A. MONTEIRO - Contribuição á anestesia local da mastoide - Pag. 727.
O processo do autor consiste em uma só picada da agulha para injeção.
O ponto de penetração sitúa-se a 2 ou 3 mm. do sulco retro-auricular, aproximadamente em seu centro. A agulha é introduzida no limite ant. da mastoide, cêrca de um cent., onde fazemos a injeção. Aprofundamos então ainda mais a agulha e injetamos mais 6 ou 8 cc. A seguir puxamos a agulha um pouco para fóra e a introduzimos para cima, na direção do sulco retro-auricular, a mesma coisa fazendo para baixo, até a ponta da mastoide. Sem retirar a agulha conseguimos injetar todo o campo operatorio. Nas antrotomias instila-se ainda solução de cocaina a 20% no conduto e nas radicais liquido de Bonain.
A. Monteiro denomina seu processo de anestesia estrelaria (Sternfoermige Anesthesie). Acompanha o testo uma gravura elucidativa.
G. JANNULIS - 1.º: Hemorragia espontanea da região tonsilar - Pag. 726.
Um individuo com trinta anos de idade procura o A. por forte hemorragia da garganta; ao exame, verifica que o sangue sae do polo sup. da amigdala dir. Essa hemorragia era bastante intensa e se havia processado durante o sono, tendo o doente deglutido grande quantidade de sangue, que depois vomitou. Com o emprego de um tampão de algodão embebido em solução assucarada, o sangue parou. Tratava-se provavelmente de um ramo da ateria tonsilar ascendente. O caso é publicado em vista do perigo, da raridade e da quantidade de sangue perdido.
2.º: Supuração demorada, post operatoria, do antro max., curada com o mucidan. Empregou o A. uma solução de mucilan a 10%, em um caso, em que falharam outros meios, como sol. de pioctanina, NaCl, etc. Usou do remedio durante apenas uma semana e a secreção que era fétida e já perdurava por três semanas, cessou completamente.
3.º: Hemorragia grave doze dias após tonsilectomia. O doente em questão havia sido operado de tonsilectomia e já havia retomado suas ocupações, quando doze dias após a operação sobreveiu-lhe forte hemorragia. O A. conseguiu ver um vaso sangrando no nicho tonsilar, que em seguida foi pinçado.
JOSEF V. ZUBRICZKY - Ca. primario do conduto - Pag. 732.
P. K. com 60 anos, doente ha quatro meses do ouvido dir., queixando-se de prurido, dôr e surdez. O exame revelou impermeabilidade do cond. dir. recoberto por pele congesta, inflamada, com secreção sorosa.
O diagnostico foi de otite ext. eczematosa. A biopsia, no entanto deu o seguinte resultado: epitelioma. Foi então praticada uma radical, tendo sido extirpado o tumor o quanto foi possivel. O resto da mastoide foi encontrado em bôas condições. Treze dias após a operação, exito letal.
São muito raros os casos de Ca. primario do cond. Até 1926, H. Marx encontrou na literatura vinte casos.
WESSELY - Três casos de Ca. do laringe tratados pelo Coutard - Pag. 740.
O primeiro era um homem com 74 anos, com um tumor da falsa corda esq., atingindo até a corda vocal dir., em sua parte ant. recoberta e ulcerada. Tratave-se de um carcinoma simplex. Após Coutard apresenta-se o laringe com a impressão de laringite seca, voz quasi normal.
Segundo caso: homem com 64 anos, apresenta tumor da falsa corda esq. que chega até o seio piriforme. Fixação do hemilaringe. Metastases ganglionares ao longo da veia jugular. Biopsia: carcinoma planoepitelial. Tratamento pelo Coutard. A mobilidade volta proxima ao normal. Desaparecimento do tumor. A voz ligeiramente rouca. Os ganglios não são mais palpaveis.
No terceiro caso estuda um homem com 60 anos de idade portador de um tumor do tamanho de um punho de creança, ulcerado, muito irregular, facilmente hemorragico, localizado na parede lateral esq. da faringe. O mesmo estendia-se pela linha mediana e punha-se em relação com a oro-faringe. Ganglios regionais palpaveis. Tratamento pelo Coutard. O tumor desapareceu de tal forma que não se vê dele mais vestigio. O unico residuo que se nota, é a cicatrização do pilar post. com a parede post. da faringe. Durante o tratamento do tumor, engordou 13 kg. Aqui tambem tratava-se de carcinoma plano-epitelial.
DR. ROBERTO OLIVA.
REVUE DE LARYNGOLOGIE, OTOLOGIE, RHINOLOGIE Vol. 55 - Fevereiro 1934 - N.º 2 (Bordeaux).
PORTMANN (Prof. G.), DESPONS (J.) (Bordeaux) - Schwanno-sarcoma auricular - Pag. 137.
Os tumores nervosos da região auricular raramente têm sido assinalados. E' provável que, em muitos casos, êles tenham sido confundidos com os neoplasmas de origem vascular ou conjuntiva.
Admite-se atualmente que a bainha peri-nervosa seja formada por uma série de células segmentadas e unidas pelas extremidades. Em determinadas circunstâncias, as células perdem a mielina e se separam do cilindro-eixo correspondente, apresentando, então, uma imagem células fusiformes do tecido conjuntivo. A confusão com o sarcoma fuso-celular torna-se assim compreensível.
Os AA. descrevem uma observação de uma menina de treze anos que apresentava na região mastoidea um pequeno tumor violáceo, pseudo-cístico, aderente á pele e aos planos profundos, indolor e sem adenopatia. No tórace, zonas pigmentadas "café com leite". A paciente foi operada várias vezes, devido a recidivas, submetendo-se tambem a radioterapia profunda. Meses depois da ultima intervenção, não havia sinais de reprodução do tumor. Tratava-se de um schwannoma, que veio a sofrer a transformação sarcomatosa (Schwanno-sarcoma), de acordo com os exames histológicos praticados em épocas diferentes, por ocasião das operações.
Precedendo á discussão do diagnostico clínico e histológico, feita com muita clareza e rigor, P. e D. fazem uma revisão dos neoplasmas de origem nervosa, sintentizando os trabalhos mais importantes vindos a lume nos ultimos anos e expondo a concepção atual, de acordo principalmente com as idéias de Cornil e seus colaboradores.
Boa bibliografia. Cromo-microfotografias.
LASKIEWICZ (Prof. A.) - (Poznan) - Os fatores morfológico e constitucional nas otites médias da criança - Pag. 175.
Os fatores morfológico e constitucional representam papel secundário na etiologia, evolução e complicações das otites, agudas ou cronicas, da idade infantil.
O tecido esponjoso da mastoide é uma das disposições que facilitam a cronicidade das otites, assim como as complicações inflamatórias da e mais curta; há divertículos secundários na caixa do tímpano, procedencia do seio, etc.
No que respeita aos fatores constitucionais, cita, de acordo com Pfaundler, três grandes classes de diátese: a exsudativa, a linfática e a neuro-artrítica.
A primeira se acompanha frequentemente de inflamações da orelha média cuja gravidade é maior nos lactentes nutridos artificialmente do que nos pacientes que receberam alimentação natural.
Os fatores constitucionais não imprimem fisionomia especial aos processos inflamatórios das mucosas do nariz, orelha, faringe e laringe, mas o especialista precisa ter a atenção voltada para o assunto para aplicar, quando mister, além da terapeutica local, um tratamento geral visando as alterações do metabolismo e das funções das glandulas endócrinas.
ELIASON (M.) (Leningrad) - Estudo clínico das tromboses sinusais otógenas - Pag. 203.
Trabalho da clínica O. R. L. do Instituto de Aperfeiçoamento dos Médicos em Leningrad, baseado na observação de 117 casos de trombose dos seios no período 1925-32.
A média de mortalidade foi igual a 36%. Em quasi todos os casos, a infecção se propagou por contiguidade. Em dois, o trombo parece ter se originado na emissária.
O A. revê o quadro clínico da trombose do seio lateral (sintomas gerais, locais), focando as particularidades mais interessantes observadas em seus doentes. Entre as metástases, as pulmonares foram as mais frequentes (16 casos em 38) e deram a maior percentagem de mortalidade, ocorrendo muito mais vezes nas otites cronicas do que nas agúdas. Só excepcionalmente não aparecem sinais auriculares: nesses casos, o diagnóstico de trombose é muito difícil. Entre os sintomas mastoideos, o A. dá muita importancia ao sinal de Lévin (dôr na parte superior da jugular).
Estabelecido o diagnóstico, o A. pratica imediatamente a intervenção sobre a mastoide, afim de suprimir o foco primário. O procedimento varia, em seguida, de acordo com o achado operatório, seguindo E., em linhas gerais, as diretrizes de Alexander. A ligadura da jugular é aconselhada pelo A. unicamente nos casos em que as indicações, exigem essa intervenção. Praticou-a, alías, largamente, obtendo melhor percentagem de curas do que nos casos em que não a executou.
Causas de morte: meningite (47,5%), septicemia (43,5%), abcessos encefálicos, hemorragia da carótida (9%).
Em pequeno capítulo refere-se E. á trombose do seio cavernoso, citando sete casos, dos quais quatro diagnósticados durante a vida. Em cinco doentes, a trombose do seio cavernoso era acompanhada de trombose do seio sigmóide, admitindo o A. a hipótese de propagação retrógada pelo seio pétreo inferior ou superior.
Vol. 55 - Março 1934 - N.º 3.
TANTURRI (Prof. V.), LUCIONI (M.) - Desvios do esofago na tuberculose pleuro-pulmonar e na colapsoterapia do pulmão - Pag. 273.
Os AA. verificaram, baseados em minucioso estudo, a existencia de desvios do esofago em consequencia á tuberculose pulmonar e á colapsoterapia. O deslocamento do órgão é atribuído, em casos de tuberculose, á ação retractil dos processos cicatriciais pleuro-pulmonares. No pneumotórace a modificação de posição se relaciona ás condições do mediastino. Os desvios são, em geral, parciais e se localizam frequentemente na porção superior do esofago torácico, não apresentando sintomatologia clínica evidente. A propria esofagoscopia não dá grandes esclarecimentos, de modo que os autores se basearam na observação radioscópica e radiográfica, apresentando, a esse respeito, farta documentação.
Não existe paralelismo entre os deslocamentos da traquéia e os do esofago. O estudo dessas modificações permite, em muitos casos, fazer uma idéia retrospectiva da sucessão dos estados patológicos pleuro-pulmonares.
46 citações bibliográficas.
FERRERI. (Prof. G.) Roma - A roentgenterapia na tuberculose do laringe - Pag. 326.
A roentgenterapia é, segundo o A., o melhor tratamento local da tuberculose laríngea. Sua ação se traduz em dois principais resultados: o desaparecimento da dôr á deglutição e a diminuição da infiltração tuberculosa, ulcerada ou não, seguida de cicatrização. Afastadas as formas ulcerosas de evolver rápido, e as exsudativas, as demais formas de T. L. são favoravelmente influenciadas pelos R. X., principalmente as tuberculoses vegetantes e as catarrais.
O A. expõe as diferentes técnicas usadas pelos autores alemãs e as dos radiólogos italianos Parola, Milani e Bellucci, mostrando que a rádionecrose das cartilagens do laringe é facilmente evitada por uma técnica apropriada.
Os resultados do A. se baseam na observação de 40 doentes, dos quais 25 puderam ser acompanhados durante um tempo suficiente após o tratamento. Nestes houve 6 curas, 12 melhorias, 3 casos estacionários, 2 mortes. O sintoma dor é sempre nitidamente influenciado, mesmo nos casos de laringite ulcerosa com infiltração extensa.
VERNIEUWE (Prof.), Gand - Ensaio de tratamento de certas formas de tuberculose do laringe pela colapsoterapia hemi-laríngea provocada pela alcoolização do recurrente - Pag. 341.
A exemplo do que fazem os tisiolágos para tratamento da tuberculose pulmonar, praticando a imobilização do pulmão, o A. imaginou imobilizar o hemi-laringe, em casos de lesões tuberculosas estrictamente unilaterais, por meio da alcoolização do recurrente respectivo.
Apresenta uma observação de uma doente em que foi praticada essa terapeutica. Após dissecção dos planos anatomicos, o nervo foi isolado e suspenso em dois ganchos; injeção endo-nervosa de uma gota de alcool de 98°. Logo depois, a paciente apresentava voz bi-tonal e o exame laringoscópico confirmava a paralisia da corda em posição para-mediana externa. A imobilização durou três meses. Ao cabo do primeiro mês, a ulceração da corda estava cicatrizada e pouco depois desaparecia a disfagia.
DUVERGER (J), Cairo - A climatologia egícia - Pag. 347.
Artigo sobre as relações do clima do Egipto com algumas afecções das vias respiratórias, principalmente com a laringite bacilar. O A. conclue que o clima do país é muito desfavorável para os tuberculosos.
HYBASEK (J) - Patogenia da septicemia post-anginosa - Pag. 361.
Trabalho experimental em apoio á teoria de Uffenorde-Clause. O A. julga que, na maioria dos casos, a infecção invade secundariamente a corrente sanguínea, ao contrário do que afirma Fraenkel, segundo o qual a trombo-flebite proviria direta e primitivamente da região periamigdálica.
GUNS (P.), Louvain - Sais de colina no tratamento da ozena - Pag. 367.
Artigo baseado na ação para-simpática da carbaminoilcolina, cujos efeitos são evidentes sobre as secreções nasais. Diz o A. que as melhoras obtidas com o uso de um soluto aquoso desse medicamento (10 milgrs. para 20 cc. d'agua) são surpreendentes. No fim de duas semanas, as fossas nasais se apresentam limpas e as conchas túrgidas. Como todo tratamento sintomático, o seu uso deve ser continuado.
DR. GUEDES DE MELO F.
BRONCHOSCOPIE. OESOPHAGOSCOPIE ET GASTROSCOPIE. 1934 - N.° 2 (Abril). (Paris).
GEORGES CANUYT e MARCEL LACROIX - O cancer do esofago. Dificuldades de diagnostico ao nivel da região do cardia - Pag. 109.
Na pratica diaria encontraram os autores dificuldades em precisar a natureza da estenose do esofago, ao nivel do cardia. Para esclarece-la recorreram a esofagoscopia e em certos casos só depois de varias esofagoscopias e varias biopsias praticadas no mesmo individuo puderam chegar a um diagnostico. E' possivel e mesmo facil passar ao lado dum cancer do cardia. Os neoplasmas do esofago apresentam-se esquematicamente sob quatro formas: a ulcerosa, a poliposa, a vegetante e a infiltrante.
A forma infiltrante é a mais frequente ao nivel do cardia; e é justamente ela que corre maior risco de passar desapercebida. Tal forma tambem chamada intersticial evolue em baixo da mucosa cujo aspecto objetivo apresenta modificações pouco aparentes.
Os dois sistemas mais empregados em endoscopia, são os de iluminação distai e os de iluminação proximal. O primeiro é caracterizado pela localização da lampada na extremidade inferior do tubo; é o sistema Chevalier Jackson. A iluminação proximal é caracterizada pela presença de uma lampada no começo do tubo, perto do olho do observador: a instrumentação tipica é a de Hasslinger.
Descrevem em seguida o esofagoscopio de Hasslinger dizendo não ser instrumental muito empregado em França e mostrando as desvantagens do tubo prolongamento, de diametro reduzido e de bordas cortantes. Por esta razão os autores mandaram construir um tubo semelhante ao de Hasslinger, porem com 45 cm. de comprimento ao envez de 25 cm. Empregam este tubo sempre que o exame do cardia se faz necessario. Antes da esofagoscopia os Autores recomendam na vespera o uso de Beladona e no dia do exame, injeções de Spalmagine e algumas vezes meia hora antes da esofagoscopia injeção de escopolamina-morfina. Aconselham a anestesia local com soluções , diluidas, fracas, feita lenta e prudentemente exigindo em média de 15 á 20 minutos.
O paciente é examinado em decubito dorsal com a cabeça apoiada no contensor de Hasslinger. O orificio inferior do esofago no estado normal está desviado de 2 á 2,5 cm. para a esquerda; é precizo pois dirigir o esofagoscopio para a esquerda.
Descrevem em seguida, o aspecto normal do cardia: forma de funil cujo orificio é fechado e pregueado. A coloração da mucosa normal roseo-acinzentada passa a vermelho vivo logo que se atinge limite do cardia no estomago.
No exame do cardia deve o esofagoscopista despreguear a mucosa cuja conservação intergra fala contra a hipotese de cancer. Si se encontra dificuldades em despreguear a mucosa é que a parede do esofago está infiltrada, endurecida e pouco extensivel. Endurecimento, infiltração e inextensibilidade são os sinais que fazem suspeitar na presença de cancer.
A biopsia é uma regra absoluta em cancerologia: E' precizo muita prudencia para se retirar um fragmento suficiente para o histologista, evitando-se a perfuração do esofago pois o perigo de perfuração, na forma infiltrante, é grande.
P. GALICETTI - A injeção bronquica como metodo terapeutico - Pag. 115 (continuação).
As injeções endo-bronquicas tem sido tentadas nos estados brônquico-pulmonares os mais variados e tambem nas molestias gerais por causa do poder de absorpção do pulmão.
Gangrena pulmonar. - As injeções endo-traqueais constituem o melhor tratamento da gangrena pulmonar. Boirac usa o oleo gomenolado a 10% e Guisez o oleo gomenolado em partes iguais com oleo gaiocolado a 5 % e algumas gotas de iodoformio em pó.
Abcesso do pulmão. - Todas as variedades de abcessos do pulmão são tratadas com vantagens pelas injeções endo-traqueais. O método classico é o da injeção maciça. A broncoscoterapia encontra uma aplicação particular nos abcessos do pulmão em sua fase aguda como nas sub-agúdas ou cronicas. Os resultados nos abcessos agúdos são bons; 76% de curas segundo Jackson e nos cronicos obtem-se tambem algumas melhoras; ela fornece um excelente auxilio terapeutico e prepara a cura cirurgica.
Bronquite cronica purulenta e broncorréia. - Agrupam-se sobre esta designação todas as afecções que tem por sintoma comum uma expectoração abundante purulenta. As injeções endo-traqueais maciças e repetidas são indicadas; o oleo gomenolado deve ser preferivel. Os resultados são muito bons. A broncoscoterapia constitue progresso notavel no tratamento deste grupo de afecções.
Pneumonia e bronco-pneumonia. - As injeções endo-traqueais foram aplicadas nas bronco-pneumonias com resultados apreciaveis. A traqueo-broncoscopia presta tambem serviços na desobstrução dos canais bronquicos. Lamariez a contra-indica na pneumonia grave.
Bronquectasia. - A terapeutica médica das bronquectasias tem dado resultados falhos e o método broncoscopico tornou-se aqui de grande importancia. São recomendados os oleos gomenolados a 5 ou 10% e os oleos iodados. Castex preconiza o novarsenbenzol. Sicard, Forestier e outros obtiveram bons resultados com tem dado bons resultados aconselhando Soulas e outros autores o uso de substancias capazes de fluidificar a secreção afim de facilitar a aspiração. Por esta terapeutica que é a mais completa e a mais racional obtem-se melhoras mais ou menos importantes.
Tuberculose pulmonar e laringéia. - O A. passa em revista a série de substancias empregadas em injeções endo-traqueais: creosoto, gomenol, eucaliptol, gaiacol, oleo de figado de bacalhau, sôros, etc. e conclue ser bem dificil fazer um julgamento seguro sobre o valor do método.
Hemoptise. - Quasi todos autores são acordes em prescrever a cura endo-traqueal nas doenças, hemoptóicas; entretanto, as injeções de soluto de adrenalina, coaguleno, etc. tem sido recomendadas por alguns autores que afirmam terem obtidos bons resultados.
Ozena laringo-traqueal. - Guyot preconiza injeções de gomenol, gaiacol, mentol em oleo. Calicetti julga de grande valor as injeções iodadas.
Corpos estranhos. - Os oleos iodados empregados com o fim diagnostico podem deslocar os corpos estranhos acarretando sua eliminação e servem para desinfectar o campo operatorio antes da broncoscopia.
Quisto equinocóco. - Parise em um caso obteve ligeiras melhoras com oleo gomenolado.
Spiroquetóse bronquica. - Castellani preconiza nestes casos as injeções intratraqueais de novarsenobenzol com as quais tem obtido bons resultados.
Asma-bronquica. - Com as injeções endo-traqueais de adrenalina varios autores tem obtido resultados favoraveis.
As curas endo-traqueais tem sido tentadas como fim profilático e curativo nas molestias gerais; relembremos algumas destas tentativas feitas nas molestias gerais.
Infecção tifica. - Girardi praticou a cura vacinai servindo-se da arvore bronquica. Em 21 casos obteve magnificos resultados.
Difteria. - Girardi obteve em três casos de difteria recente resultados introduzindo sôro anti-diftérico pela via bronquica. - De Loro obteve interessantes resultados com o emprego da anatoxina de Ramon endotraqueal.
Sifile. - O novarsenobenzol empregado por via bronquica foi bem suportado e mostrou-se ativo.
HENRY PROBY (Lyon) - Os diferentes tratamentos do abcesso do pulmão. A bronco-aspiração em particular. A proposito de três observações - Pag. 143.
Intercalando breves considerações gerais sobre a patogenia, etiologia e terapeutica dos abcessos pulmonares, Proby relata três casos de abcessos:
Na primeira observação trata-se de menino de seis anos que teve abcesso pulmonar após ablação de uma moeda no esofago; tratado pela emetina, o caso evoluiu para a cura.
Na 2.ª observação relata a historia de uma criança gastrotomizada por estenose esofagiana que teve varios acessos febris após sessões de dilatação, surgindo um belo dia com abcesso do pulmão. A emetina não produziu efeito e a bronco-aspiração curou a paciente apesar do mau estado geral.
Na 3.ª observação conta-se a historia de um homem portador de desvio de septo cujo halito fétido fez com que se recorresse ao auxilio dos Raios X, que descobriu um abcesso pulmonar. Etiologia obscura.
Bordet-Wassermann. Seis ou sete bronco-aspirações secaram os bronquios e os pulmões tornaram-se claros a radioscopia.
E. ESCAT (Toulouse) - Um anzol no esofago - Pag. 155.
Observação minuciosa muito bem documentada de um anzol no esofago ao nivel da cartilagem cricoide. O A. descreve magistralmente o problema da extração realizada com sucesso, restabelecendo-se rapidamente o paciente. Extende-se depois em reflexões mostrando que corpo estranho desta natureza não consta nos trabalhos de Guisez e Chevalier Jackson. Este A., entretanto refere a um caso de Paterson da Inglaterra e dá alguns conselhos sobre o assunto. Descreve em seguida a técnica da extração de um anzol no esofago, que compreende dois tempos distintos;
a) Desfisgamento: 1.º caso o anzol está preso a uma crina ou a um fio bastante resistente. A manobra pode ser facilitada pelo emprego de um tubo metalico de calibre eliptico. Basta que este tubo atravesse o esofagoscopio acalvague a concavidade do anzol, seja recalcado 1 á 2 cm. para o cardia e a crina levemente puxada para que a ponta do anzol seja libertada. O mesmo resultado poderia se obter com um simples anel metalico numa fina haste de aço semelhante ao gancho de Kirmisson.
2.° caso: O anzol está isolado. O desfisgamento só pode ser feito por meio de uma pinça capaz de exercer pressão muito solida seja sobre a haste seja sobre o arco do anzol.
Extração propriamente dita:
1.º caso. - Anzol ligado a crina estando desfisgado e acalvagado sobre a borda do orificio distal do pequeno tubo desfisgador, pela tensão da crina a retirada faz-se facilmente através a larga luz do tubo esofagoscopio.
2.º caso. - Anzol livre flutuando na cavidade esofagiana poderá ser agarrado por meio de uma pinça seja sobre a haste seja sobre o arco do anzol.
LEMAITRE e A. GASTON - Paralisia dos quatro últimos pares cranianos simulando um estreitamento neoplástico do esofago - Pag. 166.
Observação de um paciente apresentando todos sintomas de uma estenose esofagiana alta, que fez pensar na hipótese de neoplasma. Exame completo do paciente revelou não existir lesão local. As perturbações de deglutição eram causadas por paralisias dos musculos constrictores da faringe e da boca esofagiana, cuja metade direita só funcionava passivamente sob a influencia das contrações da hemi-faringe esquerda. Os autores acreditam que a causa das lesões seja um neoplasma intra-craniano, propagado a base do cranio, determinando por seu intermedio as paralisias multiplas; a estáse papilar constitue elemento serio em favor desta hipotese. A .SOULAS - Laringo-traqueo-bronquites agudas na criança - Pag. 168.
Afecção muito estudada na America e pouco conhecida na França. Clinicamente apresenta-se sob duas formas: a) Forma de gráu médio. - Dispnéia, rouquidão constante, pulso rapido e pequeno, facies palido angustiado, labios cianoticos, temperatura elevada, sinais de obstrução traqueo bronquica, as vezes de bronquite generalizada.
b) Forma fulminante extremamente grave. Dispnéia muito intensa, temperatura 39° ou 40º; quadro clinico dos mais impressionantes. Com a laringoscopia direta preciza-se o estado inflamatorio do laringe congesto mais ou menos edematoso na região infra-glótica, afastando-se as eventualidades de, corpo estranho ou difteria laringo-traqueal.
Como tratamento o A. estuda a aspiração traqueo-bronquica, a traqueotomia e a tubagem ao lado da terapeutica clinica, aconselhando as injeções de serum e proscrevendo o opium, a morfina, e a atropina.
O prognostico desta afecção é grave principalmente no lactente, onde a mortalidade é de 60 a 80%; a morte subita por asfixia rapida ou a broncopneumonia é a regra geral.
DR. GABRIEL PORTO.
LES ANNALES D'OTO-LARYNGOLOGIE. N.° 2 - Fevereiro 1934 (Paris).
LEMARIEY e HAMON - Os metodos endoscopicos no tratamento do crup e da diftería traqueo-bronquica - Pag. 101.
Os AA. aplicaram á diftería os metodos preconisados por Chevalier Jackson: sob o ponto de vista diagnostico, a laringoscopía diréta; sob o ponto de vista terapeutico, a aspiração das falsas membranas.
Vinte e oito observações correspondentes ás diferentes formas de diftería laringéa e traqueo-bronquica servem de base ao trabalho.
Descrevem a técnica da aspiração das falsas membranas. Uma sessão de aspiração não excéde de trinta segundos. Descrevem a técnica segundo que:1.°) a sub-glóte e a traquéa estejam livres; 2.°) a sub-glóte e a traquéa estejam cheias de falsas membranas e 3.º a diftería invade os bronquios.
A aspiração apresenta sobre a tubagem um certo numero de vantagens indiscutíveis: 1.ª) a supressão do traumatismo laringeano, menos afonía ou rouquidão, que na tubagem são frequentes; 2.ª) a supressão da síncope, que na tubagem é frequente; 3.ª) a tubagem torna a alimentação da criança impossível e favorece a eclosão de acidentes bronco-pulmonares. A aspiração resolve o problema da alimentação; 4.ª) no tratamento da difteria traqueo-bronquica, a tubagem é ineficáz e mesmo perigosa, sendo a aspiração nesses casos, tratamento racional; 5.ª) no tratamento da bronco-pneumonia super-juntada, de prognostico fatal, a aspiração dá alivio á maioría dos doentes.
Inconvenientes da aspiração: Em relação ao doente não existem. Não é nem brutal nem fatigante, e o alivio é grande. No que se relaciona ao operador, este córre o risco do contagio. As formas benignas podem exigir uma sessão de aspiração; as graves, podem reclamar três aspirações.
Os AA. publicam os resultados da aspiração que dependem da virulencia microbiana, da séde das falsas membranas, da idade da creança, da precocidade maior ou menor do tratamento sérico. Seguem-se oito observações e os comentarios que as mesmas sugerem.
CHATELLIER - Contribuição ao diagnostico clinico da reação mastoideana e da mastoidite no curso das otites agudas - Pag. 1 17.
Qual o especialista que, no curso de uma otite aguda, não se achou em seria dificuldade, quando é preciso determinar com certeza, a exáta significação de uma participação mastoideana? O problema tão banal por sua frequencia, é por vezes, de dificil solução.
O A., não tendo o meio de apreciar a gravidade da ameaça mastoideana, de uma maneira constante e infalivel, julga ter um que lhe tem prestado assinalados serviços. Uma otite média supurada aguda, paracentesada ou aberta expontaneamente, com corrimento bundante ha algum tempo, por orificio timpanico cuja séde e dimensões se opoem a toda retenção, nenhuma constatação tirada dos sintomas locais, das reações de vizinhança e do estado geral capazes de afirmar a osteite mastoideana. A unica inquietação é fornecida pela persistencia tenaz de uma dor provocada pela pressão sobre o blóco mastoideo, a-pesar da terapeutica intraauricular e das aplicações quentes locais.
E' no estudo aprofundado dessa dor provocada e suas modalidades, que se deve ligar um real valôr, fóra outra indicação precisa e formal, para discernir se uma simples reação mastoideana ou uma mastoidite verdadeira.
O A. pensa que se deve interpretar os resultados da descoberta de uma sensibilidade retro-auricular anormal, sob certas condições susceptiveis de modificar a sua significação. Si a dor determinada pelo dedo sobre a afofise não existe senão quando o conduto auditivo está sujo de pus e diminue, de maneira evidente ou desaparece totalmente, depois que o conduto foi cuidadosamente limpo, deve-se esperar que a localisação mastoideana não tenha gravidade definitiva. Ao contrario, o prognostico é menos favoravel si a limpeza do conduto fica sem efeito sobre a dor retroauricular provocada pela pressão digital.
HAMBERT - As tuberculoses associadas do laringe e dos pulmões - Pag. 122.
Trabalho interessante sobre este assunto, para o qual as estatisticas concordam em acusar a aparição da complicação laringeana em cêrca de um terço das tuberculosas pulmonares. A tisiologia moderna, com seus metodos de exploração radiologica, veio iluminar o problema etiologico: a laringite primitiva viu seus limites recuarem-se em favor da laringite secundaria a tbc. pulmonar.
O exame sistematico do laringe em todos os tuberculosos, mostrou a existencia de lesões laringeanas, mesmo sem signal algum funcional que tivesse chamado a atenção sobre o orgão vocal. Cita os sinais mais frequentes, a modificação do timbre da voz, no inicio, e a dor nos ultimos periodos.
A tuberculose laringeana apresenta modalidades evolutivas tão variadas quanto a tbc. pulmonar, da qual ela é uma consequencia.
A terapeutica da tbc. laringeana é a da tbc. pulmonar e se resume na cura higieno-dietetica, colapsoterapía com todas suas modalidades, e a auroterapía. A aparição de uma complicação laringéa não deve ser obstaculo para cura em sanatorio, muito pelo contrario; sob sua unica influencia, com a condição de que seja suficientemente prolongada, muitas localisações locais podem melhorar ou mesmo retroceder.
CANUYT - A amigdalectomía total "a morno" após a abertura larga dos flegmões da loja amigdaliana - Pag. 130.
O tratamento cirurgico dos flegmões da loja amigdaliana compreende: 1.°) a abertura da coleção purulenta; 2.º) a amigdalectomía ou ablação da amigdala culpada.
I.º) - Lembra o A. o seu processo de abertura, em substituição aos classicos, dando os principais tempos.
II.º) - Para a amigdalectomía, três metodos podem ser usados: 1.°) amigdalectomía total, a frio; 2.°) amigdalectomía total ou parcial, a quente; 3.°) amigdalectomía total, a morno.
1.º) A frio, é o processo classico. O A. não concorda com a pratica de tirar as amigdalas varias semanas após o flegmão. Acha que se formam aderencias capsulo-parietais, que tornam difícil, delicada a intervenção.
2.º) Muitos autores preconisam a abertura da coleção e a amigdalectomía imediata. O A., que foi um dos primeiros a executar essa operação em França, o fez com reservas, não sendo dele partidario, mas apenas com o fim de pesquizar a prova da séde anatomica exáta da supuração. Em todos os casos, achou a coleção no plano de clivagem extracapsular. O A. considera esta intervenção dolorosa, por vezes incompleta e não isenta de perigos.
3.º) Amigdalactomía total "a morno". - O A. aconselha a ablação da amigdala alguns dica após a abertura larga da loja amigdaliana. Nesse momento, o edema já desapareceu, os tecidos infiltrados retomam sua motilidade, a loja está largamente aberta e a maior parte da amigdala está libertada. Nestas condições, a amigdalectomía total é facil, e poderá ser feita desde que a temperatura esteja vizinha da normal, e isto, no 4.° ou 5.° dia. A anestesía local é suficiente, a técnica é facilitada, pois a amigdala está em grande parte destacada das paredes da loja, pela supuração e pela abertura larga. O A. dá a intervenção o nome de amigdalectomía total "a morno". Ela é facil, não dolorosa e sem perigos. E' necessario descolar o pólo superior e o pilar posterior, terminando-se com o instrumento de Sluder.
TEMPEA - Paralisías faciais, afecções cirurgicas - Pag. 134.
O A. transcreve seis observações de paralisías faciais, a maioría catalogada "a frigore" e de outras causas, em que melhoras sobrevieram após intervenção cirurgica. Conclue que todas as paralisias faciais de natureza otologica, e nestas devem ser incluidas as chamadas "a frigore", devem ser cuidadas pelo otologista. Nos casos em que, pelos multiplos metodos de que dispomos, estabeleçamos um processo otico congestivo, seroso ou supurado, que não possa ser curado pelos processos conservadores, deve-se fazer o tratamento cirurgico, salvando-se a função de um nervo da importancia do facial ou mesmo a vida dos doentes, como nos casos de Barraud, em que mastoidites supuradas latentes, foram assinaladas pela aparição de paralisias faciais chamadas tão comodamente de "a frigore".
MIGNON - Aplicações do metodo de substituição ao tratamento da otite média supurada - Pag. 141.
Apresenta o A. uma técnica para tratamento das otites supuradas, que pode ser util entre nossos meios terapeuticos. Este metodo não deve ser usado nos casos simples, que se curam rapidamente. O tratamento é mais longo que os outros meios, mas sua aplicação é facil e não dolorosa. E' baseado no metodo de deslocamento de Proetz, aplicado no diagnostico e tratamento das sinusites. O A. enche o ouvido com o liquido que quer fazer penetrar no ouvido médio; depois, com auxilio de uma seringa ou pêra de borracha, com uma extremidade apropriada, faz o vacuo no conduto. O ar é assim expulso do ouvido e o liquido toma o seu lugar.
DR. PAULO SAES.
OTO-RINO-LARINGOLOGIA ITALIANA Ano IV - N.º 5 - Setembro de 1934.
E. RUBALTELLI e A. DE TROMBETTI - O "test" tonsilar nos individuos tuberculosos - Pag. 446. Seguindo o criterio de Vigo Schmidt, que o empregou nas pesquizas que fez para determinar a influencia das massagens das amigdalas, sobre a constituição da formula leucocitaria, os AA. utilisaram-se da mesma técnica usada por aquele autor, em 37 individuos, divididos em diversos grupos: ao primeiro pertenciam 21 tuberculosos pulmonares com hipoplasia acentuada do anel de Waldeyer; ao segundo seis individuos tuberculosos com desenvolvimento normal do tecido linfoide nas vias aéreas superiores; ao terceiro cinco pessoas sãs com desenvolvimento normal do anel de Waldeyer; ao quarto cinco pacientes sujeitos, anteriormente, á amigdalectomia.
Os resultados foram os seguintes:
1) - O "test tonsilar" foi seguido de leucopenia, a cargo dos linfocitos, nos pacientes com desenvolvimento normal das amigdalas palatinas, quér fossem ou não tuberculosos. (Segundo e terceiro grupos) ; 2) - a mesma prova deu resultado negativo (ausencia de leucopenia) nos individuos com hipoplasia ou ausencia das amigdalas palatinas (primeiro e quarto grupos). Os AA. discutem largamente a significação dos resultados hematológicos obtidos, concluindo que a presença de reacções leucopenicas e linfopenicas, após o "test tonsilar", demonstram que as amigdalas palatinas são, presumivelmente, normais em suas estruturas e em suas funções e que, ao contrario, quando da ausencia das reações leucopenicas, após a massagem das amigdalas, demonstrariam uma sua alteração; alterações, não de tipo flogistico, nem devida a ação do B. de Kock e de seus produtos, mas sim a uma condição de hipoplasia, provavelmente primitiva, constitucional.
A técnica seguida foi a mesma empregada por Vigo Schmidt.
GIOVANNI RUSSO-FRATTASI - Anomalia rara do ouvido médio em disostosis cleido-cranica - Pag. 484.
O A. refere-se a um caso de anomalia congenita do ouvido médio direito, com coloração e movimentos anormais da membrana timpanica. Põe em evidencia as anomalias concomitantes que se encontram, na mesma enferma, comprometendo outros segmentos do esqueleto e do craneo, de fôrma a constituir o sindroma particular conhecido pelo nome de disostosis cleido-cranica. Demonstra que, no ponto de vista patogenico, a anomalia auricular póde estar ligada ao sindromo supra-mencionado e, com analise minuciosa da sintomatologia apresentada pela enferma, procura demonstrar como as varias alterações organogeneticas não façam parte senão da unidade patogenica da distrofia craneo-cerebral.
M. O. R.
IL VALSALVA
Ano X - N.º 6 - Junho 1934 (Roma).
O. GASPARRINI (Roma) - Estudo fisico sobre o labirinto humano considerado como orgão do equilibrio - Pag. 389.
Neste artigo, o A. estuda a pressão exercida pela endolinfa, pelo seu proprio peso, sobre os neuro-epitelios dos canais semi-circulares, e por meio de leis finitas, procura fazer sua exáta medida.
Estudando depois como varia essa pressão nas varias inclinações da cabeça, pretende determinar algumas leis, e delas se resume, que a pressão endolinfatica possue todos os caracteristicos para ser considerada como o estimulo do labirinto, na sua função de orgão do equilibrio.
A natureza, com a labirinto, creou um orgão capaz de corrigir automaticamente as posições incongruentes e perigosas, que o corpo pode tomar nos diversos movimentos ativos e passivos. A correção é feita por meio dos musculos que executam os movimentos compensadores, trazendo, por exemplo, a cabeça e o corpo para suas posições normais de equilibrio no espaço. Mas estes. movimentos compensadores têm seu estimulo em neuro-epitelios propositalmente colocados no labirinto e sobre os quais devem agir as excitações mecanicas adequadas aos reflexos apropriados. Estes reflexos, por sua vez, são proporcionais á inclinação a compensar.
Ninguem põe em duvida a ação da pressão exercida pela endolinfa, pelo seu proprio peso, como excitante mecanico, sobre o neuro-epitelio empoular. O A. mostrou que a pressão, agindo sobre o neuro-epitelio empoular, varia proporcionalmente ás inclinações que os musculos devem corrigir. A pressão endolinfatica possue todos os caracteres necessarios e suficientes para funcionar sob as excitações que atúam sobre o labirinto, considerado como o orgão do equilibrio no espaço. O neuro-epitelio dos canais superiores e laterais é adaptado aos reflexos das inclinações para os lados, enquanto que o dos canais posteriores regularisa os reflexos das inclinações para deante e para traz.
U. BOMBELLI (Roma) - Traumatismo da orelha esquerda, com retenção de grandes fragmentos de vidro e lesões do facial - Pag. 441.
O A. apresenta a observação de um jovem de 25 anos, que conservou durante 10 meses, após um acidente de automóvel, fragmentos de vidro de 2 e 3 cent. no conduto audutivo externo e tecidos peri-auriculares, com lesões do filamento bucal inferior do ramo cervico-facial do VII.° Intervenção e cura.
V. A. BORGIOLI (Florença) - Neoformações teratomatosas do septo nasal - Pag. 444.
O A. apresenta um caso de neoformação que reputa raro. Trata-se de um tumor congenito aderente, por um pediculo, ao septo nasal cartilagenoso de um feto de oito meses. Exame anato-patologico: teratoma constituido por fibras musculares, por tecido gorduroso e por cartilagem.
H. C.
OTO-RINO-LARINGOLOGIA JAPONESA Vol. VII - N.º 5 - Maio 1934. (Fukuoka, Japão).
NARA - Provas de excitações caloricas fracas sobre japoneses sadios - Pag. 401.
O A. apresenta o resultado de suas pesquizas sobre cem pessas, pela excitação calorica com agua a 39º, 43º e 47º; e tambem com agua fria a 35º, 31º e 27º. A cabeça do paciente é colocada em posição de Brunings e deita-se 5 cc. de agua em dois segundos, no conduto auditivo externo. Mede-se a latencia, a duração da reação e o numero de batimentos do nistagmo dos dois lados. Ele é tanto mais rapido e mais intenso quando a temperatura da agua é mais elevada ou mais baixa. A reação a frio é mais intensa que a quente; á 27º, obtem-se nistagmo em 97-99% dos casos; á 47º, só se obtem em 84-86%. Como na prova de Barany, o A. nunca teve maiores consequencias, quando apareciam nauseas e vomitos.
TANAKA e IWAO - Tratamento das otites pelo anti-virus - Pag. 405.
Os AA. trataram pelo strepto-estafilo-bacilofago 16 casos de otite (8 otites medias agudas, 2 sub-agudas, 5 otites medias cronicas e 1 otite externa difusa). Notaram que sua ação é mais eficaz nas afecções agudas, sobretudo nas otites estafilococicas.
KUNITSUGU - Anatomia patologica do ouvido na leucemía - Pag. 408.
O A. relata o caso de um doente de 24 anos, com leucemía linfoidéa cronica, que se queixava de epistaxis e dores de garganta, sem perturbações auditivas. No fim de um mês, agravação das dores e morte por septicemia. Pelo exame histo-patologico do ouvido, encontrou-se uma hemorragía no meato acustico interno e no espaço peri-linfatico do caracol. Exudatos com linfocitos na caixa timpanica.
OKUSHIMA - Um caso de cancer medular do nariz - Pag. 415.
Trata-se de um homem de 44 anos, que ha já três anos é portador de um tumor escuro, hemorragico, na narina esquerda. A operação de Denker mostrou que era um tumor em forma de pêra, saindo das celulas etmoidais; o exame histopatologico mostrou tratar-se dum cancer medular. Recidiva dez meses mais tarde, com tumefação da bochecha. Cura pela resecção parcial do maxilar.
KAKINUMA - Dilatação duravel do canal fronto-nasal pela transplantação dum vaso - Pag. 421.
Frequentemente, após intervenção radical, constata-se uma estenóse ou estreitamento do canal fronto-nasal, principalmente se este é longo e estreito. Num jovem de 15 anos, o A. pratica a abertura do seio frontal por via externa, com alargamento do conduto naso-frontal; mas logo depois, este se oblitera por granulações. Então o A. teve a idéa de praticar a transplantação de um pedaço da safena e desse modo conseguiu uma passagem duravel.
SASAKI - Relação da sinusite maxilar cronica com pequenos detritos de osso - Pag. 425.
Ao praticar a operação radical numa joven de 22 anos, com sinusite maxilar cronica com celulite etmoidal bi-lateral, encontrou dentro do seio cinco pequenos detritos osseos, livres e envolvidos por granulações. Pelo exame macroscopico, pareciam substancias dentarias, mas pelo hiato-patologico, verificou-se tratar de tecido esponjoso, oriundo do periosteo da parede do seio.
HIGETA - Hemiangioma da faringe - Pag. 429.
Um homem de 25 anos, sentia uma sensação de leves picadas na faringe, com disfonía. Pelo exame, notou-se um tumor roseo-escuro, de forma alongada, entre a amigdala palatina esquerda e a porção superior do seio piriforme. Feita a biopsia e o exame histologico, cientificou-se o A. que o tumor era um hemangioma esponjoso.
TSUGAWA - Casuistica da angina de Plaut-Vincent - Pag. 438.
O A. relata o caso de um homem de 33 anos, com dores no lado esquerdo da garganta; aplicação de sôro anti-difterico sem resultado. Nota-se inflamação da amigdala esquerda e da metade esquerda do palato, que estão cobertos por um exudato esbranquiçado. Examinado o material colhido, o A. encontrou bacilos fusiformes, espiroquetas, estreptococus e estafilococus, mas ausencia de bacilos de Loeffler. O doente curou-se com aplicações locais de salvarsan.
HAYASHI - Sobre o tempo de recuperação da voz no catarro agudo do laringe - Pag. 442.
Uma moça de 21 anos ficou completamente afonica após um forte resfriado, e só conseguia falar alguma cousa no tom "f". Laringe hiperemiado e tumefacto. A melhoria da voz segue as mesmas etapas da melhoria do estado do laringe. O A. cita um outro caso identico e notou que são os tona baixos os primeiros a serem recuperados. Ele atribue a disfonía, á diminuição da tensão muscular das cordas vocais pela inflamação aguda.
HARADA e ODACHI - Resultados obtidos pela "Mucolysin" em oto-rino-laringología - Pag. 446.
Os AA. fizeram aplicações locais duma solução de mucolysin a 10% nas otites mucosas, mastoidites agudas, otites medias cronicas perfurativas e rinorréas cronicas, após operação radical de sinusite maxilar cronica etc., tendo obtido bons resultados. Quando os pacientes queixarem-se de dores fortes, é preciso então fazer uma aplicação de sôro fisiologico para aliviá-los. H.C.
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