INTRODUÇÃOO zumbido pode ser considerado a ilusão auditiva, ou seja, a sensação sonora não relacionada a fonte externa de estimulação. Pode ser o único ou o principal sintoma envolvido em várias doenças que comprometem a saúde e o bem-estar de muitos indivíduos.
Muitas vezes, o tratamento adequado de algumas doenças das quais o zumbido faz parte não consegue aliviar satisfatoriamente esse sintoma, permanecendo o mesmo como a principal queixa do paciente. Por exemplo, em casos de doença de Menière, surdez súbita, otosclerose, mesmo após tratamento clínico ou cirúrgico, cora melhora da hipoacusia e da vertigem, o zumbido não melhora na mesma proporção, necessitando tratamento à parte. Mesmo quando não há doenças identificáveis, o zumbido pode interferir intensamente na qualidade de vida do indivíduo e de sua família, podendo até precipitar suicídio.
De acordo com pesquisa nacional realizada nos Estados Unidos pela Public Health Agency of America, em 1984/85, o zumbido severo é considerado o terceiro pior fator que pode acometer o ser humano, só sendo superado pela dor intensa intratável e pela tontura intensa intratável. Todas as demais ameaças, como câncer, paralisias, cegueira e surdez, aparecem posteriormente na lista. Esta mesma pesquisa estimou que cerca de 36 milhões de adultos norte-americanos apresentam alguma forma de zumbido1. Destes, aproximadamente 7,2 milhões têm o zumbido na sua forma severa. A incidência do zumbido difere bastante nos diversos países. No Brasil, não dispomos ainda de dados estatísticos.
Para vários pacientes, o zumbido é leve e intermitente. Muitos nem procuram auxílio médico e, quando o fazem, geralmente isto ocorre para se certificarem de que não há nenhuma doença grave causando este sintoma. Felizmente, é apenas pequena minoria que sofre de zumbido na sua forma mais severa, com prejuízo na qualidade de vida. Em prol desses indivíduos, cabe ao otorrinolaringologista a tarefa de ser paciente e aplicar seus conhecimentos com o objetivo de melhor qualidade de vida dos mesmos, ao invés de proferi conhecidas frases: "não há nada que possa ser feito "você vai ter que aprender a conviver com isso".
Muitos otorrinolaringologistas referem dificuldades em lidar com o paciente portador de zumbido. Isto se deve a dois fatores principais. Primeiramente, o zumbido é sintoma alusivo e o desconforto causado é se subjetivo, tornando difícil a avaliação médica. Em segundo, à insuficiência de descrições sobre o assunto, mesmo nos melhores livros-texto de nossa especialidade, o que faz o profissional sentir-se despreparado para lidar com o paciente.
O objetivo deste trabalho é estudar as características e a epidemiologia do zumbido nos primeiros 150 pacientes atendidos no Ambulatório de Zumbido do Hospital das Clínicas da FMUSP no período de novembro de 1994, quando foi criado, até março de 1996. Os autores esperam poder contribuir no sentido de estimular o estudo de um sintoma alusivo tão incômodo que, quando adequadamente compreendido e aliviado, pode deixar de comprometer imensamente a qualidade de vida do paciente.
CASUÍSTICA E METODOLOGIAForam analisados retrospectivamente alguns dados referentes às características e epidemiologia do zumbido nos primeiros 150 pacientes que foram encaminhados para atendimento no Ambulatório de Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo, cujas atividades iniciaram-se em novembro 1994. Para esse ambulatório, geralmente, são encaminhados os pacientes que apresentam zumbido como única ou principal queixa, sendo sua função, portanto, a de ambulatório de triagem dos casos mais severos.
Todos os pacientes são submetidos a extenso questionário de avaliação do zumbido, assim como das demais queixas otorrinolaringológicas e gerais, com o objetivo da obtenção de visão abrangente de cada paciente. Nesse artigo, procuraremos deter-nos nas características e epidemiologia do zumbido, não entrando em detalhes sobre os sintomas associados, do diagnóstico ou do tratamento, os quais serão posteriormente abrangidos em outras publicações. Os itens analisados em nosso estudo foram em relação ao sexo, raça, idade do paciente na primeira consulta, severidade do zumbido, interferência nas atividades diárias, tempo de zumbido e região s acometida.
Para a análise estatística dos dados foram usados os testes do quiquadrado (x2) e da probabilidade exata de Fisher.
RESULTADOSEm relação ao sexo: dos 150 pacientes estudados, 90 (60%) foram do sexo feminino e 60 (40%), do masculino.
Em relação à raça: 119 pacientes foram da raça branca (79,3%), enquanto que apenas 27 (18%) foram da raça negra e 4 (2,7%) da amarela.
Em relação à idade do paciente na primeira consulta (Tabela 1, Gráficos 1 e 2): a maior incidência de zumbido ocorre entre os 40 e 60 anos , sendo menos freqüente fora dessa faixa etária. Estatisticamente, não houve diferença significativa na distribuição entre as várias faixas etárias. Ao separarmos as idades em relação ao sexo, vemos que o zumbido predomina no sexo feminino em quase todas as faixas etárias, sendo estatisticamente significativo na 3ª, 4ª e 5ª décadas (p<0,001). Em relação ao sexo masculino, parece haver aumento mais linear em termos de predomínio do zumbido do que no sexo feminino, sendo maior a incidência de zumbido na 6ª e 8ª décadas (p<0,001).
Em relação à severidade do zumbido (Gráficos 3 e 4): esse item foi analisado pela escala análoga visual. Segundo este método, o paciente é inquirido a dar nota de 1 a 10 a seu zumbido, imaginando que 1 seria zumbido leve, e 10 o pior zumbido que ele poderia imaginar. As notas foram classificadas da seguinte maneira: de 1 a 3: zumbido leve; de 4 a 7: zumbido moderado; de 8 a 10: zumbido severo. Vinte e três dos 150 pacientes não responderam à pergunta por não a terem compreendido. Dos restantes 127 pacientes, 118 (92,9%) foram classificados como tendo zumbido moderado ou severo, enquanto apenas 9 (7%) apresentavam zumbido leve. A análise em relação ao sexo, mostra também predomínio do sexo feminino, o qual se faz de modo importante nos pacientes com zumbido severo (notas de 8 a 10).
Tabela 1- Distribuição etária global dos pacientes incluídos no estudo.
Gráfico 1: Distribuição da idade dos pacientes
Gráfico 2: Distribuição da idade em relação ao sexo
Gráfico 3: Severidade do zumbido
Gráfico 4: Severidade do zumbido em relação ao sexo
Gráfico 5: Interferência do zumbido nas atividades diárias
Gráfico 6: Tempo de zumbido na primeira consulta
Gráfico 7: Tempo de zumbido na primeira consulta em relação ao sexo
Estatisticamente, houve diferença significativa entre a prevalência ele zumbidos moderados e severos, sobre os zumbidos leves, de modo que essa prevalência também foi observada na análise em relação sexo (p<0,001).
Quanto à interferência do zumbido nas atividades diárias (Gráfico 5): foi referida alteração do sono pelo zumbido em 78 pacientes (520/0), da capacidade de concentração em 71 (47,3%), do equilíbrio emocional em 85 (56,7%) e restrição da atividade social em 26 (17,3%). Apenas 36 pacientes (24010) não apresentaram alteração em qualquer das atividades diárias.
Em relação ao tempo de zumbido (Gráficos 6 e 7): vemos que 95 pacientes (63,3%) apresentam queixa bastante crônica, havendo predomínio estatisticamente significativo do sexo feminino nos grupos com queixa há mais de 3 anos (0,02>p>0,01). Por outro lado, se analisarmos isoladamente o grupo ele pacientes com queixa precoce, ou seja, zumbido há menos de um ano, existe diferença estatisticamente significa (0,02>p>0,01), com predomínio do sexo masculino (25%) sobre o feminino (8,89%).
Em relação à região acometida pelo zumbido (Gráficos 8 e 9): os dados foram avaliados em relação acometimento de ouvido direito, ouvido esquerdo, ambos os ouvidos de forma semelhante, ambos os ouvidos, porém pior em um dos lados, e cabeça, podendo haver associação do acometimento da cabeça com os ouvidos. Analisando-se os resultados, vemos que 75 pacientes (50%) apresentam zumbido bilateral, seja ele semelhante em ambos os ouvidos ou pior em um dos lados. Desmembrando-se esta análise, notamos que o masculino predomina no grupo de zumbidos bilateral simétricos (0,05>p>0,02), enquanto o sexo feminino predomina no grupo de zumbidos bilaterais assimétricos (0,02>p>0,01). Apenas 59 pacientes (39,3%) referem ouvir o zumbido em apenas um elos ouvidos, não havendo diferença entre o lado afetado. Já em relação ao entre os pacientes que apresentam zumbido unilateral, há uma predominância do sexo feminino sobre o masculino. Nas demais localizações do zumbido, seja em ambos os ouvidos ou na cabeça, o predomínio do sexo feminino também se faz presente, porém essa diferença não foi significativa.
Quanto ao número de zumbidos do paciente (Gráfico 10): foi considerado único se o paciente apresentava um só tipo de zumbido, fosse ele uni ou bilateral. Do mesmo modo, foi considerado múltiplo se paciente apresentava mais de um tipo- de zumbido no mesmo ouvido, ou tipos diferentes entre si, em ambos os ouvidos. Dos 150 pacientes, 82 (54,7%) referiram zumbido único e 68 (45,3%) múltiplo. Entre os zumbidos considerados leves (notas de 1 a 3), todos os pacientes apresentavam zumbido único. No grupo dos zumbidos moderados (notas de 4 a 7), houve aumento no número de ambos os tipos de zumbido, com predomínio ainda do zumbido único e, nos casos severos, houve equivalência e ambos os tipos.
DISCUSSÃOEm relação ao sexo: a presença do sexo feminino em 60% dos pacientes estudados mostra que nossos resultados diferem bastante do estudo de Meikle e cols. que, analisando 1.806 pacientes de uma Clínica de Zumbido em Pordand, Oregon, constataram que 69% dos pacientes eram do sexo masculino, sendo apenas 31% do feminino2. Talvez essa diferença possa ser atribuída ao fato de tal clínica ser referência para avaliação de aspectos legais referentes ao zumbido, e muitos dos pacientes encaminhados para lã estão envolvidos em processos trabalhistas contra empresas. Como sabemos, a perda auditiva induzida por ruído é mais freqüente em pacientes do sexo masculino e poderia justificar essa discrepância.
Em relação à raça: 119 pacientes eram da raça branca (79,3%), enquanto que apenas 27 (18%) eram da raça negra e 4 (2,7%) da amarela. Uma vez que a população de São Paulo segue a mesma distribuição em termos de prevalência das diversas raças, não se torna possível afirmar que o zumbido é mais prevalente na raça branca.
Em relação à idade do paciente na primeira consulta: no geral, o acometimento de pacientes entre 40 e 60 anos de idade foi mais freqüente, porém não houve diferença significativa na distribuição dos pacientes. Entretanto, se considerarmos os dados do IBGE3, em que a porcentagem de indivíduos com mais de 60 anos na população brasileira é de aproximadamente 12%, esses valores passam a ser significativos, uma vez que em nosso estudo a prevalência de zumbido em pacientes com mais de 60 anos foi de 26,67% (40 dos 150 pacientes).
Gráfico 8: Localização do zumbido
Gráfico 9: Localização do zumbido em relação ao sexo
Gráfico 10: Relação entre o número de zumbidos e severidade
Em relação à severidade do zumbido: excluindo-s(: 23 dos 150 pacientes que não responderam a essa pergunta verificamos que dos restantes 127 pacientes, 92,9%, fora classificados como tendo zumbido moderado ou severo enquanto apenas 7% apresentavam zumbido leve. A analisarmos as características do zumbido nas grande populações, notamos que a maioria apresenta zumbido leve e intermitente, sendo que apenas pequena parte apresenta zumbido severo4, 5. Em nossa estatística, entretanto, provavelmente a diferença de dados deveu-se ao fato de tratar-se de ambulatório específico de zumbido, para onde são triados os pacientes que apresentam severidade maior, muitas vezes referindo piora da qualidade de vida após o aparecimento do zumbido. A análise da severidade do zumbido em relação ao sexo mostra também predomínio do sexo feminino sobre o masculino, o qual se faz de modo importante nos pacientes com zumbido severo (notas de 8 a 10).
Quanto à interferência do zumbido nas atividades diárias: nossos resultados concordam com o estudo de Tyler, em 19836. O grande número de pacientes que referiu alteração em pelo menos uma das atividades diárias causadas pelo zumbido (76%), seja distúrbio do sono (52%), da capacidade de concentração (47,3%), do equilíbrio emocional (56,7%) ou da atividade social (17,3%), nos faz compreender o porquê da piora da qualidade de vida tão freqüentemente referida pelos pacientes com zumbido, fato que chama a atenção de qualquer otorrinolaringologista acostumado ao atendimento de tais pacientes.
Em relação ao tempo de zumbido: surpreendeu-nos constatar que 63,3% dos pacientes apresentam queixa bastante crônica, com mais de 3 anos de duração. Esse dado se reveste de grande importância, pois se o zumbido é o sintoma que tanto os incomoda, como explicar que só depois de muito tempo o paciente procure auxílio médico? Quando fomos investigar, vimos que a grande maioria dos pacientes não estava procurando o otorrinolaringologista pela primeira vez. Muito ao contrário, muitos deles já haviam passado em vários colegas e sido orientados a tentai se acostumar com o zumbido, pois "ele era irreversível e não havia nada a ser feito pelo paciente". Esse é o ponto que consideramos mais importante em nossa avaliação de resultados e para o qual gostaríamos de chamar a atenção elos colegas. O predomínio estatisticamente significativo do sexo masculino, no grupo que apresenta zumbido há menos de 1 ano (15 pacientes contra 8 do sexo feminino), talvez possa ser explicado por fatores sócio-econômicos ou psicológicos, visto que a média da faixa etária de ambos os grupos com queixa há menos de 1 ano (57,25 anos no sexo feminino e 46,93 anos no masculino) não é significativamente diferente, nem tampouco a severidade referida pelos pacientes neste grupo (sexo feminino: 2 com zumbidos moderados, 5 severos, 1 sem resposta; sexo masculino: 2 cola zumbidos leves, 7 moderados, 5 severos e 1 sem resposta).
Em relação à região acometida pelo zumbido: analisando nossos resultados, pudemos constatar que 50% dos pacientes apresentam zumbido bilateral, seja ele semelhante em ambos os ouvidos ou pior em um dos lados. Apenas 39,3% referem ter zumbido unilateral, tendo os restantes 10,7% percebido melhor o zumbido como originário da cabeça, com ou sela envolvimento dos ouvidos. Cabe aqui a inferência: estaria essa riqueza possibilidades de regiões acometidas pelo zumbido correlacionada com a etiologia do mesmo? É possibilidade, levantada por Meikle pela primeira vez 19897, e que apenas estudos mais complexos em rela a esses dados poderão esclarecer. Já em relação ao se o predomínio do feminino fez-se presente em todos os grupos, com exceção do que apresentou zumbido bilateral de forma semelhante em ambos os ouvidos. Talvez a explicação mais lógica esteja relacionada à prevalência número total de pacientes do sexo feminino no estudo. Quanto ao número de zumbidos elo paciente: 54, dos pacientes referiram zumbido único e 45,3%, múltiplo Meikle, em seu estudo de 1984, refere relação positiva entre o número de zumbidos ouvidos pelo paciente severidade do mesmo2. No Gráfico 10, vemos que não possível traçar essa mesma correlação em nosso estudo Entre os zumbidos considerados leves (notas de 0 a todos os pacientes apresentavam zumbido único. grupo dos zumbidos moderados (notas de 4 a 7), houve aumento elo número ele ambos os tipos de zumbido porém com predomínio ainda do zumbido único e, nos casos severos, houve equivalência ele ambos os tipos. Isso nos leva a acreditar que os zumbidos múltiplos estão mais associados cole severidade maior, talvez pelo fato de que os períodos de intermitência que proporcionais certo alívio são menos freqüentes, se não ausentes, do que nos zumbidos únicos. Como se explica o fato ele uma doença seja ela qual for, causar zumbido que se manifeste por sons múltiplos, podendo o paciente ouvir até 4, 5 ou me sons diferentes? Aqui, mais uma vez vale a questão: haveria alguma correlação entre o número de zumbidos e a etiologia do mesmo? Esperamos que, em breve, outros estudos possam responder a essas e outras pergunte solucionando um pouco mais do mistério que envolve o zumbido.
CONCLUSÃOOs autores concluem que o zumbido é sintoma único mas que pode acometer os pacientes ele modo bastante diverso. Neste estudo, houve predomínio de pacientes do sexo feminino, acometimento da faixa etária entre 40 e 60 anos, intensidade moderada a severa, tempo de história maior do que 3 anos, acometimento bilateral dos ouvidos e por zumbido único. Houve, também, predomínio acentuado de zumbidos moderados e severos, com grande interferência na qualidade de vida dos pacientes. Desse modo, os autores gostariam de chamar a atenção dos legas para o estudo e compreensão de sintoma subjetivo de difícil avaliação, mas passível de piorar a qualidade de ida do paciente acometido.
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* Médica Assistente e Doutoranda do Curso de Pós-Graduação em Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
** Professor Associado da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
*** Professor Titular da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
**** Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Trabalho da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Endereço para correspondência: R. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar. 255 - 6° andar - sala 6002 - CEP 05403-000- São Paulo/ SP.
Artigo recebido em 9 de julho de 1996. Artigo aceito em 15 de agosto de 1996.