Entra a Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, a partir dêste ano de 1965, em nova fase de sua existéncia.
Fundada em 1933 por Mário Ottoni de Rezende e Homero Cordeiro, sob o nome de Revista Otorrinolaringológica de S. Paulo, apresentou-se com caracteres do mais levado padrão, não só pelos trabalhos publicados, como pela riqueza dos resumos dos mais reputados periódicos da especialidade.
Em verdade não contou com a cooperação dos especialistas brasileiros, que seria lógico esperar. Inúmeros deles não a assinaram. A tiragem modesta e a inflação foram tornando cada vez mais difícil a publicação da Revista. Entrou ela, ao cabo de alguns anos, no regime da irregularidade de edição, o que, como se sabe, é a morte do periódico.
Estudou,a Federação das Sociedades Brasileiras de Otorrinolaringologia as possibilidades de garantir a periodicidade do órgão e, no Congresso do Rio, de 1962, ficou estabelecido que fôsse cobrada dos congressistas, por ocasião da inscrição, uma taxa em que o preço da assinatura se tornasse obrigatório. Infelizmente tal medida só veio a ser posta em prática no Congresso de Curitiba de 1964. Por isso, só agora a Revista entra em novo ritmo de vida e voltará a ter a regularidade de publicação que a tornará, de fato, o espelho da otorrinolaringologia brasileira.
Esperamos dar ao periódico um esquema que deve obedecer ao seguinte teor: 1) artigos de revisão; 2) artigos originais; 3) da prática para a prática; 4) observações clinicas especiais; 5) artigos de nomenclatura; 6) resumos das sociedades nacionais de otorrinolaringologia; 7) resumos dos principais periódicos estrangeiros; 8) notas bibliográficas.
A afluência aos congressos será uma garantia para a Revista, pois que o congressista é automàticamente assinante. Mas quem não comparecer ao congresso pode assiná-la, mediante o pagamento adiantado de 6 mil cruzeiros, para o ano de 1965.
A Revista tem sido sacrifício pesado para muitos, mórmente para nós de S. Paulo. Esperamos que, ao menos por patriotismo, os nossos colegas nos dêem todo o seu apóio, afim de que possamos manter a Revista á altura da otorrinolaringologia brasileira.
A Redação janeiro de 1965
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