ISSN 1806-9312  
Sábado, 20 de Abril de 2024
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2058 - Vol. 61 / Edição 2 / Período: Março - Abril de 1995
Seção: Pergunta Páginas: 164 a 164
Como eu conduzo um paciente com tuba patente?
Autor(es):
Franscisco José de Paula Lima, Dr. Med.

Preferimos o conceito de que TUBA PATENTE É A QUE - POR PERMANECER ABERTA - PERMITE À PARTE TENSA DA MEMBRANA TIMPÂNICA MOVIMENTOS SINCRONIZADOS COM A RESPIRAÇAO.

Não consideramos aqui as tubas auditivas que se abrem a cada deglutição.

A autofonia e o efeito de mascaramento que manifestam nas faixas das freqüências baixas e médias, devido à ressonância e aos ruídos respiratórios, são conseqüências da insuficiência do fechamento da tuba auditiva que deixa de atuar como barreira acústica.

Após realizados os testes de rotina, para comprovação e documentação da presença de tuba patente, deve¬-se investigar condições que elevem a freqüência de movimentos de deglutição, mastigação ou de movimentos respiratórios.

Alterações hipercinéticas tais como freqüência elevada de movimentos de deglutição, mastigação e respirações forçadas devem ser controladas procurando-se conhecer-lhes as causas e mecanismos prováveis. Detectaremos então alterações psíquicas ou mesmo patologia oclusal, casos em que o tratamento implicará participação de profissionais de outras especialidades.

Investigar enfermidades neurológicas tal como a miastenia grave.

Alterações no sistema nervoso parasimpático podem causar atrofia da mucosa da tuba auditiva, tal como pode ocorrer em casos de uso de medicamentos que reduzam a atividade do sistema parassimpático.

Pesquisar cuidadosamente as reduções ponderais (doenças consumptivas, distúrbios endócrinos) que geralmente comprometem bilateralmente a função tubária repercutindo sobre estruturas como os corpos adiposos de Ostmann, cartilagem da tuba e músculos.

Hipotonia não controlada, assim como intervenções cirúrgicas que reduzam a pressão venosa craniana, podem ser causa de insuficiência secundária da tuba auditiva.

Processos inflamatórios crônicos de ouvido médio podem tanto ser conseqüência de alterações funcionais da tuba quanto causa de rigidez cicatricial das paredes da tuba auditiva e atrofia da mucosa de revestimento. O uso de contraceptivos e a gestação, alterando a viscosidade do muco, podem propiciar a manifestação da síndrome da tuba patente. (Brookler & Birken).

Tratamentos invasivos ficam reservados para os casos de insucesso com tratamento conservador.

Por exemplo:

- Injeção de materiais na parede anterior do óstio faríngeo da tuba auditiva com o proposto por Pulec (politetrafluoretileno).

- Técnica de transposição do tensor do pálato mole (Stround e cols.). Técnica esta mais acorde com a fisiopatogenia da tuba aberta.

É da maior importância o conhecimento da fisiopatogenia de cada caso - mediante avaliação clínica completa - optando-se, sempre que possível, por tratamento clínico.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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