CLINICA OTO-RINO-LARINGOLOGICA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE MINAS GERAIS
Serviço do Prof. LIMA DUARTEDas 51 dentaduras, 3 não puderam ser extraídas por via oral. Destas 3, duas eram portadoras de ganchos de ouro que se encravaram nas paredes do esofago, exigindo esofagostomia externa. No terceiro caso aconteceu o seguinte:
O paciente, ao mastigar uma substancia dura, percebeu que a dentadura se havia partido. Os dentes cairam fóra da boca e a chapa de vulcanite foi, acidentalmente, deglutida. Permaneceu cerca de dois anos no esofago, permitindo uma alimentação pastosa. De dois mêses para cá, começou a sentir dores retro-esternais, que o doente julga correrem por conta do corpo extranho. Raios X Corpo extranho (Dentadura), atrás da Grossa da aorta.
Pela esofagostomia encontra-se um estreitamento, em forma de botoeira no terço médio do esofago toracico, através do qual se vê, facilmente, a dentadura. Procura-se, por meio de uma pinça, remover o corpo extranho, o que não se consegue, dada a sua fixação. As tentativas de propulsão para o estomago, foram tambem inuteis. Interrompe-se a operação, para estudo do caso. No decurso do mesmo dia, o doente cóspe, com intervalos, um pouco de sangue. Durante a noite, continua a eliminar sangue pela boca. Pela manhã do dia seguinte, vomita grande quantidade de sangue e é encontrado em agonia, no leito. Morte.
Autopsia: - O corpo extranho estava aprisionado dentro de uma bolsa de tecido fibroso, aberta em cima e em baixo. A dentadura apresentava de um lado, uma ponta saliente que, com o tempo, perfurou sua loja e alcançou uma das faces da aorta. Com as tentativas de extração, rompeu-se o vaso e deu-se a hemorragia; a principio moderada e depois fatal.