ISSN 1806-9312  
Sábado, 23 de Novembro de 2024
Listagem dos arquivos selecionados para impressão:
Imprimir:
1773 - Vol. 45 / Edição 2 / Período: Maio - Agosto de 1979
Seção: Trabalhos Originais Páginas: 180 a 200
PANORAMA DAS ARTES, DA POLÍTICA, DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA NO PERÍODO FUNDAMENTAL DA CIRURGIA DO SEPTO E PIRÃMIDE NASAL - (1880-1910)
Autor(es):
R. M. Neves Pinto*

Resumo: O presente trabalho deve ser encarado como uma amenidade e teve como finalidade relembrar o ambiente artístico, político, científico e tecnológico, no período 1880-1910, a fim de que se possa apreciar melhor as circunstâncias em que os pais da moderna cirurgia nasal deram à luz suas valiosas contribuições. No final do século XIX e princípio do século atual, o mundo chega ao auge de um período de fi grandes transformações, iniciadas com a queda de Napoleão. A revolução industrial gera a riqueza e o ideal de liberdade. A Europa é o continente líder e o mundo inteiro se organiza graças aos capitais europeus (1 , 2,3,4). Na França, por exemplo, a chamada "belle-époque" (1900-1914) retrata bem o clima de euforia, fartura, bem-estar e otimismo (de certo modo inconseqüente) em que vivia a burguesia (5). Mas é uma época memorável, de grandes e decisivas realizações, em todos os campos da atividade humana. Neste período (1880-1910), também são firmadas as técnicas básicas para a cirurgia do septo e pirâmide nasal. A "belle-époque" engloba o clímax dessa "fase do ouro", como definiu COTTLE (6), da cirurgia Rinológica. Dividimos nossa comunicação em sete partes: I - Sinopse das grandes contribuições à cirurgia do septo e pirâmide nasal, no período 1880-1910. II - Sinopse das artes plásticas no período 1880-1910. III - Sinopse da produção musical do período 1880-1910. IV - Sinopse da produção literária no período 1880-1910. V - Sinopse do panorama político no período 1880-1910. VI - Sinopse dos principais feitos científicos e tecnológicos, no período 1880-1910. VII - Comentário. Resolvemos limitar-nos a sinopses. Um tratamento mais detalhado, de cada capítulo, redundaria num verdadeiro livro e ultrapassaria de muito os limites impostos pelo escopo do presente trabalho: simples rememoração dos nomes, obras e fatos mais importantes ou curiosos, com o fito de delinear a atmosfera geral reinante na época em questão. Inúmeras omissões foram inevitáveis. Muitas propositais, mas algumas por desconhecimento nosso ou por insuficiência das fontes disponíveis. Não foi sem grande hesitação que deixamos de dedicar capítulos ao balé e à arquitetura. Definições de Escotas e Estilos, ou de termos técnicos, de um modo geral não foram incluídas por serem do conhecimento da maioria. Caso necessário, esses dados, bem como notícias bibliográficas sobre as personalidades citadas, serão facilmente encontradas em quaisquer enciclopédias (v.g.: 3,4). No que diz respeito à parte médica especializada, aconselharíamos procurar estas informações através da bibliografia citada. Outrossim, optamos por expor o maior número possível de dados importantes, deixando à observação e ao raciocínio (ou à fantasia) dos próprios leitores a maioria das correlações e deduções possíveis. Finalmente, é necessário notar que, nas sinopses, referimos apenas os fatos acontecidos no período em pauta. Por isso é que peças e feitos inestimáveis, de muitos autores citados, por terem sido dados à luz antes ou depois do período 1880-1910, deixaram de ser referidos.

I - SINOPSE DAS GRANDES CONTRIBUIÇÕES À CIRURGIA DO SEPTO E PIRÃMIDE NASAL, NO PERÍODO 1880-1910.

Parece que, desde os primórdios da história, o nariz tem sido encarado como a estrutura chave da expressão e da aparência facial. Assim, deve ter surgido a mutilação nasal como uma das formas de punição, infligidas a prisioneiros de guerra e a condenados por transgressões graves à lei e à moralidade (infidelidade conjugal, por exemplo).

Em conseqüência, nascem as tentativas de correção médicocirurgia do problema. No Papiro de EBERS, apud HINDERER (7), há evidência de que os egípcios já realizavam cirurgias rinoplásticas desde 3.500 anos A.C. e o chamado "retalho indiano", para rinoneoplastia, foi descrito por SUSHRUTA SA MHITA há cerca de dois mil anos, no famoso "Ayur-Veda" (DENECKE e MEYER) (8).

Mas as bases da moderna cirurgia do septo e pirâmide nasal, tal como a conhecemos e praticamos hoje, só surgiram efetivamente no final do século passado e início do atual.

Em 1882, INGALLS (9) inicia a moderna cirurgia do septo nasal fazendo a remoção submucosa de pequeno triângulo de cartilagem septal.

Em 1884, após FREUD e KOELLER (4) introduzirem a cocaína como anestésico local, KNAPP (10) inaugura sua utilização na cirurgia nasal.

Em 1886, KRIEG (12) pratica a remoção de grande parte da cartilagem septal e, quando necessário, inclui porções do vómer e da lâmina perpendicular do etmóide.

Em 1889, ASCH (13) introduz a técnica pela qual o septo nasal seria corrigido através fraturas e incisões convenientes.

Mas o grande crédito pelo desenvolvimento e difusão da cirurgia septal, com a ressecção submucosa do septo nasal (septectomia), pertence a FREER (1902) (14) e KILLIAN (1904, 1905) (15,16) e os procedimentos hoje em voga são, na verdade, modificações de suas técnicas básicas.

A grande diferença entre o procedimento de FREER (14) e o de Killian (15,16) é que enquanto o primeiro não respeitava a "pars caudalis" do septo cartilaginosa, o segundo recomendava preservar ao menos uma faixa de um centímetro da mesma, para evitar a retração da columela e o "nariz-em-sela". É Interessante citar o fato muito pouco conhecido que, por ocasião do Congresso de Moscou, o espanhol BOTEY (17) e KILLIAN, salvo pequenas e irre levantes diferenças, apresentaram como pessoais a mesma técnica (supracitada) para cirurgia do septo nasal.

Dentre as inúmeras contribuições à nova cirurgia, devemos chamar a atenção para as de JACKSON (1903), YANKAUER (1906) e MOSHER (1907, 1909).

JACKSON (19), famoso broncoesofagologista, levanta o problema do septo flácido como resultado das ressecções generosas.

YANKAUER (20) estuda o problema da dessecação das grandes cristas septais e sugere o que mais tarde foi aperfeiçoado e sistematizado, no memorável trabalho de COTTLE e col. (1958) (21), como túneis inferiores.

MOSHER (22), numa tentativa de preservar a cartilagem septal ao invés de ressecá-la (septoplastia), tenta a redução da mesma incisando-a acima e abaixo e depois forçando-a de volta à linha média. Não logrou sucesso, mas a sua contribuição à anatomia e a significação da maxila-premaxila é obra que fica (22,23).

Por outro lado, o pai da moderna cirurgia da pirâmide nasal é ROE (1887, 1891) (24,25). Através incisões intranasais, respeitando portanto a pele do dorso, fazia a ressecção das gibas ósseas e cartilaginosas. Usava a cocaína como anestesia tópica e subcutânea, contenção externa e contenção interna como curativo e documentava o pré e o pós-operatório de seus casos. Tudo de modo muito parecido com o que se faz hoje em dia.

Em 1898, TREDELENBURG (26) corrige os primeiros casos de laterorrinia. Mas, por ser o grande divulgador e aperfeiçoado da rinoplastia, o nome maior é o de JOSEPH (1898) (27). Não obstante ter sido ele o responsável pela maior parte dos refinamentos que promoveram a técnica da rinoplastia ao "status" de verdadeira arte, utilizou, no início, uma incisão externa, na linha média, para o acesso ao dorso. Isso sugere o pouco conhecimento que possuía dos trabalhos de ROE (24,25).

WEIR (1892) (28) é o responsável pela introdução da primeira técnica para estreitar a base do nariz, ressecando segmento das asas nasais. Faz também a primeira descrição clara de como realizar as osteotomias, discutindo as incisões adequadas para tal. No mesmo trabalho, descreve o uso de enxerto ósseo (tomado do esterno de um pato jovem), de prótese de platina e de peça de celulóide para a correção do "nariz-em-sela".

Com o mesmo fim, GOODALE, (29), em 1901, preconiza o uso de cartilagem septal autógena, WELTY (30), em 1905, relata o enxerto autólogo de porção da tíbia e FINNEY (31), em 1907, e McGRAW (32), em 1910, defendem com entusiasmo o sacrifício do segundo dedo da mão esquerda do paciente. Para defeitos menores, KOENIG (33), em 1902, propusera o uso de um enxerto composto autólogo, tomado da orelha.
11 - SINOPSE DAS ARTES PLÁSTICAS NO PERÍODO 1880-1910 (3,4,34,35,36,37,38,39,40,41,42).
O período é dominado pelo impressionismo, o qual atinge o apogeu e gera importantes Escolas inovadoras de nosso século: o expressionismo (1905), o fovismo (1905) e o cubismo (1908).

Julgamos que a relação abaixo resume os principais artistas vivos (inclusive do Brasil), em plena produção na época considerada, com seus qualificativos elou tendências básicas.

ANTONIO PARREIRAS (Niterói, 1860 - Niterói, 1937): grande pintor paisagista brasileiro.

ALMEIDA JUNIOR (Joanápolis, 1850- S. Paulo, 1899): importante pintor brasileiro.

AMOEDO (Salvador, 1857 - Rio, 1941): importante pintor brasileiro. BRANCUSI (Hobita, 1876 - Paris, 1957): notável e revolucionário escultor romeno; pioneiro da escultura moderna abstrata.

BRAQUE (Argenteuil, 1882 - Paris, 1963): um importante precursor da pintura cubista.

BONNARD (Fontanay-aux-Roses, 1867 - Le Cannet, 1947): pintor simbolista do grupo "Nabis".

BOUDIN (Honfleur, 1824 - Deauville, 1898): pintor de marinhas e um precursor do impressionismo.

BOURDELLE (Montauban, 1861 - Paris, 1929): grande escultor e o maior discípulo de RODIN; introduziu nova força e vigor à escultura do século vinte.

BERNARDELLI (Guadalajara, 1852 - Rio, 1931): figura fundamental da árvore genealógica da escultura brasileira.

CÈZANNE (Aix-en-Provence, 1839 - Aix-en-Provence, 1906): uma das mais representativas figuras do impressionismo e precursor do cubismo. CASTAGNETTO (Genova, 1862 - Rio, 1900): grande pintor brasileiro de marinhas.

DEGAS (Paris, 1834 - Paris, 1917): notável pintor e um importante precursor do impressionismo.
ENSOR (Ostente, 1860 - ostente, 1903): um precursor e grande expoente do expressionismo,

GAUGIN (Paris, 1848 - Ilhas Marquesas, 1903): grande pintor simbolista e um líder da reação contra o naturalismo.

HOMER (Boston, 1836 - Maine, 1910): pintor realista e um dos melhores artistas norte-americanos.
KANDINSKY (Moscou, 1866 - Neuilly-syr-Seine, 1944): figura fundamental do abstracionismo.

KLIMT (Viena, 1862 - Viena, 1918): grande expressão do estilo "artnouveau".

KLEE (Munchenbuchsee, 1879 - Locarno, 1940): pintor abstracionista. KOKOSCHKA (Poechlarn, 1886 -): grande pintor expressionista. LAUTREC (Alibi, 1864 - Mairomé, 1901): uma das maiores figuras do impressionismo.

LEGER (Argentan, 1881 - Gif-sur-Yvette, 1955): um precursor da pintura cubista.

MONET (Paris, 1840 - Giverny, 1926): um precursor e expoente da pintura impressionista.

MUNCH (Loten, 1863 - Oslo, 1944): um pintor fundamental do expressionismo.

MAILLOL (Banyuls-sur-mer, 1861 - Banyuls-sur-mer, 1944): grande escultor francês influenciado pelos nus de RENOIR.

MANET (Paris, 1832 - Paris, 1883): um importante precursor do impressionismo.

MEUNIER (Bruxelas, 1831 - Bruxelas, 1905): grande escultor belga; exaltou, em estilo realista, a vida dos mineiros e operários em geral.

MATISSE (Le Cateau,1869 - Nice, 1954): importante precursor do fovismo.
MODIGLIANI (Leghorn, 1884 - Paris, 1920): pintor e escultor Italiano de estilo personalíssimo.

MALHOA (Caldas da Rainha, 1855 - Caldas da Rainha, 1933): expoente da pintura portuguesa.

PICASSO (Málaga, 1881 - Mougins, 1973): talvez o mais importante pintor do século vinte e um precursor do cubismo.

PEDRO AMÉRICO (Areia, 1843 - Florença, 1905): ilustre mestre da pintura histórica brasileira.

RENOIR (Limoges, 1841 - Cagnes, 1919): um dos mais destacados pintores impressionistas.

RODIN (Paris, 1840 - Meudon, 1917): um dos maiores escultores de todos os tempos e pioneiro da escultura moderna.

ROUSSEAU (Lavai, 1844 - Paris, 1910): o primeiro e o maior dos ingênuos.

REDON (Bordeaux, 1840 - Paris, 1916): pintor simbolista.
ROUAULT (Paris, 1871 - Paris, 1958): grande vulto da pintura expressionista.

SEURAT (Paris, 1859 - Paris, 1891): precursor do pontilhismo ou neo-impressionismo.

SIGNAC (Paris, 1863 - Paris, 1935): grande pintor neo-impressionista. SISLEY (Paris, 1839 - Moret-sur-Loing, 1899): pintor impressionista. TEIXEIRA-LOPES (Vila Nova de Gala, 1860 - São Mamede de Riba Tua, 1942): talvez o maior escultor português de todos os tempos; é responsável pelas notáveis portas de bronze da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. UTRILLO (Paris, 1883 - Vesinet, 1955): basicamente um impressionista. VAN GOGH (Zundert, 1853 - Paris, 1890): pintor importantíssimo e grande precursor do expressionismo.

VISCONTI (Giffonl-Valle-Piana, 1866 - Rio, 1944): grande pintor e precursor do impressionismo no Brasil.

VICTOR MEIRELES (Florianópolis, 1832 - Rio): ilustre mestre da pintura histórica brasileira.

WHISTLER (Massachussets, 1834 - Londres, 1903): um dos melhores pintores norte-americanos; reagiu contra o naturalismo e o impressionismo ("Ten o'clock Lecture", St. James Hall, 1885).

111 - SINOPSE DA PRODUÇÃO MUSICAL DO PERÍODO 1880-1910 (3,4,43,44,45,46,47,48,49,50,51,52,53)

O panorama musical é dominado pelo romantismo e pelo neo-romantismo. São notáveis as presenças de WAGNER, CEZAR FRANCK, VERDI e BRAHMS. Principalmente a do primeiro que, de um modo ou de outro, com o "Tristão e Isolda" (1865), influencia quase todos os demais.

Ainda nesse período surgem o verismo (MASCAGNI, LEONCAVALLO, GIORDANO, CILEA, PUCCINI, CHARPENTIER), o impressionismo (DEBUSSY, DUKAS), o neoclassicismo (RAVEL), a música dodecafónica (SHOENBERG a partir de 1909) e a chamada "música nova" (STRAVI NSKY).

Listamos apenas os compositores mais representativos e suas obras principais, estreadas na época considerada. São, quase todas, inegáveis obras-primas. Entretanto, por força de sua notável popularidade, por seu valor histórico ou mera curiosidade, foram incluídas umas poucas obras de méritos musicais equívocos.

CEZAR FRANCK (Liege, 1822 - Paris, 1890): "Sinfonia em ré maior" (1881).
BRUCKNER (Ansfetden, 1824- Viena, 1896): "Te Deum" (1881). BRAHMS (Hamburgo, 1833 - Viena, 1897): "Concerto para piano e orquestra n° 2" (1881). "Sinfonia n° 3" (1883), "Sinfonia n° 4" (1885). OFFENBACH (Colônia, 1819 - Paris, 1880): "Os contos de Hoffmann" (1881).
RIMSKY-KORSAKOW (Novgorod, 1844 - S. Peterburgo, 1908): "A donzela de neve" (1882), "O galo de ouro" (1903).
WAGNER (Leipzig, 1813 - Viena, 1883): "Parsifal" (1882).
STRAUSS II (Viena, 1825 - Viena, 1899): "Uma noite em Veneza" (1883), "O barão cigano" (1885).
CHABRIER (Albert, 1841 - Paris, 1894): "Espanha" (1883). MASSENET (Montaud, 1842 - Paris, 1912): "Manon" (1884). "Werther" (1892).
VERDI (Roncole, 1813, Milão, 1901): "Otelo" (1887), "Falstaf" (1893). FAURÉ (Pamiers, 1845 - Paris, 1924): "Réqueim" (1887).
BORODIN (S. Petersburgo, 1833 - S. Petersburgo, 1887): "Príncipe Igor" (1887).
WOLF (Windschgraz, 1860 - Viena, 1903): "Livro de canções de Moerick" (1888), "Livro de canções de Goethe" (1888), "Livro de canções italianas" (1896).
CARLOS GOMES (Campinas, 1836 - Campinas, 1896): "O escravo" (1889), "Colombo" (1892).
RICHARD STRAUSS (Munique, 1864 - Garmisch-Partenkirchen): "Morte e transfiguração" (1890), "Salomé" (1905), "Electra" (1909).
MASCAGNI (Livorno, 1836 - Roma, 1945): "Cavalleria rusticana" (1890).
TCHAIKOWSKY (Kamsko-Votinsk, 1840 - S. Petersburgo, 1893): "A dama de espadas" (1890), "Singonia n° 6" (1900).
DEBUSSY (Sai nt-Germain-en-Laye, 1862 - Paris, 1918): "Prélude à I'après-midi d'un faune" (1891), "Noturnos" (1899), "Peleas et Mélisande" (1903), "O Mar" (1905).
~LER (Kaliste, 1860 - Viena, 1911): "Sinfonia n° 2" (1891), "Sinfonia n° 4" (1900), "Sinfonia n° 8" (1908), "O Cântico da terra" (1908). LEONCAVALLO (Nápoles, 1858 - Florença, 1919): "Os palhaços" (1892) CATALANI (Lucca, 1854 - Milão, 1893): "La Wally" (1892).
DVORAK (Praga, 1841 - Praga, 1904): "Sinfonia do Novo Mundo" (1894), "Russalka" (1901).
HUMPERDINCK (Siegburgo, 1854 - Neustrelitz, 1921): "Hansel und Gretel" (1893).
DELIUS (Bradford, 1862 - Grez-sur-Loing, 1934): "Koanga" (1895), "A village Romeo and Juliet" (1900).
GIORDANO (Foggia, 1867 - Milão, 1948): "Andrea Chénier" (1896). PUCCINI (Lucca, 1858 - Bruxelas, 1924): "La Bohème" (1897), "Tosca" 1900, "Madame Butterfly" (1904).
RAVEL (Ciboure, 1875 - Paris, 1937): "Pavanne pour une infante défunte" (1899), "A hora espanhola" (1907).
ELGAR (Broadheath, 1857 - Worcester, 1934): "O Sonho de Geróncio" (1900).
CHARPENTIER (Meurthe, 1860 - Paris, 1956): "Louise" (1900). FRANCISCO BRAGA (Rio, 1868 - Rio, 1945): "Jupira" (1900). SCHOENBERG (Viena, 1874 - Los Angeles, 1951): "Gurrelieder" (1901), "Peças para piano" (1909).
DUKAS (Paris, 1865 - Paris, 1935): "Ariana e Barba-Azul" (1902). CILEA (Palmi, 1866 - Varazza, 1950); "Adriana Lecouvreur" (1902). D'ALBERT (Glasgow,1864 - Riga, 1932): "Tiefland" (1903). JANACEK (Hukvaldy, 1854 - Ostrava, 1928): "Jenufa" (1904). FALLA (Cadis, 1876 - Alta Gratia, 1946): "A vida breve" (1905)
LEHAR (Komarom, 1870 - Ischl, 1948): "A viúva alegre" (1905), "O conde de Luxemburgo" (1909).
ALBENIZ (Catalunha, 1860 - Cambo-les-Bains, 1909): "Ibéria" (1906) STRAVINSKY (Lomonosov, 1882 - New York, 1971): "O pássaro de fogo" (1910).
IV - SINOPSE DA PRODUÇÃO LITERÁRIA DO PERÍODO 1880-1910 (3,4.)
Por serem familiares à grande maioria, acreditamos suficiente a simples relação das obras mais importantes (inclusive as da língua portuguesa), dadas à luz no período considerado, e seus respectivos autores.
ALUIZIO AZEVEDO (São Luis, 1857 - B. Aires, 1913): "O Cortiço" (1890).
ANATOLE-FRANCE (Paris, 1844 - Saint-Cyr-sur-Loire, 1924): "História contemporânea
" (1897-1901).
BERNARD-SHAW (Dublin, 1856 - Ayot Saint Lawrence, 1950): "César e Cleópatra" (1901), "Homem e Superhomem" (1903), "Major Bárbara" (1907).
COLETTE (Yonne, 1873 - Paris, 1954): "Claudine" (1900-1903), "A Ingênua libertina" (1909)" "A Vagabunda" (1910).
CHEKHOW (Taganrog, 1860 - Badeweiller, 1904): "A estepe" (1891) "Duelo" (1882), "A Gaivota" (1896), "Tio Vania" (1900).
DOSTOIEWSKY (Moscou, 1821 - S. Petersburgo,1881): "Os Irmãos Karamazov" (1880).
D'ANNUNZIO (Pescara, 1863 - Gardone Riviera, 1938): "O prazer" (1889).
EUCLIDES DA CUNHA (Rio, 1866- Rio, 1909): "Os Sertões" (1902) EÇA DE QUEIROZ (Póvoa de Varzim, 1845 - Paris, 1900): "O crime do Padre Amaro" (1880) (a versão definitiva).
GRAÇA ARANHA (São Luís, 1868 - Rio, 1931): "Canaan" (1902). GORKY (Nljni-Novgorod, 1868 - Moscou, 1936): "Mãe" (1906). GUERRA JUNQUEIRA (Freixo-de-espada-à-cinta, 1850 - Lisboa, 1923), "Os simples" (1892).
HENRY JAMES (New York, 1843 - Londres, 1916): "Retrato de uma mulher" (1881).
HAMSUM (Lom, 1859 - Norholm,1952): "Fome" (1889).
H.G. WELLS (Kent, 1866 - Londres, 1946): "A máquina do tempo" (1895), "O homem invisível" (1897), "A guerra dos mundos" (1898).
IBSEN (Skien, 1828 - Cristiania, 1906): "Os espectros" (1881). "O pato selvagem" (1884), "Rosmersholm" (1886), "A dama do mar" (1888), "Um Inimigo do povo" (1882), "Solness, o construtor" (1892), "Quando despertamos entre os mortos" (1899).
JULIO DANTAS (Lagoa, 1876 - Lisboa, 1962): "A ceia dos cardeais" (1902).
JULIO RIBEIRO (Sabará, 1845 - Santos, 1890): "A Carne" (1888). KIPLING (Bombaim, 1865 - Londres, 1936): "O livro da jangal" (1894) "Kim" (1901).
MACHADO DE ASSIS (Rio, 1838 - Rio 1908): "Braz Cubas" (1881), "Quincas Borba" (1891), "Don Casmurro" (1900).
MAETERLINCK (Grand, 1862 - Nice, 1949): "O pássaro Azul" (1908). MAUPASSANT (Seine Maritime, 1850 - Paris, 1893): "Bei-Ami" (1885). MARK TWAIN (Missouri, 1835 - Connecticut, 1910): "Vida no Mississipi" (1883), "As aventuras de Huckleberry Finn" (1884), "Um ianque na corte do rei Arthur" (1889).
OSCAR WILDE (Dublin, 1856 - Paris, 1900): "O retrato de Dorian Grey" (1891).
ROMAIN ROLLAND (Clamecy, 1866 - Vézelay, 1944): "Jean Cristophe" (1904-1912).
RIMBAUD (Charleville, 1854 - Marselha, 1891): "Iluminações" (1886). RODÓ (Montevidéu, 1872 - Palermo,1917): "Ariel" (1900).
THOMAS HARDY (Dorset, 1840 - Dorchester, 1928): "A Indigna" (1891), "Judas o Obscuro" (1895).
THOMAS MANN (Lubeck, 1875 - Zurich, 1955): "Os Buddenbrooks" (1900).
TOLSTOI (Tuia, 1828 - Riazan, 1910): "Sonata Kreutzer" (1891), "Ressurreição" (1900).
VERLAINE (Metz, 1844 - Paris, 1896): "Canções sem palavras" (1874). ZOLA (Paris, 1840 - Paris, 1902): "Germinal" (1885).


V - SINOPSE DO PANORAMA POLITICO NO PERIODO 1880-1910 (1,2,3,4,54).

O mundo experimenta uma época de paz e de grande prosperidade material. Os Grandes Poderes (Alemanha, Inglaterra, França, Austria e Rússia) se abstém da guerra entre si, mas mantém constante vigilância e dispendem grandes somas com armamento. É o final de um século de grandes transformações políticas, que se iniciara em 1814, com a queda de Napoleão, e findara em 1914, com a Primeira Guerra Mundial.

A Europa domina o mundo económico e culturalmente. É notável a expansão colonial. As grandes potências, em acelerado crescimento econômico, procuram fontes de matéria prima e mercado para seus produtos. Era ideal a constituição de impérios auto-suficientes. Segue-se uma relação dos eventos que nos pareceram mais importantes:

A - CONFLITOS ARMADOS.

A guerra entre Sérvia e Bulgária (1885), Grécia e Turquia (1897), Chile e Peru-Bolívia (1879-1893), Japão e China (1894-1895), Boers e ingleses na África do Sul (1889-1902), Espanha e E.U.A. (1898), Rússia e Japão (1904-1905).

B - POLÍTICA COLONIAL.
A Alemanha adquire o porto chinês de Kia Tcheu (1897) e as ilhas Carolinas e Marianas (1899); instala-se no Togo, Camarões e sudoeste africano; intervém no Marrocos.

A Inglaterra enfrenta a revolta do Mahdi, no Sudão (1881-1885): estabelece seu protetorado de fato sobre o Egito (1882), cria a "Imperial Federation League" (1884), conquista a Birmânia (1885), ocupa as Rodésias (1888), O Kenya (1890), Zanzibar (1890), o Uganda (1894) e o Sudão Anglo-Egípcio (1898-1899); conquista o resto da África do Sul (guerra dos Boers) (1899-1902) e cria os "Dominion" da Austrália e da Nova Zelândia (1900).

A França lança as bases do Congo Francês (1875-1882); liga o alto Senegal ao Niger por pontos fortificados (1880-1883); estabelece protetorado sobre a Tunísia (1881), Annam (1885), Tonkìn (1885), Madagascar (1885), Ilhas Comores (1886) e o Laos (1895); cria a União Indochinesa (1887); instala-se em Conkry (1887) em Bangui (1889) e Djibuti (1892); ocupa Tombuctu (1894), submete o Alto-Volta (1896), anexa Madagascar (1896); funda Grand-Bassam, na Costa do Marfim (1897); ocupa Samory, que se havia constituído um império no sudeste da África Ocidental (1898), e Fachoda, cidade do Sudão (1898-1899); organiza a África Ocidental Francesa (1904), estabelece o condomínio Franco-Inglês das Novas Hebridas (1906) e organiza a África Equatorial Francesa (1910).

A Itália ocupa Massauah (Eritreia) (1890); estabelece protetorado sobre a Etiópla (1889) e a Costa Somaliana (1889); anexa o Tigré (Etiopia) (1894), Após o desastre de Adua, a Itália assina tratado renunciando a qualquer expansão na Abissínia (1896). A Itália faz reconhecer seus direitos sobre a Tripolitânia (1900-1902) e estabelece colônia na Somalia (1905).

A Espanha perde as Filipinas e suas últimas possessões americanas (1898).

Portugal reivindica a posse das terras entre Moçambique e Angola, estabelecendo um Império da Costa (1885). A Inglaterra protesta. Ultimato inglês ao governo de Lisboa exigindo a retirada das tropas de Serpa Pinto, do vale do Chire e da Maxunalândia (1891). Portugal cede e meses depois estabelece um tratado com os atuais limites.

C- POLÍTICA INTERNACIONAL.
A Liga Pangermânica reivindica o controle da Europa Central e do Oriente próximo (construção da estrada de ferro Berlim-Constantinopla-Bagdad). A Alemanha fortalece seu exército e cria a marinha de guerra.

A França se reaproxima da Rússia (1891). Aliança Franco-Russa (1892-1893). Tensão Franco-Inglesa (1882-1904). Reaproximação França-Inglaterra e "Entente Cordiale" (1904). Reaproximação Anglo-Russa e formação da "Tríplice Entente" (1907). Primeira questão marroquina e tensão Franco-Alemã (1906).

A Rússia se expande para o leste (penetração na Coréia e ocupação da Mandchúria. Obras da estrada de ferro transiberiana) (1884-1904). Guerra entre Rússia e Japão (1904-1905). Derrota da Rússia que perde o sul da Sakalina
e Port-Arthur, seu prestígio militar, a possibilidade de intervir nos balcãs e a paz interna (a revolução de 1905 foi favorecida pelos reveses militares).

D - NO BRASIL.
Abolição da escravatura (1888). Proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca (1889). O Imperador Pedro II parte para o exílio, a bordo do navio Alagoas (1889). Assume o governo o Marechal Floriano Peixoto (1891). Revolta de Armada (1891). Revolução Federalista (1893-1895).

O Governo Prudente de Morais (1894-1898). Campanha de Canudos. Litígios da Ilha de Trindade, com a Inglaterra, e de região de Palmas, com a Argentina.

Governo Campos Sales (1898-1902). Questão de limites entre o Amapá e a Guiana Francesa.

Governo Rodrigues Alves (1902-1906). Abertura da Av. Rio Branco e construção do porto, no Rio de Janeiro. O prefeito Pereira Passos constroem extensa avenida ao longo das praias de Santa Luzia, da Lapa, do Rússel, do Flamengo e Botafogo; abre novas ruas e praças, reformando bairros inteiros, no Rio de Janeiro. Questão de limites entre o Acre e a Bolívia. Questão de limites com a Guiana Inglesa. Oswaldo Cruz saneia e erradica a malária da capital da República.

Governo Afonso Pena (19061909). Governo Nilo Peçanha (1909-1910). Tratado de limites com o Peru. Condomínio da lagoa Mirim, com o Uruguai. Cumpre citar que quase todas as questões de limites, supracitadas, foram decididas pacificamente a nosso favor, graças à brilhante atuação do Barão do Rio Branco.

VI - SINOPSE DOS PRINCIPAIS FEITOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS, NO PERíODO 1880-1910 (3,4).
1880 - a) Os franceses P. e J. CURIE descobrem o efeito "piezoelétrico"; b) O francês FOREST inventa o motor a gasolina de quatro tempos; c) O norteamericano HOLLERITH constrói a primeira máquina de estatística com cartões perfurados.

1881 - a) Nasce a eletrocardiografia; b) O francês LAVERAN descobre o hematozoário do paludismo; c) O alemão EHBERTH descobre o bacilo da febre tifóide; d) Circula o primeiro bonde elétrico, em Berlim.

1882 - a) Os alemães STRASSBURGER e FLEMING descobrem os cromossomos; b) O alemão KOCH descobre o bacilo da tuberculose; c) O italiano FORLANINI preconiza o pneumotorax artificial para o tratamento da tuberculose pulmonar.

1883 - a) Os poloneses Wroblewsky e Olszewsky liquefazem o oxigênio; b) O belga von BENEDEN descobre a maionese; c) O alemão CURTIUS realiza a síntese de uma proteína; d) O francês TALAMON descobre o pneumococo; e) O francês DELAMARE-DEBOUTEVILLE faz circular numa estrada o primeiro veículo automóvel acionado por um motor a explosão.

1884 - a) O russo METCHNIKOV descobre a fagocitose; b) O alemão SCHIFF real izacom sucesso a extração de tumores; c) Os austríacos FREUD e KOELLER utilizam a cocaína para anestesia local; d) O alemão NICOLAIER descobre o bacilo do tétano; e) O norte-americano MAXIM inventa o fuzil automático; f) O francês GAULARD inventa o transformador elétrico; g) O francês CHARDONNET cria as primeiras fibras têxteis à base de nitrocelulose; h) O francês VI EILLE cria a pólvora sem fumaça; i) 0 francês RENARD constrói o dirigível "France"; j) O alemão MERGENTHALER concebe o princípio do linotipo.

1885 - a)Vacinação contra a raiva por PASTEUR; b) O iugoslavo TESLA e o italiano FERRARIS descobrem as correntes polifásicas; c) O austríaco AUER inventa a manga para iluminação a gás.

1886 - a) O francês MOISSON isola o fluor; b) O alemão WINCKLER descobre o germãnio; c) O holandês DE VRIES descobre as mutações; d) O francês HEROULT e o norte-americano HALL concluem a metalurgia do alumínio pela eletrólise.

1887- a) O alemão HERTZ descobre o efeito fotoelétrico, produz e estuda as ondas radioelétricas; b) O sueco ARRHENIUS estabelece a teoria dos íons; c) O alemão DAIMLER inventa o carburador.

1888 - a) O inglês HADFIELD prepara os primeiros aços especiais; b) O escocês DUNLOP inventa o pneu com válvula; c) O americano EASTMAN populariza a fotografia lançando a revolucionária câmara "caixão" Kodak, com película fotográfica em bobina.

1889 - a) O alemão NERNST estabelece a teoria dos geradores eletroquímicos; b) EIFFEL conclui em Paris a famosa torre que recebeu seu nome; c) Construção do primeiro "arranha-céu" em New York.

1899 - a) Primeiro tratamento cirúrgico de um abcesso cerebral pelo inglês MACEWEN; b) O alemão BHERING descobre as antitoxinas.

1891 - a) O francês LIPMANN realiza a fotografia a cores; b) O alemão QUIN.CKE introduzo uso da punção lombar; c) Os franceses A. e E. MICHELIN inventam o pneumático reforçado por uma tela; d) Os franceses PANHARD e LEVASSOR constroem o primeiro automóvel a gasolina.

1892 - a) O congresso de Genebra codifica a nomenclatura da química orgânica; b) O francês MOISSON invénta o forno elétrico; c) O alemão GEITEL constroi uma célula fotoelétrica: d) O alemão DIESEL inventa o motor que tem o seu nome.

1893 - a) O russo POPOV inventa a antena radioelétrica.
1894 - a) O francês BERTRAND descobre os oligoelementos; b) A sonoterapia antidiftérica é realizada pelo francês ROUX; c) O francês YERSIN descobre o bacilo da peste.

1895 - a) O holandês LORENTZ elabora a teoria eletrônica da matéria; b) O alemão ROENTGEN descobre os raios X; c) Os ingleses RAYLEIGH e RAMSAY descobrem o argôn!o; d) O alemão EHRLICH estabelece a teoria dos anticorpos; e) O francês D'ARSONVAL cria o tratamento por correntes de alta freqüência; f) Os franceses L. e A. LUMIÈRE inventam o cinematógrafo.

1896 - a) O francês BECQUEREL descobre a radioatividade; b) O francês DESPEIGNES realiza os primeiros tratamentos do cãncercom raios X; c) O italiano MARCONI realiza a primeira radiocomunicação.

1897 - a) O espanhol RAMON y CAJAL descreve as células nervosas; b) O francês RICHET realiza a anestesla de animais com cloralose; c) O alemão BRAUN inventaaoscllografia catódica; d) O inglês FERRANTI cria o forno de indução; e) O alemão von LINDE inventa os explosivos de ar líquido.

189ê- a) O escocês DEWAR liquefaz o hidrogênio; b) Os ingleses RAMSAY e TRAVERS descobrem o neônio, o criptônio e o xenônio; c) Os franceses P. e M. CURTE descobrem o rádio e o polônio; d) O dinamarquês POULSEN inventa o registro magnético dos sons.

1899 - a) 0 francês BORT descobre a estratosfera; b) 0 norte-americano LOEB realiza a partenogênese artificial; c) 0 francês RENAULT cria a caixa de mudanças de velocidade (para o automóvel) por jogo corrediço de pinhões. 1900 - a) 0 alemão PLANK cria a teoria dos quanta; b) 0 francês VILLARD descobre os raios gama; c) Os ingleses RUTHERFORD e SODDY descobrem as famílias radioativas; d) 0 alemão PLANK introduz a noção de fóton; e) 0 francês DEBIERNE descobre o actínio; f) 0 russo MICHURIN desenvolve sua teoria sobre a ação do meio sobre os híbridos vegetais; g) 0 holandês DE VRIES enuncia sua teoria das mutações; h) 0 alemão LANDSTEINER descobre os grupos sanguíneos; i) 0 alemão von ZEPPELIN constrói um dirigível rígido; j) Inauguração da primeira linha de metrô, em Paris, construída pelo francês BIENVENUE.

1901 - a) O norte-americano RICHARDSON descobre o efeito termoeletrônico; b) 0 norte-americano HEWITT inventa a lâmpada a vapor de mercúrio; c) 0 brasileiro SANTOS DUMONT ganha, em Paris, o prêmio Deutsch de Ia Meurthe por realizar o primeiro vôo dirigido, em balão.

1902 - a) 0 alemão FISCHER descobre os primeiros barbitúricos; b) Os franceses RICHET e PORTIER descobrem o fenômeno da anafilaxia; c) 0 inglês BAY LISS descobre os primeiros hormônios.

1903 - a) 0 austríaco ZSIGMONDY e o alemão SIEDENTOPF constróem o primeiro ultramicroscópio; b) 0 russo PAVLOV realiza os primeiros estudos sobre os reflexos condicionados; c) O francês L. LUMIÈRE inventa a placa tricrômica para fotografia a cores.

1904 - a) O alemão HARTMANN revela a existência do gás interestelar; b) 0 inglês FLEMING inventa a válvula eletrônica.

1905 - a) 0 alemão EINSTEIN estabelece a teoria dos movimentos brownianos, do efeito fotelstrico e lança os fundamentos de sua teoria da relatividade; b) 0 norte-americano CRILE realiza as primeiras transfusões sangüíneas diretas.

1906 - a) 0 inglês HOPKINS descobre as vitaminas; b) 0 brasileiro SANTOS DUMONT realiza, na Europa, com o avião "14-Bis", o 1 ° vôo oficialmente observado, com uma máquina mais pesada que o ar.

1907- a) Vôos do brasileiro SANTOS DUMONT com o avião "Demoiselle".

1908 - a) 0 francês BLERIOT atravessa o canal da Mancha com um avião.

1909 - a) O dinamarquês SORENSEN define o pH. b) 0 francês LAPICQUE define a cronaxia; c) O francês NICOLLE descobre o agente transmissor do tifo; d) O alemão EHRLICH e o japonês NATA descobrem a fórmula de um medicamento eficaz contra a sífilis: o arsenobenzeno; e) 0 francês BENNEDICTUS inventa o vidro triplex; f) 0 belga BAECKLAND cria a baquelita; g) Os irmãos WRIGHT, nos EUA, constróem o primeiro avião militar.

1910 - a) 0 norte-americano KENELLY e o inglês HEAVISIDE descobrem a ionosfera; b) 0 alemão WILM inventa o duralumínio; c) 0 francês FABRE constrói o primeiro hidroavião.

VII - COMENTÁRIO.
Era realmente notável o desenvolvimento atingido pelas artes e pela tecnologia no período considerado em nosso estudo. Na verdade, o problema das artes era basicamente a busca de novos caminhos. Os filões exaustivamente explorados estavam praticamente exauridos e não havia escolha possível: inovar ou continuar trilhando os mesmos caminhos, apesar de belas.

Na pintura, à perfeição acadêmica se contrapõem e finalmente se firma, e populariza o impressionismo e depois o expressionismo. O neo-expressionismo, o cubismo, o ?ovismo e o simbolismo também vão, pouco a pouco, encontrando o seu público.

Na música, a genialidade superlativa de WAGNER praticamente esgotara as últimas possibilidades do cromatismo romântico (43) e surgem novas fórmulas tais como o ímpressionismo, o neoclassicismo e a música dodecafónica. Por outro lado, talvez numa tentativa de não repetir outro grande mestre, o italiano VERDI, surge o verismo como um novo caminho para o "bel canto".

Na literatura, o romantismo cede lugar ao realismo, concretizado inicialmente por BALZAC, o qual evolui e termina no naturalismo de ZOLA e MAUPASSANT (4).

Nas artes, como se pode ver, a tónica era o completo domínio do "métier", a busca da perfeição suprema, da quintessência, enquanto que a cirurgia, em geral, só então iniciava seu grande desenvolvimento.

Dois grandes entraves impediam, através dos tempos, o real progresso da cirurgia: a dor e a infecção.

O problema da dor foi praticamente controlado em 1846. Nesta data, MORTON (3), um cirurgião-dentista norte-americano, introduziu com sucesso a anestesia pelo éter. Não há dúvida que, desde 1844, HORACE WELLS (3), outro cirurgião-dentista norte-americano, ex-mestre e parceiro de MORTON, já vinha utilizando o gás hilariante (protoxido de azto) como anestésico, o mais das vezes com sucesso. Eram chegadas ao fim as habituais cenas enregelantes, nas quais cirurgiões de grande habilidade, surdos aos gritos lancinantes de seus enfermos, rápida e friamente lancetavam e amputavam. Como lenitivo, apenas o ópio e o álcool. Era imperativo abreviar a dor encurtando ao máximo o ato cirúrgico.

Com a introdução da anestesia, um passo de gigante havia sido dado para a implantação da cirurgia moderna. Mas havia ainda a infecção que ceifava vidas sem conta e transformava a cirurgia num grande risco, num procedimento heróico. Só o desespero levava os pacientes a procurar a solução de seus males nas mãos de um cirurgião, pois a febre traumática rondava então os hospitais. Numa estatística organizada por um grande cirurgião escocês (SIMPSON), em 1847, verificou-se que, em Edimburgo, sucumbiram 855 dos 2089 operados nos diversos hospitais, ou seja, 41 por cento: é do próprio SIMPSON a sentença: "O homem que se deita, na mesa de operações de um hospital corre mais perigo de perder a vida do que um soldado inglês na batalha de Waterloo" (55).

Entretanto, a partir de 1847, SEMMELWEIS (3), um médico teuto-hungaro que trabalhava numa enfermaria obstétrica de Viena, descobre sucessivamente que a chamada febre traumática, a responsável por tantas mortes e sofrimentos, era transmitida pelas mãos e pelos instrumentos dos próprios médicos, que indistintamente, manipulavam pacientes sãs, pacientes infectadas ou cadáver das salas de anatomia.

Apesar dos resultados altamente positivos conseguidos por ele próprio e por alguns seguidores, morreu em 1865, após dezoito anos de luta, sem haver logrado convencer o mundo médico de que a solução da questão estava na antissepsia rigorosa.

Em 1867, o escocês LISTER (3) apresentava seu imortal trabalho, "Sobre o principio antisséptico na clínica cirúrgica", à "British Medicai Society", em Dublin. Após tomar conhecimento do trabalho do francês PASTEUR (3), sobre microscópicos agentes vivos responsáveis pelos fenômenos da fermentação e da putrefação, LISTER compreendera que a infecção das feridas cirúrgicas deveria ter causa análoga.

Passou então a usar o fenol (ácido carbólico) no tratamento das feridas, na desinfecção das mãos do cirurgião, do ambiente, do instrumental e do material cirúrgicos. Apesar de seu inequívoco sucesso, diminuindo para cifras irrisórias

a mortalidade peia febre traumática e liquidando com o mau cheiro que caracterizava os hospitais de seu tempo, foi ferozmente combatido e ridicularizado pelos "deuses- da cirurgia de então.

Os médicos alemães foram os primeiros a enxergar o alcance das medidas propostas por LISTER. Tanto que, ao visitar a Alemanha, em 1875, foi aclamado como um redentor nas universidades onde esteve. Mas em 1866, quando obteve o lugar de cirurgião-chefe da Real Universidade de Londres, ainda era combatido por seus compatriotas. Na verdade, só após 1880 é que seus métodos iniciaram a marcha triunfal e em 1890 seu reconhecimento era universal (55).

Não podemos olvidar que, para isso, teve importância fundamental a demonstração cabal da relação bactéria-doença pelo genial médico alemão RO BERT KOCH (3). Em 1876, do modo irretocável provara ele que microrganismos vivos eram os únicos responsáveis pela carbunculose que acometia o gado. Após 1880, os micróbios responsáveis por cada doença foram sucessivamente revelados (3,4), confirmando a validade dos princípios defendidos por LISTER.

Nos Estados Unidos da América, o grande divulgador dos métodos de LISTER foi HALSTED, o mesmo cirurgião que em 1890 criaria as luvas cirúrgicas de borracha (55).

Estava rompido o grilhão que acorrentava a cirurgia. Após 1880 a antissepsia se torna mandatória e a febre traumática é praticamente expurgada: Agora o caminho estava livre para a ampla evolução da cirurgia moderna. Desde então, conjurado o fantasma da infecção, as cirurgias não essenciais puderam se desenvolver e se tornar rotineiras. Antes, o perigo da febre traumática dificilmente justificaria arriscar a vida de um paciente, ou criar um defeito maior do nariz, numa tentativa de aliviar uma obstrução ou corrigir uma simples dismorfia nasal.

Como é bem sabido, o nariz é um órgão que se defende extraordinariamente bem das infecções. Todavia, uma vez rompida suas linhas de defesa, as cartilagens nasais são facilmente destruidas ou deformadas e sua drenagem venosa, inclusive sem a proteção de válvulas ("triângulo perigoso" da face), pode propagar logo a infecção às cavidades orbitárias e, sobretudo, à craniana. Por isso, provavelmente, é que os antigos se ocuparam ou das correções simples e incruentas das fraturas (v.g.: PAULUS AEGINETA, 625-690; CHAULIAC, 1300-1368) (56, 57) ou da reparação dos grandes defeitos da pirâmide nasal(mutilações conseqüentes à punições ou doenças como a sífilis e a lepra), tendo sido largamente utilizados os métodos "indiano" (SUSHRUTA SAMHITA, 200 A.C., apud 8) e o "italiano" (TAGLIACOZZI, 1546-1599) (58). Talvez, pelo mesmo motivo, não tenha tido a repercussão merecida a técnica de rinoplastia proposta pelo grande DIEFFENBACH, de Berlim, em 1845 (60).

Era sensato correr riscos proporcionais às deformidades.
Também devem ter facilitado o progresso da cirurgia nasal fatos corolários, tais como: a) a invenção da lâmpada elétrica incandescente (EDISON, 1878), 3,4), permitindo melhor iluminação do campo cirúrgico (restrito e profundo); b) o uso da cocaína (KNAPP, 1884) (10), possibilitando uma anestesia local eficaz e sangramento mínimo; c) o amadurecimento da técnica industrial, tornando possível o fabrico de instrumental e material cirúrgicos adequados (61).

Por outro lado, o uso pleno da estrada de ferro, do navio a vapor, do telégrafo e do rádio, facilitaram sobremaneira a pronta divulgação das novidades no mundo médico (61). Acreditamos ainda, que o clima reinante, no período 1880-1910, deva ter tido papel ponderável na popularização da cirurgia nasal cosmética, pois, além da confiança que a medicina adquirira (o que produziu sensível elevação do "status" social e económico do médico) (61), a paz, o progresso material, a melhoria do poder aquisitivo e o sentimento de liberdade individual incentivaram o culto do bem-estar, da competição, da vaidade e do aspecto pessoal.
Finalmente, é interessante notar que, apesar do panorama científico e tecnológico do período ter sido francamente dominado pelos franceses e alemães, a cirurgia do septo e da pirâmide nasal foi basicamente desenvolvida por norteamericanos e alemães (dentre os primeiros, lembramos os nomes de INGALIS, FREER, ROE e WEIR; dentre os segundos, os de KILLIAN, JOSEPH e KRIEG. Todos citados na parte I).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. RUSSEL, B.: Liberdade e organização (2 vol.). Comp. Rd. Nacional, São Paulo, 1959.
2. DUNAN, M. e ROBERTS, J.: Larousse Encyclopedia of Modern Hístory: from 1500 to the present day. Hamlyn Publ. Gr. Ltda., Middlesex, 1974.
3. Enciclopédia Britânica (30 vol). Ed. Encyclopaedia Britannica, Chicago, 15' ed. 1974.
4. Grande Enciclopédia Delta-Larousse (15 vol.) Ed. Delta S.A., Rio de Janeiro, 1974.
5. AUTRAN, C. E TOUDOUSE, G.G:. Unsience de vie française. Ed. S.N.E.P. Ilustration, Paris.
6.COTTLE, M.H.: Rhinology: 1900 to 1910. A.M.A. Arch. Otolaryng.,67:327, 1958
7.HINDERER, K.H.: Fundamentais of anatomy and surgery ofthe nose. Aesculapius Publ. Co., Birminghan,1971.
8. DENECKE, H.J. e MEYER, R.: Plastic surgery of head and neck: Corrective and reconstructive rhinoplasty. Spring-Veriag, New York, 1967.
9. INGALLSE.F.: Deflection of the septum narium. Arch. Laryng., 3:291,1882.
10.KNAPP, apud MASTER e MANCHESTER (obra citada).
11.MASTER, F.W. e MANCHESTER, G.H.: A history of aesthetic rhinoplasty em MASTER, F.W. e LEWIS, J.R. (Symposium on aesthetic surgery of the nose, ears and chin) C.V. Mosby Co., Saint Louis, 1973.
12. KRIEG apud HINDERER (obra citada).
13. ASCH, M.J.: Treatment of nasal stenosis due to deflective septo, with and without thickening of the convex side. Laryngoscope, 6:340,1899.
14. FREER, O.T.: The correction of the nasal septum with minimum of traumatism. JAMA. 38:636, 1902.
15. KILLIAN, G.: Die submucoue Fensterresektion der Nasenscheidwand., Arch. Laryng, u. Rhin.,16:362,1904.
16. KILLIAN, G.: The submucous window resection of the nasal septun..Ann. Otol. (St. Louis), 14:363,1905.
17. BOTEY, apud MONTSERRATVILADIU (obra citada).
18. MONSERRAT-VILADIU, J.M.: em MONSERRAT-VILADIU e col. (Rinoplastia funcional y sus bases anatomofisiologicas), VII Congresso Nacional de Otorrinolaringologia, Sevilla, 1969.
19. JACKSON, apud HINDERER (obra citada).
20. YANKAUER, S.: The technic of submucous resection of the septum. Laryngoscope, 16:294, 1906.
21. COTTLE, M.H., LORING, R. M., FISCHER, G.C. e GAYNON, I.E.: The maxilla-premaxilla approach to extensìve nasal septum surgery. A.M.A. Arch. Otolaryng.,68:303,1958.
22. MOSHER, H.P.: The premaxillary wings and deviations of the septum. Laryngoscope, 17:840,1907.
23. MOSHER, H.P.: The influence of the premaxilla upon the form of the hard palate. Dental items ofinterest,31:481,1909.
24. ROE, J.O.: The deformity termed "pug nose" and its correction by a single operation. Med. Rec. Ann.,31:621,1887.
25. ROE, J.O.: The correction of angular deformities of the nose by a subcutaneous operation. Med. Record, 40:57,1891.
26. TREDELENBURG, apud DENECKE e MEYER (Obra citada).
27. JOSEPH, J.: Ueber die operative einer nase (Rhinomiosís), Berlin. Klin. Wschr., 35:882, 1898.
28. WEIR, R.F.: On restoring sunken nose wíthout scarring the face. New York Med. J., 56:449, 1892.
29. GOODALE, J. L.: A case of nasal deformity from a median furrow corrected by subcutaneous implantation of a portion of the septal cartilage. Boston M. & S. J., 145:93, 1901.
30. WELTY, C.F.: Transplantation of bone for the relief of saddie nose, with report of one case. J. A. M. A., 45:1481, 1905.
31. FINNEY, J.M.T.: Rhinoplasty by means of one finger: a report of a new method. Sur., Gynec. & Obst., 5:23,1907.
32. McGRAW, T.A.: The use of the finger in Thinoplasty. Sur., Gynec. & Obst., 11:557,1910.
33. KOENIG, apud COTTLE (obra citada).
34. SYLVÈSTER, D.: Modern Art from Fauvism to Abstract Expressionism. The Book of Art, vol 8, Grolier, New York, 1967.
35. BOWNESS, A.: Impressionists and post-impressionists. The Book of Art, vol 7, Grolier, New York,1967.
36. REYLMEYR, A. e BENET, R.: La escultura moderna y contemporânea. Ed. Labor S.A., Barcelona, 2a ed., 1949.
37. LAZAR, B.: Los pintores impressionistas. Ed. Labor S.A., Barcelona, 3a ed., 1942.
38. MIRANDA NETTO, A.G.: Artistas plásticos contemporâneos no Brasil. Inteligência Ed., São Paulo,
39. BAZIN, G.: Histoire de I'art de Ia préhistoire a nos jours. Ed. Garamond, Paris, 1953.
40. UPJOHN, E.M., WINGERT, P.S. e ~LER, J.G.: Historia Mundial da Arte (5 vol). Difel S.A., São Paulo, 1975.
41. HUYGHE, R. L'Art e I'Homme (3 vol). Larousse, Paris, 1958.
42. JANSON, H.W. e JANSON, D.J.: The Story of Painting, Abrams Publ., New York,
43. CARPEAUX, O.M.: Uma nova história da música. Liv. José Olympio, São Paulo, 1964.
44. HOEWELLER, C.: Sommets de Ia musique. Ed. Daphne (Gand), 7' ed.,1967.
45. PAHLEN, K.: Introdução à música. Ed. Melhoramentos, São Paulo,
46. PAHLEN, K.: Historia Universal da Música. Ed. Melhoramentos, São Paulo
47. MANZON1, G.: Guldaall'ascolto delia musica sinfonica. Feltrinelli Ed., Milão, 1967.
48. BORBA, T. e GRAÇA, F.L.: Dicionário de Musica (2 vol). Ed. Cosmos. Lisboa, 1963.
49. PAHLEN, K.: A Opera. Boa Leitura Ed. S.A., São Paulo
50. KOBBE: Complete Opera Book. Putnam and Co., Londres, 8' ed, 1972.
51. HAMEL, F. e HURLIMANN, M.: Enciclopedia de Ia musica. Ed. Cumbre S.A., México D.F., 34 ed., 1954.
52. DENT, E.J.: Opera. Penguin Books,Londres, 1965.
53. ROSENTHAL, H. e WARRACK J Concise Oxford Dictionary of Opera. Oxford University Press Londres, 1966.
54. POMBO, R.: Historia do Brasil 54. Ed. Melhoramentos, São Paulo 12" ed.
55. THORWALD, J: O século dos cirurgiões. HEMUS Liv. Ed. Ltda., São Paulo
56. PAULUS AEGINETA, apud MASTER e MANCHESTER (obra citada).
57. CHAULIAC, apud MASTER e MANCHESTER (obra citada).
58. TAGLIACOZZI, apud FARINA (obra citada).
59. FARINA, R.: Plástica de Nariz. Tip. "O calvario", São Paulo, 1966.
60. DIEFFENBACH, apud MASTER e MANCHESTER (obra citada).
61. ENTRALGO, P. L.: Historiade Ia medicina. Ed. Salvat, Barcelona, 1978.
62. CASTIGLIONI, A.: História da Medicina (2 vol.). Cia. Ed. Nacional, São Paulo, 1947.
63. DUNLOP, C.J.: Rio Antigo (3 vol.). Cia. Ed. Com. F. Lemos, Rio de Janeiro, 1956.




Uma sala de operações, em 1870, segundo uma pintura de Altken. Observar que o Dr. S. D. Gross e seus assistentes operam com tra/es de rua (tomada de CASTIGLIONI) (63).



Uma sala de operações, em 1890, segundo uma outra pintura de Aitken. Observar o Dr. Hayes Agnew, com seus assistentes, operam de avental branco, mas sem luvas, sem máscara e sem gorro (tomada de CASTIGLIONI) (62). O uso sistemático das roupas brancas, em medicina, parece devido ao Dr. E. von Bergmann, de Wurtzburg (55). O mesmo que introduziu a esterelização metódica pelo vapor (1886, 1891), convertendo a antissepsia em assepsia (61).



Uma sala de operações em 1904. Na foto, o Dr. W. S. Halsted e seus assistentes (Drs. Cushing, Finney, Bloodgood, Young, Follis e Beetjer). Observar que os cirurgiões estão de avental, gorro e luvas de borracha, mas sem máscara (tomada de CASTIGLIONI) (62). A máscara bucal será introduzida depois por Mikulicz (61). A enfermeira, que se vê na foto, é Miss Hampton, amada de Halsted e responsável indireta pela criação das luvas de borracha para cirurgia. Quando as criou, o objetivo de Halsted era proteger as mãos de Miss Hampton do contacto com as soluções antissépticas, pois estas lhe provocavam terrível dermatite (55).



Na foto (tomada de DUNLOP) (63), um aspecto da Av. Central, hoje Rio Branco, no Rio de Janeiro, por ocasião de sua entrega oficial ao público, em 15 de novembro de 1905. Observar o traje dos transeuntes.



A foto (tomada de DUNLOP) (63) mostra a Av. Beira-Mar (Flamengo), no Rio de Janeiro, em 1906. Em primeiro plano, a famosa amendoeira e a Av. Osvaldo Cruz. Ao fundo, o morro da Glória.






* Ten. Cel. Med. Aer. Chefe da CLO.R.L. do H.C. Aer. (Rio de Janeiro). Prof. Livre-Docente de CI. O.R.L. da F.M.P.A. (U.F.R.G.S.). Trabalho Recebido para Publicação em 9.6.1979

Endereço (Acidress for mal[): R.M. NEVES PINTO
VARIG (BRAZILIAN AIRLINES) Aeroporto Santos Dumont 20.000 RIO DE JANEIRO - RJ BRASIL
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


Imprimir:
Todos os direitos reservados 1933 / 2024 © Revista Brasileira de Otorrinolaringologia