ISSN 1806-9312  
Sábado, 9 de Novembro de 2024
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1395 - Vol. 52 / Edição 1 / Período: Janeiro - Março de 1986
Seção: Síntese Páginas: 46 a 46
THE BIFID ÚVULA
Autor(es):
Roberto Martinho da Rocha.

THE BIFID ÚVULA: is it a maker for an otitis prone child? Schwartz, R.H.; Hayden, G.F.; Shprintzen, RJ.; Rodriguez, WJ. and Cassidy, J.W. - Laryngoscope, 95: Sept. 1985.

Crianças que nascem com fenda palatina são mais sujeitas a sofrer de otite média de repetição ou de persistente otite média serosa. Como a úvula bífida tem sido considerada uma forma frusta de fenda palatina parcial, foi feita investigação para a possibilidade de a úvula bífida, sem fenda palatina evidente, influir na incidência de otite.

Úvula bífida tem sido descrita como falta de fusão do palato, a qual, em estágio mais avançado, seria a fenda palatina e(ou) a fenda labial. A relação entre úvula bífida e fenda palatina submucosa é controvertida. Em recente estudo de 25 crianças com úvula bífida, a palpação digital do palato mostrou que o palato duro era íntegro em 20. Ao exame nasofaringoscópico, porém, só uma criança do grupo de úvula bífida era totalmente normal. Vinte e três não tinham musculatura na úvula ou tinham hipoplasia do orifício tubário. Parece, portanto, que úvula bífida pode ocorrer como defeito isolado, como parte de ferida submucosa ou associada a outras alterações anatômicas que acompanham a fenda palatina.

A associação de úvula bífida e otite média serosa já foi notada em crianças maiores. Alguns autores sugerem que, ao ser observada úvula bífida em recém-nascido, a criança deve ser considerada como sujeita a maior incidência de problemas do ouvido médio e, assim, deve merecer maiores cuidados diante de alterações otológicas. Tal recomendação, no entanto, encontra pouco apoio na investigação conduzida no presente trabalho. Houve uma maior incidência de otite média aguda durante o primeiro ano de vida, mas a diferença não foi significativa e o número de casos observados era relativamente pequeno; só estudo mais amplo poderá indicar a suposta preponderância. Ao longo dos três primeiros anos, a incidência de otite média aguda das crianças normais, comparadas com as com úvula bífida, foi praticamente a mesma, como também foi similar o número de casos em que foi colocado "tubo" para tratamento de otite média serosa.

O diagnóstico de úvula bífida parece não significar maior tendência a otite. Para melhor estudo prognóstico, essas crianças deveriam ser divididas em três grupos separados. Aquelas em que a úvula bífida é defeito discreto, nas quais não há outras anomalias e que não representam grupo sujeito a otite. De outro lado, quando há úvula bífida e fenda submucosa palatina, aumenta o risco de otite. Finalmente, crianças que têm úvula bífida sem fenda submucosa, porém com outras alterações na rinofaringe, correspondendo a grupo intermediário, de pouco risco.

O presente estudo recomenda investigação controlada desde o nascimento, buscando classificar cada criança dentro do respectivo grupo.

O trabalho dos autores foi conduzido no Children's Hospital National Medical Center, em Washington, no Department of Pediatrics da University of Virginia Medical Center, em Charlotville, e no Center for Craniofacial Abnormalies, Montefiore Medical Center, no Bronx, NY.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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