ISSN 1806-9312  
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1285 - Vol. 4 / Edição 3 / Período: Maio - Junho de 1936
Seção: Revista das Revistas Páginas: 173 a 192
REVISTA DAS REVISTAS
Autor(es):
-

THE JOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY Vol. L - Novembro 1935 (Londres).

J. MORRIS - Caracteristicas e propriedades dos aparelhos electricos auxiliares do surdo - Pag. 809.

A. TUMARKIN (Liverpool) - Audiometria scientifica e amplificação seletiva no desenho e construção dos aparelhos modernos auxiliares do surdo - Pag. 838.

Em 38 substanciosas paginas os autores estudam detalhadamente a mecanica e as aplicações dos modernos aparelhos auxiliares da audição nos surdos.

FRANK T. LAND (Glasgow) - Epitelioma do meato auditivo externo - Apresentação de um caso - Pag. 848.

O A. inicia considerando a grande raridade das formações malignas do meato auditivo externo. Revendo 63 casos de neoplasias malignas do ouvido, encontrou como séde original o pavilhão em 84%, o meato em 14% e o ouvido médio em 2 % dos casos. Chama atenção para a dificuldade em se estabelecer, algumas vezes, se a neoplasia tem origem no ouvido médio ou no meato auditivo interno. Na maioria dos casos, como no actual, trata-se de epitelioma escamoso tipico. O principal sintoma é a dôr, sobretudo a dôr á mastigação, não sendo raro a paralisia facial. O aspéto do meato é variavel: em forma de polipo, de massa granulosas ou de uma infiltração irregular da parede e grande tendencia a sangrar. Existe, quasi sempre, uma dermatite associada ou supuração do ouvido médio. Quanto á terapeutica, o A. preconiza, e no seu caso deu bons resultados, a combinação da excisão cirurgica com a irradiação. A incisão retro-auricular e a remoção da porção membranosa do meato, além de revelar a extensão do processo, permite uma melhor distribuição das agulhas de radium.

Vol. L - Dezembro 1935

LIONEL COLLEDGE (Londres) - Obstrucções da Traquea - Pag. 897.

Neste artigo, o A. divide as causas de obstrucção traqueal em lesões extrinsecas que provocam a compressão da traquea e molestias intrinsecas da cavidade traqueal. Depois de enumerar as causas as mais comuns de cada grupo, dá os detalhes sobre uma série de casos que teve a ocasião de observar e descreve os diversos metodos que foram aplicados para os melhorar ou curar.

F. C. ORMEROD (Londres) - Obstrucções da traquea - Pag. 903.

O A. descreve as variedades de obstrucção traqueal que se encontram no Museo do Hospital de Brompton. Entre os mais interessantes, sobre os quaes ele dá detalhes, figuram dois casos, nos quaes a estenose era causada por lesões tuberculosas. Outras, devidas a néoformações e um, no qual um tumor intra-traqueal foi identificado como devido a tecido tiroide contendo kistos. As estenoses devidas a uma pressão extrinseca, são representadas por um caso, no qual a traquea é comprimida por traz por um vasto linfoma do mediastino, e por um outro, no qual a compressão era devida a um endotélioma do timus.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

L'OTO-RINO-LARINGOLOGIA ITALIANA Ano VI - Fasc. 1 - Janeiro 1936 (Bolonha).

PROF. P. CALICETI - Algumas observações pessoais de abcessos encefalicos - Pag. 1.

O A. refere-se a três casos de abcessos encefalicos salientando alguns dados clinicos de particular valor. No primeiro caso tratando-se de um abcesso ce.rebeloso, refere-se aos resultados das provas cronaximetricas do vestibular. Num periodo da lesão, enquanto as provas vestibulares mais comuns demonstram urá labirinto completamente integro, a cronaxia está extraordinariamente prolongada do lado da lesão, devendo-se, segundo o A., atribuir esse prolongamento da cronaxia á lesão cerebelosa. No segundo caso, tratando-se ainda de abcesso cerebeloso, o autor encara a grande variedade sintomatologica e particularmente da asintomatologia que algumas vezes esses abcessos apresentam, como no seu caso. No terceiro caso, de uma otite media purulenta cronica com trombose do sinus sigmoideo e septicemia secundaria, cita a descoberta de autopsia de um abcesso do talamo óptico.

O A. chama a atenção sôbre essa ultima localização cerebral devido a sua grande raridade.

PROF. ETTORE GIUFFRIDA - Meningo-encefalite gripal em mastoidotomizado curado com a soroterapia endoraquidiana - Pag. 6.

O A. descreve um caso de meningo-encefalite gripal num individuo que ha pouco tempo sofrera uma intervenção na mastoide. Traça as dificuldades diagnosticas que se encontram nesses casos para se estabelecer se se trata ou não de uma complicação otogenica. 0 A. aconselha, nos casos duvidosos, seguir o criterio proposto por Citelli, de esperar que o decurso ulterior esclareça, de alguma maneira, o diagnostico e de se abster da intervenção; a encefalite gripal é, de fato, suceptivel, algumas vezes, de regressão e cura, si oportunidade tratada, ao passo que a intervenção, sobretudo si acompanhada por explorações no circuito da substancia encefalica, poderia nesses casos ser nociva. O A. termina aconselhando a soraterapia endoraquidiana, que no caso considerado, deu resultados brilhantes.

ANGELO BAROLA - Sobre a velocidade de sedimentação dos globulos vermelhos nas molestias agudas do ouvido medio - Pag. 16 .....

O A. estudou a velocidade de sedimentação das hematias nas molestias agudas do ouvido medio. O A. constatou que a velocidade de sedimentação é bastante aumentada nas infecções do ouvido medio e que existe um paralelismo entre a melhora ou peora da infecção do ouvido e a velocidade de sedimentação.

D. DE FRANCESCO - Novo caso de mucocele do seio esfenoidal - Pag. 42.

O A. resume os pontos de vista etiopatologicos sobre o densenvolvimento das mucoceles dos seios paranasais, põe em relevo um possivel mecanismo patogenico de base mecanica-inflamatoria das mucoceles esfenoidais. Chama, portanto, a atenção para a raridade das mucoceles esfenoidais e o pequeno numero de casos descritos, e expõe seu caso particular. Entretem-se finalmente sobre as condições anatomicas que influem na evolução da mucocele esfenoidal.

P. GRITTI - Sôbre a variação numerica das plaquetas circulantes no adenoidiano, devido á intervenção - Pag. 55.

A. precedendo, por ligeiras indicações sôbre os conhecimentos atuais da genese e das funcções das plaquetas, estudou pelo metodo de Aynaud-Fort, o procedimento desses elementos circulantes em 21 individuos possuidores de vegetações adenoides de uma edade que varia de 6 a 12 anos. Nesses encontrou um conteúdo de plaquetas inferior á média do grupo de dez individuos normais examinados por contróle. Nos individuos normais o valor médio da taxa de plaquetas deu um resultado egual á 250.000, ao passo que nos adenoidianos foi de 225.100. Nesses ultimos, a ablação das vegetações adenoides produz sempre modificações do numero de plaquetas, com volta aos valores normais. Ligeiras variações numericas verificam-se tambem na cifra dos globulos vermelhos. O A. conhecendo as numerosas pesquizas existentes sôbre as relações entre as plaquetas e a asfixia, acha que a plaquetopenia observada nos adenoidianos tem a sua origem no ligeiro gráu de asfixia permanente que existe nesses individuos; mas ele não exclue e lembra até outros fátores que já podem tomar parte.

A. PIRODDA - Contribuição ao conhecimento do sarcoma giganto-celular da cavidade nasal - Pag. 74.

O A. faz a descrição dum caso de sarcoma giganto-celular que esteve sob a sua observação e que ele verificou histologicamente. Depois de ter falado da raridade dos sarcomas nasais em geral, faz considerações sobre a incidencia, muito rara, dos sarcomas giganto-celulares nas cavidades nasais, das quais cita um pequeno numero de casos encontrados na literatura; em seguida passa em revista os diferentes tipos de sarcomas das fossas nasais. Finalmente, se entretem sobre as diferentes teorias relativas á natureza dos sarcomas a mieloplaxes.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

LES ANNALES D'OTO LARYNGOLOGIE

Num. 3 - Março 1935

l.°) - GARNIER - "As hemorragias traqueaes" - Pag. 261.

Estuda primeiramente as hemoptises não tuberculosas dando sua definição exata. Passa em revista as afecções susceptiveis de provocar a hemoptise fora da tuberculose.

1.° - Hemoptises podendo se produzir fora de toda afecção organica: fratura das costelas, corpos estranhos dos bronquios e traquéa, intoxicações pelos gazes de combate, pela diminuição de pressão atmosferica, etc.

2.° - Hemoptises dos cardiopatas-comuns na mulher no curso da estenose mitral. A hipertensão arterial pode tambem provoca-as. Hemoptises gravissimas são as de ruptura de um aneurisma da crossa aortica.

3.° - Hemoptises de afecções geraes: septicemias hemorragicas, hemofilias, púrpura, leucemias, lesões hepáticas.

4.° - H. das afecções não tuberculosas do pulmão e dos bronquios. Nas afecções agudas do pulmão. Raras na pneumonia e bronquio-pneumonia, veem-se nas pleurisias interlobares e abcessos do pulmão. Estuda o fáto na gangrena pulmonar, no kisto hidatico do pulmão, no cancer do pulmão, na dilatação dos bronquios na bronquite pseudo membranosa, na bronquite micosica e na espiroquetose bronquo-pulmonar.

5.° - Hemoptises por hemorragia traqueal - Por lesões na traquéa e começo dos grandes bronquios. E' o objecto do estudo neste trabalho. Faz primeiramente o estudo historico, e depois a sintomatologia clinica. Nesta estuda: 1.° a espectoração sangrenta, que é de abundancâa variavel, de sangue puro, que se repete varias vezes ao dia, não misturado a mucosidades. Os doentes sentem sensação retro-esternal, de calor anormal na garganta. 2.° - Os sinais associados: ligeira febre, 37° e pouco, deficiencia do estado geral, anemia e astenia por vezes. 3.°, o exame clinico negativo caracteriza as hemorragias traqueaes. Para isso devem ser eliminadas tambem todas as afecções pulmonares e tardio vasculares, a hypertensão arterial, a insuficiencia hepatica. O sinal caracteristico é a constatação pela traqueoscopia do ponto que sangra. Estuda depois a sintomatologia bronquoscopica. Dois processos de exame: traqueoscopia indireta e a traqueo-broncoscopia direta de Killian. Descreve as diversas lesões encontradas. Estuda a etiologia e patogenia fazendo considerações anatomicas, analisando os fatores de ordem constitucional, discrasicos, irritativos locaes, infecciosos, a relação com as lesões profundas, a edade etc.

O capitulo de diagnostico é bem estudado, pois ele deve ser feito sempre com extrema prudencia, afim de não concluir rapidamente pela ausencia de lesão pulmonar mesmo ai se constata lesões traqueaes. Embora as recidivas sejam frequentes o prognostico é favoravel.

2.° - J. N. ROY - "Nota prévia sôbre um caso de esvaziamento pracial do endolaringe por cancer após laringo-fissura. Roentgenterapia - Pag. 278.

O tratamento do cancer do laringe é um problema dificil de resolver. Ha canoa em que a cirurgia é contra-indicada e o radium e os Raios X não dão resultado. Em presença de um tumor intrinseco do laringe, é preciso fazer um diagnostico certo quanto possivel sôbre a sua localização. A biopsia deve ser feita e o resultado histo-patologico dirá si o tumor é mais ou menos radio-sensivel. Quando a cirurgia é a unica, dá o autor as regras a seguir.

A observação relatada é de doente de 73 anos, que apresenta um neoplasma papilomatoso desenvolvido sôbre todo o comprimento da corda vocal direita. Biopsia: epitelioma malpighiano spino-celular.

Não apresentava gânglios. Proposta laringectomia total foi esta recusada pelo paciente que aceitou outra intervenção já praticada em outro doente. A operação foi feita com anestesia local, com traqueotomia baixa previa. Incisada a comissura ant. até a prega ari-epiglotica á direita, foi deslocada até o pericondrio toda a mucosa e a corda vocal correspondente sôbre o qual o cancer se tinha desenvolvido. A mesma intervenção é praticada a esquerda. Foi feito algum tempo depois a Roentgenterapia tendo sido bom o resultado final.

3.° - REBATTU, PROBY e PERRON - "Cancer do seio maxilar sob forma de osteite dentaria" - Pag. 286.

As formas de cancer do s. max. começando pelo soalho do antro são bem conhecidas. Um dos sintomas mais carateristicos é a queda do dente e o aparecimento de uma granulação sangrando no alveolo.

O corrimento sinusal purulento simulando uma sinusite max. é egualmente um sinal. Mas estes aspetos do cancer tomam ás vezes feição de uma osteite dentaria banal.

Os autores apresentam uma observação de um doente de carie dentaria, cuja evolução complicou para abcesso osseo-periostico, radiografias documentando esses fatos. Sendo um sifilitico, parecia que o terreno favorecesse essas lesões.

Pela intervenção, a parede anterior já estava afundada, a parede inter-sinuso-nasal perfurada, granulações enchiam o fóco de osteite.

Pela biopsia: inflamação cronica. Só mais tarde o diagnostico de cancer foi feito pela perfuração do palato osseo e por biopsia posterior de fragmento da cavidade sinusal. Nesta observação resaltam a imprecisão dos sintomas.

4.° - J. MARINHO - "Uma nova classificação das Anginas". "Anginas, pelo soro e anginas pelo bismuto" - Pag. 289.

Após a descoberta do Dr. Aristides Monteiro generalisando o emprego do bismuto a todas anginas agudas não diftericas, uma classificação torna-se possivel em duas classes: angina a tratar pelo soro difterico e angina a tratar pelo bismuto, a de Plaut-Vincent, pertence ao 2.° grupo. Para separa-las é suficiente pesquizar a difteria.

5.° - CANUYT - "A transfusão sanguinea de urgencia em oto-rino-laringologia - Pag. 292.

A transfusão sanguinea é o tratamento mais seguro das hemoragias graves. Ella detem a hemoragia graças ao seu possante poder hemostatico. O autor descreve em um interessante capitulo o que é uma transfusão de urgencia e os seus effeitos maravilhosos. Para tanto, porém, deve ser feita com prontidão, com uma organisação indispensavel, cujas engrenagens sejam solidarias: o serviço de transfusão sanguinea de urgencia.

Cita numeros do serviço do Dr. Tzaneck: 1929: 220 transfusões; 1930-779; 1931-2038; 1932-3738; 1933-5272 transfusões. Mais de 600 doadores universaes estão inscriptos. 0 A. organisou um Centro de transfusão em Strasburgo, cujo regulamento é transcrito no trabalho.

Duas idéas o autor deseja frizar: não se deve fazer transfusão sanguinea muito tarde e que seria util crear nos hospitaes, centros de transfusão, devendo toda a gente conhecer o seu grupo sanguineo.

BRONCHOSCOPIE-OESOPHAGOSCOPIE ET GASTROSCOPIE N.° 2 - Abril 1935 (Paris).

RENE' CHEVALLIER - Edema fugaz da região antro-pilórica no decurso dos gastropatias alérgicas. Estudo gastroscópico.

O A. estuda um edema isolado, não inflamatório, do tipo ângio-neurótico, comparavel ao edema de Quincke. Certas ulcerações superficiais, curaveis rapidamente são tambem interpretadas por Chevallier como um verdadeiro fenômeno de Arthus. O edema fugaz da região antro-pilórica aparece quasi sempre nas insuficiências hepáticas discretas, nos sofredores de enxaqueça, de urticária com ou sem edema de Quincke, de celulite e asmáticos, apresentando portanto perturbações diversas do desequilíbrio vago-simpático. As manifestações gástricas dolorosas que acompanham o edema da região antro-pilórica são muitas vezes radicalmente curadas pelo tratamento desensibilisante; peptona, adrenalina e cloreto de câlcio associados aos colagogos e ao regimem hipo-albuminoso sem leite nem ovos. O A. conclue que o edema fugaz antro-pilórico é um dos elementos essenciais do substracto anátomo-físio-patológico das gastropatias alérgicas.

E. V. SEGURA - Abcesso do mediastino posterior - Pag. 137.

Após uma revisão anatómica do mediastino posterior o A. estuda sete casos de abcessos desta região, determinados por corpos estranhos ou ferimentos do esôfago. Baseado em sua experiência chama a atenção para a frequência com que aparece a tumefação da parede posterior da faringe e afirma não haver encontrado na literatura um só caso de abcesso gazoso do mediastino, aberto pela via faringéia. Segura conclue, baseado em dados anatómicos e clinícos, que em muitos casos pode se evitar processos operatórios graves e complicados, utilizando-se um método facil, eficaz e inofensivo como o da via faringéia.

MAURICE JACOD (Lyon) - Conduta a seguir em presença dos corpos estranhos encravados nos brônquios apicais.

O A. apresenta observação de uma lingueta metálica localizada no brônquio apical esquerdo de uma moça de 18 anos. Após insucesso da extração pela via oral, Jacod praticou uma traqueotomia baixa, horizontal por onde introduziu uma espátula de "Bruennings" e conseguio com o auxílio de luz frontal, colocando o tubo quasi em posição horizontal penetrar no brônquio apical e extrair o corpo esrtanho. O A. faz considerações anatômicas e geométricas, mostrando a impossibilidade de se atingir o brônquio apical pela broncoscopia oral, justifica e recomenda o método que adaptou no caso relatado.

SASUKI (Monkden) - Máscara para anestesia geral durante a esofagoscopia - Pag. 162.
Mascara para clorofórmio apresentando uma fenda que permite a passagem do esofagoscopio.

I. IZETZU e I. SILVIAN (Bucarest) - Granulomas do vestíbulo do laringe e da glote - Pag. 164.

Os AA. descrevem observação de uma moça de 28 anos, professora de canto e de educação física que tinha dois polipos no laringe: um na epiglote e outro apresentando um longo pedículo que vinha se implantar abaixo da extremidade posterior da corda vocal direita. A extirpação do polipo endo-laringeu foi feita pela via direta com o laringoscópio de Hasslinger; o da epiglote foi retirado por via indireta. Em uma terceira sessão foi executada a galvano-cauterisação na séde de implantação dos polipos. Anestesia local técnica de Soulas, foi utilisada nas três sessões operatórias. Seguem-se algumas conclusões.

TRIBOULET e A. SOULAS - Curioso caso de corpo estranho do brônquio ou de colaboração entre o médico de dispensário e o broncoscopista - Pag. 167.

Observação de um homem de 47 anos que procurou um clínico por causa de fenômenos pulmonares. O paciente contava que sua afecção se iniciara depois que se engasgou quando tomava sopa, com um fragmento de alho. A broncoscopia localisou sorpo estranho na entrada do brônquio lobar médio. A extração foi feita em fragmentos, curando-se o paciente. Considerações sôbre a pouca frequência e prognóstico desta variedade de corpos estranhos. Os autores salientam o valor da colaboração entre o clínico e o endoscopista que permitiu no presente caso um diagnóstico e uma terapêutica precoce.

RACOVEAM (Bucarest) - Corpo estranho (tachinha) no esôfago duma criança de 15 mêses. Extração por via endoscópica.

Observação de criança de 15 mêses que apresentava uma tachinha ao nivel do estreitamento brônquico do esôfago. Procedida de uma injeção de 10 miligramos de morfina, o A. praticou esofagoscopia conseguindo extrair o corpo estranho, cuja ponta tinha penetrado perpendicularmente na coluna vertebral. Apesar do prognóstico grave do caso, devido a hipertermia e ao ferimento do esôfago, a evolução foi favoravel.

A. SOULAS - Cateterismo dos brônquios; broncoespirometria,; sistema brônquico principal.

A idéia do estudo funcional do pulmão nasceu para Soulas ha 10 anos quando o Dr. Bramm lhe aconselhava realizar para o pulmão o que já tinha sido feito para o rim.

O cateterismo brônquico tem sido feito com o fim de praticar a separação dos escarros nos tuberculosos pulmonares. Soulas e Leroux possuem aparelhos especiais para este fim.

Afim de realizar a bronco-espirometria, Soulas mandou fabricar um broncoscópio especial: um tubo de Jackson de 7mm. X 40 cm., cujo canal aspirador transformou em insuflador. Na extremidade inferior deste canal, adapta-se um aparelho capaz de obliterar o brônquio, graças a uma pera de insuflação colocada na extremidade proximal do mesmo canal; o ar é então recolhido pela extremidade superior do broncoscópio.

O A. cita os trabalhos de Frencker, Bijorkmann e Craford e os resultados obtidos por estes autores que puderam calcular para cada pulmão: a absorpção do oxigénio e a emissão de gaz carbônico; e mostra o valor destas pesquizas na cirurgia pulmonar. Sempre que houver necessidade de se proceder a uma operação externa sôbre o hemi-torax, torna-se interessante determinar a aptidão funcional de cada pulmão.

DR. GABRIEL PORTO

ARCHIV FÜR OHREN- NASEN- UND KEHLKOPFHEILKUNDE

Vol. 140 - Fasc. 4 - 1936.

GERHARD EIGLER e JOHANNES KOCH - Os retothelsarcomas. (Morfologia, clinica e sensibilidade ás irradiações) - Pag. 278.

Nos ultimos 4 anos foram observados, pelos AA., 8 casos de retothelsarcomas, sendo 5 tumores da amigdala, 2 tumores ganglionares e um tumor do naso-faringe. De 21 tumores malignos, das amigdalas, observados na clinica neste periodo, 25 % eram retothelsarcomas. Esta especie de tumores, parece não ser muito rara quanto se acreditava. Provavelmente eles se tornaram mais frequentes com a divulgação de seus conhecimentos morfologicos e clínicos.

No ponto devista de sua morfologia, os retothelsarcomas apresentam caracteres tumoraes particulares, que os colocam em posição especial na classe dos sarcomas. Sua diferenciação dos linfo-epiteliomas, linfogranulomas, canceres medulares e granulomas específicos, póde ser difícil, mesmo histologicamente. Cada tumor apresenta grão diverso de amadurecimento. Seis dos tumores, observados pelos AA., são grandemente diferenciados em sua morfologia celular, ao passo que dois mostravam-se indiferenciados e particularmente malignos.

O quadro clinico dos tumores ganglionares, do pescoço, não é muito característico. Trata-se, de massas ganglionares facilmente confundiveis com ganglios tuberculosos do pescoço ou com as molestias proprias do sistema ganglionar.

Os tumores das amígdalas e da garganta, pela sua tendencia a atacar a superfície, podem ser confundidos com a tuberculose e pelas ulcerações que podem existir; podem, tambem, serem tidos como lues e angina de Plaut-Vincent.

Pela facilidade com que fazem metastases e pela tendencia a generalisação não devem, de nenhum modo, serem operados. O metodo de tratamento de escolha deve ser a irradiação. Nos casos publicados, exceto em um em que foi feita, exclusivamente, a Roentgentherapia, foi aplicado o metodo mixto radium e Roentgen.

Pelas irradiações combinadas curaram-se três casos, destes em 2 já se passaram 4 anos do inicio das irradiações e 3 anos para o terceiro. No caso em que só foi aplicado a Roentgentherapia, houve recediva completa em poucas semanas.

Dos quatro mortos, parte tinham sido erradamente operados e parte tratados com doses insuficientes. Segundo os AA., excetuadas as fórmas grandemente malignas, os Retothelsarcomas devem ser curados, quando da aplicação de irradiações em doses convenientes. Nos casos de grande extensão, os AA. aconselham o tratamento exclusivo pelos raios X, afim de se evitar, pelo emprego de doses muito fortes de radium, as lesões osseas. Aconselham, ainda, o emprego de doses fraccionadas e prolongadas que, em suas mãos, deram os melhores resultados e cuja experimentação deve ser continuada.

DR. PAUL A. CAMPBELL e DR. E. GRABCHEID - Resultados clinicos e anatomicos do exame do laringe em um caso de embolía da arteria vertebral - Pag. 309.

Baseados no caso estudado os AA. dizem que nele tratava-se aproximadamente de uma lesão completa da parte caudal do nucleo do vago do lado esquerdo, ocasionando graves perturbações degenerativas do vago esquerdo e degeneração leve do vago direito.

Confirmam em parte a lei de Semon-Rosenbach, pois que as perturbações dos Posticus eram muito mais graves do que as dos outros musculos do laringe. Isto, porém, não se dá completamente devido: 1) - terem sido encontradas modificações nos dois Posticus e não sómente no esquerdo em que foi, clinicamente, encontrada a posição mediana. Note-se que as perturbações encontradas no Posticus direito, eram tão evidentes que apenas podiam ser diferenciadas das do esquerdo.

Outro ponto importante esclarecido foi o seguinte: sabido é que, para muitos autores, o nucleo ambiguo é o nucleo principal da inervação do laringe, ao passo que o nucleo dorsal do vago não gozaria senão de pequena importancia na inervação dos musculos laringeos (exceto o cricothireoidéo, segundo Fruehwald).

Como no caso dos AA., o nucleo ambiguo direito apresentava--se completamente normal, deve-se concluir que a lesão de um dos nucleos ambiguos produziria perturbações em ambos os Posticus. O segundo ponto, em que o estudo do caso não entra em acôrdo com a lei de Semon-Rosenbach, refere-se ao modo de comportar dos adutores. Muito embora, aqui, as modificações encontradas não apresentem a nitidez e a extensão das observadas nos Posticus, eram, no entanto, claras. Nos adutores, óra mais óra menos, foram observadas modificações e por elas puderam, os AA., concluir que a destruição unilateral do nucleo do vago, produz, igualmente, modificações nos musculos do laringe que se podem diferenciar quantativamente uma das outras, pois que as encontradas nos Posticus são muto mais fortes que as observadas nos adutores. Tambem modificacações evidentes encontram, os AA., em seu caso nos musculos cricotireoidéos.

Outros casos semelhantes a este, muito nos orientariam no estudo da atividade dos musculos do laringe.

DR. FRANZ REICHMANN - Contêm as amigdalas substancia que influa sobre o crescimento do corpo? (Replica a nota de Griebel, publicada neste Archivo. Vol. 136 - Pag. 52 - 1933) - Pag. 336.

O A. conclue, pelos estudos que fez, que não existe influencia clara das amigdalas sôbre o crescimento, sobretudo no sentido de sua paralisação.

DR. KURT HEGNER - Exames sôbre as vias de deglutição - Pag. 387.

O A. confirma, pelo exame com o espelho laringoscopico, a observação de Grahe de que os alimentos caminham, para o esôfago, lateralmente a epiglote. Divide a deglutição em "deglutição pura" e em "deglutição post-mastigação".

Nesta os alimentos seguem, quasi sempre, pelo sinus do mesmo lado da mastigação (caminho principal) e em parte pelo sinus do lado oposto (caminho anexo da deglutição).

O tempo prolongado de deglutição (anos e anos), produz uma modificação na fôrma do caminho desta, assim se poderá observar uma inclinação da uvula para o lado em que não se mastiga e, assim, um aumento do arco palatino do lado em que se mastiga. O reflexo vomitivo será diminuido do lado da mastigação.

O prolongamento, por anos, da mastigação em um dos lados, influencía tambem o caminho dos alimentos "na deglutição pura". Esta se processará, preferencialmente, do lado da mastigação.

A anestesia superficial de um dos lados da mucosa do hipofaringe não tem ação alguma sobre a via seguida pelos alimentos, assim tambem as modificações na posição do corpo. Quanto mais espesso o alimento, tanto mais se diferenciará a via principal da via anexa de deglutição. Alimentos liquidos ou semi-liquidos, caminham, geralmente, pelos sinus de ambos os lados.

A "deglutição pura" pôde ser influenciada pela vontade, assim é que pessôas existem que podem dizer por que lado engolem. A epiglote, durante a deglutitição, inclina-se para traz, muito embora o fechamento do laringe, por ela, seja, geralmente, incompleto.

M. O. R.

são das observadas nos Posticus, eram, no entanto, claras. Nos adutores, óra mais óra menos, foram observadas modificações e por elas puderam, os AA., concluir que a destruição unilateral do nucleo do vago, produz, igualmente, modificações nos musculos do laringe que se podem diferenciar quantativamente uma das outras, pois que as encontradas nos Posticus são muto mais fortes que as observadas nos adutores. Tambem modificacações evidentes encontram, os AA., em seu caso nos musculos cricotireoidéos.

Outros casos semelhantes a este, muito nos orientariam no estudo da atividade dos musculos do laringe.

DR. FRANZ REICHMANN - Contêm as amigdalas substancia que influa sobre o crescimento do corpo? (Replica a nota de Griebel, publicada neste Archivo. Vol. 136 - Pag. 52 - 1933) - Pag. 336.

O A. conclue, pelos estudos que fez, que não existe influencia clara das amigdalas sôbre o crescimento, sobretudo no sentido de sua paralisação.

DR. KURT HEGNER - Exames sôbre as vias de deglutição - Pag. 387.

O A. confirma, pelo exame com o espelho laringoscopico, a observação de Grahe de que os alimentos caminham, para o esôfago, lateralmente a epiglote. Divide a deglutição em "deglutição pura" e em "deglutição post-mastigação".

Nesta os alimentos seguem, quasi sempre, pelo sinus do mesmo lado da mastigação (caminho principal) e em parte pelo sinus do lado oposto (caminho anexo da deglutição).

O tempo prolongado de deglutição (anos e anos), produz uma modificação na fôrma do caminho desta, assim se poderá observar uma inclinação da uvula para o lado em que não se mastiga e, assim, um aumento do arco palatino do lado em que se mastiga. O reflexo vomitivo será diminuido do lado da mastigação.

O prolongamento, por anos, da mastigação em um dos lados, influencía tambem o caminho dos alimentos "na deglutição pura". Esta se processará, preferencialmente, do lado da mastigação.

A anestesia superficial de um dos lados da mucosa do hipofaringe não tem ação alguma sobre a via seguida pelos alimentos, assim tambem as modificações na posição do corpo. Quanto mais espesso o alimento, tanto mais se diferenciará a via principal da via anexa de deglutição. Alimentos liquidos ou semi-liquidos, caminham, geralmente, pelos sinus de ambos os lados.

A "deglutição pura" pôde ser influenciada pela vontade, assim é que pessôas existem que podem dizer por que lado engolem. A epiglote, durante a deglutitição, inclina-se para traz, muito embora o fechamento do laringe, por ela, seja, geralmente, incompleto.
M. O. R.

ZEITSCHRIFT FÜR HALS- NASEN- UND OHRENHEILKUNDE

Vol. 38 - Fasc. 2, 3, 4 e 5.

XV Congresso anual, da Sociedade Alemã dos medicos de garganta, nariz e ouvidos, reunido em Bad Reichenhall, em 6, 7 e 8 de Junho de 1935.

LUDWIG HAYMANN (München) - Pontos basicos no tratamento da septicemia e da sinustrombose de origem otogenica - Pag. 53.

O ponto basico do tratamento da septicemia de origem otogenica está na operação da trombose do seio como fóco septico mais frequente, todas as medidas, pois, devem ter por base este fato.

A intervenção no sinus deverá ser praticada só depois de exame minucioso e com ajúda de todos os meios diagnosticos e não ser feita, tão sómente, baseado em hipoteses esquematicas. De nenhum modo se procederá operações tais como ligadura da jugular ou do sinus, etc. antes da abertura da mastoide e de se ter feito as explorações necessarias. Tal modo de proceder é contrario ao fato conhecido de que uma trombose do sinus nem sempre poderá ser diagnosticada só pela sintomatologia clinica e que o apuro do diagnostico torna-se necessario.

Exista uma trombose do sinus é obvio que este deverá ser oxposto o mais rapidamente possivel. O ideal seria poder-se, numa só sessão, abrir e retirar, totalmente, o trombo, fato este, porém, que nem sempre se dá, pois que este poderá propagar-se após a trombectomia, acontecendo que intervenções sucessivas e parciaes se tornem necessarias. Não se deve praticar intervenções incompletas, mas tambem não se deve exagerar estas, intervenções de modo a vir causar dano ao paciente.

SEIFERTH (Koeln) - Septicemia otogenica sôbre o ponto de vista do quadro sanguíneo e da punção lombar - Pag. 65.

Os pacientes foram divididos em casos de septicemias, de piemia,, septicopiemicos e afebrís. São mencionados 67,24%, de casos curados e 32,67% de mortos. O exame citologico do sangue tem significação diagnostica e prognostica. Cuidado deve-se ter com as modificações apresentadas pelos globulos vermelhos (anemia septica). De 27 casos 4 doentes devem ser anotados como completamente negativos, quer quanto aos globulos brancos, quer quanto aos vermelhos; em 19 casos o quadro hematologico era típico no sentido diagnostico de uma septicemia.

A punção lombar aumenta de significação diagnostica nos casos duvidosos de septicemia e de sintomas cerebraes pouco claros, possibilita, ainda, a pesquiza da prova de Queckenstedt.

W. UFFENORDE (Marburg) - Patogenia da septicemía de origem otogestica com sequencias clinicas - Pag. 76.

Schematisando póde-se resumir:

Bacteremía - Existe para cada fóco inflamatorio, sem ou com temperatura. Sem sintomatologia geral particular. As bacterias penetrando, de passagem, no sangue, são facilmente destruidas.

Septicemia, sempre com bacteremía. Quadro clinico grave devido a invasão massiça e duradoura dos agentes causadores. Toxinemía não entra, aqui, em consideração. As septicemias podem produzir metastases ou não.

A expansão local da infecção, partida do fóco septico, poderá se fazer:

1) - Por via puramente hematogena, com invasão imediata de bacterias no sangue, sem modificações no sinus ou nos vasos sanguineos;

2) - Pela tromboflebite das veias vizinhas;

3) - Pela via linfatica do ouvido aos ganglios infectados e á jugular (geralmente isolada, geralmente ao lado da cooparticipação do sinus), com coagulação e consequente tromboflebite da veia.

KRIEGSMANN (Rostock) - Perigos decorrentes da exposição do seio sigmoideo - Pág. 90.

A exposição operatoria do seio sigmoideo deve, quando possivel e não necessaria, ser evitada, pois que a sua trombose secundaria é mais facil quando dele exposto.

A antrotomia deverá ser praticada tardiamente, 3 semanas do começo da otite média.

As otites médias cronicas, quando possivel, não devem ser operadas durante a exacerbação agúda.

No caso de se expôr um seio são, durante uma operação radical da mastoide, a ferida rectro-auricular deverá ser deixada aberta. Particularmente perigosa é a exposição do seio sigmoideo nos casos em que o agente causador da mastoidite tiver grande virulencia.

TOBECK (Goettingen) - Sôbre a frequencia e significação das molestias da ponta da piramide de origem otogenica - Pag. 162.

1 - As molestias inflamatorias de origem otogenica da ponta do rochedo são mais frequentes do que se pensa; quasi 50% das causa mortis, produzidas pelo ouvido, demonstram modificações inflamatorias graves da ponta.

2 - Estas inflamações da piramide dividem-se em supuração das celulas e em osteomielites.

3 - As supurações das celulas provém, quasi que exclusivamente, de otites médias agúdas; as osteomielites do rochedo tanto das supurações agúdas quanto das supurações cronicas do ouvido médio.

4 - A importancia de uma e de outra está no perigo que correm as meningeas, pela formação de abcessos epiduraes profundos ou pela ruptura da dura mater, assim como no desenvolvimento de tromboses das vias venosas existentes no rochedo e da ruptura do pús no canal carotidiano e no labirinto.

5 - E' necessario, pois, aplicar-se todos os meios para diagnosticar a molestia sem esperar-se pelo complexo sintomatico de Gradenigo, afim de que a intervenção cirurgica não chegue tarde.

OTTO MAYER (Viena) - Sôbre o tratamento dos abcessos do cerebro - Pag. 177.

Abcessos do cerebro encapsulados curam-se após esvasiamento e drenagem. Nos processos encefaliticos, isto não basta. Nem pela drenagem com gaze nem pelo dreno tubular, póde-se impedir o crescimento dos abcessos do cerebro,, como se pôde demonstrar pelas radiagrafias.

Acção superior é a produzida pelo tamponamento cerrado, de toda a cavidade do abcesso, com gaze iodoformada, que aí deverá ser deixada por muito tempo (3 semanas), afim de que se fórme uma capsula.

O A. cita as observações de 7 casos, assim tratados, sem um só caso de morte.

UNTERBERGER (lena) - Nervo vestibular e cerebro (Sistema extra-piramidal). Questão da "hyperirritabilidade" do vestibular - Pag. 221.

O augmento do reflexo labirintico no homem, particularmente seu aparecimento nos tumores do cerebro e em outras molestias do sistema nervoso central, além dos fenomenos reflexos produzidos nos animaes, como clono nistagmo, reflexo de posição etc. são fenômenos de paralisia. Eles se processam devido a interrupção da influencia reguladora central, colocada em centro superior, que se processa provavelmente por intermedio da via do sistema extra-piramidal sôbre cada um dos centros vestibulares situados na parte caudal do tronco cerebral; não são, no entanto, fenômenos de hiperirritabilidade.

M. O. R.

MONATSSCHRIFT FÜR OHRENHEILKUNDE UND LARYNGORHINOLOGIE

Vol. 69 - Agosto 1935.

H. SCHAEFER - A terapia com diatermia conservadora na oto-ripo-laringologia e nos órgãos vizinhos - Pag. 897.

Após uma descrição sôbre o modo de ação da diatermia conservadora, apresenta a técnica de sua aplicação. Foram tratados 152 casos com resultados muito apreciaveis comparados a outros metodos de tratamento; otite media cronica, otosclerose, surdez labirintica cronica progressiva, ozena, tonsilite cronica e laringite. Assim foram também conseguidos resultados favoraveis na otite externa, catarro cronico e na tireotoxicose. As contraindicações foram assinaladas rapidamente. Em vista dos resultados favoraveis, deve a diatermia, como em outras especialidades, ser empregada mais amplamente na oto-rino-laringologia.

A. FETISSOV - Endotelioma da faringe - Pag. 936.

E' preciso encarar a possibilidade de um endotelioma, ao fazer um diagnostico de tumor benigno da faringe. Esses tumores provocam perturbações locais consistentes em dificuldade da deglutição. O estado geral do organismo não sofre, via de regra. O tratamento consiste na extirpação precoce do tumor.

H. MAHLER - A hipotonia e suas relações com o cerebro e com o ouvido - Pag. 952.

A hipotonia é uma doença que atinge as pessôas jovens e de meia idade. A causa da hipotonia ainda não se acha esclarecida, ela póde aparecer após a gripe ou outras infecções. A hipotonia apresenta como sintomas, em primeiro logar, a hipotensão e perturbações do estado geral como cansaço, palpitação, sonolencia, cefaléas, etc. Nas observações proprias do A. foram notados além desses sintomas: zoadas, vertigens, nistagmos, enxaquecas e perturbações do psiquismo. A terapia consiste, de acôrdo com os casos observados, em tonicos vasculares como simpatol e efedrina.

H. BRUNNER - Contribuição á patologia da surdez do mesencefalo - Pag. 970.

Como num caso já descrito tratava-se aqui de um tumor do mesencefalo. A diferença pupilar, a ausencia do reflexo luminoso, a limitação do movimento dos olhos para cima, os sintomas cerebelares, a deformação (á radiografia) da pequena aza do esfenoide, a atrofia do nervo ótico (provavelmente após papilite de estase) e os sinais de aumento de pressão intracraneana, não deixam duvida sôbre o diagnostico. Com efeito, a autopsia demonstrou um tumor partindo da pineal, um pinealoma, que preenchia a parte post. do III ventriculo e se extendia aos tuberculos quadrigemeos e ao mesencefalo. É coisa já sabida que os pinealomas produzem perturbações da audição. No caso em estudo, havia uma atrofia do nervo coclear esq., apresentando a coclea esq. sinais de notavel degeneração, de molde a esclarecer a surdez que o doente acusava. O labirinto dir. achava-se normal.

O A. estende-se no exame macro e macroscopico da peça, bem como em minucias de interpretação histo-patologica.

COHN - Otite aguda com inflamação edematosa da vizinhança do ouvido - Pag. 985.

O A. observou 4 casos com edema atraz, acima e adeante da orelha. A' pressão, o antro e a parte inflamada achavam-se sensiveis. E 2 pacientes havia inflamação da parede inferior do conduto. A pele, atraz da orelha, estava mais ou menos congesta. Os 2 primeiros casos foram operados, tendo sido encontrado o osso são e por isso os outros não o foram e sararam igualmente.

DR. ROBERTO OLIVA

MONATSSCHRIFT FOR OHRENHEILKUNDE UND LARYNGORHINOLOGIE

Vol. 69 - Setembro 1935.

F. ALTMANN - Sóbre tumores neurogenicos da parte descendente do facial - Pag. 1032.

Tratam-se de neurinomas que preferentemente atacam os nervos sensitivos, constituindo extrema raridade o encontro de tais tumores entre os nervos motores. Neste trabalho são estudados 6 casos. Como primeiro sintoma observa-se a paralisia facial, que pôde ser total ou parcial; pôde aparecer súbita ou lentamente; em geral rebelde ao tratamento. O exame do ouvido mostra um tumor poliposo, preenchendo total ou parcialmente o conduto, proveniente de sua parede posterior; sua superficie é lisa, mas pôde ser séde de processo eczematoso. O timpano permanece intacto por muito tempo. A audição também é, no começo, conservada; perturbada mais tarde ou por obliteração do conduto, ou por expansão do tumor até o ouvido medio, provocando supuração da caixa. Para firmar o diagnostico é necessaria a biópsia, que quando negativa deve ser repetida. O crescimento do tumor é muito lento e pôde atingir órgãos importantes da vizinhança como o labirinto, provocando complicações. A terapia resume-se na extirpação cirurgica do tumor, ou na irradiação combinada com a cirurgia. Todavia os resultados terapeuticos, não foram apreciaveis nos casos do autor. O prognostico é máu quando restitutionem e bom quoad vitam. Quando o tumor provoca supuração da caixa, o diagnostico torna-se dificil e deve ter feito difirencialmente com a otite média poliposa, com a tuberculose e com o carcinoma.

M. POSNJAK e P. GEHRKE - Histopatologia da mastoidite escarlatinosa Pag. 1062.

O quadro histologico da mastoidite escarlatinosa diferencia-se do das genuinas. A diferença é tanto qualitativa quanto quantitativa. O quadro histologico da mastoidite escarlatinosa catarral, diferencia-se do da forma septica dessa doença. Como caracteristica principal da mastoidite escarlatinosa catarral, aparecem os processos profundos de corrosão do osso, enquanto que o carater regenerativo só é observado tardiamente. Nas mastoidites septicas predominam processos necroticos da mastoide. Clinicamente: em vista da gravidade do processo escarlatinoso, é necessario executar a operação com mais cuidado: todo o sistema pneumatico deve ser removido.

J. BUECHER - Corbasil como substituto da adrenalina e da atropina na anestesia local - Pag. 1082.

A solução a 1 % de corbasil compara-se á de adrenalina 1 por mil a com relação á isquemia. O corbasil não ocasiona nos doentes vago-sensiveis, perturbação alguma indesejavel e desagradavel, ao contrario da adrenalina. O ótimo da injeção profunda da solução novocaina-corbasil, dá-se mais cedo que com novocaina-adrenalina.

ZOLTAM WEIN - O agger nasi como chave das celulas etmoidas anteriores - Pag. 1085.

Se após preparação da mucosa correspondente, retirarmos o agger nasi, poderemos chegar até as celulas mais frontais do etmoide anterior, de modo que sua ectomia torna-se mais facil; o duto naso-frontal mais accessivel, permite a sondagem do antro frontal sem dificuldade. O processo não oferece perigo, pois o campo operatorio acha-se afastado da base do craneo cerca de 2 cent.

M. BUCHBAND - Um caso curado de meningite otogenica em um adulto - Pag. 1129.

Doente com 57 anos, queixa-se de: dôr no ouvido dir. ha 10 dias com temperatura. subfebril; desde 6 dias cefaléa á dir.; ha 2 dias febre de 39°,4. Feita parcentese, houve supuração abundante sob pressão.

Ex. neurologico: cefaléa frontal, todos os movimentos da cabeça provocam dôr, bulbos sensiveis, não ha Kernig; Babinsky á direita declarado. Liquor turvo com 8000 celulas, predominando os polinucleares.

Operação da mastoide e meninge segundo Neumann: osso pneumatizado com mucosa inflamada; púz livre nas celulas peri-antrais e no II andar; á exposição da fossa posterior, houve hemorragia, aliás todo o osso achava-se hemorragico. A doente passou alguns dias agitada, após o que surgiram as melhoras, tendo tido alta cerca de um mês após a operação.

DR. ROBERTO OLIVA

BOLLETINO DELLE MALATTIE DELL'ORECCHIO, DELLA GOLA, DEL NASO, ETC. An. LIII - N.° 10 - Outubro 1935 (Florença)

G. B. FORNARI (Catania) - Nova contribuição ao estudo da patogenia do prolapso da mucosa do seio maxilar.

Foi Citelli o primeiro que procurou explicar (1918) a etiopatogenia do "prolapso" da mucosa do seio maxilar na fossa nasal correspondente. Segundo sua concepção, ha primeiramente uma inflamação aguda da mucosa antral, com formação de liquido seroso entre a mucosa e a parte ossea do proprio seio. Desse modo, em ponto circunscrito inicia-se o dezcolamento progressivo da mucosa, não só devido a formação de maior quantidade de liquido, pela evolução do processo inflamatorio, como tambem pela ação de gravidade exercida pelo proprio liquido sôbre o resto de mucosa ainda aderente. Assim descolada, a mucosa procura atravessar um dos osteos do seio maxilar - o natural ou, quando existe, o accessorio, - aparecendo então na fossa nasal correspondente sob a forma de "dedo de luva" e com o aspecto clinico de polipo cistico unico.

Esta concepção de Citelli, apesar de acceita por muitos autores, foi em parte contestada por alguns, entre eles Hirsch e Forschner, que atribuem a formação do "prolapso" a uma inflamação edematosa aguda de toda a mucosa antral, que, enchendo toda a cavidade do seio, é comprimida contra o osteo natural ou acessorio, saindo então em forma de "hernia", pela fossa nasal e dando a impressão de polipo coanal.

O A., fazendo estudos anatomo-patologicos e pesquizas clinicas sôbre o seio maxilar, verificou ser a concepção de Citelli a verdadeira.

L. CIURLO - (Ist. de Fisiologia de Genova) - Influencia do estimulo da pituitaria sobre o mecanismo respiratorio - Pag. 514.

Dos seus estudos experimentais, chegou o A. ás seguintes conclusões clinicas:
1.°) A respiração nasal é superior á bucal, não só pelo fáto do ar inspirado ser purificado, aquecido e humedecido, quando atravessa o filtro nasal, como tambem pelo fáto desse ar determinar estimulos sôbre a mucosa nasal, estimulos esses que provocam um reflexo respiratorio bulbar, mercê do qual os musculos inspiratorios entram em sinergia funcional.
2.°) A posição inspiratoria, permanente da caixa toracica é sustentada em grande parte, pela excitação da mucosa nasal, pela ação do ar inspirado.

3.°) Nas estenoses nasais bilaterais, ha alteração do esqueleto e dos musculos toracicos e tambem do parenquima pulmonar, principalmente pela falta de estimulos adequados sôbre o centro respiratorio bulbar, de origem periferica nasal, sendo o centro respiratorio apenas excitado pela venosidade do sangue.

4.°) Nas estenoses nasais unilaterais, ha alterações morfologicas e á fossa nasal obliterada, pelo fáto de somente uma metade do centro respiratório receber estímulos da mucosa nasal permeavel.

5.°) Pela mesma razão, a falta de estimulos sôbre o centro respiratorio bulbar, de origem periferica nasal, poderá trazer alterações pulmonares e toracicas, mesmo com fossas nasais perfeitamente permeaveis; isso se dá quando ha redução ou principalmente abolição da sensibilidade da mucosa nasal.

H. C.

IL VALSALVA

An. XI - N.° 7 - Julho 1935 (Roma)

PROF. R. SEGRE e F. A. GRIVA (Torino) - Sôbre granulia puramente laringéa - Pag. 365.

Os AA., depois de fazerem algumas considerações sôbre varias formas de tuberculóse laringéa, descrevem e comentam cinco casos de doentes com lesões pulmonares circunscritas e com tendencia benigna, nos quais se seguiu, posteriormente, um decurso tumultuoso e rapidamente mortal, atribuido exclusivamente á localisação no laringe do bacilo de Kock.

M. SCALZITTI (Roma) - Angina sifilitica com plasmoma tonsilo-palatino - Pag. 375.

O A. apresenta a observação de um caso de angina sifilítica, em um individuo, que na anamnése negou antecedentes lueticos. Pela retirada de pequeno fragmento de uma neoformação roses-acinzentada situado na região tonsilo-palatina, e feito o exame histo-patologico, verificou-se intensa infiltração plasmocelular e todos os demais caractéres de "plasmoma". Pela coloração de Levideti, foi encontrado um bom numero de tréponemas dentro do tecido plasmomatoso.

G. FERRARIS (Torino) - Angina agranulocitica sintomatica - Pag. 380.

Abórda o A. varios casos de angina agranulocitica, que pela interpretação dos dados hematologicos, podem ser enquadrados como fôrma sintomatica de uma mielóse sub-aguda aplastica mixta, cuja unica manifestação clinica de relevo, é a angina agranulocitica, que pela interpretação dos dados hematologicos, podem ser enquadrados como fôrma sintomatica de uma mielóse sub-aguda aplastica mixta, cuja unica manifestação clinica de relevo, é a angina necrótica.

O A. descreve e discute a angina agranulocitica de Schultz, e na observação que apresenta, põe em relevo o fáto das alterações necroticas tonsilares, como claramente demonstram os preparados histologicos, não serem devidas a uma infiltração leucemica. Assinála tambem o fato aparentemente paradoxal, das ditas lesões necroticas se resolverem e se curarem, apesar das graves alterações hematicas, principalmente a leucopenia e a quasi absoluta agranulocitóse (3%), pelas quais o doente breve deveria sucumbir. Chama a atenção sôbre a afecção paradentaria aguda que precede, em muitos casos, o aparecimento dessa molestia.

R. ABBATE (Florença) - Sôbre um caso de carcinoma do esofago com propagação ao feixo vasculo-nervoso esquerdo e á traqueia - Pag. 393.

Apresenta o A. a observação de um caso, com decurso obscuro, de carcinoma do esofago com propagação ao feixe vasculo-nervoso esquerdo e á traqueia, em um homem com 63 anos. Apresentava inicialmente, como unico sintoma, acentuada dispnéa, que fazia pensar numa compressão da traqueia por um gânglio tumoral da fossa supra-clavicular. Num acesso forte de dispnéa, foi praticado, "inextremis", a traqueotomia, com saida de grande quantidade de material necrosado pela canula traqueal, depois do que, a respiração voltou ao normal. Morte 24 horas depois, com sinais de hemorragia interna fulminante. Pela necropsia, foi constatado um carcinoma do terço superior do esofago, com propagação ao feixe vasculo-nervoso esquerdo e á traquéa.

O A. descreve a evolução do carcinoma primitivo do esofago e finalisada mostrando que no seu caso, a sintomatologia era obscura, porque o tumor formára uma massa unica com o feixe vasculo-nervoso e com a traqueia, da qual havia descolado a mucosa, penetrando no seu lume e formando um saco sub-mucoso, contendo tecido necrosado. Era esse saco, rompido durante a operação, que produzia obstaculo respiratorio.
H. C:
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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