Depois de fazer um rapido estudo, clinico e bacteriologico da angina de Plaut-Vincent, passa, o autôr a descrever a terapeutica empregada, e quais os medicamentos que melhores resultados lhe deram:
"Numerosos são os medicamentos empregados para combater as lesões ulcero-necroticas desta particular forma de angina: desde os colutorios comuns com agua oxigenada e clorato de potassio (pouco eficazes, aliás), ás aplicações locais com solução de nitrato de prata á 10-20 %, clorureto de zinco e azul de metilêno á 10 %, etc. Se alguns desses medicamentos; particularmente o nitrato de prata e o azul de metilêno, atúam bem, entretanto na maioria das vezes apresentam o inconveniente de precisarem ser usados por muito tempo para se conseguir a cura das lesões, principalmente nas formas já cronicas.
Daí a necessidade, para o medico de um remedio que aja eficazmente e de um modo rapido: experimentei, a conselho do Prof. Calamida, um novo produto farmaceutico, em cuja composição encontram-se associados a prata coloidal e os arseno-benzóes.
As propriedades antisepticas dos metais coloidais já foram demonstradas por varios pesquizadores recordarei apenas as pesquizas de Cernovodeau e Henri, Foà e Agazzotti, etc., que puzeram em evidencia a ação fortemente inibidora que possue a prata coloidal sobre o desenvolvimento de numerosa variedade de microorganismos patogenicos tomados para exame. Alem disso, os metais coloidais (principalmente a prata e o mercurio) apresentam a grande vantagem de não alterar a integridade anatomica e funccional dos tecidos onde permanecem em contáto, permitindo assim tambem uma defeza atíva do proprio organismo.
Os arseno-benzóes, por sua vez, tambem demonstraram uma ação energica sobre os espironemas, sobre os espiroquetas e sobre os espirilos.
Por todas essas considerações, pareceu-me digno de maximo interesse experimentar um preparado, no qual estão unidos um antiseptico de ação generica e um outro de ação especifica.
Utilisei em minhas pesquizas essa terapeutica associada, com soluções glicerinadas concentradas, nas quais o arsenobenzol entrava com 5% e a prata coloidal com 2%.
Empreguei sempre o medicamento em aplicações locais, ou em dias alternados nos casos mais benignos, tocando com o pincel as lesões e tendo o cuidado de mante-lo in loco durante alguns minutos; afim de permitir a penetração do remedio profundamente nas fissuras das ulcerações, pois são nessas partes dos tecidos ulcerados que se encontram em maior profusão os agentes patogenicos, principalmente os bacilos fusiformes, como demonstrou recentemente o Prof. Giussani em suas pesquizas.
Apenas em dois casos, onde não me foi possivel acompanhar de perto o andamento da molestia, indiquei o uso do medicamento sob forma de gargarejo. Em todos os casos fiz sistematicamente o exame bacteriológico dos exudatos. Experimentei essa terapeutica arseno-benzolica em 16 doentes: 14 apresentavam angina ulcero-membranosa em forma aguda, 2 estavam doentes mêses antes; em todos, a ação do medicamento foi muito rapida e eficaz".
Depois de apresentar as suas observações, conclue o A. o seu artigo: "Do exposto, ficou demonstrado de um modo categorico a ação rapida e esterilisante do medicamento nas sédes das lesões. Alem disso, pude notar pelo exame bacteriológico, que depois de duas aplicações, havia o desaparecimento completo dos fusos-espirilares. As vezes, com uma só aplicação, observei ao microscopio, que os bacilos fusiformes (que prevalecem sobre os espirilos) tornavam-se escassos e alterados em suas formas. Os espirilos ainda são menos resistentes à ação do remedio e já no inicio, não são mais encontrados pelo exame microscopico.
De acordo com o que observei nos meus doentes afectados de angina de Plaut-Vincent e tratados pelo "ARSCOLLOID" (preparado arseno-benzolico), poderei concluir que esse medicamento oferece ao medico a possibilidade de uma rapida, e energica ação antiseptica sobre os fócos ulcerativos, e ainda, agindo de um modo eletivo sobre os microorganismos especificos desta forma anginosa, faz tambem sentir a sua ação esterilisante sobre a variada e numerosa flóra bacteriana, de que é rica a cavidade oral, imputando-se a ela a malignidade de certas infecções.
(1) Resumo extraído do "Archivio Italiano di Otologia, Rinologia etc. Vol. XLIV Fase. XII. Pag. 756. (2) Clinica O. R. L. da Real Universidade de Milão - Diretor: Prof. Calamida
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