ANNALS OF OTOLOGY, RINOLOGY AND LARYNGOLOGY
Vol. 44 - N.º 1 - Março 1935. (U. S. A.)
EDWARD F. ZIEGELMAN (São Francisco) - Caráter celular de 100 temporais: significação clinica e cirurgica - Pag. 3.
As observações apresentadas dão maioria para os ossos temporais de caráter celular mixto. Isto não se aplica á ponta do rochedo, cujo tipo predominante é o diploetico. Dos tipos mixtos, o diplopneumatico é o que prevalece. O caráter celular da mastoide não constitue verdadeiro indice para as outras porções do osso temporal. A anatomia cirurgica mostrou que a principal via de invasão, da ponta da piramide, é o da mastoide pela parte posterior do osso petroso, seja pela via da superficie anterior do zigoma, ou pela via peritubaria, ou do canal carotidiano vinda diretamente do ouvido médio, e finalmente pela via retro-facial pelas celulas bulbares.
A patologia da ponta do rochedo pode-se processar por continuidade de tecidos ou pela extensão vascular das infecções do ouvido médio ou mastoide e tambem por causas extranhas ao osso temporal.
As celulas peritubarias servem mais como via de evacuação, que de invasão da ponta do rochedo. A via cirurgica, mais logica, para se alcançar um processo patologico purulento da ponta do rochedo, é o caminho das celular peritubarias, e para as osteomielites, a via sub-ducal, seja pela mastoide ou seja, diretamente, pela fossa média.
SAMUEL J. KOPETZKY e RALPH ALMOUR (New York) - Relação de 10 casos de supuração do rochedo - Pag. 59.
Os AA. que já haviam, anteriormente, apresentado 17 casos de petrosites, acrescentam, agora, a este numero, mais 10 outros casos adicionais, dos quais 9 apresentavam trajetos fistulosos alcançando a ponta do rochedo.
Em quatro casos a mastodectomia simples, com adequada dilatação das fistulas e drenagem, foi suficiente para a cura. Em seis casos a radical da mastoide foi necessaria para alcançar o lugar da abertura da fistula. Em dois casos existiam paralisias do 6.º par, antes de serem explorados os apices do rochedo, em um caso esta paralisia apareceu depois da operação e drenagem da ponta.
Em dous casos ficou provada a ruptura endocraneana da lesão no apice, por meio das injeções de lipiodol. Em um caso houve formação de um abcesso lateral do faringe, causado pela petrosite, com aparecimento concomitante de uma paralisia do 6.º par. Dos casos relatados um morreu e nove curaram-se. Cinco outros vistos e operados pelos AA., mas não relatados, aqui, curaram-se.
CURTIS EVES (Filadelfia) - Diagnostico da suportação agúda do rochedo - Pag. 97.
As supurações do rochedo são as complicações mais recentemente conhecidas das otites médias purulentas. Um caso de supuração agúda desta especie, poderá converter-se, caso haja bôa drenagem, através de uma fistula, abrindo-se no ouvido médio, em um caso de otite média purulenta cronica e, se a estrutura celular fôr favoravel, poderá curar-se deste modo.
Se a drenagem não fôr suficiente, a cirurgia tornar-se-á necessaria.
E' acreditavel que a fonte de infecção, em muitos casos de otites médias purulentas cronicas, tenha sua origem no rochedo. Quando se praticar uma radical da mastoide, para a cura de uma otite média cronica, e forem encontradas granulações peritubarias, dever-se-á suspeitar da existencia de uma fistula que, através das celulas peritubarias, vá até a ponta do rochedo. Os sintomas clinicas de uma supuração agúda do rochedo, requerendo drenagem cirurgica, são os ataques dolorsos noturnos em volta e atraz dos olhos e na região temporoparietal do lado doente, tendo aparecido, com intensidade progressiva dentro de um periodo superior a algumas semanas, acompanhando uma otite média purulenta agúda e mastoidite, com temperatura ligeiramente septica e evidencia de comprometimento progressivo do rochedo como mostra uma serie de radiografias.
M. O. R.
ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY Volume 20 - Novembro de 1934 - Numero 5. (U. S. A.)
GEORGE COATES, MATHEW ERSNER, DAVID MYERS (Filadelfia) - Alterações roentgenologicas na porção petrosa do temporal sem manifestações clinicas - Pag. 615. Muito bem documentado é este artigo. Depois de um comentario historico sobre a patologia do rochedo, citando Gradenigo, Vail, Freisner, Druss, Ruskin, Eagleton, Kopetzky, Almour, Profant e outros, passam os AA. a uma serie de oito observações muito bem fundamentadas. Trazem diversas radiografias comprovando as suas asserções.
Entre as suas conclusões, escolhemos as que se seguem:
1. O sindrome de Gradenigo é independente de petrosite.
2. A petrosite póde produzir o sindrome de Gradenigo.
3. A petrosite póde existir sem sintoma algum.
4. Ficou verificado que o sindrome de Gradenigo ou a petrosite pódem ser devidos a congestão venosa do temporal, resultante de perturbações circulatorias.
5. Muitas vezes não é possivel ao radiologista distinguir entre petrosite, petrosite exsudativa e congestão da porção petrosa do rochedo, devido a anomalias do rochedo.
6. De acôrdo com Wittmaack, Profant, Druss, Kopetzky e outros, a verdadeira petrosite só póde ocorrer em ossos pneumatisados.
7. No osso pneumatisado, a lesão, em geral é osteomielitica.
8. A petrosite, quando revelada pelo exame roentgenologico, não implica necessariamente indicação cirurgica.
9. A operação de Kopetzky-Almour ou outras operações na porção petrosa do temporal, na opinião dos autores, não devem ser levadas em primeira consideração, porque muitos doentes saram depois de simples mastoidectomias ou simples miringotomias.
10. São necessarios films estandards, para comparação pelas seguintes razões: a) Determinar o tipo de temporal, si pneumatico, esclerotico ou diploético. b) Determinar o tamanho do seio c) Para a visualisação radiologica do temporal como um film permanente.
11. Os autores apresentam a sua serie de casos, cujas curas se operaram nas condições seguintes: um sarou pela operação de Kopetzky-Almour: um outro com resultado de diferentes miringotomias. E pois necesario muito criterio na indicação cirurgica.
T. E. WALSH, L. R. C. P. e LINDSAY (Chicago) - Citologia dos polipos nasais - Pag. 649.
Polipos de 75 pacientes são examinados citologicamente.
Foi possivel dividí-los em dois tipos: A) Polipos com muitos eosinofilos em seus tecidos, e B) com poucos eosinofilos ou sem eles. Uma correlação entre a observação clinica e histologica, demonstrou que os polipos do tipo B são invariavelmente ligados a infecções do nariz ou dos seios acessorios, enquanto que aqueles do tipo A são frequentemente encontrados em pessoas livres de qualquer infecção nasal e associados com demonstravel estado de alergia.
Já se tem demonstrado o fáto de haver eosinofilía associado á alergia, e presume-se que a existencia de eosinofilos nos polipos nasais seja indicativa deste estado. Quando a eosinofilía dos polipos é associada á infecção, esta é secundaria ao estado alergico, ou possivelmente ha uma sensibilidade alergica para o organismo infectado.
A intervenção cirurgica nestes dois tipos dá resultado diferente.
Nos pacientes cujos polipos têm poucos ou nenhum eosinofilos, os resultados são francamente satisfatorios; para aqueles onde encontramos muitos eosinofilos os resultados são muito desapontantes.
Concluem pois:
l. O exame histologico dos polipos nasais em relação á presença ou ausencia de eosinofilos oferece um método simples de determinar si os polipos são produtos de infecção ou si resultado de alergia nasal.
2. O resultado do tratamento cirurgião de polipos com poucos eosinofilos é bom; o mesmo não acontece quando ha muitos.
MERVIN C. MYERSON (New York) - Paralisia do laringe por envenenamento plumbico. Contradicção á lei de Simon. - Pag. 659.
As paralisias dos musculos do laringe devidas a chumbo são extremamente raras.
O autor conseguiu encontrar 19 casos na literatura e adiciona mais um proprio. Dos 20, sete mostraram paralisias de musculos não abductores. Este fáto poria em cheque o postulado estabelecido por Simon, de que todas as molestias organicas atacam em primeiro logar os musculos abductores ou mesmo só eles, noção estabelecida desde 1886.
BEN L. BRYANT (Cincinati) - Angina agranulocitica - Pag. 667.
E' bem interessante esta observação. Chama o autor a atenção para o fáto de que em Outubro de 1932 publicára um caso de agranulocitóse, e que propositalmente empregara o termo "cura aparente". Tomara ele tal precaução porque, depois da observação de uma serie de casos, verificára que tal classe de doentes pódem aparentar um estado de cura, não obstante ficarem sempre sujeitos a recaídas, si as circunstancias favorecem.
O doente do autor tivéra o quadro classico de agranalocitóse em Novembro de 1931; lesões necroticas da mucosa da bôca e do nasofaringe, e contagem caracteristica dos leucocitos. Em Janeiro de 1932 teve alta aparentemente curado. Em Junho de 1934, em seguida á extração de um dente, voltou com fócos de necróse na zona de onde tinha sido retirado o dente. O resto da bôca ficou imúne desta vez, mas o quadro leucocitario repetiu-se e o doente veiu a falecer um mês depois. O esfregaço da lesão da gengiva demonstrou estréptocócos viridans, micrococos catarralis e difteroides. Hemocultura negativa. A observação traz tambem o protocolo da autopsia.
JOHN MILLER (Greenich, Conn.) - Tuberculose otica - Pag. 677.
Começa o artigo com um historico da tuberculose do ouvido, desde que Jean Louis Petit a assinalou na mastoide, mais de cem anos antes da descoberta do bacilo de Koch. A descoberta do cirurgião francês foi seguida por outras de Romberg, Griselle, Nelaton, Rillet, Barthez, Wilde, Politzer, Schwartze e outros.
Depois estuda idade, sexo, fatores predisponentes, etiología, alterações no ouvido, diagnostico, tecnica de laboratorio, prognostico, tratamento.
Em regra, a tuberculose do ouvido médio do adulto, é uma molestia cronica sem comprometimento apreciavel do temporal, e em geral não é acompanhada de complicações fatais. Ela segue ou acompanha a tuberculóse pulmonar. O esputum é invariavelmente positivo para o bacilo de Koch. Trinta e três por cento de otites medias cronicas em pacientes tuberculosos, são de natureza especifica.
As estatisticas de incidencia, etiología, patologia, prognostico e tratamento são inteiramente diferentes para as creanças.
A idade média dos pacientes com otite media tuberculosa é menor de que aquela dos pacientes com otite media cronica simples.
A otite media tuberculose é relativamente mais comum nas mulheres.
A infecção do ouvido aparece dirétamente como resultado de lesões pulmonares atívas, via nasofaringe e trompa de Eustaquio, nos casos de lesão pulmonar crónica. A infecção é evidentemente hematógena nos casos agúdos.
Alguma significação deve ser dada ás relações anatomicas de estrutura do nasofaringe.
Tuberculos definidos e perfurações multiplas, não foram observados na serie de casos relatados.
Uma otite sem dôr, de surdez intensa, corrimento cronico em um adulto jovem é em geral de natureza especifica.
Diagnostico insuspeito de otite media tuberculosa, só é possivel com o auxilio do laboratorio.
A otite media tuberculosa não é uma complicação alarmante no curso da tuberculosa do adulto; entretanto produz notavel perda de audição.
EDWARD CAMPBELL (Filadelfia) - Incidencia e significação da sinusite na pneumonia - Pag. 696.
Apresenta o A. um estudo sobre 130 doentes de pneumonia, entre as idades de três semanas e noventa anos, mostrando a presença da pneumonia em cento por cento.
O diagnostico de sinusite foi feito em todos estes pacientes, com exceção de dez, por meio do nasofaringoscopo; nestes foi feito por meio de roentgenogramas.
A alta incidencia de otite media agúda, cêrca de 70% foi encontrada.
Sugere o A. que o seio infectado póde ser um factor etiologico na gênese da pneumonia, e que a remoção precóce da secreção purulenta por meio de sucção, possa diminuir a incidencia de pneumonia nas creanças.
DR. FRANCISCO HARTUNG
ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY Volume 20 - Dezembro de 1934 - Numero 6. (U. S. A.)
H. MARSHALL TAYLOR (Jacksonville) - Medicação pre-natal como possivel factor etiologico de surdez no recemnascido - Pag. 790.
Bastante interesse apresenta este artigo. Comentando a importancia do problema da surdez, resalta que, só nos Estados Unidos ha para mais de 10.000.000 de pessôas com a audição incompleta, sendo que 3.000.000 são creanças.
Passa depois a estudar a predileção nefasta que certas drogas têm para o nervo auditivo, como o quinino, os salicilatos e o alcool. Afirmava Politzer que os barulhos subjectivos e a surdez aparecem uma ou duas horas depois da ingestão do medicamento. E' notavel a idiosincrasía que têm certas pessôas para estes medicamentos: é frequente aparecer, depois da sua administração, pronunciados sintomas, como erupções cutaneas, elevação de temperatura, forte tinitus e surdez.
Baseado nestes fátos, chama a atenção dos otologistas para o perigo que reside no uso destes medicamentos em mulheres gravidas.
E' um fáto provado a permeabilidade da placenta a tais drogas, já tendo sido demonstrado pelos obstétras, e conhecida como é o uso do quinino na malaria e dos salicilatos no reumatismo, torna-se do maior interesse a divulgação de tais ideas.
Em um total de 151 casos de surdez congênita, o A. encontrou nove, cujas mães haviam tomado quinino durante a gravidez; em uma outra estatistica referente a 92 mães de filhos congenitamente surdos, 58 haviam tomados drogas durante a gravidez; destas 58, quinze haviam tomado quinina e oito acido aceto-salicilico. Faz tambem um apelo para uma intima colaboração entre o bioquimico, o histologista, o obstetra e o otologista, para que estudem este problema em toda a sua minucia e importancia, porque ele muito merece na profilaxía da surdez.
ROBERT RIDPATH (Filadelfia) - Agranulocitóse - Pag. 765.
Este artigo não traz novidade para este capitulo da patologia. Convem, entretanto, citar porque traz mais duas observações deste genero e tambem porque estuda em detalhe a roentgenterapia da entidade morbida. Diz que as transfusões não têm dado resultado algum; o pentnucleotide é considerado o melhor dos medicamentos, mas precisa ser usado muito precocemente. Como se tem verificado a associação da molestia com a menstruação, aconselha o uso de hormona feminina do lobo anterior da hipofise; este ultimo ponto de vista depende de estudos a que está procedendo Konzelman, que promete publicar o resultado. Recentemente, foi recomendado enxofre organico, devido á sua atuação sobre a medula óssea, assim como o extracto do timus. Chama a atenção para o aparecimento de uma mancha contra o pilar anterior, mancha esta que ás vezes pôde simular um abcesso e ser incisada.
Nota do tradutôr: Já teve ele ocasião de incisar um pilar em uma doente atacada de agranulocitóse, certo de que se tratava de um abcesso; havia abaulamento do pilar e trismus do maxilar.
HARRY L. BAUM - Incidencia de -alergía na pratica rinológica - Pag. 804.
Pensa o A. que o aspéto rinologico nas manifestações alérgicas, tem sido enormemente descuidada por parte dos rinologistas, e que fóra um limitado numero de autores, poucos tem lhe atribuido o devido valôr.
Na pratica comum da rinología, aproximadamente 20% dos pacientes sofrem de manifestações alérgicas, e, destes 89% apresentam alterações alérgicas da mucosa, como palidez, edema, etc.
Opina o A. que é necessaria uma melhor divulgação dos conhecimentos modernos da alergía e das molestias dos seios paranasais, para evitar erros frequentes de diagnostico de suspeitas infecções focais.
Um estudo bem feito das relações entre a alergía nasal e sinusal e outras manifestações alérgicas em qualquer parte do corpo, tornarão apto o rinologista a evitar operações danósas, que destroem um tecido inocente.
O caso mais banal de alergía nasal, é constituido pela febre do feno e rinite vasomotora. A sintomatología é sempre a mesma: obstrução nasal, espirros, descargas aquosas e lacrimejamento, factores que, por si sós, conduzem ao diagnostico; a rinoscopía revela a palidez e o edema da mucosa. Ao lado destas manifestações, que são as mais comuns, aparecem doentes com asma, cefaléas, manifestações na pele ou alergia abdominal. Todos estes caso necessitam muita atenção no que se promete ao doente. Por exemplo, um doente com asma e rinite espasmodica não deve ser esperançado da cura da sua asma, uma vez que seja operado do nariz, porque tanto a mucosa do nariz como dos bronquios são vitimas do estado alérgico; a palidez da mucosa nasal é resultado e não causa do estado alérgico.
As intervenções cirurgicas nasais nos estados alérgicos são definitivamente contraindicadas como primeiro tratamento. Dentro de certos limites, como nos casos de polipos ou hipertrofia que estejam dificultando a drenagem de seios supurados, tem a sua perfeita indicação cirurgica.
C. CALVIN FOX - Cefaléas sinusais diferenciadas de cefaléas de outras origens - Pag. 813.
Chama o A. a atenção para a dificuldade que se oferece para se firmar a origem de uma dôr de cabeça. Skillern e Hajek e outras autoridades afirmam que se têm aberto muitos seios nasais, quando cefaléa provem de causas completamente outras. Divide as causas das dôres de cabeça em mecanicas, toxicas e refléxas.
As dôres de origem sinusitica repartem-se em grupos caracteristicos, de acôrdo com o seio envolvido; elas são devidas a estimulo do trigemeo associado ao ganglio esfenopalatino. A larga distribuição deste nervo, e as suas conexões com os simpaticos craneanos e as grandes variações anatomicas dos seios explicam porque as dôres sinusais podem ser tão extensas e severas.
Nas sinusites agúdas, em geral, ha dois tipos de dôr: o tipo nevralgico, e o tipo constante, mais ou menos localisado na região do seio. O tipo nevralgico é periodico; é invariavelmente presente pela manhã e desaparece gradualmente antes da tarde; esta dôr é seguida de uma sensação de plenitude e de pressão no seio. A dôr começa no seio mas póde ser severa e envolver os ramos nervosos adjacentes.
O segundo tipo de dôr é uma sensação de desconforto na região do seio. E' devido ao envolvimento da mucosa ou da parede óssea do seio. Corresponde, geralmente, á estagnação de secreções, sendo o seio sensivel á palpação.
Na sinusite cronica, a dôr de cabeça é mais difusa e em geral indefinida. A violencia da dôr não está em relação com a severidade do processo. Póde haver sensação de peso, vertigem, ou impossibilidade de concentração intelectual. O doente póde ficar livre dela por dias ou semanas. E' exacerbada por esforços mentais, excessos, constipação ou indiscreções dietéticas. Recaídas agúdas devidas a resfriados, proporcionam aumento da dôr, dando a impressão de periodicidade.
Ainda que a localisação e os caracteristicos da dôr não sejam constantes ha uma tendencia para obedecer sempre a um determinado seio afectado.
Depois o A. tenta fazer uma sinopse da localisação da dor para cada seio; é porém um estudo muito vago, e termina passando em revista sumariamente as outras modalidades de dôr de cabeça descrítas na patologia. Esta parte não se presta para resumir.
GEORGE B. WOOD (Filadelfia) - Espaços peritonsilares - Pag. 837.
Este artigo encerra o resultado de experiencias feitas em cadaveres frescos, consistindo em injeções de liquidos em diversas zonas dos espaços amigdalianos, para depois procurar a direcção tomada pelo material injetado. Contem algumas gravuras demonstrativas. Conclue o A. que, quando um abcesso começa na fossa tonsilar (abcesso peritonsilar), ele se estende para cima em direção ao palato mole, mas não invade o pilar posterior ou a parede faringiana posterior. Si, entretanto, a infeção parte do pilar posterior, (abcesso peritonsilar em posição posterior), a fossa tonsilar e a parede lateral do faringe não são envolvidos. Este fáto é verdadeiro para a maioria dos casos.
Diz o A. que o seu trabalho tem tambem indicação pratica na anestesía para a amigdalectomia. Si, introduzirmos a agulha através da plica, na fossa tonsilar, a injeção pôde anestesiar a area operatoria mais ou menos completamente, porque o ramo tonsilar do glossofaringeo caminha através do musculo constrictor superior. Entretanto, por garantia, é necessario injetar tambem o proprio pilar posterior.
A. J. CONE e D. WOLF (Saint Louis) - Sequelas de escarlatina - Pag. 849.
Relata o A. um caso terrivel de escarlatina de que foi acometida uma creança de seis anos. Apresentaram-se todas as complicações intracranianas conhecidas dependendo do ouvido, nariz ou garganta.
O estudo post-mortem do temporal e do esfenoide, revelou:
1) Trombóse dos seios lateral e cavernoso. 2) Abcesso da carotida. 3) Labirintite. 4) Petrosite com extensão para as meninges, e organisação com neoformação ossea, bloqueando o bulbo da jugular. O artigo contem detalhadamente a observação, e um relatorio minucioso dos cortes histologicos, com um bom numero de microfotografias.
DR. FRANCISCO HARTUNG
THE JOURNAL OF LARINGOLOGY AND OTOLOGY Vol. L - Nrs. 3 e 4 - Março e Abril 1935. (Londres).
DR. L. WOODHOUSE PRICE (Glasgow) - Tumores malignos da mucosa nasal - Pag. 153.
O A. demonstrou uma grande serie de tumores epiteliais malignos, provenientes da mucosa das fossas nasais e dos seios paranasais, correspondendo ás diveras morfologias do epitelio desta região. Discutiu e descreveu uma serie de casos e concluiu que os tumores malignos desta região possuem mortalidade elevada, devido ás razões anatomicas descritas. Reconhece as dificuldades do diagnostico clinico dos tumores nasais e refere-se ao exame citologico do liquido aspirado do tumor.
Fala sobre a sintomatologia dos tumores nasais e sobre a frequencia dos sintomas extra-nasais na ausencia de sinais solais especificos.
Sugestiona uma classificação simples, destes tumores, de acôrdo com a natureza do epitelio, donde provêm. Faz considerações sobre os casos ocasionais de sarcomas e endoteliomas. Refere-se á invasão dos seios paranasais e das cavidades nasais, pelos tumores extra-nasais e conclue que esta região é invadida, não poucas vezes, por tumores provindos dos seguintes lugares:
a) - do epitelio de origem dentario. b) - do epitelio glandular. c) - do epitelio esquamoso do palato e do rebordo alveolar.
A complexidade dos tumores provindos do epitelio para-dentario deve ser atribuida á sua origem de celulas derivadas dos restos do orgão do esmalte, de caráter atípico ou especifico.
IAN B. THORBURN (Glasgow) e LEO L. RATAZZI - Sinusite maxilar: uma investigação estatistica - pag. 185.
O objecto deste artigo é o de fornecer um resumo das causas, sintomatologia, tratamento e resultados obtidos nos casos de sinusites maxilares, tratados na Real Enfermaria de Edimburgo, de 1921 a 1930. Este estudo refere-se á 508 casos (328 cronicos e 180 agúdos) e os AA. resumem os resultados do tratamento: seis mortes.
Os AA. preferem o tratamento, operatorio pela via intranasal em quasi todos os casos agúdos, desde que o tratamento conservador tenha fracassado. Isto se aplica, tambem, com raras exceções aos casos cronicos. Eles consideram a presença de polipos no nariz influenciando desfavoravelmente as "chances" de sucessos.
R. STEWART-HARRISON e R SARASIN - Doenças malignas do laringe e faringe (3.ª comunicação) Instituto Roentgen de Zürich - - Pag. 233.
Em dois artigos anteriores, neste jornal, sobre tumores malignos do laringe e faringe, ocuparam-se os AA. exclusivamente dos resultados obtidos, em Zürich, pelo metodo das irradiações fracionadas e prolongadas de Coutard.
Neste artigo descrevem a tecnica do tratamento como é praticado hoje. Discutem as reações apresentadas pelos varios tecidos. Diz que as reações da pele não é um fator que limite e, ainda mais, que sirva de indice para o tratamento. As reações da pele são reduzidas e mesmo evitadas pelas aplicações dos raios vermelhos e infra-vermelhos. As reações do sangue, glandulas salivares, vasos sanguineos, nervos e musculos constituem, raramente, fatores decisivos no tratamento. As reações das mucosas são importantes como indicador e, sob efeito destas reações sobre as condições gerais, as reações do substrato dos tecidos são de grande importancia. Lesões do substrato, seja pelo tumor ou pelo tratamento, causaram uma redução da sensibilidade relativa do tumor. Tumores infiltrantes ou infetados, recedivas e tumores incompletamente tratados, iniciam-se com lesões do substrato e são resistentes ao tratamento. A tecnica deverá ser modificada de acôrdo com a relativa sensibilidade de cada caso individual. Quanto mais resistente fôr um tumor, mais baixa será sua reação á irradiação e maior tempo deverá durar o tratamento. O fator tempo deve variar de 20 a 100 dias. A dóse de cada individuo e o total das dóses dependem deste fator tempo. Este deverá ser escolhido de modo a evitar a possibilidade das lesões do substrato e da redução da sensibilidade relativa do tumor e estará sujeito á modificação durante o curso do tratamento, de dia para dia, de acôrdo com as reações locais ou gerais, apresentadas pelo doente. Um tempo prolongado e campos largos exigem reações locais ligeiras, quer dizer dóses individuais pequenas Ao mesmo tempo é reduzida a intensidade da radioepitelite, preservando as condições gerais. Não estamos, ainda, em condições de dispensar o recurso da radioepitelite, como um indicador. Os efeitos subjetivos e objetivos da radioepitelite são, grandemente, melhorados pelo uso da terapeutica pelas ondas ultra-curtas.
A. BROWNLIE SMITH (Edimburgo) - Labirintite em consequencia de influenza sem otite média supurada - Pag. 263.
Não é extraordinario observar-se a aparição de uma labirintite no decurso da supuração do ouvido médio, mas os casos de labirintites verdadeiras consecutivas a uma meningite de origem gripal, são extremamente raros; si bem que Nager tenha demonstrado um caso em 1914.
No caso que faz objeto deste artigo, o A. dá, em detalhe, os resultados da autopsia e do aspéto microscopico do osso temporal. Estuda as vias de propagação da infecção, e chega a conclusão que as meningeas tenham sido, provavelmente, infectados por via sanguinea partida dum fóco primitivo pulmonar. Não nos parece, assim, tão pouco comuns os casos desta especie, levando-se em conta a dificuldade da observação de labirintites no curso de meningites que apresentam sintomas que mascaram, por completo, a fenomenos clinicos das primeiras.
M. O. R.
ZEITSCHRIFT FÜR HALS- NASEN- UND OHRENHEILKUNDE Vol. 35 - Cadernos 3, 4 e 5 - 1934. (Berlim)
PROF. VON EICKEN e DR. A. ADAM (Berlim) - Sobre o tratamento dos carcinomas dos bronquios - Pag, 231.
O diagnostico precoce e um tratamento adequado permite-nos esperar uma notavel melhora nos resultados, até agora obtidos, do tratamento dos carcinomas dos bronquios. A melhor segurança nos proporcionam as intervenções cirurgicas.
As extirpações lobares ou total de um dos pulmões e as praticadas por intermedio do bronquoscopio, têm, cada uma, indicações precisas. Após a extirpação do tumor pelo broncoscopio, é aconselhavel a aplicação de irradiações intra-bronquicas. Uma adição de irradiações trans-toracicas pelos raios Roentgen, será de utilidade contra os ganglios regionais.
PROF. DR. JOSEF BECK (Munich) - Sobre o tratamento da tuberculose do lanringe pelo ouro - Pag. 253.
A terapeutica da tuberculose pelo ouro é, segundo os conhecimentos modernos, tida como sendo uma terapeutica de excitação inespecifica. A tuberculose laringéa responde bem, em muitos casos, ao tratamento pelo ouro, em outros, porém, não influencía de nenhum modo e, em outros, ainda, foram obersavados peóras. Em geral esta terapeutica deve ser tida como um enriquecimento de nossas pesquizas medicamentosas. De modo particular, isto se dá com o emprego do Solganal Bioleoso.
O tratamento deve ser feito com cuidado e individualmente, devendo ser aplicadas sómente dóses pequenas. As fórmas infiltrativas da tuberculose do laringe são as que melhor se deixam influenciar, sendo que as fórmas ulceradas reagem muito pouco ao medicamento. A influencia da medicação, sobre os pulmões e sobre o laringe, não caminham paralelamente, acontecendo, ás vezes, que ao lado da melhora de um, haverá peora do outro orgão.
PROF. K. AMERSBACH (Praga) - Mucocéle da apofise mastoide. Colesteatoma epidural do osso temporal - Pag. 272.
O A. refere-se a um caso, pouco comum, de uma combinação de um pseudo-colesteatoma do ouvido médio com um colesteatoma epidural verdadeiro (que não foi reconhecido). Outro paciente, tempos depois, apresentou uma radiografia, identica a do primeiro, que causou extrema dificuldade diagnostica. A operação foi praticada e após a separação do periosteo do plano mastoidéo, foi encontrada uma área redonda, azulada e translucida, de 1 cm. de diametro. Esta área foi removida e examinada histologicamente. Foi observada, em todas as camadas, uma proliferação polipoide da mucosa com hiperemía e inflamação não especifica, assim como uma infiltração edematosa maciça, com tendencia á formação de pseudo-cistos. Esta infiltração inflamatoria era rica em leucocitos polimorfo-nucleares e pequenas celulas mononucleares redondas, muitos eosinofilos e celulas plasmaticas. O epitelio era cilindrico ciliado, contendo inumeras celulas mucosas. Neste caso o diagnostico inicial foi de colesteatoma epidural verdadeiro e estava errado, pois que se tratava de um mucocéle. As semelhanças clinicas e radiograficas entre os dois casos indicam as dificuldades em se estabelecer um diagnostico diferencial pre-operatorio.
DR. ALBANUS (Barmbeck) - Argiróse da mucosa - Pag. 300.
Albanus descreve um caso de argirosis resultante da ingestão de nove gramas de nitrato de prata no decurso de três anos. A pele estava profundamente empregnada. A mucosa nasal e do ouvido um pouco menos, mas mais intensamente nas regiões alcançadas pela luz, do que as que se mantêm em relativa obscuridade. Preparações da pele e da mucosa nasal, mostraram um maior deposito de prata na pele que na mucosa.
DR. HERMANN BARTH (Berlim) - Exames clinicas dos aparelhos auditivo e do equilibrio nas molestias osseas metapoeticas (osteodistrofia de Paget e osteodistrofia de Recklinghausen) - Pag. 305.
O A. descreve quatro casos de portadores de osteodistrofias, seja de Paget ou do tipo Recklinghausen, que apresentavam perturbações da audição e do equilibrio. Dá, tambem, a sumula de 28 outros casos, encontrados na literatura, nos quais a perturbação da audição do equilibrio estavam ligadas á molestias metapoieticas dos ossos. Até agora não parecia que tais perturbações funcionais fossem tão frequentes. E' necessario, no entanto, que em semelhantes molestias se preste mais atenção para o lado dos ouvidos. E' fáto aceito que os aparelhos da audição e do equilibrio devem ser lesados nas osteodistrofias, quér de Paget quér de Recklinghausen. As provas da audição forneceram o tipo das surdezas do ouvido interno em seis casos, de uma afeção combinada dos ouvidos médio e interno em oito casos, e puramente do ouvido médio, em um caso. Esta estatistica está sujeita a critica, pois que as surdezes do ouvido interno, poderiam ser causadas pela idade avançada e inteiramente independente das condições apresentadas pelos ossos. Ataques de ouvidos gozam um maior papel na historia destes pacientes, do que a dificuldade da audição.
DR. ERNST OPPIKOFER JR. (Basiléa) - Osteomielite da 2.ª e 3.ª vertebras cervicais após adenotomia (Rijeza da nuca após adenotomia) - Pag. 325.
Em um menino de quatro anos de idade, apareceu uma osteomielite da 2.ª e 3. ª vertebras cervicais que se curou espontaneamente pela fusão de ambas as vertebras, sem consequencias. Na literatura só se encontra um caso semelhante relatado por Buchser. O A. chama a atenção para a importancia da radiografia, quando de um torticolis persistente após adenotomia.
PROF. DR. OTTO MAYER (Viena) - Um caso mortal de meningite causado por uma operação intranasal do etmoide - Pag. 377.
O A. relata um caso, para o qual foi praticada uma intervenção cirurgica no etmoide, pela via intra-nasal e durante a qual, ao pegar e arracar um polipo do tecto do etmoide, foi rasgada a dura mater lateralmente a implantação do corneto médio, donde se desenvolveu uma meningite que levou, em poucos dias, o paciente á morte. O caso mostra que, mesmo quando nos conservamos lateralmente á implantação do corneto médio, a intervenção no etmoide é muito perigosa. A afirmativa de que as intervenções sobre as celulas etmoidais, pela via endonasal, podem ser feitas radicalmente e sem perigo, não é certa. As operações no etmoide devem ser limitadas á abertura das celulas para baixo e para a direção mediana. O plano da lamina crivada não deve ser ultrapassado para cima, mesmo lateralmente á inserção do corneto médio, assim será evitada, mais seguramente, as lesões do tecto etmoidal.
PROF. DR. E. SCHLITTLER (Basiléa) - Linfadenite sub-agúda e cronica do pescoço como sinal precóce da tuberculose amigdaliana - Pag. 400.
Uma revista de casos de tuberculose primaria das amigdalas, confirmados pela autopsia, mostrou que uma infiltração dos ganglios que drenam as amigdalas tem lugar nas vizinhanças do angulo maxilar. O A. diz que em 98 casos nos quais os pacientes apresentavam linfadenites cronicas ou sub-agúdas do angulo maxilar, a tuberculose foi, microscopicamente, demonstrada, nas amigdalas extirpadas, 48 vezes. Tuberculóse primária será, então, o diagnostico preferivel, quando da presença deste tipo de adenopatias. Nestes 48 casos de tuberculose das amigdalas, histologicamente provadas, a amigdala faringéa estava afetada sete vezes, as amigdalas palatina e faringéa seis vezes, ambas as amigdalas palatinas sete vezes e sómente uma amigdala palatina 38 vezes. Diversos aspétos apresentados por estes 48 casos falam por um comprometimento primario das amigdalas: a ausencia de lesões tuberculosas abertas ou de tuberculóse de outros orgãos; o estado dos pacientes depois de operados, a localização limitada dos ganglios engorgitados da região adstrita ás amigdalas e, finalmente, á relativa frequencia no comprometimento de uma só amigdala (73%).
O A. crê que nos casos restantes, em que não foram encontradas lesões tubercolosas nas amigdalas, o fator primario deve ser tuberculoso, mas as condições de cura se processaram em tal extensão, que as lesões originais não foram encontradas.
DR. G. ENGELHARDT (Ulm) - Pneumocefalo interno em fratura grave do craneo - Pag. 426.
O A. descreve o caso de um homem, 33 anos, que recebeu uma fratura do craneo. A linha da fratura extendia-se do bordo orbitario externo esquerdo, para traz, ao longo do bordo superior da grande aza do esfenoide e terminava no meio da esquama do osso temporal. A primeira radiografia só foi tirada doze semanas após o acidente causador da fratura. Nesta radiografia era vista uma área clara, comprida e oval, de 4 por 3 cms., que estava situada sobre o seio frontal esquerdo, projetando-se para traz ao longo da superficie do osso frontal. Havia mais duas áreas claras, em fórma de chifre, e que, pela sua fórma, posição e tamanho, correspondia ao ventriculo lateral cheio de ar. A origem deste ar era um pouco incerta, mas o A. pensa que a porta de entrada, mais aceitavel, seria pela via do seio frontal aberto. O ar reabsorveu-se gradualmente sem intervenção alguma. Desde que a operação não fôra necessaria, não se praticou punção lombar. Em certos casos, entretanto, a punção lombar torna-se necessaria para o diagnostico ou como um ato preliminar da intervenção operatoria.
W. BROOCK (Erlangen) - Demonstração microscopica da existencia de uma perfuração espontanea na região da membrana de Shrapnell nas otites agúdas - Pag; 439.
Uma perfuração espontanea da membrana de Shrapnell numa otite média agúda ainda não tinha sido descrita. Isto foi demonstrado nos dois casos, descritos por Brock, por meio de exames histologicos. No primeiro caso desenvolveu-se, repentinamente, uma meningite grave em consequencia de uma otite média agúda, com duração de seis semanas e com sintomas tipicos de empiema. A morte deu-se em pouco tempo. A via de infecção, do ouvido médio para o endocraneo, foi estabelecida quér pela intervenção, quér pela necropsia. O exame microscopico do osso temporal revelou, afinal, um processo purulento no apite do rochedo. Um sintoma curioso era uma protrusão da membrana de Shrapnell em fórma de saco (umbilicada) e uma perfuração em seu ponto mais saliente. Sua abertura conduziu a um canal curto, revestido de epitelio cilindrico, que desaguava no lumen do espaço de Prussak.
No segundo caso desenvolveu-se meningite fatal, sómente depois de cinco dias de uma otite agúda. Aqui, como no primeiro, a via de infecção só ficou esclarecida pelo exame microscopico. A infecção passou das celulas tubulares, ao longo do canal de Wolkmann, ao canal carotidiano e aí supurou. Neste caso, como no anterior, foi encontrada uma protrusão da membrana de Shrapnell, mas não existia perfuração em sua parte saliente. De 46 casos em que foram praticados exames microscopicos, uma perfuração espontanea da Shrapnell, só foi encontrada nestes dois relatados (4%). No ponto de vista anatomico, no primeiro caso, havia pneumatisação extensa, com desenvolvimento especial das celulas labirínticas. No segundo caso havia completa ausencia de pneumatisação. O artigo é acompanhado de micro-fotogramas bastante demonstrativos.
PROF. DR. R. PERWITZSCHKY e DR. H. BITTERAUF (Munich) - Sobre a direção da audição dos sinais de automoveis no barulho das grandes cidades e nas rodovias - Pag. 463.
Uma das novas regras, que afetam os condutores de automoveis na Alemanha, é a que se refere a necessidade de tais pessôas estarem em condições de determinar a direção donde provêm os sons da busina de um automovel. Não sendo possivel conhecer-se em que estudos científicos semelhante regra se baseia, aceitou-se que ela o é de origem puramente burocratica. Os AA. experimentaram, em diversas pessôas e em diferentes lugares da cidade, o como responderiam elas na determinação das direções de sons emitidos nestes lugares e nas rodovias. Encontraram que, em média, 50,2% de todos os sinais eram ouvidos e colocados nos lugares certos, quando o individuo estava parado. 23% erraram os lugares donde partiram os sons e neste caso 26,6% não puderam determinar a direção. Os resultados foram peores quando a pessôa em experiencia era colocada em um veículo em movimento. Para explicar este fáto, foi sugestionado que os edifícios das cidades, refletindo as ondas sonoras, eram responsaveis por ele. Para controlar esta sugestão, foram feitas experiencias nas rodovias campestres, pobre de refletores. Quando o observador fica em pé em um campo rodeado de arvores altas, a falsa determinação da direção dos sons era de 41,1 %. Em campo aberto sómente 25% de todos os sinais eram ouvidos falsamente, podendo baixar mesmo a 8 % sómente de erros. Os AA. pensam, entretanto, que estas observações corroboram a crença de que muitos erros de direção da audição, são devidos á reflexão das ondas sonoras. Observações outras foram feitas com uma pessôa que só ouvia de um dos lados, com tão máos resultados, que a determinação correta da direção das ondas sonoras só teve lugar raramente. Os AA. concluem destas observações que é questionavel se a recente lei, sobre a localisação exata dos sons, seja de importancia pratica.
DR. HERMANN KRAMM (Berlim) - O tratamento da sinusite frontal purulenta cronica, pela agua de cal - Pag. 536.
Em aproximadamente, 90% dos casos de sinusite frontal purulenta cronica, quando se estabelece a drenagem do seio e depois lavagens, geralmente se consegue a cura. Quando a cura não se der, em tais casos, a questão será a de saber-se o que fazer. Kramm pensa que o pó de acido borico é sem utilidade e quiçá desvantajoso. O uso de 10 gotas de uma solução a 10% de formaldeído em um litro de agua, em lavagens no antro, não tem ação alguma. A solução de hidroxido de calcio tem uma reação alcalina, liquefaz a secreção mucosa densa, dissolve as membranas diftericas, limita a secreção dos abcessos e é secante e desinfectante. Parece possuir uma ação inibidora sobre as inflamações. Com estas idéas sobre, a ação da agua de cal, o A. estudou seu modo de agir durante três meses. Achou que a agua de cal deverá ser diluída com agua destilada, para que não fique turva quando do aquecimento, como se dá com agua ordinaria. As soluções não diluidas irritam o nariz e a garganta. A solução exáta para ser usada no tratamento dos seios da face, é uma parte da solução de hidroxido de calcio para três a seis partes de agua distilada. A solução será aquecida á temperatura do corpo. Será usada uma ou duas vezes por semana. Num paciente portador de uma supuração cronica do seio frontal incuravel ha varios anos, ficou bom com o uso desta solução, sendo que irrigações anteriores praticadas com outros medicamentos, foram inuteis. Como só um caso fosse apresentado, o A. recomenda este metodo de tratamento conservador para que outras observações possam ter lugar.
M. O. R.
ARCHIV FÜR OHREN- NASEN UND KEHLKOPFHEILKUNDE Vol. 138 - Cadernos 3 e 4 - 1934. (Alemanha). HELMUTH RICHTER (Erlangen) - Sobre a origem e cura operatoria de um abcesso do cerebro otogenico do lóbo ocipital esquerdo - Pag. 158.
O A. refere-se a um caso de abcesso do cerebro localisado no lóbo ocipital esquerdo. Este abcesso teve origem no decurso de uma trombóse do seio lateral, causado por uma otite média agúda e produzido por uma tromboflebite de uma veia cerebral.
KURT GOETZMANN (Heidelberg) - Nevralgía supra-orbitarias e aplasia do seio frontal - Pag. 170.
Baseado nos estudos de M. Meyer, que, em 23 casos de aplasia dos seios frontais, encontrára 13 que se referiam a dôres de cabeça (seis em ambos os lados e sete de um dos lados), sem no entanto, tirar destes fátos conclusão sobre se a aplasia ligava-se á nevralgia. O A. estudando o material da clinica de Erlangen, encontrou em 1330 radiografias, 39 casos de ausencia dos seios frontais, isto é, 3%. Os casos considerados, só o foram os dos pacientes acima de ,15 anos, idade em que os seios frontais completam seus desenvolvimentos. Destes 39 pacientes, 19 apresentavam aplasia bilateral, 12 do lado direito e 8 do lado esquerdo. Só 19 dentre eles queixavam-se de dôres de cabeça, geralmente bilateral, e ás vezes, do lado em que existia o seio. Na maioria destes casos tratava-se de dôres de cabeça com origem nos seios anexos restantes, nos olhos, no cerebro ou em outros orgãos.
Além disto, o A. examinou, radiograficamente, 31 casos tipicos de nevralgias supra-orbitarias e, dentre estes só encontrou duas vezes aplasia dos seios, uma vez de ambos os lados e uma vez do lado direito. Conclue dizendo que não encontra com frequencia nevralgias supra-orbitarias, nas aplasias dos seios frontais, nem esta mesma aplasia nos casos tipicos de nevralgias supra-orbitarias e, assim, que uma relação, entre a aplasia dos seios frontais e as nevralgias supra-orbitarias, não existe.
ALEXANDER v. ZSINDELY (Budapest) - Influencia da extirpação das amigdalas sobre ulteriores infecções pela escarlatina e difteria - Pag. 195.
O A. acha que a extirpação das amigdalas defende, até certo ponto, os individuos contra a escarlatina e a difteria, muito embora esta defeza diminúa com o espaço de tempo decorrido após a intervenção cirurgica.
ADOLF SIMONIS (Hamburg-Eppendorf) - Exames bacteriologicos sobre a importancia do naso-faringe nos corizas - Pag. 217.
Muitas molestias infecciosas, particularmente as rinites e outras infecções agúdas e cronicas do nariz e da faringe, possuem suas portas de entrada nas vias aéreas superiores. Sempre se considerou a grande importancia do nariz e seus seios anexos neste ponto de vista e se praticou exames bacteriologicos de acôrdo.
Zarniko e Marx foram os primeiros que conheceram os erros existentes nestes exames e apresentaram resultados diversos. Marx achou que o nariz contem muito poucos germens e que apenas entra em consideração na etiologia da maioria das infecções. No entretanto, a clinica continúa a proporcionar, a estes orgãos, especialmente aos seios para-nasais, grande importancia. Só então diversos autores (Korner, Runge, Kleinschmidt e Graff), chamaram a atenção sobre a signifigação das amigdalas faringéas. Exames bacteriologicos comparados, que o A. praticou, do nariz e das amigdalas faringéas, confirmaram este ultimo modo de ver. Eles demonstraram em conjunto sobre as amigdalas faringéas:
1) - Grande riqueza bacteriana;
2) - Grande diversidade de especies, tanto para as pessôas sãs como, tambem, e em maior quantidade, para as doentes.
3) - Um aumento rapido, precóce e maior de germens nas amigdalas faringéas que no nariz.
Disto se depreende que a importancia das amigdalas faringéas, para a patogenía de muitas molestias da garganta e do nariz, é evidente.
DR. STEFAN ZOLTÁN (Budapest) - Contribuição ã anatomia do pólo superior da amigdala palatina - Pag. 289.
A fenda conhecida, nos livros de anatomia, como fossa supra-tonsilar, é verdadeiramente uma lacuna profunda, sistematicamente encontrada na parte superior das tonsilas, isto é, uma formação intra-tonsilar. A significação clinica do que fica dito consiste em que, quando não se pensa neste fáto, os resultados de uma operação sobre estes orgãos poderão ser insuficientes.
PROF. S. KOMPANEJETZ (Charkow) - Influencia de algumas molestias dos olhos sobre o orgão do ouvido - Pag. 292.
Baseado nos exames que praticou, o A. diz que nas oftalmias simpaticas, irites, querato-irites, irido-ciclites, nevrites retro-bulhares e nas degenerações da macula luctea, podem ser observadas as seguintes modificações para o lado dos ouvidos.
1) - Encurtamento da condução ossea.
2) - Dissociação de algumas reações, como tambem um abaixamento da excitabilidade do aparelho vestibular.
Com isto não quér dizer que outras alterações não possam ser observadas, como por exemplo: forte abaixamento da audição até completa surdez, como já foi observado por outros autores. O A. não poude, no entanto, seguir longamente seus doentes, a ver se a cura das afecções oculares causaria melhora para o lado dos ouvidos, o que viria confirmar seu modo de ver de que a mesma causa produziria as molestias em ambos os orgãos. Diz, porém, que não se deve esquecer que as perturbações dos ouvidos podem permanecer e que uma melhora da capacidade visual não traz, constantemente, uma melhora paralela da audição.
M. O. R.
PASSOW - SCHAEFER BEITRAEGE Vol. 31 - Cadernos 4 e 5 (1933). (Berlim).
DR. SIEGFRIED UNTERBERGER - Fundamentos para o tratamento operatorio da meningite rinogenica - Pag. 193.
1 - Segundo Preysing a lamina crivada deve ser poupada, na exposição da dura mater, nos casos de tratamento operatorio das meningites rinogenicas, e isto devido á ligação intima da dura mater com o osso, fáto que favoreceria rasgá-la no destacar. Isto vale para os casos em que não se tenha razão alguma para suspeitar da existencia de um abcesso na região da lamina crivada.
2 - Onde, porém, se possa supôr a existencia de um tal abcesso ao nivel da lamina crivada, ou onde sua presença fôr demonstrada, quando da intervenção em suas partes vizinhas, deve-se retirar completamente a lamina crivada, o que se pode fazer sem perigo, pois que o abcesso já terá afastado a dura da lamina crivada e um rasgo naquela não existirá.
3 - Tais casos poderão, assim, em certas circunstancias, serem salvos, ao passo que eles, pela conservação da lamina crivada, muito embora a grande intervenção praticada, não escaparão. O A. cita um caso que teve ocasião de operar por este metodo e curar; de um outro tirou os conhecimentos histopatologicos descritos.
DR. KARL-HEINZ PREUSSE - Osteoma da mastoide - Pag. 203.
Os osteomas da mastoide são muito raros. O caso que o A. apresenta refere-se a uma mulher de 35 anos de idade e de ouvidos sãos, para a qual, sem causa apreciavel, começou a desenvolver-se uma néo-formação ossea na fossa mastoidéa, que causou a principio dôres de cabeça no hemi-craneo. Conforme mostrou a operação, existia um tumor, do tamanho de uma noz, no interior da mastoide, atingindo a dura mater e o sinus e que, histologicamente, revelou osso compacto.
Na literatura encontrou o A. nove casos semelhantes de osteomas do rochedo, que concordam com o descrito. Sobre a etiologia dos osteomas nada ha de conhecido. Eles pertencem aos tumores ósseos puros, de crescimento lento e benigno. Muitos querem que sua origem seja periostal.
H. KOBRAK - Experiencias sobre ias relações entre a pressão craneana e labiríntica - Pag. 216.
1 - A pressão no labirinto não é constante, mas .é influenciada pela respiração, pressão sanguinea, etc.
2 - A oscilação da pressão na cavidade craneana é transmitida ao labirinto e é demonstravel.
3 - As menores pressões transmitidas são, ainda, menores que as oscilações da respiração.
4 - As oscilações de pressão são de grau diverso. As oscilações rapidas não são transmitidas.
5 - As transmissões podem ser modificadas anatomicamente (obturação do aqueducto, etc.), ou funcionalmente (variação da pressão sanguinea, da turgescencia? oedema?, etc.).
O A. pensa estar em condições de responder, por estas experiencias, a algumas questões existentes. Diz-se que a clinica ainda não possue uma noção exáta sobre em que grau as modificações da pressão endocraneana poderão ser transmitidas ao ouvido interno, e faz notar como a mais importante demonstração da experiencia, não a prova da permeabilidade do sistema de canais, mas a demonstração se a força necessaria para remover o impedimento existente em vida.
Esta questão o A. pensa poder responder com um "sim" porque póde experimentalmente produzir no labirinto as perturbações cerebrais causadas pela pressão no interior do craneo, que eram, no entanto, menores que as produzidas pelas oscilações da respiração.
DR. WALTER NESSE - Pesquizas experimentais, em animais, sobre a terapeutica da meningite - Pag. 275.
Resumo do autor: Dá, de inicio, uma vista d'olhos sobre os diferentes metodos empregados na terapeutica das meningites otogenicas e rinogenicas. Em primeiro lugar serão eliminados os focos de infecção, isto é, será praticada a intervenção no ouvido ou nas cavidades anexas do nariz. A terapeutica da meningite, propriamente dita, consistirá na retirada frequente de liquido cerebro espinhal, para isto serão praticadas punções lombares, e, ainda mais oportunas, punções sub-ocipitais e raramente punções ventriculares. A ação deste modo de tratamento é bastante conhecido. Restrita é a ação da quemoterapia. Urotropina, Vuzin e Rivanol são os meios mais empregados, quér injetados nos espaços meningeanos, quér dado pela via intra-venosa ou intra-muscular.
Duvidoso, é, tambem, o resultado do emprego de antiseruns. Se bem que ele atúe bem, como soro-antimeningocócico, nas meningites á meningococos, melhoras evidentes, pelo emprego dos sôros anti-estreptocócico ou anti-pneumocócico, particularmente nas meningites otogenicas e rinogenicas, ainda não foram observadas.
Resultados sobre o emprego de uma auto-vacina não existem na literatura senão rarissimamente. Neste trabalho, a primeira questão posta foi a da causa mortis pelas meningites. Pelos resultados experimentais, em animais, nos qais foram injetados ectotoxinas e endotoxinas de estreptocóco hemoliticos, parte pela via sub-ocipital, parte pela via sub-dural, na convexidade do cerebro, foi demonstrado que só com estas toxinas, não se póde produzir quér uma meningite quér uma meningite letal, mas que a presença de bacterias vivas é necessaria. Tambem, conforme demonstraram os exames histologicos do cerebro, uma lesão das celulas ganglionares não é produzida por estas injeções de toxinas.
Pelos exames executados em cobaias, observou-se que estes animais suportam doses diferentes de estreptocócos vivos, introduzidos nos espaço meníngeos. A dóse letal menor foi de 100 estreptococos em solução de cloreto de sodio, a maior, pela qual a cobaia não morre, 3,57 milhões em cloreto sodio e em caldo 2,2, uma vez 10,8 milhões de estreptococos pela injeção sub-ocipital e sub-dural na convexidade. Não sómente cada animal, mas tambem a raça, comporta-se diferentemente neste sentido. Uma diferença tambem de nota, é a do modo de emprego do veículo microbiano, caldo ou solução de clorêto de sodio.
Os agentes patogenicos são mais virulentos no caldo que no cloreto de sodio. De modo grosseiro, a virulencia do estreptocóco para as meninges da cobaia caminha paralelamente com a que existe no peritoneo, para o rato branco.
Com o fim de influenciar a marcha da meningite á estreptococo, causada experimentalmente, seguiu-se um caminho novo e é, a do emprego das injeções de gazes no espaço sub-aracnoidal. Em primeiro lugar foi estudada a ação de diferentes gazes, in vitro, sobre suas propriedades bactericidas.
Estes gazes foram, em seguida, injetados nas cobaias portadoras de meningites experimentais, ou conjuntamente com a solução bacteriana, quér pela via intralombar, mais tarde principalmente pela via sub-ocipital, afim de se verificar se serie possivel observar-se qualquer influencia dele, sobre o processo inflamatorio das meninges. Os seguintes gazes foram examinados in vitro e provados em animais: vapores de éter, cloro, gaz sulfuroso, amoníaco, formalina, ozona, cloretil, metil-cloride, gaz hilariante, acetileno, acido carbonico, oxigenio, agua oxigenada. Uma parte dos gazes atuam como irritantes inflamatorios, de modo que foram postos de lado. No entretanto, deve-se notar que tambem pelas injeções de gazes fortemente irritantes, como por exemplo amoníaco, cloro, não foram observadas contracturas nas cobaias. Uma outra parte dos gazes são tidos como bactericidas e como mais importante, foi aconselhada a injeção de ozona. Seria possivel, caminhando nesta via, encontrar-se uma mistura de gazes, pela combinação de especies diversas, ou pela diluição dos que irritam quando concentrados, de ação bactericida mais forte, sem irritar as meninges e com propriedades microbicidas acentuadas.
O A. espera uma vantagem pelas injeções de gazes no espaço subaracnoidêo, em comparação á injeções de meios bactericidas liquidos, pois que é de supor-se que os gazes vencerão, mais facilmente, os fócos purulentos meningiticos encapsulados pelas massas fibrinosas e conseguirão fazer agir seu poder bactericida.
No entanto, nada ha, ainda hoje, de seguro, no emprego destes gazes nas meningites estreptocócicas, baseado nas experiencias. O A. procurou, em seguida, influenciar a marcha da meningite pelo emprego dos sôros. Começou por injetar, pela via sub-ocipital, em cobaias, dóses pequenas de estreptocócos virulentos, vivos, afim de ver se o animal resistia dóses ainda maiores, pelo efeito imunisante produzido pela primeira dóse.
Os resultados foram muito variaveis. Por vezes o animal era muito pouco sensivel, mesmo para as dóses elevadas de estreptocócos hemoliticos. Outras vezes, não recebiam as altas dóses de microbios virulentos, mesmo certos animais que já haviam suportado outras dóses igualmente elevadas.
Por evezes o animal, não preparado, suportava dóses elevadas sem reagirem ou com sintomas de molestia insignificante.
Animais outros eram imunisados préviamente, pela injeção intravenosa de caldo de cultura morta e, mais tarde, era praticada uma injeção de estreptocócos hemoliticos virulentos. Mesmo nestes casos, a injeção subocipital de estreptocócos vivos, não dará direito a afirmativa de que uma imunisação tivesse tido lugar.
O caldo de cultura de estreptocócos mortos foi injetado pela vai subocipital, com o fim de observar-se se uma tal injeção conseguia imunidade para injeções subsequentes, de microbios vivos e virulentos. Este metodo parece mais indicado que o do preparo do animal pelas injeções intravenosas de caldo de cultura morto. Ainda experiencias foram feitas no sentido de uma imunisação passiva das meningites. Os resultados do emprego dos sôros polivalentes nas meningites são muito duvidosos, o que talvez seja devido a que o estreptocóco causador não tenha entrado em, sua composição. E' de supor-se que os animais que se tenham curado de uma meningite grave, possuam maior numero de anticorpos.
Destes animais utilizou-se do extrato cerebral, preparado em sôro fisiologico, com meio terapeutico, empregado nas cobaias infectadas, da mesma especie de estreptocócos, por via sub-ocipital. Ainda outras experiencias foram feitas pelo emprego do liquor, de pacientes que tinham tido meningites graves e curadas, como agente terapeutico, pela via-subocipital em cobaias com meningite.
Finalmente, foram tratados animais com meningite, pelo sóro de cobaias que haviam recebido, parte pela via intravenosa, parte pela intramuscular, injeções do mesmo estreptococo. Todos estes exames, com imunisação passiva, não deram resultado algum. Resumindo, a totalidade das experiencias em animais, os melhores resultados terapeuticos foram obtidos pelas injeções de ozona e pela imunisação preventiva pelos caldoscultura de estreptocócos mortos, mais tarde pelas dóses pequenas de estreptocócos vivos. O emprego de outros gazes ou de combinações de gazes, ainda ha que estudar. Clinicamente, o emprego dos gazes é possivel. A imunisação ativa deverá ser empregada profilaticamente nos casos em que se tema, pela gravidade da infecção, o aparecimento de uma meningite. Quasi sempre no inicio destas molestias existe um periodo de pureza das bacterias causadoras da otite e que poderão ser aproveitadas para o inicio de uma imunisação ativa, pelas injeções de culturas mortas.
A ação da operação imediata, afim de combater o fóco da infecção, assim como a retirada, metodica, pelas punções, do liquido cerebro-espinal, são por demais conhecidos.
DR. ERICH WIRTH e DR. ERICH BRANDER - Relação entre a floramicrobiana e o exame clinico nas rinites e sinusites, com referencia especial aos tipos de pneumocócos - Pag. 345.
O nariz clinicamente são, apresenta-se livre de microbios patogenos. Em 257 rinites e sinusites, de diferentes especies, encontra-se, mais frequentemente, como agente causador o pneumocóco em 45,9% dos casos, o bacilo da influenza em 22,9% e o estreptocóco hemolitico em 15,2%. Frequentemente trata-se de uma infecção mixta com bacilos da influenza. Nas infecções agúdas, o agente microbiano apresenta-se, em regra, em cultura pura.
As rinites cronicas hipertroficas e as sinusites serosas cronicas, não possuem uma causa bacteriana. Nas rinites atroficas genuinas, o bacilo encapsulado de Abel deve gozar de significação predominante. Sobre o prognostico das rinites e sinusites, muito mais influenciarão condições anatomicas do nariz que a especie e virulencia do microbio. Estreptocóco hemolitico e anaerobios são, em regra, peiores que os pneumocócos e os bacilos da influenza.
Rinites e sinusites com pneumocócos tipo 3 (- estreptocóco mucoso), são mais frequentes do que se supõe. Ao contrario, das infecções pelos mucosus, do ouvido médio, têm estes do nariz em curso sem sintoma, de gravidade.
A infecção dos seios da face pelo bacilo da influenza e, especialmente, dos seios frontais, apresenta-se caracterisada por uma secreção de caráter visco-mucoso. Encontrou-se, com mais frequencia, o bacilo da influenza nas inflamações fechadas dos seios frontais e, também, por vezes, nos mucoceles. Quanto aos tipos de pneumocócos, 1,5% são do tipo 1 e 2, 7,4% do tipo 3 e 35,5% do tipo 4, 32% do grupo X. O numero e porcentagem desses tipos são, aproximadamente, os mesmos encontrados nos exames das amigdalas e da saliva. Dentre os pneumocócos do grupo X, foram encontrados mais frequentemente nas rinites e sinusites os de tipo 6 (5%), 21 (3,5%), 18 (3,1%) e 19 (2,7%).
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