CLINICA OTO-RINO-LARINGOLOGICA DA UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO
CATEDRÁTICO: PROF. JOÃO MARINHO
Em Janeiro de 1937 publicavamos no "O Hospital" as nossas primeiras observações sôbre o novo sinal da arteria do cabo do martelo, que tinhamos evidenciado em numerosos doentes portadores de hipertensão arterial. Chamavamos a atenção dos colegas para este novo elemento de diagnóstico e sua grande importancia como sinal precoce daquela afecção.
Citamos observações de doentes que ignoravam ser hipertensos e que procuraram o especialista por zoadas, tendo sido encaminhados ao clínico por se ter evidenciado o sinal vascular. Descrevemos a história de outro doente que procurara o especialista por outra queixa que não o ouvido, sendo nele verificado novamente aquele achado; era um hipertenso permanente, já sangrado duas vezes. Terminavamos o artigo chamando a atenção de clínicos e especialistas, para a importancia semiológica do novo sinal já observado por numerosos colegas.
Continuamos os nossos estudos, agora orientados clínicamente por um artigo da autoria do Prof. Garfield de Almeida. Este ilustrado clínico bem atentou para as nossas linhas quando escrevemos: "Interessando o clínico nesse assunto, poderemos seguir o hipertenso durante o tratamento, verificando em intima colaboração si a presença do novo sinal é constante nos hipertensos, si exclusivamente nos que se queixam de zoadas, tonteiras e dores de cabeça; se ele desaparece com o tratamento hipotensivo e enquanto tempo isto se dá". Assim dizíamos nós e encontramos da parte do chefe da 2.a enfermaria do Hospital S. Francisco de Assis, a colaboração e a analise serena que desejariamos obter de tantos outros. Comentando o nosso trabalho, diz aquele ilustrado professor, depois de fazer algumas consideracões sôbre o novo sinal vascular:
1.º) "Esse sinal foi encontrado sempre nos hipertensos e só neles?
2.º) "Tem nos hipertensos o caracter de "permanecer" e é, assim, funcção diréta dessa hipertensão, ou pode aparecer, intermitente, nos hipertensos constantes, representando ou exprimindo, dess'arte, uma condição fortuita, congestiva, passageira para o tímpano, dependente de um desses desequilíbrios circulatórios, mais ou menos fugazes, talvez emotivos, na esfera do sistema neurovegetativo"?
"Conviria assim, parece-nos verificar em altos numeros:
l.º) "Se a visibilidade da arteria existe sempre que ha hipertensão arterial.
2.º) "Em que limites medios, numericos, da hipertensão ela se encontra.
3.º) "E' mais função de um exagero da maxima ou da mínima.
4.º) "Encontra-se ou não o sinal fóra da hipertensão e sobretudo, nos indivíduos fortemente emotivos com disturbios simpaticos ou parasimpaticos.
5.º) "Verificado em um hipertenso, diminue ou desaparece quando, por interferencia terapeutica, essa hipertensão decresce sensivelmente ou mesmo deixa de existir."
Com vagar voltaremos a estes itens.
De Janeiro de 1937 até esta data, Setembro de 1938, quasi dois anos, conseguimos interessar diferentes colegas nas nossas pesquizas e mesmo receber de outros, expontaneamente, portadores de hipertensão arterial, de modo a obtermos cinco vezes mais o numero dos reunidos na nossa primeira comunicação. Observamos desta maneira, cerca de 75 doentes de hipertensão arterial em que foi pesquizado o novo sinal, controlado com o exame da tensão arterial, durante dias seguidos e em alguns, varias vezes durante o dia. Estes setenta e cinco pacientes foram divididos em palidos - os que sofrem de esclerose arteriolar - e pletoricos ou vermelhos, os que sofrem de esclerose dos grandes troncos arteriais - segundo Volhard, para vermos si coincidia a nossa estatística com a de Casteran e Monóptero, de Buenos Ayres. Destes setenta e cinco acima citados, quarenta e um eram vermelhos e trinta e quatro palidos. Nos vermelhos viamos nitidamente o sinal vascular em trinta e oito, faltando em três, dando assim uma proporção de 92,06%. Nos palidos num total de trinta e quatro, em vinte e dois achava-se visivel, ou seja 64,07 %.
Não daremos as observações minudentes destes casos, para não alongar a nossa comunicação; faremos um quadro geral no fim, onde anotaremos dados mais precisos, destacando dele, outro menor para as quatro tensões que vamos comentar, acompanhadas de curvas binominais. Os quinze primeiros do quadro geral, são os do nosso primitivo trabalho de Janeiro de 1937. As frações de 0,5 juntamos para os efeitos didaticos ao numero anterior. Exemplo: Quando encontravamos 10,5 de maxima, escreviamos dez. Para os efeitos da formação das curvas e quadros anexos, isto era de grande utilidade, pois teríamos numeros seriados como os que apresentamos, não alongando demasiado os numeros equivalentes aos valores das tensões e não trazendo tal ocorrencia nenhuma desvantagem para as conclusões finais dos nossos estudos. Os valores reais, estão todos anotados rigorosamente no quadro maior da estatística geral. Nos quadros parciais, só computamos os doentes que apresentavam o sinal vascular, para o qual está voltada nossa atenção. Dada esta pequena explicação passaremos às curvas das tensões, com sua respectiva analise:
Nessa primeira curva, a da tensão maxima e nas demais, juntamos aos sessenta pacientes deste trabalho os quinze da nossa primeira comunicação. Observamos que as cifras maiores estão entre 19 e 22 de tensão. Quer dizer, o sinal vascular foi encontrado entre aqueles numeros que representam também na nossa estatística o maior indice. Num total de setenta e cinco doentes examinados, quarenta e seis apresentam um limite medio numerico da hipertensão arterial entre os numeros 19 e 22; assim podemos dizer que nestes numeros, o sinal otoscopico da arteria do cabo do martelo é mais frequente; o maximo observado foi na tensão de 22.
Nesta segunda curva estudamos a tensão arterial mínima, afim de ser possível estabelecer os mesmos limites anteriores quanto a media numérica. Verificámos que entre os numeros 9 e 12 estavam representados a maior soma de doentes; num total de setenta e cinco, cincoenta e um pertenciam aqueles quatro numeros, sendo de salientar que a tensão mínima de 12, apresentava o maior quociente.
Observa-se nessa curva que entre os numeros 8 e 11 está o maior numero de tensão diferencial dos pacientes. Para o total de setenta e cinco, estão compreendidos naqueles numeros, cincoenta e três. O resto espalha-se como nos quadros anteriores pelos outros valores numericos da tensão. Podemos concluir que naqueles valores é mais frequente a visibilidade do sinal vascular, com o acume no numero dez.
Nesta última curva só foram tomadas as tensões medias de trinta e três doentes, dos setenta e cinco que examinamos; contudo já se pode ter uma idéia, si atentarmos que entre os numeros 10
e 13 estão os valores numericos de dois terços dos pacientes examinados, sobresaindo o algarismo trêse como o mais em evidencia. Recapitulando poderemos dizer, respondendo à preciosa colaboração que nos trouxe o Prof. Garfield de Almeida, que a visibilidade da arteria do cabo do martelo nem sempre é notada em doentes de hipertensão arterial, por isso que, alem dos sessenta desta comunicação mais os quinze da primeira com o sinal positivo, em quinze não encontramos o sinal vascular do tímpano; dêstes, doze eram palidos e sómente três vermelhos.
Em doze doentes com hipertensão permanente, observamos durante dez dias a presença do sinal; sómente em dois dêles a pressão nesse lapso de tempo foi abaixada. Em quinze outros, do tipo transitório, todos hospitalares, verificámos que o sinal não era constante, isto é, em certos dias o viamos e em outros não. Em mais alguns, foi a observação prejudicada por terem tido alta sem nosso conhecimento. Só uma observação mais numerosa e minudente poderá concluir. O fato é que êle ficou permanente durante dez dias em doze dêles, sendo que em dois, com exames quasi diarios, passaram de um mês. Nêsses dois a pressão não abaixou senão um ou dois pontos, mesmo a custa de sangrias e hipotensores. E interessante observar que todos se queixavam de zoadas e tonteiras. A hipoacusia foi citada poucas vezes.
Os limites medios numericos em que encontramos a maior frequencia do sinal vascular, foram de 19 a 22 para a pressão máxima; 9 a 12 para a mínima; 8 a 11 para a diferencial e de 12 a 15 na pressão media. Pode-se estabelecer por conseguinte definitivamente, que a visibilidade do novo sinal é mais frequente dentro daqueles numeros citados.
Pelo estudo comparativo e extenuante que fizemos das relações entre o exagero da função da maxima e da minima dos diferentes casos, verificamos que, sómente em alguns, o sinal vascular parecia estar ligado ao exagero da minima; em todos os outros era a maxima que demonstrava a sua presença. Chegamos a esta conclusão depois de observarmos:
1.º) casos em que o sinal foi evidenciado independente da minima que se encontrava ou com pequeno aumento, normal ou subnormal. (Obs. 45, 48 e 70).
2.º) casos onde a tensão mínima estava com valores numericos elevados e não se notou o sinal. (Obs. 38, 43, 63, 78 e 79).
3.º) na sua grande maioria em todos os outros observados, a presença do sinal da arteria do cabo do martelo estava ligada sempre ao aumento da maxima. Daí concluímos que a verificação do sinal vascular, é mais função do exagero da tensão maxima que da mínima.
O sinal foi também encontrado fóra da hipertensão arterial, nos indivíduos com disturbios simpático e parasimpáticos. Examinámos quarenta e dois pacientes com estas perturbações, e só~ mente em oito vimos presente a arteria do cabo do martelo, nestes a emotividade era exagerada; mandados aos clínicos, em três dêles foram encontrados valores alterados da tensão, sendo rotulados de tipo transitório.
Resolvemos pesquisar nestes doentes o reflexo naso-timpanico da Lagomarsino, citado por Casteran e Montero; fizemos varias cauterisações nasais com a alça galvanica e fricções com estilete e algodão simples. Dos trinta e quatro pacientes examinados e que não acusaram a presença do sinal vascular, feita a excitação nasal, em oito apareceu o sinal timpanico, acusando quatro, forte engorgitamento de outros vasos do timpano. Podemos por conseguinte dizer que foi verificado o reflexo naso-timpanico, em cerca de 24,5 % dos doentes examinados. Nos outros, com sinal positivo, sómente dois dêles tiveram aumento de vascularisacão local, excitando-se o nariz. Continuamos os nossos estudos a este respeito para apresentar mais tarde contribuição mais nutrida afim de concluirmos em definitivo.
De oito doentes que tivemos oportunidade de examinar, logo após a sangria ou um tratamento hipotensivo intenso, em seis desapareceu a arteria totalmente; em dois ela deixou sómente um leve traço no seu percurso. Fm outros quatro que atendemos por epistaxis forte, com tensão elevada, em três o sinal desapareceu horas após a hemorragia. Caso semelhante observaram Casteran e Montero, de Buenos Aires; em recente trabalho já citado: "observação n.º 18, sinal positivo antes da epistaxis com 18 mm. e 8 m.n., depois da epistaxis que durou vinte e quatro horas, desaparecimento da arteria, tensão 11 e 6". Ainda daquele ilustrado docente e seu companheiro de trabalho, é a observação seguinte: "homem de 38 anos com hipertensão vermelha, m.m 19 e m.n. 7 sinal vascular positivo; quinze dias após, o sinal era negativo e a tensão era de 13 e 6". Nesta observação valiosa, vemos o sinal auricular ligado intimamente à descida da tensão arterial. Outra observação interessante daqueles colegas portenhos é o caso n.º 60: "homem de 34 anos, cefaléa e tonteiras atribuidas a outra causa; vai ao especialista que vê o sinal vascular, a-pesar-da idade, manda-o ao clínico e descobre-se um hipertenso palido: mx. 25 e m.n. 12 1/2". Vemos neste caso a importancia do valor semiológico precoce do nosso sinal, diagnosticando uma hipertensão arterial ignorada.
Baseados em varias observações, podemos dizer que, abaixada a tensão arterial, ipso fato, ligada à ela a presença do sinal vascular, desaparece também a arteria do cabo do martelo. E' interessante relembrar como exceção a este fato, uma das observações do nosso primeiro trabalho; tratava-se de uma cliente do prof. Monteiro de Carvalho, com 30 de m.m. e 27 m.n. já sangrada duas vezes; assistimos a tudo, antes e depois da sangria o sinal vascular estava presente, a tensão baixou sómente a vinte e sete. Neste caso, o abaixamento da tensão foi tão pequeno, que não fez desaparecer a arteria do cabo do martelo. A doente faleceu mêses depois.
QUADROS AS TENSÕES
Com estes dados de conjunto, pensamos ter completado ainda mais o estudo do sindromo auricular de hipertensão arterial, trazendo novas contribuições e esclarecimentos para fatos ainda não mencionados no nosso primitivo trabalho. Não é demais insistir no valor precoce que pode ter o sinal vascular timpanico, na previsão de acidentes graves do equilíbrio vascular sanguíneo. Fazemos daqui um apelo a especialistas e clínicos, chamando-lhes a atenção para o valor semiológico que êle representa no diagnóstico precoce de uma hipertensão arterial e para o socorro imediato que deve ter o hipertenso permanente, toda a vez que fôr individualisado pelo especialista o sinal vascular. Daremos três observações tipicas destes casos, para ilustrarmos o que dizemos:
N.º 1 - C. S., 54 anos, procura-nos a mandado do Dr. Luiz Capriglione para se examinar da garganta. Tipo hipoastenico. Nada se encontra na garganta; no ouvido, verificámos o sinal vascular. Damos ciência disto ao doente, que era hipertenso e falamos com o medico assistente. Acumetria e otoscopia normal. Uma semana depois o "cartão de visita" anunciava o drama: ictus cerebral. O medico assistente neste caso tomou providencias anteriores e o desastre não foi completo.
N.º 2 - Senhora 1. V., 48 anos, cliente do Prof. Rocha Vaz, queixando-se do nariz. Ao vermos os timpanos com o sinal vascular, inquirimos sôbre a tensão; diz-nos elevada, 23 e 11. Acumetria e otoscopia normal. Prevenimos-lhe do achado do ouvido, ri-se. A noite chamado com urgencia para atender uma epistaxis forte que lhe sobreviera após dôr de cabeça intensa e zoadas. Nada lhe fazemos; corre o sangue abundantemente, ficamos ao seu lado e horas após com a chegada do clínico a tensão era de 18 e 9, arteria do cabo do martelo algo visivel. No outro dia pela manhã voltamos, ausencia do sinal vascular; nesse dia, à noite, tensão 16 e 8,5.
N.º 3 - Senhora, T. V., 59 anos. Vem se consultar por sentir zoadas e tonteiras. Examinamos os ouvidos, sinal vascular presente em ambos, acumetria perfeita, otoscopia normal. Antecedentes óticos negativos. A tensão ha mêses não tomava, a ultima fôra 25 e 10. Aconselhamos procurasse o seu clínico, respondeu-nos que mandaria chama-lo pela manhã. Nessa mesma noite, abundante hemorragia pelo conduto; na tarde do outro dia nova mente a vemos, pequeno coagulo na orla de Gerlach, arteria desaparecida, assim como as zoadas e tonteiras. Nesse caso o aviso do especialista foi dado a tempo, porém a displicencia da doente quasi lhe fôra fatal.
Precisamos encarecer a importância manifesta da presença do sinal vascular acompanhada de outros sintomas como sejam as zoadas e as tonteiras ou vertigens. O quadro sintomatico do novo sindromo auricular de hipertensão arterial, é representado pela presença da arteria do cabo do martelo, zoadas, tonteiras e hipoacusia. Doente com hipertensão arterial que se apresente com aquele conjunto sintomatico, ou doente qualquer, sem diagnostico de hipertensão arterial, com aqueles sintomas e presença de sinal vascular, deve procurar imediatamente o clínico e ser avisado pelo especialista da iminencia do perigo que corre. Nestes casos o papel do especialista avulta em importância.
E. Casteran e Montero J., de Buenos Aires, publicaram em maio de 1937, na Revista Argentina de O. R. L., um interessante trabalho sobre o sinal da arteria do cabo do martelo propondo-se a comprovar seu valor semiológico. As observações dos especialistas portenhos ratificaram as nossas, principalmente no tocante ao achado do sinal vascular. Foram examinados sessenta casos de hipertensão arterial, sendo vinte três do tipo vermelho e trinta e sete do tipo palido. Entre os primeiros o sinal era positivo em todos, 100%. Nos segundos, palidos, foi comprovado em 46%.
Bacarini, com titulo de "nota prévia-, estuda clinicamente o que ele chama de "Sindromi auricolari da ipertensione arteriosa", isto é, toda a sintomatologia classica subjectiva do ouvido como as zoadas, tonteiras, vertigens e suas relações com a hipertensão vascular e hipoacusia; termina dizendo não haver nenhuma relação entre a hipertensão arterial e as pertubações do ouvido. E' de notar não ter feito o assistente da clínica de Bolonha, nenhuma referência à arteria do cabo do martelo; aliás no quadro de observações que apresenta, de 50 doentes, não ha noticia do exame otoscópico.
Aproveitamos a ocasião para agradecer penhorados pelo auxílio que nos prestaram, enviando, acompanhando doentes e anotando resultados, aos nossos presados colegas Profs. Agenor Porto, Rocha Vaz, Garfield de Almeida, Eurico Villela, Luiz Capriglioni, W. Bernardineli, Monteiro de Carvalho, 1. Malagueta, Garcia Junior, Viana Junior, Costa Cruz, Lourenço Jorge, Fioravanti di Piero e o saudoso Mucio Sena; assim como aos dignos assistentes e internos das 1a., 2a., 3a. e 12a. enfermarias do Hospital S. Francisco de Assis.
Depois desta nova série de estudos podemos concluir da seguinte maneira:
1) A arteria do cabo do martelo é evidenciada em grande número de doentes com hipertensão arterial.
2) Num doente com ruídos subjectivos, a sua verificação pela otoscopia, pode levar o especialista à suspeita de perturbações vasculares gerais, e ter o valor de um sinal precoce.
3) Nos hipertensos permanentes, ela deve ser considerada como aviso de uma crise próxima, podendo a sua presença anunciar perturbações graves do equilíbrio vascular sanguíneo.
4) A visibilidade do sinal vascular nos hipertensos pletoricos ou vermelhos foi de 92,06 % e nos palidos 64,07 %, num total de setenta e cinco doentes examinados, sendo quarenta e um dos primeiros e trinta e quatro dos últimos.
5) As medidas dos limites numericos em que se verificou a maior
frequência, foram respectivamente entre 19 e 22 para a tensão máxima: entre 9 e 12 para a mínima; de 8 a 11 para a diferencial e entre 12 e 15 para a média.
6) A presença do sinal parece estar ligado mais a função do exagêro da máxima que da mínima.
7) Pode-se também encontra-lo, às vezes, nos indivíduos que sofrem de disturbios do simpatico e parasimpatico, sem hipertensão arterial. Nos nossos quarenta e dois casos, sua frequência chegou a ser de 11,08 %.
8) O sinal adquire o máximo do seu valor quando acompanhado de mais outros sintomas que completam com êle, o quadro sintomatico do novo sindromo auricular de hipertensão arterial, isto é, as zoadas, as vertigens ou tonturas e a hipoacusia.
9) Na maioria dos doentes que foram submetidos a tratamento hipotensivo ou que sofreram hemorragias naturais, o sinal vascular desapareceu, demonstrando assim uma estreita relação entre a sua presença e o estado hipertensivo arterial.
A new auricular syndrome of arterial hypertension.
SUMMARYProceeding with his studies on the visibleness of the hammerhandle artery (Arateria manubríí mallei) in individuais affected with arterial hypertension, the A. examines 75 patients and presents new contributions to and elucidations of some phenomena not yet observed in his former work, arriving at the following conclusions:
The hammerhandle artery becomes visible in a large number of individuais affected with arterial hypertension.
In a patient with subjective ear noises, the verification of this artery by means of otoscopy may leal the specialist to suspect general vascular disturbances and Nave the value of an early sign.
In individuais with permanent hypertension, it is to be considered as a premonition of an approaching crisis, its presence being able to announce severe disturbances of the equilibrium of the blood vessels.
The visibleness of the vascular sign in plethoric or ruddy individuais with hypertension was 92.06 % and in pale ones 64.07 ;yo, out of a total amount of seventy-five patients examined, forty-one of the former and thirty-four of the latter.
The average numerical limite- o? its frequency were respectively between 19 and 22 for the maximum tension, between 9 and 12 for the minimum, from 8 to 11 for the differential and between 12 and 15 for the middle tension. The presence of the new sign seems to be connected rather with the function of exaggeration of the maximum than of the minimum.
The sign bances of the hypertension. 11.08 C/o.
may also be found in individuais who suffer from distursympathetic and parasympathetic systems, without arterial In our forty-two cases, it appeared in the proportion of
The sign acquires its highest value when it is accompanied by some other symptoms which along with it complete the symptomatic picture of the auricular syndrome of arterial hypertension, i. e., tinnitus vertigo or giddiness, and hypoacousia.
In the majority of the patients who underwent a hypotensive treatment or suffered spontaneous hemorrhages, the vascular sign disappeared, thus showing a strict relationship between its presence and the condition of arterial hypertension.
Ein neuer Ohren-Symptomenkomplex bei arterieller Hypertension.
ZUSAMMENFASSUNG
In seinen weijeren Forschungen ueber die Sichbarkeit der Hammergriffsarterie bei an arterieller Hypertension Leidenden, untersuchte der
A. 75 Patienten, wobei er neue Beitraege zur Aufklaerung ueber einige Erscheinungen, die in seiner ersten Arbeit nicht verzeichnet sind, anfuehrt und zu folgenden Schlussfolgerungen kommt:
Die Hammergrifsarterie ist einer grossen Anzahl von Hypertonikern sichtbar.
Bei einem Kranken mit subjektiven Geraeuschen kann der otoscopische Befund dieser Arterie den Facharzt zum Verdacht auf allgemeine Blutgefaess-Stoerungen fuehren und den Wert eines Fruehzeichens haben.
Bei Kranken mit anhaltender Hypertension muss diese Arterie ais Warnungszeichen einer nahen Krise betrachtet werden, und das Vorhandensein der Arterie kann schwere Stoerungen des Blutgefaess-Gleichgewichts verkuenden.
Die Sichtbarkeit des vaskulaeren Zeichens bei vollbluetigen oder rotwangigen Hypertonikern war in 92,06 v.H. und bei blassen in 64,07 v.H. vorhanden, bei einer Gesamtzahl von fuenfundsiebzig untersuchten kranken. und zwar einundvierzig der ersten und vierunddreissig der zweiten Gruppe.
Die Durchschnitts-Grenzlinienzahlen, die am haeufigsten festgestellt werden, lagen bezw. zwischen 19 und 22 fuer maximale Druckwerte, zwischen 9 und 12 fuer minimale, von 8 bis I I fuer differentiale, und zwischen 12 und 1 5 fuer mittlere Druckwerte. Das Vorhandensein dieses neue Zeichens scheint eher mit der Funktion der Ueberschreitung der maximalen ais mit derjenigen der minimalen Druckwerte verbunden zu sein.
Dieses Zeichen kann bei solchen Menschen vorgefunden werden, die bloss an Sympathicus- und Parasympathicus-Stoerungen leiden, ohne arterielle Hypertension. Bei unseren zweiundvierzig Faellen war es in 1 1,08 v.H. vorhanden.
Das Zeichen erreicht seinen Hoechstwert, wenn es in Begleitung von anderen Symptomen vorkommt und dadurch das Symptomenbild des aurikulaeren Syndroms ergaenzt, und zwar zusarnmen mit Ohrensausen, Schwindelanfaellen und Schwerhoerigkeit (Hypoakusie).
Bei dem groessten Teil der Kranken, die eine hypotensive Behandiung gemacht oder an spontanen Blutungen gelitten haben, verschwand dieses Krankheitszeichen, wodurch die engen Verhaeltnisse zwischen der Sichtbarkeit der Hammergriffsarterie und dem Zustand der arteriellen Hypertension anschaulich gemacht werden.
RESUME
Poursuivant dans ses études sur la présence de l'artère du manche du marteau chez des malades atteints d'hypertension artérielle, 1'auteur examine environ 75 patients, en apportant de nouvelles contributions et éclaircissements à des phenomènes encore non observés dans son primitif travail. I1 arrive aux conclusions suivantes:
L'artère du manche du marteau est mise en évidence chez grand nombre de malades atteints d'hypertension artérielle.
Chez un malade accusant des bruits subjectifs, sa vérífïcation par 1'otoscopie peut mener le spécialiste à la suspicion de perturbations vasculaires générales et avoir la valeur d'un signe précoce.
Chez les malades dont 1'hypertension est permanente elle doit étre considérée comme un avertissement de crise proche, sa présence pouvant annoncer des perturbations graves de 1'équilibre vasculaire sanguin.
Dans un total de 75 malades examinés, dont 41 porteurs d'hypertension pléthorique ou rouge et 34 d'hypertension pâle, la visibilité du signe vasculaire a été de 92,06% pour les premiers et 64,07%pour les derniers.
Les moyennes des limites numériques ou 1'on a constaté sa plus grande fréquence ont été, respectivement, entre 19 et 22 pour la tension maximum; entre 9 et 1 2 pour la tension minima; entre 1 2 et 15 pour la moyenne et entre 8 et 1 I pour la diférentiel.
La présence du nouveau signe parait être liée plutôt à la fonction de 1'exagération de la tension maxima qu'à celle de la tension minima.
On peut aussi le trouver chez les individus qui souffrent de troubles du sympathique et parasympathique sans hypertension artérielle. Chez nos quarante deux patients avec ces troubles le signe s'est présenté dans la proportion de 11,08%.
Le signe acquiert le maximum de sa valeur lorsqu'il est accompagné d'autres symptômes qui complètent, avec lui, le tableau symptômatique du syndrome auriculaire d'hypertension artérielle, c'est-à-dire, les bourdonnements, les vertiges ou tournements de tête et 1'hypoacousie.
Chez la plupart des malades qui ont été soumis à un traitement hypotensif ou qui ont souffert d'hémorragies naturelles, le signe vasculaire a disparu, démontrant ainsi une rélation intime entre sa présence et 1'état hypertensif artérielle.
BIBLIOGRAFIA1) ALMEIDA, GARFIELD - Sinal da arteria do cabo do martelo. Reflexões a margem da comunicação do Dr. Aristides Monteiro. "O Hospital", pg. 155. Fevereiro, 1937.
2) BACARINI, C. - Sindromi auricolari da ipertensione arteriosa. "L'Oto-rinolaringologia Italiana" - pg. 275, Junho, 1937.
3) CASTERAN, E. e MONTERO J. - Sobre el signo de la arteria del mango del
martillo en la hipertension arterial. "Revista Argentina de O.R.L.", pg. 161 - Maio-Junho, 1937.
4) MONTEIRO, ARISTIDES - O sinal da arteria do cabo do martelo na hipertensão arterial - "O Hospital", pg. 31 - Janeiro, 1937.
5) MONTEIRO, ARISTIDES - Das Zeichen der Hammergriffarterie im Bilde der arteriellen Hypertension. "Acta Oto-Laryngologica". XXVI. I. 57. 1938.
6) VOLHARD - Verein. d. Kongr. f. inn. Med. 1909. ap. Donzelot e Kisthinios in La Tension Artériel. Paris, 1934.
(1) Trabalho apresentado ao 1.º Congresso Brasileiro de Oto-rino-laringologia, realizado no Rio de Janeiro, outubro de 1938. Recebido pela Redação em 7-6-1939.
(2) Docente na Universidade e assistente da clinica.