ISSN 1806-9312  
Sexta, 19 de Abril de 2024
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2025 - Vol. 61 / Edição 1 / Período: Janeiro - Fevereiro de 1995
Seção: Como eu trato Páginas: 82 a 82
Rinite Vasomotora
Autor(es):
Pedro de Oliveira Cavalcanti Filho*

As rinopatias, especialmente quando se tornam crônicas, passam amodificar o estilo devida dospacientes, independente da idade, pois interferem na alimentação e no sono. Em outros casos estão associados a otites, sinusites, faringites ou asma; que levam a um desconforto ainda maior.

Quando estou diante de um paciente portador de "RINITE" tenho a preocupação de explorar, ao máximo, a sua históriaclínica para subsidiaro meu exame físico em busca do enquadramento diagnóstico. Isto porque as causas de rinites podem ser estruturais e/ou da mucosa pituitária. As patologias da mucosa são por sua vez, divididas em imunológicas e não-imunológicas, classificadas de acordo com a etiologia e histologia.

TRATAMENTO

A rinite vasomotora, não alérgica, tem como principais sintomas a congestão nasal e a rinorréia aquosa. É importante afastar a alergia nasal pois não são raros os casos de rinite alérgica com coriza abundante.

A rinorréia é decorrente a um aumento da atividade parassimpática nas glândulas submucosas do revestimento nasal.

Por outro lado o bloqueio está relacionado com a vaso¬dilatação abundante nos cornetos inferiores e médios.
É importante um exame físico criterioso através de uma rinoscopiaarmada com microscopia, endoscopia e/ou tomografia computadorizada.

Assim sendo, um esporão septal, uma concha bolhosa, pólipos nasais não alérgicos, sinusites crônicas, hipertrofia adenoideana, etc., justificaria o quadro persistente da rinite vasomotora. A rigor, a rinite vaso motora poderia ser considerada como um processo de hiperreatividade nasal com predominância do sistema colinérgico.

O tratamento de possíveis causas extrínsicas ao nariz devem ser feitas sobretudo por especialistas como endocrinologistas, imunologistas, psiquiatras, etc.

TRATAMENTO CLINICO

Quando a congestão nasal é o sintoma predominante, o uso de corticosteróides tópicos são benéficos, porém na rinorréia aquosa este tipo de droga é de pouca eficiência.

O uso de descongestionantes, sistémicos ou tópicos, devem ser feitos por curtos períodos de tempo. Já os anti¬histamínicos não têm mostrado resultados satisfatóríos no tratamento da rinite vasomotora.

Se considero a hipersecreção glandular decorrente da hiperatividade dos receptores colinérgicos, o único tratamento lógico e eficaz para a rinorréia é a administração de drogas anticolinérgicas.

ANTICOLINÉRGICOS

Os anticolinérgicas antagonizam a ação da acetilçolina que é a substância neurotransmissora muscarínica dos nervos parassimpáticos da mucosa respiratória.

A aplicação de drogas anticolinérgicas por via sistêmica, não é usada devido aos seus efeitos colaterais e adversos indesejáveis. Na prática, estes efeitos não são observados como uso do brometo de ipratrópio tópico, mesmo em doses elevadas. A dose preconizada é de SO mg 3 vezes ao dia através de pulverização das fossas nasais. É importante que a direção do jato seja feita objetivando o bombardeio dos cornetos inferiores e médios para obtenção de um resultado clínico efetivo.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

Quando o bloqueio nasal persiste, levando ao desconforto dos pacientes, optamos pelo tratamento cirúrgico com o intuito de corrigir as alterações estruturais, anteriormente citadas.

Na abordagem dos cornetos dos preferência pela ressecção submucosa das estruturas hipertrofiadas, óssea e tecidos moles, fazendo uma redução do volume e da quantidade de tecido mucoglandular hípersecretor, através da abordagem das faces meatais e inferiores dos cornetos. Esta preocupação técnica evita sangramentos e/ou a formação excessiva de crostas. É necessário manter a terapêutica clínica com o brometo de ipratrópio tópico para o controle da rinorréia a partir da segunda semana de pós-operatório.

* Clínica Pedro Cavalcanti - Natal - RN.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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