ISSN 1806-9312  
Sábado, 23 de Novembro de 2024
Listagem dos arquivos selecionados para impressão:
Imprimir:
2866 - Vol. 38 / Edição 2 / Período: Maio - Agosto de 1972
Seção: Artigos Originais Páginas: 195 a 196
TESTES VESTIBULARES E AUDIOLÓGICOS NO "DIABETE MELLITUS"
Autor(es):
Luiz Pereira Barreto Sobrinho*,
Rodrigo de Souza Spinola**,
J. L. Alonso Nieto***,
Angelo Rogers Bellini****

Os autores examinaram 30 (trinta) pacientes internados no Serviço de Endocrinologia variando a idade destes entre 40 anos e 75 anos. Foram realizados o estudo do equilíbrio, pesquisa do nistagmo espontâneo e de posição, provas vestíbulo-cerebelares (diadococinesia, tremor intencional, etc.) e o calorígrama tendo sido usado a técnica de Hallpike, isto é, o estímulo labiríntico foi feito com água a 30.0 C introduzindo-se em cada ouvido a quantidade de 250 mil de água durante 40 segundos e o mesmo se fazendo com relação a água quente na temperatura de 44.0 C. 0 intervalo de 6 minutos entre uma irrigação e outra foi rigorosamente observado. Os registros foram feitos através do eletronistagmógrafo da Beckmann - RS Dynograph. Para a audiometria tonal e testes supralimiares, isto é, SISI (short increment sentivity index), Tone-decay e logoaudiometria utilizou-se o audiômetro Madsen OB 60, calibração ISO 64. Além disso o estudo do fundo de olho e eletromiografia do nervo facial ficou a cargo do Serviço de Oftalmologia e setor de eletromiografia (do Serviço de Neurologia) respectivamente.

As alterações vestibulares encontradas foram o nistagmo espontâneo e de posição, a preponderância direcional em termos de velocidade angular fase rápida e da fase lenta, disritmia do nistagmo à prova calórica, e a hiperreflexia e hiperreflexia vestibulares. A audiometria tonal aérea e óssea revelaram uma disacusia nervo-sensorial bilateral e nos casos mais avançados uma queda na discriminação auditiva. Os achados. no exame de fundo de olho variaram desde um exame normal até uma retinopatia diabética ou/e hipertensiva em grau avançado. O estudo eletromiográfico mostrou o aumento do tempo de latência (TL) do nervo facial e sinais de sofrimento neurogênico de unidades motoras dos vários músculos, inervadas pelo facial, com ou sem sinais de hipotrofia.

Evidentemente que os achados vestibulares poderiam decorrer de um processo natural de envelhecimento já que os doentes examinados vão até a sétima década de vida. Entretanto, comparando-se as alterações vestibulares relacionadas com idade num trabalho publicado por A. Bruner e T. W. Norris, veremos que estes autores encontraram (neste grupo etário( a incidência de 37% de nistagmo espontâneo e de 30% de nistagmo de posição enquanto que no nosso material encontramos em mais de 50% nistagmo espontâneo e nistagmo de posição.

Em conclusão podemos dizer que os achados vestibulares são muito mais freqüentes e precoces que as alterações audiológicas já que aquelas aparecem mesmo naqueles casos em que a audiometria é absoluta
mente normal e também naqueles casos em que não há alterações no exame de fundo de olho. As alterações eletromiográficas também são precoces.




* Médico chefe da Seção de Terapêutica e Diagnóstico do Serviço de Otorrinolaringologia do H. S. P. E.

** Médico do Setor de Otoneurologia do Serviço de Otorrinolaringologia do H. S. P. E.

*** Médico do Setor de Eletromiografia (Serviço de Neurologia) do H. S. P. E.

**** Médico do Serviço de Oftalmologia do H. S. P. E. Trabalho realizado no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Estadual (Prof. Dr. Moysés Cutin).
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


Imprimir:
Todos os direitos reservados 1933 / 2024 © Revista Brasileira de Otorrinolaringologia