INTRODUÇÃONo decorrer do último século observou-se um aumento da longevidade da população, sendo que o envelhecimento demográfico é uma tendência estabelecida mundialmente.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)1, no ano de 2000 a população geral do Brasil era de 171.279.882 habitantes, sendo 13.915.357 (8,1%) de idosos. Para o ano de 2020, a estimativa da população geral é de 219.077.729, sendo a de idosos 28.321.801 (12,9%). Já para 2050 a estimativa do número de idosos equivale a 24,7% da população total.
Com o desenvolvimento da tecnologia médica, a expectativa de vida do ser humano aumentou e conseqüentemente maior é a incidência das doenças senis e problemas associados a este grupo de indivíduos2.
O processo de envelhecimento é definido como, progressivo e degenerativo, caracterizado por menor eficiência funcional, com enfraquecimento dos mecanismos de defesa; universal; intrínseco, ou seja, não é determinado por fatores ambientais, apesar de ser influenciado por eles e distinto de doenças que são muitas vezes reversíveis e não observadas igualmente em todos os idosos3.
Dentre os diversos problemas que comprometem a qualidade de vida dos idosos, os distúrbios auditivos estão entre os mais comuns, como apontam diversos estudos epidemiológicos4-8.
O termo presbiacusia refere-se à perda auditiva em conseqüência do processo de envelhecimento9. Esta perda auditiva é caracterizada pelo resultado de vários tipos de degeneração fisiológica associada a efeitos da exposição a ruído, problemas de saúde e seus tratamentos e susceptibilidade genética10.
Segundo a literatura11-15, a perda de audição no idoso é freqüentemente associada à deterioração de outros sistemas sensoriais. Pode ocorrer o efeito combinado de múltiplas deficiências com a perda auditiva como declínio do desempenho cognitivo, demência, falta de destreza manual e acuidade visual.
Alguns autores16,14,17 relatam que a deterioração da função auditiva, que acompanha o processo de envelhecimento, afeta tanto a comunicação, quanto os domínios sociais e emocionais, à medida que acarreta uma redução significativa na interação e nos contatos pessoais.
Assim, o relacionamento social do idoso é afetado pelas conseqüências incapacitantes do envelhecimento, gerando um processo de desvalorização e de diminuição da auto-estima, agravado por sua dificuldade de comunicação18.
O idoso que apresenta a queixa de diminuição da sensibilidade auditiva deve ser submetido a uma avaliação audiológica completa. Porém, é necessário ressaltar que as medidas audiométricas são insuficientes para descrever a reação do paciente em relação à perda auditiva e determinação das habilidades comunicativas na vida diária e função psicossocial19. Desta forma, os questionários de auto-avaliação são ferramentas úteis para quantificar as conseqüências emocionais e sociais/situacionais percebidas em função da perda auditiva20,7.
Ao constatar a problemática da presbiacusia e suas conseqüências na vida do idoso, percebe-se a importância do trabalho de reabilitação auditiva para minimizar os efeitos da deficiência auditiva, na população geriátrica21.
O processo de adaptação ao uso de prótese auditiva não é simples em nenhuma faixa etária, especialmente para os idosos. Isto porque geralmente os idosos requerem mais tempo para assimilar todas as etapas do processo de seleção e adaptação à amplificação, e em conseqüência, as informações devem ser apresentadas de forma gradual.
A orientação deve ser enfatizada para que o usuário entenda o funcionamento da prótese auditiva, dos seus componentes e do molde auricular, assim como o treinamento para inseri-lo e retirá-lo, troca de pilhas e manipulação dos controles22.
Dessa forma, a implantação de programas de reabilitação para o deficiente auditivo adulto é de grande importância, sendo necessário incorporá-los à rotina dos ambulatórios fonoaudiológicos. Esses programas corroboram com a política nacional do idoso, que tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, interação e participação efetiva na sociedade23.
Para ilustrar este quadro, apresenta-se alguns dados de um Serviço Público de diagnóstico de deficiência auditiva, seleção e adaptação de próteses auditivas pelo Sistema SIA-SUS (APACS).
Neste Serviço, foram protetizados 266 pacientes, no período de março a julho de 2005. Destes 120 (45 %) eram idosos, 46 (38,3%) indivíduos do gênero masculino e 74 (61,7%) do gênero feminino. Do total de idosos, 18 (15%) receberam adaptação monoaural e 102 (85%) receberam adaptação binaural, resultando em 222 próteses auditivas doadas.
Diante do exposto acima, esse trabalho tem como objetivo apresentar um programa de atendimento em grupo voltado para idosos protetizados.
MÉTODOFoi elaborado um projeto de pesquisa e extensão constando a proposta deste atendimento, sendo que o Comitê de Ética em Pesquisa de uma Instituição de Ensino Superior o aprovou sob o número de protocolo 1107/05.
Seguindo os princípios éticos e legais, os idosos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de participação do projeto, que continha informações a respeito deste programa de atendimento, como objetivo, justificativa, benefícios para os participantes e informações adicionais.
Foi realizado um estudo piloto para avaliar a viabilidade deste programa. A amostra constou de 40 idosos, sendo 15 do sexo masculino e 25 do feminino, com idades entre 60 e 90 anos (idade média de 76,3 anos) e que foram protetizados neste Serviço, por meio de concessão pelo Sistema SUS.
Os critérios de inclusão no programa foram os seguintes:
Idade mínima de 60 anos (critério estabelecido pela Organização Mundial da Saúde para países em desenvolvimento);
Disponibilidade de tempo para freqüentar os encontros após a doação das próteses auditivas;
Residir nas proximidades do Serviço (zona sul da cidade de São Paulo-SP);
Ausência de incapacidades locomotoras.
Os idosos usuários de próteses auditivas foram distribuídos em seis grupos, com no máximo oito idosos com seus respectivos familiares e/ou acompanhantes. A divisão dos idosos em grupos pequenos visou proporcionar um melhor atendimento e facilitar a interação entre os participantes.
O programa constou de três encontros quinzenais, coordenados por fonoaudiólogas do Serviço, que utilizaram recursos audiovisuais e dinâmicas de grupo para transmitir as informações e orientações necessárias aos idosos. Cada um dos encontros teve objetivos diferentes.
O primeiro encontro foi realizado uma semana após a concessão das próteses auditivas com os seguintes objetivos:
a) Apresentar cada um dos participantes do grupo;
b) Explicar a sistemática de atendimento em grupo, esclarecendo a importância da presença em todos os atendimentos e a necessidade da presença de um familiar ou uma pessoa próxima ao idoso.
c) Explicar as seguintes questões: O que é a perda auditiva? Quais são os graus de perda auditiva? Para que servem as próteses auditivas? Qual o motivo da adaptação binaural ou monoaural? Para facilitar estas explicações foram utilizadas transparências com os valores acústicos médios de freqüência e intensidade dos sons da fala do Português Brasileiro, dispostos no registro gráfico do audiograma24. Desta forma, foi possível mostrar para cada idoso como era a configuração de sua perda auditiva, evidenciando quais eram os sons audíveis sem a prótese auditiva e que sons passou a escutar após a protetização.
d) Reforçar as orientações sobre funcionamento, limpeza e manutenção da prótese auditiva.
e) Aplicar dois questionários, sendo um para ser respondido pelo próprio idoso e outro por uma pessoa de sua família e/ou acompanhante, com o objetivo de comparar a percepção do idoso e do familiar, em relação às dificuldades e benefícios quanto ao uso da prótese auditiva (Apêndice A e Apêndice B).
Os questionários foram elaborados especificamente para este estudo, sendo que os mesmos foram aplicados em grupo pelas fonoaudiólogas responsáveis, porém cada um dos idosos teve a oportunidade de expor sua opinião. Durante a aplicação do questionário, os idosos não tiveram acesso às alternativas de respostas.
Os questionários continham perguntas com alternativas de respostas e outras de resposta aberta. Para as perguntas com alternativas de respostas, a fonoaudióloga selecionou, dentre as alternativas, as que corresponderam às referidas pelos idosos. Já para as perguntas abertas, a fonoaudióloga transcreveu a resposta fornecida pelo idoso.
Ao final deste primeiro encontro, foi entregue um folheto informativo elaborado especialmente para este programa, onde as orientações foram redigidas de forma acessível e clara (Apêndice C).
O segundo encontro foi realizado 21 dias após a concessão das próteses auditivas com os objetivos listados abaixo:
a) Promover um intercâmbio de opiniões sobre o impacto da deficiência auditiva e a adaptação de próteses auditivas, na terceira idade, por meio de depoimentos das experiências com o uso das próteses, as maiores dificuldades e os benefícios vivenciados até o momento, entre outras questões.
b) Fornecer estratégias facilitadoras para a comunicação dos idosos, além da entrega de um folheto informativo ao final do encontro com diretrizes de comunicação para pessoas com deficiência auditiva25(Apêndice D).
O terceiro encontro foi realizado 35 dias após a doação das próteses auditivas com os seguintes objetivos:
a) Promover a leitura e posterior discussão de um texto sobre o isolamento social de idosos com problemas de comunicação em conseqüência da deficiência auditiva;
b) Esclarecer as possíveis dúvidas ainda presentes sobre a adaptação da prótese auditiva;
c) Aplicar um novo questionário, também elaborado especialmente para este programa, com o objetivo de avaliar a compreensão das orientações fornecidas ao longo dos atendimentos em grupo (Apêndice E).
RESULTADOS E DISCUSSÃOA maioria dos idosos participou dos encontros ativamente, expondo suas opiniões espontaneamente ou respondendo as questões quando solicitado. Todos os idosos foram orientados quanto à importância da aceitação da deficiência auditiva e sobre a necessidade de motivação para o uso das próteses auditivas22. Além disso, ouvir os depoimentos dos outros idosos pareceu facilitar a compreensão das suas próprias dificuldades e os estimulou no processo de adaptação à amplificação.
Foi observado, como na literatura26, que a criação de grupo de apoio é importante para desenvolver habilidades e confiança para interagir com outras pessoas, facilitando o processo comunicativo interpessoal.
Além disso, o fonoaudiólogo pode apresentar estratégias que facilitem a comunicação, reforçar as orientações sobre cuidados, manipulação e limpeza das próteses auditiva e/ou moldes auriculares, como também fornecer informações sobre audição.
Quanto às estratégias de comunicação, alguns autores21,27 afirmam que o uso destas facilita a compreensão de fala e manutenção do diálogo, mantendo ativo o processo de comunicação.
Com relação aos questionários, a utilização dos mesmos tem sido empregada para avaliação do benefício, uso e satisfação do indivíduo com as próteses auditivas, bem como no acompanhamento do processo de protetização20,7. Assim, foi possível avaliar o desempenho comunicativo após o processo de protetização e conhecer as impressões do próprio paciente em relação às dificuldades e benefícios experimentados em situações diárias, assim como é referenciado pela literatura28. Também foi possível ponderar a respeito do proveito do programa.
No último encontro foi discutido o isolamento social em conseqüência das dificuldades comunicativas. Um dos idosos, uma senhora de 78 anos, comentou que "...ouvia televisão muito alta e ninguém da minha família ficava na sala... parei de freqüentar o grupo da terceira idade, porque não escutava o que a coordenadora falava... não conseguia entender e conversar com os médicos durante as consultas...". O relato desta idosa evidencia de forma clara as dificuldades no âmbito social que estes idosos experenciam, fato já comentado por vários autores18,16,14,17.
CONCLUSÃOA formação de grupos facilitou a interação entre os idosos e permitiu o esclarecimento das dúvidas e as estratégias de comunicação e conseqüentemente favoreceu o processo de adaptação.
Acredita-se serem necessários mais estudos que visem pesquisar a efetividade deste tipo de proposta de atendimento, uma vez que há um crescente número de serviços cadastrados para a concessão de próteses auditivas pelo Sistema Único de Saúde e, conseqüentemente, a procura deste serviço pela população geriátrica.
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1 Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP/EPM, Fonoaudióloga do Núcleo Integrado de Atendimento, Pesquisa e Ensino em Audição da UNIFESP/EPM.
2 Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de São Paulo UNIFESP/EPM, Fonoaudióloga do NIAPEA.
3 Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP/EPM, Fonoaudióloga do NIAPEA.
4 Mestranda em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFES/EPM, Fonoaudióloga do Núcleo Integrado de Atendimento, Pesquisa e Ensino em Audição da UNIFESP/EPM, do Centro de Deficiente Auditivo, CDA. Do Hospital São Paulo e do Centro Auditivo Teuto Brasileiro.
5 Livre-docente da UNIFESP/EPM, Professora Adjunta do Departamento de Fonoaudiologia da UNIFESP/EPM.
6 Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP/EPM, Professora adjunta do Departamento de Fonoaudiologia da UNIFESP/EPM.
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Núcleo Integrado de Atendimento, Pesquisa e Ensino em Audição (NIAPEA).
Endereço para correspondência: Eliara Pinto Vieira - Rua Borges Lagoa 512 apto. 92 B 04038-000 Vl. Clementino São Paulo SP.
Tel.: (0xx11) 5084-4548 - E-mail eliarapv@yahoo.com.br
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBORL em 11 de agosto de 2006. cod. 3335.
Artigo aceito em 5 de março de 2007.