ISSN 1806-9312  
Segunda, 14 de Outubro de 2024
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551 - Vol. 5 / Edição 1 / Período: Janeiro - Fevereiro de 1937
Seção: Progressos da O. R. L. Páginas: 49 a 50
TUBERCULOSE DO OUVIDO MÉDIO
Autor(es):
N. RH. BLEGVAD (Copenhagen) (*)

O A. foi chefe do serviço de laringologia do Hospital Oresund, contra a tuberculose de 1916 á 1935. Neste período tratou, mais ou menos, 1800 casos de tuberculose da laringe e 153 casos de tuberculose do ouvido médio. Os tratados referem-se a quase impossibilidade de se fazer o diagnostico de uma tuberculose inicial do ouvido médio, este fato, diz o A., não está de acordo com sua experiência, pois que ele afirma a existência de uma imagem extremamente típica da lesão tuberculosa do ouvido neste período. O que é característico é uma grande "infiltração da membrana timpânica" que, em pouco tempo faz desaparecer todos os detalhes. Ainda mais, uma "estranha coloração vermelho amarelado" acompanhada de "bombeamento" da parte posterior do tímpano e, mais tarde da parte anterior, e, sobretudo uma "grande dilatação" com sinuosidade dos vasos sanguíneos, sobretudo os radiais, exceto os do cabo do martelo. Esta dilatação vascular se mantém, no mesmo estado, por meses seguidos e é particularmente típica para a tuberculose do ouvido médio.

No decurso ulterior da afecção aparece a secreção, aparentemente de toda superfície do tímpano, cuja epiderme se macera e se reveste de uma membrana esbranquiçada, constituída, provavelmente, de fibrina. Mais tarde se produz a perfuração que poderá ser acompanhada de outras. Em alguns casos a fusão destas perfurações ocasiona a destruição total da pars tensa. Enquanto existir o tímpano, persistirá a dilatação dos vasos sanguíneos descritos, o que confirma o diagnostico. A audição é muito diminuída. Desde que a perfuração se dê uma infecção mista terá lugar. A infecção é provavelmente de origem hematogena, pois que em nenhum caso se pode demonstrar alterações tuberculosas da rinofaringe. A audição reduzida não melhora nem mesmo depois da cura da lesão.

No primeiro estádio da moléstia, a insuflação de ar, pela trompa, não produz ruídos de estertores, nem demonstra sua oclusão, e quer isto dizer que não existe exsudato no ouvido médio.

Sintomas - Algumas vezes, mas muito raramente, dores e, quando destas, terão como causa uma infecção mista precedendo, imediatamente, a perfuração. Mais comumente: surdez, impressão de obstrução, às vezes, zoada.

Tratamento - Banhos de luz pela lâmpada a arco (Finsen) ou pela lâmpada de quartzo. O cateterismo não produz efeito. É preciso evitar-se a parassíntese, tendo em vista a infecção mista.

Prognostico - Não é completamente mal 20 curas sem perfuração, 25 curas com perfuração seca ou formação de crostas, 13 casos de cicatrização.

M. O. R.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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