ISSN 1806-9312  
Segunda, 29 de Abril de 2024
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1794 - Vol. 46 / Edição 1 / Período: Janeiro - Abril de 1980
Seção: Artigos Originais Páginas: 72 a 75
GUIA SEMIOLÓGICO PARA RINOSEPTOPLASTIA
Autor(es):
Flávio Sfurfa *
Rafle Kardous**

INTRODUÇÃO

Ultimamente as cirurgias de Rinoplastia e Septoplastia vem sendo realizadas tanto pelos Otorrinos como pelos Cirurgiões Plásticos, cujo objetivo principal é melhorar a função respiratória nasal e embelezar a face num único tempo e pelo mesmo cirurgião.

Junto ao exame Rinoscópico e Rinodebitomanométrico,énecessárioanalisar os distintos setores da face como o 113 superior ou crânio facial, 113 médio ou maxilar e o 113 inferior ou mandibular, dado que todos eles se completam para a constituição da face. Partindo do princípio de que o nariz e a face constituem uma unidade anatomofuncional, sugerimos este guia semiológico em que são contemplados ambos os aspectos.

I) SEMIOLOGIA DA FACE

A) Terço inferior (do mento à espinha nasal anterior)

10) Exame Extra - Oral:
a) Porção mandibular - projeto do mento: normal - promentonismo - retromentonismo b) Porção maxilar - ângulo nasolabial:
normal - aberto (hiperplasia da maxila) - fechado (hipoplasia da maxila)
- sulco nasogeniano:
normal - profundo (hipoplasia da maxila)

2°) Exame Intra - Oral:
a) Relacionando ambas as arcadas dentárias, pode ser:
normal - prognatismo mandibular ou maxilar - retrognatismo mandibular ou maxilar
b) Abóbada palatina:
aberta ou normal - fechada (hipoplasia da maxila)
c) Sulco gengivo labial:
normal - agudo (hipoplasia da maxila)

B) Terço médio (da espinha nasal anterior até o rebordo inferior da órbita) 10) Projeção do osso zigomático:
normal - projetado - retraído (hipoplasia maxilar) 2°) Rama ascendente da maxila:
vertical ou normal - obliqua (hipoplasia da maxila) 3°) Fossa Piriforme:
normal - aberta (hipoplasia maxilar)

C) Terço Superior (do rebordo inferior da órbita até o osso frontal)
1°) órbita: normal (rebordo orbitário inferior horizontal) - grande (rebordo orbitário oblíquo)
2°) Espaço intra - orbitário: normal (3 cm) - menor (hipoplasia do etmóide) - maior (hiperplasia do etmóide)
30)-Osso frontal:
a) Angulo naso-frontal: normal - aberto (hiperplasia da espinha nasal do frontal)
b) Arcos supra-ciliares: normal - hipertróficos - hipotróficos
c) Tamanho do osso frontal em relação ao comprimento nasal: normal - grande - pequeno
d) Tamanho do seio frontal

II) SIMETRIA FACIAL

A) Inspeção de frente a) Assimetria facial:

1°) frontal assimétrico.

2°) órbitas de diferentes tamanhos.

3°) diferentes projeções dos pomos zigomáticos.

4°) diferentes profundidades do sulco nasogeniano.

5°) laterodesvio do mento, etc.
b) Laterorrino no setor ósseo ou cartilaginoso ambos acompanhados ou não por assimetria facial.

B) Inspeção tangencial de cima Auxilia a inspeção de frente em:

1°) laterorrino.

2°) projeção dos pomos zigomáticos.

3°) laterodesvio do mento.

C) Inspeção tangencial de baixo

10) laterodesvio de columela.

2°) assimetria das fossas nasais.

3°) laterorrino, etc.

III) SEMIOLOGIA DO NARIZ

10) Comprimento nasal (paciente em perfil )
Relacionar: 113 superior da face - 113 médio da face - 113 inferior da face

2°) Altura nasal (paciente em perfil)
normal - aumentado (giba) - diminuindo (nariz em sela, etc.)

3°) Largura nasal (paciente de frente)
Relacionado ao trofismo maxilar, pode ser: normal - nariz largo = hipotrofismo maxilar = ramos maxilares abertos com rebordo orbitário inferior baixo.

4°) Ponta nasal a) Ponta caída
1) por hipertrofia de septo (nariz tenso) se acompanha do ângulo nasolabial aberto.
2) por hipotrofia de septo (nariz mole, com columela complacente, com ângulo nasolabial fechado).
3) por hipertrofia da cartilagem dos pontos em seu setor:
ponta quadrada - alar - joelho - rama columelar = columela penciplar b) Ponta globosa
a) hipertrofia da porção alar da cartilagem da ponta com cartilagem triangular normal.
b) hipertrofia da porção alar da cartilagem da ponta com hipertrofia da borda inferior da cartilagem triangular.
c) por mal posição da porção alar da cartilagem da ponta que ocupa o dorso nasal.
d) hipertrofia da porção alar, joelho e porção columelar da cartilagem da ponta.

50) Vestíbulo nasal
- posição da base da columela (laterodesvio)
- projeção da cabeça da rama columelar da cartilagem da ponta (columela curta).
- tamanho e forma das fossas nasais (assimetrias) - aspecto e forma das asas nasais (negróide)

6°) Cobertura cutânea (ponta nasal)
Tipo de pele: normal - gordurosa - espessa, etc.

IV) ESTUDO FUNCIONAL DO NARIZ
1) Tipos de obstrução nasal:
a) vestibular.
b) valvular.
c) atical.
d) turbinal anterior.
e) turbinal posterior.

2) Estudo da válvula nasal: - normal (10°).
- aberta.
- fechada.
- cicatricial (sinequia).
- não móvel.

3) Estudo Rinodebitomanométrico

4) Estudo da mucosa:
- espessura.
- cor.
- secreção.
- hipertrofia de cornetos.
- úlceras.
- perfurações.
- atrofias.
- tumores, etc.

5) Patologias agregadas:
- poliposes.
- sinusites.
- cistos, etc.

V) ESTUDO PSICOLÓGICO DO PACIENTE

O estado psicológico do paciente é de suma importância para definir a influência da sua deformidade nasal, tanto no aspecto funcional como no estético.

AGRADECIMENTOS

- Prof. Dr. Juan Manuel Tato - Catedrático na disciplina de ORL da Universidade Buenos Aires - Argentina.

- Dr. José Antonio Pinto - Diretor Clínico e Presidente do Centro de Estudos do Hospital Ibirapuera - São Paulo.

- Dr. Alexandre Felippu Neto - Chefe do Departamento de Rinosinusologia do Centro de Estudos do Hospital Ibirapuera - São Paulo.




Endereço do autor: Hospital Ibirapuera Av. Rubem Berta, s/ n. V. Clementina- São Paulo

* Chefe do serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Arauz Alfaro - Lanús - Buenos Aires - Argentina.
** Residente em ORL no Hospital Ibirapuera - São Paulo. Estagiário em Rinologia no serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Arauz Alfaro -Lanús - Buenos Aires - Argentina.
Trabalho recebido para publicação em 14112179.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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