o Dr. Juan Manuel Tato pela sua indicação, após concurso recentemente realisado, para professor adjunto de Oto-rino-laringologia da Faculdade de Ciencias Medicas de BuenosAires.
Esse fato constitue motivo de jubilo para todos especialistas brasileiros, de norte ao sul do País, pois tiveram sempre em Tato um grande amigo e cooperados. Por diversas vezes os nossos meios científicos e especialisados foram visitados e honrados com a pessoa do insigne professor, o qual sempre contribuiu para difusão de nossa especialidade, não furtando ao trabalho de, nessas ocasiões, executar demonstrações práticas com sua técnica acurada e toda própria, como pronunciar conferências sobre assuntos sempre em foco.
No Brasil, o jovem professor dispensa apresentações, pois, alem de ser figura familiar, seu inesgotavel labor científico é conhecido e acompanhado por todos especialistas brasileiros.
A carreira de Tato é assinalada pela sua capacidade de trabalho que se destaca sobremaneira, não só em razão de sua copiosa e valiosa produção cientifica, como, tambem, pelas suas atividades didaticas, organisando, constantemente; cursos especialisados teórico-praticos. De outro lado devemos assinalar que a personalidade de Juan Manuel Tato se impõe como um incentivo às gerações jovens, pois formado em 1927, conseguiu o título de livre docente em 1938, e agora, em 1941, seus esforços são premiados com o título de professor adjunto.
Cumprimentando mais uma vez o Prof. Tato pela sua brilhante atuação no cenário oto-rino-laringológico latino-americano, culminado agora com o título de professor adjunto da Faculdade de Ciencias Medicas de Buenos-Aires, a Revista Brasileira de O.R.L. formula os seus sinceros votos de um futuro ainda mais brilhante.
PROFESSOR RENATO SEGRE
Em fins de outubro deste ano esteve em visita aos centros científicos de S. Paulo, Campinas e Rio de Janeiro o Prof. Renato Segre, ilustre especialista de Turim, ora em visita à America Latina. O jovem e competente professor Italiano, figura de destaque nos meios científicos europeus,foi acolhido pelos Oto-rino-laringologistas nacionais e nossas sociedades cientificas. Em S. Paulo, onde se demorou por alguns dias, o Prof. Segre, a convite da Sociedade de Medicina e Cirurgia de S. Paulo, pronunciou as seguintes conferências:
Outubro 29 - (Ambul. Conde de Lara da Sta. Casa) - Aplicação à clinica das noções modernas da fisiologia do ouvido e da eletroacustica.
Outubro 30 - (Ambul. Conde de Lara da Sta. Casa) - Os metodos modernos de audiometria.
Outubro 31 - (Ambul. Conde de Lara da Sta. Casa) - Surdez progressiva. Progressos e resultados da cura médica e das proteses auriculares.
Novembro 1 - (Sanatório Esperança) - Disturbios funcionais da palavra.
Espírito brilhante, profundo conhecedor da matéria e dotado de uma capacidade de síntese rara, o Prof. Segre a todos encantou com suas estupendas conferências.
Os oto-rino-laringologistas de S. Paulo o homenagearam, a 1 de novembro, com um almoço no Automovel Club, sendo saudado pelo Dr. Mario Ottoni de Rezende, ao qual o homenageado respondeu em seguida.
Depois de visitar os serviços da especialidade de Campinas, o Prof. Segre dirigiu-se para o Rio de Janeiro onde foi recebido pelos colegas cariocas, tendo ocasião de pronunciar algumas conferências em suas Sociedades Médicas.
Em sua rapida passagem pelo solo brasileiro o ilustre e jovem professor Italiano cativou-nos com sua simpatia, seu cabedal cientifico e dotes impares de didata e pesquizador.
PRÊMIO OSCAR DE SOUZA
Num preito à memória desse grande professor, de Fisiologia, instituiu a Academia Nacional de Medicina dois prêmios a serem distribuidos na sua festa aniversária de 1942.
Tais prêmios - o primeiro de 2:000$000 e o segundo de 1:000$000 - são de iniciativa do Instituto Terapêutico Orlando Rangel e se destina aos melhores trabalhos sobre "Aplicações à Medicina do Indice de Oxidase".
A técnica para a determinação do Indice está ao alcance de qualquer iniciado em hematologia e se encontra descrita na comunicação Indice de Oxidase - Resultado de 334 determinações, apresentada por Paulo Seabra na sessão de 1 7 de Novembro de 1938, da Academia Nacional de Medicina, e publicada no N.° 9, Ano 111, do respectivo Boletim, bem como em o N.° 11-12, de 1939, da Revista Syniatrica.
Dispõe o Instituto Terapêutico Orlando Rangel de alguns exemplares dessa Revista, que de bom grado fornecerá aos que desejarem concorrer ao prêmio bem como as fichas para levantamento do Indice.
De acôrdo com o regulamento da Academia Nacional de Medicina, as memórias concorrentes ao premio devem ser entregues em sua Secretaria até 30 de Abril de 1942, dactilografadas e sob pseudônimo, acompanhadas de sobrecarta fechada contendo o verdadeiro nome do autor ou autores.
A propósito deste assunto, no expediente da sessão de 6 de Novembro da Academia Nacional de Medicina, fez o Sr. Paulo Seabra as seguintes considerações:
"Estando instituido, nesta Academia o Prêmio Oscar de Souza para os melhores trabalhos sobre "Aplicações à Medicina do Indice de Oxidase", tenho recebido várias consultas sobre a determinação dêsse Indice.
"Considerei interessante respondê-las desta tribuna, para que a minha descrição inicial haja sido suficientemente clara.
"Assim, por exemplo, fui consultado se a fucsina a usar deve ser ácida, neutra ou básica, e, embora no trabalho faça alusão ao emprego de corantes básicos, respondo que se deve empregar fucsina básica.
"Na fixação em vapores de formol, não se faz mistér aquecê-lo. E' como se os vapores empregados fôssem de éter ou de amônia. Realiza-se facilmente essa fixação, colocando-se as lâminas encostadas verticalmente nas paredes de um desecador, que encerra um pequeno copo com soluto de formalina a 30% durante 10 minutos.
"Outro ponto a esclarecer é que os esfregaços devem ser bem finos, mas, quando assim não aconteça, só deverão ser aproveitadas para a contagem as partes delgadas, em que os espaços interglobulares se apresentam incolores, pois, do contrário, a coloração do fundo reforça indevidamente a cor das granulacões oxidásicas.
"De outra feita não era conseguida a coloração, mas o a-naftol empregado estava completamente deteriorado, negro, quando sua cor normal é branco ou levemente rósea.
"Verifiquei que um laboratorista estava obtendo índices muito elevados e, examinando as fichas, observei anotados apenas os granulócitos, quando no texto e nos exemplos do meu trabalho se observa que se anotavam na ficha 100 leucócitos, marcando-se com um traço os que não têem oxidase e com o valor respectivo os que a encerram.
"Estas as explicações que considerei de meu dever prestar".
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