LEONARD B. GUNTHER, WILBUR J. GOULD e ROBERT C. BATTERMAN - Ação da Dramamine (Dimenhvdrinate) e outras drogas sobre a função vestibular. (Arcl. Otolaringl. Março 1951).
Os AA. procuraram verificar se a Dramamine, administrada nos casos de vertigens provocadas por viagens em aviões, navios, sindrome Menière ou nos casos de reações vestibulares devido a operações no labirinto, - tinha tambem ação sobre o labirinto de individuos normais.
Foram tomadas como provas básicas para o estudo, a reação de Atkinson ou micro-reação calorica, que foi realizada do modo seguinte: a cabeça do paciente colocada de lado, com o ouvido a ser sujeito à prova, para cima; instilou-se 2 cc. de agua gelada e esperou-se aparecer o nistagmo, quando então se colocou a cabeça em posição normal, deixando sair a agua, medindo-se o tempo de latencia, duração do nistagmo, e enfim a intensidade da reação.
Foras, feitas provas de controle e provas depois da administração da Dramamine. Foi feita a prova galvanica, porem medindo a intensidade da corrente para produzir a reação.
Os AA. examinaram 19 pacientes e os resultados foram os seguintes: a Dramamine produziu uma diminuição apreciavel da excitabilidade vestibular por: aumento do tempo de latencia, diminuição ou encurtamento da duração da excitação vestibular, chegando em 2 casos a desaparecer a dita reação. Como é natural, a diminuição da excitabilidade vestibular é reversivel e desaparece logo que cessa a ação do medicamento.
H.CORDEIRO
ARAM GORIG - Os efeitos da dihidrostreptomicina hidroclorada e sulfato de estreptomicina no mecanismo da audição. (Ann. of Otol. Rhinol. e Laryngology. Vol. LX. Junho 1951).
O A. recolheu eis seu estudo, observações de 211 pacientes com tuberculose aguda e cronica, tratados com esses autibioticos , tendo sido feitas provas funcionais vestibulares e cocleares, para se conhecer os efeitos desses medicamentos sobre o VIII.º par crâneano, em um periodo de 2 anos e meio na maioria dos casos, o que permitiu observar a evolução dos mesmos.
Da totalidade dos casos, 61 foram submetidos à provas funcionais do labirinto, especialmente a calorica alem da audiometria. Os 150 restantes foram examinados somente sob o ponto de vista da audição, mediante audiogramas efetuados em varias vezes, e em alguns até 12 vezes. Cêrca de 31% dos pacientes mostrou uma perda de audição de 30 decibeis ou mais.
O A. chegou às seguintes conclusões:
1.º - A dihidroestreptomicina, hidroclorado ou sulfato, é um toxico para o VIII° par crâneano, especialmente no seu ramo auditivo ou coclear, quando se administra em doses de 2 a 3 gramas por dia, durante 3 ou mais meses.
2º - Sendo a estreptomicina mil medicamento de eleição nos casos de sua indicação, é necessario saber si é menos toxico para a função vestibular do que para a coclear.
3.° - A perda progressiva da audição foi manifesta nos casos em que esse medicamento foi administrado ininterruptamente.
4.° - O processo de perda da audição foi irreversivel em todos os casos, mesmo naqueles de pequena perda da audição.
R. VIDAL LAFONT - "Considerações sobre um caso de vacum sinus". (Bol. Esp. de Otorrinolarig. y Broncoesogalog. An V. 1952, N.° 1)
O A. depois de descrever o "sindrome de vacuum sinus" proposto por Sluder, e que é caracterisado por cefaleias localisadas na região orbito-frontal, que evolue por crises paroxisticas, acompanhadas às vezes de vomito, e vertigens.
De acôrdo com as teorias mais recentes, admite o A. que este sindrome de "vacuum sinus" se manifesta geralamente em individuos com perturbações vasomotoras de fundo alérgico.
Sluder aponta como causa fundamental do seu sindrome, a obstrução do canal fronto-nasal pelas seguintes causas: edema da mucosa, hipertrofia da mucosa dos cornetos medio e inferior, desvio do septo nasal ou presença de formações polipósas. Entretanto são frequentes os casos, nos quais não existem causas organicas visiveis, o que contra-indica qualquer intervenção cirurgica endonasal. Worms e Leroux Robert são de parecer que realmente predomina no quadro etiopatologico do sindrome, são fenomenos vaso-motores.
O A. apresenta o caso de um homem de 36 -anos, que há varios anos sofria, sob forma de crises paroxisticas, de fortes dores de cabeça localisadas nas regiões fronto-orbitarias, que o impediam muitas vezes das suas ocupações habituais. Usou diversos meios terapeuticos preconisados por especialistas sem conseguir melhora alguma. Pela rinoscopia anterior: Cornetos normais, com mucosa labil e de aspeto hiperemico. Ausencia de desvio de septo e de polipos. Seios paranasais apresentavam se, pela diafanoscopia e radiografia, levemente velados. Há anos, extrairam-lhe as amigdalas, mas ficaram restos. Retirados estes, o resultado foi a agravação das dores. Como já havia sido tratado por varios especialistas, resolveu o A. utilizar um metodo especial: a anestesia do gânglio estrelado. Imediatamente, o paciente sentiu visivel sensação de alivio, com desaparecimento completo das dores, e que não se manifestaram mais, após já ter transcorrido 11 meses do tratamento.
Apresenta o A. uma explicação: é admissivel que o fóco bacteriano produzido pelos restos amigdalianos, atuava como fóco alérgico e causador das crises dolorosas, devido a vaso-constrição provocada pela ação tóxica. É possivel que suprimido o fóco amigdaliano, a anestesia do gânglio estrelado tenha rompido o circulo vicioso vascular, ocasionando lama vaso-dilatação dos finos capilares da mucosa e fazendo cessar a vaso-constrição, e com ela, a anemia dos tecidos.
H. CORDEIRO
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