OTITIS MEDIA WITH EFFUSION IN PRESCHOOL CHILDREN. Casselbront, M. L.; Brostoff, L.M.; Flaberty, M.R.; Bluestone, CD.; Cantekin, E.I,; Doyle, W.J. and Fria, T.J. - Laryngoscope, 95: 1985.
Os autores analisam a incidência da otite média serosa, com liquido e acentuada pressão negativa no ouvido médio, em crianças de dois a seis anos de idade, que foram examinadas durante dois anos repetidamente, entre setembro de 1981 e agosto e 1983.
O exame compreendeu otoscopia pneumática, timpanometria e medida do reflexo estapédio. Otite média serosa foi encontrada em 53% das crianças no primeiro ano e em 61% no segundo. Verificaram que a otite varia com as estações do ano e que se associa a infecções das vias respiratórias superiores.
Otite média serosa é definida como inflamação do ouvido médio acompanhada de acúmulo de líquido na caixa do tímpano, sem os sinais e sintomas da otite média aguda, como dor de ouvido, febre, congestão ou abaulamento da membrana timpânica. Até os três anos de idade 70% das crianças têm pelo menos um episódio de otite média e um terço tem três ou mais episódios. Observou-se que após um mês 40% dessas crianças não têm mais liquido na caixa, o mesmo acontecendo com 90% delas depois de três meses. Ao contrário do que ocorre com a otite média aguda, a incidência de otite média serosa é mal documentada.
No estudo dos autores, realizado ao longo de dois anos, foram feitos 1.473 exames: 66 crianças no primeiro ano e 74 no segundo. Oito pacientes submeteram-se a paracentese com colocação de "carretel" no primeiro ano e três no segundo ano.
A disfunção tubária, a pressão negativa e o aparecimento da otite serosa são considerados fatores ligados ao desenvolvimento do processo. Quando a pressão negativa estava presente, a probabilidade de surgir a otite estava em torno de 31%. Os casos são mais freqüentes nos meses de inverno, quando há mais infecções das vias respiratórias.
O que resultou da observação dos autores foi a comprovação da brevidade do curso da otite média serosa. Otites persistentes, comprovadas nas clinicas otorrinolaringológicas, provavelmente representam doença mais rebelde que os casos do grupo pré-escolar descrito no trabalho.
A elevada incidência e a resolução espontânea, em pouco tempo, dificultam as tentativas de avaliar qualquer método terapêutico. O uso benéfico de descongestionantes, anti-histamínicos e antibióticos não pode ser demonstrado.
Os autores concluem recomendando atitude conservadora, com o acompanhamento dos pacientes, para seguir o curso da otite e evitar cirurgia exagerada.
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