ISSN 1806-9312  
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1189 - Vol. 1 / Edição 5 / Período: Setembro - Outubro de 1933
Seção: Revista das Revistas Páginas: 403 a 419
REVISTA DAS REVISTAS - parte 1
Autor(es):
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ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY Vol. 17. N.º 5 - Maio de 1933.
HARRY ROSENWASSER e JOSEPH DRUSS. (New York)

Infecções zigomaticas como complicações de otites. - Pag. 625.

Os autores chamam a atenção para a necessidade de completa exerese de todo o sistema celular na operação de mastoidectomia, porque é um conceito hoje admitido que, procedendo-se de modo contrario, póde-se estar sujeito a complicações otiticás. Na opinião deles, no fim da operação, deve-se vêr claramente o canal semicircular externo, o começo do antro, a parede do seio, a parede da fossa media, o musculo digastrico, alêm da ponta da apofise removida e o zigoma aberto.

Passam depois a fazer um estudo anatomico e embriologico do temporal e finalmente dos sintomas e diagnostico das lesões zigomaticas. Inflamação sobre o lado do rosto associada á dôr e empastamento são os sintomas mais comuns; estes sintomas têm muita significação quando aparecem depois de cessado o corrimento auricular, fato particularmente verdadeiro nas creanças. Estes sintomas pódem aparecer antes da original mastoidectomia ou seguir-se a ela. E' bem verdade que a infecção do zigoma póde existir sem nenhum destes sintomas, e, neste caso, a radiografia presta inestimaveis serviços. Não é um fato raro os doentes queixarem-se de dôr no olho, sintoma que póde levar a uma presunção errada de inflamação na piramide do rochedo, principalmente quando a dôr é associada a uma profusa descarga postauricular do ouvido medio depois de um mastoidectomia, sendo que os autores tiveram ocasião de presenciar uma contigencia justamente egual á descrita.

NOAH FABRICANT. (Chicago). - Tromboflebite do seio cavernoso como complicação de operação submucosa do septo nasal.- Pag. 635.

Diz o autor que a literatura cita diversos casos de septicemias meningites, hemorragias, abcessos de cerebro como complicações de operação de septo nasal; não conhece ele entretanto caso que se pareça com o que se segue. Um homem de 33 anos é operado de septo com todo o rigôr de tecnica e asepsia. Quatro dias depois de operado, volta ao hospital, queixando-se de violentas dôres de cabeça; examinado o nariz, não se encontrou sinal algum de infecção, estando as mucosas de bom aspecto e bem coaptadas. Corno na manhã seguinte continuassem as dôres e o doente tivesse 37º,8 foi de novo hospitalisado. Nos tres dias seguintes as condições do doente foram cada vez peiorando mais; a temperatura continuou a subir, aparecendo edema da ambas as palpebras, fenomeno acompanhado de protusão do olho esquerdo e afinal dos dois olhos. O diagnostico de tromboflebite ficou então elucidado; além da protusão havia equimóse dos globos oculares e um nistagmo rotatorio, 4 exame do fundo do olho nada mais revelou de que um ligeiro descoramento na irrigação da papila. Hemocultura revelou entreptococo hemolitico.

O doente entra em estado de coma e vem a falecer de uma pneumonia septica e meningite.

A autopsia confirmou o diagnostico clinico.

GEORGE SCHAUMBAUGH. (Chicago) - Abcessos de cerebro em seguida a leves a transitorias otites medias. - Pag. 673.

O autor começa correndo os casos semelhantes da literatura, concluindo pela grande raridade de casos de abcessos cerebrais em consequencia de otites medias de grande benignidade, chegando mesmo a passar quasi desapercebidas. Ele conhece as tres observações que se seguem.

N.º 1 Um menino de 9 anos é recolhido ao hospital, queixando-se de intensa dôr de cabeça; tres semanas untes tinha tido um resfriado com febre, dôr no ouvida esquerdo, sendo feita paracentése. Não houve descarga do ouvido e o menino pareceu curado durante dez dias. Oito dias antes da admissão ao hospital, tinha tido convulsões que duraram duas horas; desde então, queixava-se de intensa dôr atrai do olho esquerdo e de dôr de cabeça frontal.

O exame revelou o seguinte: ambas as membranas intactas, apezar de que a esquerda era espessada e pálida; não havia edema nem empastamento da mastoide; exames neurologicos negativos eceto em relação á ligeira rigidez de nuca; o exame do fundo do olho revelou edema de ambas as papilas; a punção lombar deu 300 de pressão de agua, 5 celulas e reação de globulina positiva. Na manhã seguinte o doente cai em coma e pulso de 65. E' feita uma preliminar mastoidectomia que revelou um ligeiro esudato em redor do antro; não havia outras alterações patologicas. Uma larga area da dura do temporal foi exposta, a qual tinha um aspeto normal.

Por meio de coagulação diatermiaa foi traçada uma arca de 4cms. de diametro afim de diminuir ao minimo a possibilidade de uma meningite operatoria; tres dias mais tarde, puncionou-se a area diatermisada, encontrando-se então um abcesso do lobo temporal a 1,5 cm da superficie, com pús de aspeto cremoso; a cultura deu pneumococos tipo III. Sete semanas mais tarde é completa a cura do paciente cujo abcesso havia sido drenado.

N.º 2. Menina de trese anos é admitida ao hospital em 27 de janeiro de 1932. Quatro semanas antes tinha tido dâr no ouvido esquerdo; paracentése seguida de supuração por 4 ou 5 dias. O ouvido torna-se seco, e a menina parece bem curada até que duas semanas antes de ser admitida ao exame, começou a ter dôres de cabeça occipitais e vomitos, e uma semana antes de dar entrada ao hospital, começou a manter a cabeça para o lado do ombro direito; qualquer movimento tendendo a tirar a cabeça desta posição provocava vomitos. O exame revelou: retração da membrana esquerda; fundos de olho normais; adiadicocinése da mão esquerda, assim como desvio do indice para o mesmo lado; pressão do liquido cefaloraquidiano normal, 2 celulas e reação de globulina positiva. Uma preliminar mastoidectomia demonstrou apenas uma destruição de celular em redor do antro; parede do seio normal; a dura cerebelar foi expósta e tinha aspeto normal; mesma tecnica pela diatermia, e uma semana mais tarde foi drenado um larga abcesso; a doente melhorou rapidamente e teve alta curada dois mezes depois.

N.º 3. Menino de 10 anos é admitido ao hospital queixando-se de dôres de cabeça. Quatro semanas antes tinha tido dôres de ouvido em ambos os lados, seguida de profuso corrimento. Pareceu curado durante duas semanas; depois delas reapareceu dôr de cabeça do lado direito; pulso, ás vezes retardado; o exame neurologico deu resultado normal, e o do fundo dos olhos edema de papila. A punção normal revelou 350 mm. de agua, 36 celulas e reação de globulina positiva. Membrana do timpano do lado direito um pouco espessado e avermelhada; a esquerda normal.

Feita a preliminar mastoidectomia as celulas da apofise foram encontradas de aspeto normal, salvo algumas granulações na região zigomatica. A dura do temporal foi largamente exposta, aliás com aspeto normal. Foi aplicada a diatermia como nos outros casos. No dia seguinte apareceu ligeira paralisia do facial. A exploração da area diatermisada falhou em relação ao abcesso presuposto. Como continuasse o pulso lento e aumentasse o edema de papila, foi de novo procurado o abcesso 4 dias mais tarde; o doente faleceu ainda esta noite. A autopsia revelou dois abcessos: um no lobo frontal direito e outro no occipital do mesmo lado.

E' assim o autor inclinado a acreditar que o numero de abcessos de cerebro, em ligeiras otites medias agudas, é muito maior de que geralmente se pensa; os tres casos relatados são resultado apenas de tres mezes na Clinica de Massachussets, sendo a metade do número de abcessos cerebrais lá verificados. Houve de fato 6 abcessos no citado serviço: tres devidos a otites medias agudas e tres devidos a otites medias cronicas; daí o grande interesse das observações.

LAWRENCE LAWSON. (Evanston) - Infecções meningeanas de origem petrositica. - Pag. 640.

Faz o autor um apurado estudo anatomopatologico da piramide do rochedo e das diversas vias de penetração de um processo infeccioso contra m meninges. Conclue assim: As variações anatomicas de estrutura do osso petroso e os correspondentes quadros clínicos tornam difícil o problema de tratamento das petrosites, e é de se esperar ainda muito progresso da cirurgia neste sentido; espera-se tambem que a imunologia contribua com esforços neste mesmo sentido. No instante presente, é da mais alta importância um ataque precoce por meio de uma intervenção cirurgica antes que o endocraneo seja invadido e particularmente antes que as cisternas basais fiquem cheias de microorganismos. Depois da invasão das meninges a experiencia dirá si mais convem o uso de uma solução hipertonica intravenosamente para evitar a formação de liquido espinal ou de ma solução hipotonica para aumentar a formação, do mesmo liquido e assim convulsionar as profundas cisternas onde a drenagem precisa ser mantida.

L. BERNHEIME11 e MAX CUTLER. (Chicago) - Efeitos de irradiação em alergia nasal. - Pag. 658.

Fazem os autores um estudo permenorisado das alterações microscopicas sofridas pela mucosa nasal sob a aplicação de radio; o estudo é acompanhado de fotografias microscopicas. Depois de cocainisar a mucosa são introduzidas. 50 mgs. de radio em cada narina para aí ficar duas horas; ao todo 200 mgs. O radio é conservado em 4 capsulas contendo 25 mgs. cada uma em protetores de prata. O total da filtração dá 0,5 de prata e 1 mm. de bronze. Foram irradiadas 40 pessoas, e observadas durante um ano; 52 % das pessoas ficaram livres dos sintomas durante um ano; 20 % delas, não obstante ainda tivessem espirros em ;grão moderado, não sofreram mais de obstrução nasal nem de corrimento aquoso, de modo ainda foram eccelentes os resultados; 8 % dos irradiados não tiveram mais o nariz obstruido, mas ainda sofreram de espirros e de descargas aquosas; em 10 % houve ligeira melhoria, e finalmente em outros 10 % não houve o menor resultado benefico.

NELSON SISSON. (New York) - Cristais de procaina em anestesia de operações nasais. - Pag. 670.

Pensa o autor ser de toda a vantagem que se procure uni sucedaneo para a cocaina na anestesia do nariz, dadas as desvantagens deste medicamento toxico, caro e dando logar a viciados; a procaina é menos toxica, não dá margem a vicios e é mais barata. O autor já tem usado a procaina em perto de seiscentas operações, consistindo de resecção submucosa do septo, turbinectomias, remoção de polipos, abertura de etinoide e esfénoide e janelas para o antro de Highmore, sempre com resultado muito satisfactorios tanto para o doente como para o cirurgião. Uma grande vantagem da procaina consiste em poder ser usada tambem para as creanças.

GEORGE WOOD. (Filadelfia) - Progresso em Oto-rino-laringologia. Tuberculose do laringe. - Pag. 700.

As lesões precoces pódem não estar ainda produzindo sintomas, e ser entretanto reveladas pelo espelho; ha porém, lesões que escapam á melhor inspecção, sendo a mais dificil aquela que se instala no ventriculo de Morgagni. Ziegelman chama a atenção para o fato de que embora o prolapso do ventriculo seja uma contingencia rara é comum uma simulação de prolapso devido á infiltração tuberculosa; o autor vai mais longe quando afirma que o fato é sempre patognomonico de tuberculose, na grande maioria dos casos. Ha estudos recentes por meio de radiografia; Thost, por exemplo pretende estabelecer um meio de diagnostico precoce de tuberculose diferenciando-a da sifilis: normalmente, o ventriculo aparece claro ao roentengrama limitado em cima pela corda vocal; quando ha lesão, o espaço ventricular tem um aspecto escuro e com os seus contornos mal delimitados; além disso, o laringe normal, examinado pela fluoroscopia, durante a tosse, vê-se o ar penetrar no ventriculo, aumentando a sua clareza, fato que não acontece quando a mucosa está infiltrada. Um outro ponto de referencia quando ha tuberculose, é a decalcificação das cartilagens, que torna os seus contornos menos distintos, tornando-se o fim muito pouco nitido; contraria, mente, na sifilis, percebe-se claros e nitidos depositos de calcio, principalmente em redor da goma, tornando assim um quadro diferencial com aquele da tuberculose.

Tambem outros autores, como Wotzilka, Golden e Iglauer tem se interessado pelos estudos radiologicos de tuberculose do laringe.

Spectorowa, Sobin e Melnikowa dizem que em casos cuidadosamente selecionados por meio de estudos imunobiologicos, a roentgenterapia da tisica do laringe pôde dar resultado; será necessario, preliminarmente a aplicação de raios X, para determinar a sensibilidade do doente aos raios ultra-violeta.

Grundner preconisa o uso de raios X na terapeutica da disfagia; tambem recomenda a extirpação da epiglote, quando esta está envolvida.

Nordland propõe, em vez de injeções do nervo laringeo superior, que se faça a bisecção do ramo interno do nervo.

Cemach descreve uma nova lampada por ele ideada para a aplicação de raios ultravioletas no laringe; dá detalhes de tecnica, além de que se mostra entusiasmado com os resultados.

Saint-Clair Thomson apresenta um estudo estatistico de tratamento por irradiação geral, por meio de lampadas de arco de carvão, mostrando-se pouco entusiasmado com os resultados.

A colapsoterapia, tão usada para a tuberculose pulmonar, parece tambem beneficiar o laringe quando este está afetado. Wasowski e Totwen, usando o pneamotorax artificial e a frenicectomia são desta opinião.
Dr. Francisco Hartung.

ARCHIVES OF OTQLARINGOLOGY
Vol. 17. N.º 6. - Junho de 1933.

ACHILE PERONI. (Milão) - Ulcera por contacto do laringe. Pag. 741.

O autor apresenta duas observações deste genero: um tipo especial de inflamação cronica do laringe assestada no processo vocal e nas cartilagens aritenoides, ulcerações estas completamente independentes de qualquer etiologia luetica, tuberculosa ou cancerosa. E- o tipo que Chevalier Jackson denominou ulceras de contacto. O grande interesse da observação reside no fato de se conseguir demonstrar rigorosamente o ponto de vista do conhecido endoscopista americano. Na primeira, em doente que faleceu de tuberculose, molestia mais que manifesta no pulmão, havia lesões do laringe, perfeitamente distintas da tuberculosa tanto topografica como histologicamente. A ulceração que havia era apenas desse tipo de contacto. Na segunda observação, autopsia de um doente que faleceu de carcinoma do estomago, os cortes histologicos do laringe não conseguiram revelar mais de que uma inflamação cronica, apezar de haver metástases em varias outras partes, provando a simplicidade das lesões laringeas, apezar do terreno arrastar possivelmente para outras interpretações.

ROMEO LONGO. (Filadelfia) - Cisto dermoide do dorso do nariz.. - Pag. 755.

E' muito rara na literatura a citação destas observações. Trata-se de uma mulher que se queixava da saída de pús e de cabelos do dorso do nariz. Notava-se claramente a deformidade causada pelo tumor. A palpação revelava uma parte móle, quasi com flutuação. A rinoscopia nada revelava a não ser um certo espessamento, na mucosa do septo, na região do cisto. A doente foi operada sob anestesia local, sendo encontrada uma cavidade do tamanho de uma cereja cheia :de um material amarelo e de fios de cabelo. O exame microscopieo demonstrou a existencia de um epitelio escamoso, que se assentava em uma camada de tecido fibroso, contendo glandulas sebaceas e muitos foliculos pilósos.

J. R. LINDSAY e T. E. WALSH. (Chicago) - Secreções nasais. valór do exame citologico para o rinologista -Pag, 783.

Nestes ultimos anos tem se dado muito valôr ao exame citologico do muco nasal no diagnostico das molestias do nariz e seios acéssorios; muitos autores têm notado a importancia dos eosinofilos nos casos de alergia nasal. Depois de uma serie de considerações teoricas e tecnicas, concluem os autores: A secreção normal do nariz contem poucas celulas; a secreção patologica contem celulas em abundancia. A presença de eosinofilos na secreção nasal indica rinite vasomotora, apezar de nenhuma alergia demonstras da em 14,9 % de casos nos quais havia uma altas eosinofilía. Quando uma rinite vasomotora é complicada por uma infecção qualquer, a proporção dos eosinofilos em relação aos neutrofilos é diminuída; mas nos casos de infecção dos seios sem rinite vasomotora, o numero de eosinofilos na secreção nasal, nunca é menos de 1 %. Nos casos de rinite alergica, os eosinofilos não são encontrados na secreção nasal, durante os períodos em que o doente está fóra da crise. O numero de eosinofilos da secreção nasal não mantem uma constante proporção com aqueles do sangue. O exame sistematico dos esfregaços da morosidade nasal, é um simples e util auxiliar para esclarecer uma rinite vasomotora, quando os seus sinais são mascarados por uma complicação de uma sinusite.

SIDNEY PARKINSON (Oakland.) - Posição lateral da cabeça para tratamento de sinusite. - Pag. 787.

Este artigo diz respeito ao tratamento pelo metodo conservador pelo chamado deslocamento. A idea inicial partiu de Proetz, que se propunha manter um prolongado contacto de liquidos medicamentosos com a mucosa dos seios afectados, uma vez escolhida uma posição adequada para a cabeça, esta posição, chamada de Proetz, consistia em o doente se deitar em uma cama ou divan, com a cabeça projectada para fóra e em extensão a mais forçada possivel, quer dizer fazendo um angulo de 90º com o corpo. Ora, esta posição é muito deconfortavel, e mesmo impossivel de realisar para pessôas de pescoço muito gordo. Propõe então o autor a modificação que se segue: O paciente fica sentado em uma cama ou divan, imediatamente adjacente a dois ou tres travesseiros; depois ele deita-se lateralmente contra os travesseiros, de modo que parte do corpo e os hombros ficam sobre os travesseiros, e a cabeça ficará o mais pensa possivel além dos travesseiros. Em uma palavra, emquanto que na posição de Proetz, a extensão é completa para traz, nesta do autor, a extensão é completa para um dos lados. O liquido terapeutico, é então colocado no nariz, invadindo todas as partes altas do orgão.

GUSTAVE AUFRICHT - Transplantação imediata em deformidades devidas á acidentes.

A transplantação imediata em casos de acidentes oferece o risco das infecções; entretanto, para compensar esta desvantagem aproveita toda a nutrição natural do tecido, que é sempre prejudicada quando se espera a formação de cicatriz, para depois recorrer á plastica.
Cita dois casos de sua experiencia:

1. Uma creança de cinco anos é mordida por um cão; além de escoriações na face, foi arrancada a ponta do nariz em sua metade direita. A deformidade envolvia toda a espessura da péle, a cartilagem alar é a entrada da narina correspondente.

Foi feita plastica imediata nas seguintes condições:

Depois do preparo do campo, procedeu-se a uma curetagem afim de remover as pequenas granulações. A péle do vestibulo foi desepidermisada em redor do que restou da cartilagem, e com catgut cromico 00, no sentido de preparar um limite e constituir uma superficie receptora para o transplante. Foi tirado um exacto molde da deformação com papel transparente e esteril. Um pedaço de péle em toda a sua espessura foi retirada da face interna da coxa, e suturada no logar do acidente, sob sutura dermica interrupta. Curativo seco por meio de urna fina camada de esponja de borracha sobre à gaze, e pasta adesiva para manter sempre uma certa pressão contra a péle do enxerto. Foi levantado depois de seis dias, revelando que o enxerto havia pegado; retiraram-se, na mesma ocasião os pontos.

O nariz assumiu a sua fôrma natural, e alguns mezes depois tornou-se dificil perceber o acidente.

II. Um homem de 37 anos é mordido em uma orelha num conflito. Ele havia perdido uma boa parte da cartilagem em sua metade posterior. A metade inferior do ferimento incluía somente a péle e parte da cartilagem. Foi operado nove dias depois do acidente. A tecnica não comporta descrição sem a gravura publicada junto; apenas é possivel assinalar, que o transplante foi feito de material da propria orelha lesada.

O exame, tres mêses depois da operação revelou ótimo resultado estetico.

W. F. WENNER. (St. Louis). - Efeitos de extráto de cortex de suprarenal em sinusites maxilares experimentais do coelho.Pag. 774.

O autor passa em revista o historico do assunto, a começar por Roux em 1889 até os nossos dias. Em seguida entra na descrição do modo de administrar o extráto citado e tambem como se provoca a sinusite experimental. Apresenta diversas fotografias de cortes histologicos.

Sumario: Os coelhos com sinusite experimental foram tratados com sucesso pelo extrato de cortex de suprarenal. Depois de tres injecções intramusculares do extrato, os coelhos não mostraram evidencia de infecção em cortes microscopicos. O extrato produzia uma notavel descida na taxa de hemoglobina e mudança na reserva alcalina.

Depois da administração do extrato cortical, as celulas do cortex suprarenal mostraram um numero muito aumentado de vacuolos de citoplasma.
Dr. Francisco Hartung.

ANNALS OP OTOLOGY, RHINOLOGY AND LARYNGOLOGY Vol. XLII - Setembro, 1933.

LOUIS K. GUGGENHEIM - Oto-esclerose num feto de sete mezes. Pag. 690.

Os mais precoces casos de oto-esclerose histologica têm sido registrados aos cinco anos, tres anos e meio, um ano e dez dias.
O caso relatado pelo autor fica sendo entre todos o de maior precocidade.

LYMAN RICHARDS - Atresia congenita do conduto auditivo externo. Pag. 692.

Após considerações de ordem embriologica, clinica e radiologica, aborda a questão de tecnica operatoria. Quando a atresia for bilateral, acarretando tendencia para certas perturbações da palavra, operar o mais precocemente possível. Salvo tal eventualidade, é preferível intervir depois da puberdade. Ao envez de tentar a reconstrução plastica do conduto auditivo externo, preconisa a cura radical da mastoide, o que facilitará a chegada da onda sonora ao ouvido interno, atravez do antro. E a unira maneira de se conseguir uma melhora consideravel, em certo numero de casos.

JAMES A. BABBITT - Fratura da apofise estiloide com complicações para o lado da fossa amigdaliana. Caso. Pag. 789.

Os casos de fratura da apofise estiloide publicados até hoje, sem a interferencia de um agente traumatico, são tão diminutos que faz pensar n'um numero muito mais consideravel de casos, não citados dos na literatura. A sintomatologia das fraturas da referida apofise se assemelha á procidencia de uma apofise muito longa. Uma ossificação defeituosa da apofise pode ser responsavel por ambas ocurrencias. Nem sempre o seccionamento da extremidade contundente da apofise tem sido considerada como indispensavel. Um pequeno desvio da situação normal da apofise, pode, por si só, explicar certas disfagias, habitualmente atribuídas a outras causas.

CHARLES J. IMPERATORE - Perfuração acidental do esofago, gastrotomia, cura. Defeza da dilatação retrograda nos pequenos estreitamentos. Pag. 799.

Cita um caso de perfuração do esofago n'um indivíduo que havia 5 anos sondava o proprio esofago tres vezes ao dia. Não houve mediastinite o que atribue em grande parte o fato de ter derivado cuidadosamente a saída da saliva para o exterior evitando a sua passagem pelo canal perfurado. Tendo praticado uma grastomia imediata, conseguiu a cura do doente por meio da dilatação retrograda substituida mais tarde pela sonda esofagiana, obliterando então a fistula gastrica. Chama a atenção para a necessidade de conservar aos doentes dessa natureza sob continua vigilancia medica, submetendo-os a inspecções regularmente intervaladas evitando assim a supervenencia de complicações inesperadas e graves.

L. C. BOEMER - Algumas observações sobre cortes do osso ternportal e a meningite otitica. Pag. 866.

Afim de provar a origem otogenica de uma meningite, é as vezes necessario proceder aos cortes seriados do temporal. A meningite otogenica pode existir embora a membrana timpanal aproximese aparentemente do normal, quando a trompa de Eustachio assegura livre drenagem. A fossa sub-arcuata pode estar presente aos 48 anos sendo a via de comunicação da infecção entre o endocranio e a mastoide. Um tipo edematoso de tecido de granulação, semelhante morfologicamente ao mesenquima, pode estar presente aos doze anos de idade num osso temporal infectado.

H. L. STITT - Diotana como anestesico local no dominio otorinologico. Pag. 887.

A diotona, usada convenientemente, por embibição, pode substituir vantajosamente a cocaina. As suas soluções atuam em porcentagens muito menores da que aquela substancia, atuando um pouco mais demoradamente do que ela, sendo entretanto um pouco mais demorada em obter o efeito anestesico. A paracentesc do timpano pode ser feita, quasi sem dôr. N'uma serie de varias centenas de casos a diotana jamais manifestou os sinais de toxidez algumas vezes observado com a cocaina. Pode ainda ser usada rotineiramente para aliviar as dores que se seguem ás amidalectomias, sendo sob esse ponta de vista melhor do que o acido acetilsalicilico. As soluções são usadas em concentrações de meio a dois por cento, para embibição local.

ALEXANDER F. LASZLO - Nota previa sobre o uso da pantocaina como substituto da cocaina. Pag. 892.

Os estudos experimentais do autor demonstraram que a pantocaina é no minimo dez vezes mais ativa do que a cocaina sendo muito menos toxica do que ela. A duração do efeito anestesico é 6 vezes maior. O seu efeito sobre as mucosas não é prejudicial, sendo conveniente adicionar adrenalina ou efedrina. As soluções são muito estaveis e podem ser facilmente esterelizadas pela cocção.

ETHAN F. BUTLER - Difteria traqueo-bronquice. Traqueolomia, remoção frequente de membranas pela broncoscopia. Cura Pag. 927.

Trata-se de uma creança de seis anos, apresentando difteria traqueo-bronquica. Insuficiente a aspiração por via traqueal, foi executada a traqueotomia. As falsas membranas formadas na visinhança da bifurcação traqueal foram retiradas por meio do broncoscopio introduzido pelo orifício traqueal. Essa operação foi repetida 7 vezes n'um intervalo de 52 horas, dando tempo a que as doses maciças de antitoxina (30.000 unidades por via endovenosa e 40.000 unidades por via intramuscular) produzissem o seu efeito.
Dr. Rebello Neto.

THE LARYNGOSCOPE Vol. XLII, N.o 12 - Dezembro, 1932.

Estudos de conjunto: Valor da radiologia em oto-rino-laringologia.

1.º) FINEMAN, S. - Os dentes em relação com a oto-rinologia Pag. 901 - Nada digno de especial registro.

2.º) LAW, F. M. - Seios da face - Pag. 909.

A base fundamental da leitura correta das chapas depende inteiramente da técnica para obtê-las. Se os films não forem feitos com a mais absoluta atenção quanto ao rigor da técnica, nenhum radiologista ou cirurgião poderá interpretá-los satisfatoriamente. No obter as chapas entram em jogo inúmeros fatores, pias os mais importantes são o grau exato do contraste e a obtenção dos detalhes mais finos possíveis. Quando falo - diz Law - em contraste, não me retiro aos films inteiramente brancos e pretos que são muitas vezes apresentados. Contraste demais, conquanto dê um lindo film, queima alguns dos tecidos mais delicados, tais como uma mucosa espessada. O film ideal é o que tem contraste suficiente para permitir a distinção, por exame comparativo, entre um seio normal e um que em haja a alteração mais discreta.

Se todos os rinologistas visitassem o laboratório de radiologia e se tornassem familiares com o grau exato de densidade, seria possível lançarem-se as bases da técnica única, o que permitiria obterem-se films iguais em todos os serviços radiológicos.

Não há contacto suficiente entre o radiólogo e o rinologista. Outro fator absolutamente essencial é o detalhe apresentado pelo film. A cabeça deve ser imobilizada e os films devem mostrar as estruturas ósseas mais finas, como representadas pelas paredes das a células etmoidais. Estas paredes apresentam sinais de sinusite Crônicas, na ausência de qualquer oclusão do etmóide, quando examinadas no sentido ântero-posterior.

Outro fator essencial é o ângulo em que são feitas as chapas. Muitas vezes um especialista dá-nos um film e pede interpretação. Isto é impossível. Para uma interpretação correta, precisamos de chapas feitas no ângulo de 23º, na posição de Waters, na vérticemento e na lateral. Estas posições devem ser as usuais, só se lançando mão das outras em casos excepcionais.

O A. reputa indispensável o uso do estereoscópio. O rinologista deve habituar-se ao uso da terceira dimensão.

3.º) DIXON, G. S. - Mastoide. - Pag. 911.

O A. inicia seu estudo dizendo que, na radiografia da mastóide devemos ter em mente suas variações, tanto de desenvolvimento, como residuais. Nunca duas mastóides foram iguais, e provavelmente nunca o serão. Se tivermos de nos ater tão sómente com o tipo pneumático clássico, o descobrimento de alterações patológicas será comparativamente fácil. Mas em vez ide um tipo, temos 4: o infantil, o pneumático, o diplóico e o escleroso. Alguns dêsses títulos podem ser divididos em sub-tipos, e :as combinações são numerosas.

Passa depois ao estudo radiográfico, referindo-se pela rama, e parcialmente, á patologia da mastóide.

4.º) GOLDEN, R. - O laringe. - Pag. 915.

As sombras de certas estruturas nos laringe são visíveis numa chapa radiográfica, por dois motivos: 1.º- a calcificação das cartilagens do laringe; 2.º - a presença de ar no interior do órgão.

Um ano após o descobrimento de Roentgen, Scheier começou a fazer estudos acêrca da calcificação das cartilagens laringeas. Ele e mais tarde Fraenkel mostraram que a calcificação ou ossificação destas cartilagens, que se supunha a principio processar-se somente após os 50 anos, era um processo fisiológico que começava, de fato antes do fim da 2.ª década.

Estuda a calcificação das cartilagens. Chama a atenção para o fato, assinalada por Brown e Reineke, de depositai'-se o cálcio nestas cartilagens de modo diverso no homem e na mulher; enquanto nesta êle se distribue em manchas densas, naquele fica mais difuso e apresenta estrutura trabecular.

Passa a referir-se á técnica radiológica. Suas chapas foram obtidas em projeção lateral. Hay recomenda a posição erecta, com ó ombro do paciente de encontro ao caixilho. Em vista 44 distância entre o pescoço e o filtre, êste método sacrifica uma certa quantidade de pormenores nas sombras. Por isso o A. costuma tirar uma chapa dessas, e outra com um caixilho pequeno encostado á pele. A exposição deve ser muito curta (1/13 de segundo). As melhores chapas foram conseguidas nêsse espaço de tempo com 1000 miliampérios e 40-50 quilovóltios (corrente trifásica) e o film a 6 pés de distância,

As afecções mais importantes referidas pelos que se dedicam ao assunto são: 1) neoplasmas malignos; 2) neoplasmas benignos; 3) estenoses; e 4) tuberculose.

O A. conclue de sua experiência pessoal que a radiografia do laringe nunca terá a importância que teem, por exemplo, a do tubo gastro-intestinal e a dos pulmões.

5º) GUIMBY, A. J. - Esôfago - Pag. 919.

Sem interesse. Nada de novo.

6.º) BURCHELL, E. B. - O osso temporal e suas variações - Pag. 921.

Descrição de chapas curiosas, mas sem apresentação de gravuras. Trabalho sem interesse.

7.º)RABIN, C. B. - Relações da radiografia do tórace com o laringologista. Atelectacia e neoplasmas dos pulmões - Pag. 923.

Trabalho minucioso a respeito das lesões tumorais bronco-pulmonares e a atelectasia.

A forma de atelectasia mais importante sob o ponto de vista broncoscópio é a resultante da obstrução brônquica. E' o tipo mais fácil de reconhecer radiológicamente. O quadro radiológico típico caracteriza-se por uma sombra mais ou menos opaca, homogênea, que envolve ás vezes um lóbo pulmonar inteiro. Em regra geral esta sombra é suficientemente transparente para permitir a observação dos reparos vasculares do pulmão. Pode ser descrita como uma sombra difusa, com o aspécto de um véu. Em vista da menor expansão pulmonar e o resultante aumento na pressão negativa na cavidade pleural, manifestam-se as seguintes alterações: o coração e as estruturas mediastínicas são atraídas para o lado afectado; o diafragma é puxado para cima e as costelas são tambem atraídas conjuntamente, o que determina uma depressão do tóracé. Portanto, a diminuição no tamanho no lado afectado pelo cavalgamento das costelas, a depressão torácica, e o deslocamento das do diafragma e das estruturas mediastínicas, ao lado da presença de uma sombra com aspecto de véu, são patognomônicos da atelectasia por obstrução brônquica. Há ainda a acrescentar-se mais um sinal, mas êste só pode ser visto por meio do fluaroscópio: é um movimento do coração para o lado da lesão, durante o ato inspiratório.

O colapso massiço do pulmão é provávelmente a forma mais dramática de atelectasia, não só por causa da subitaneidade do ataque, como pelo seu egualmente rápido desaparecimento após o tratamento broncoscópico. A maioria dos casos é consecutiva a operações levadas a efeito sob narcose ruas já tem sido observado número considerável de casos sem operação e sem micose anteriores. Há na literatura observações em que não havia obstrução brônquica aparente. A causa principal da atelectasia massiça é a inflamação dos grandes brônquios com formação de exsudato mucóide espesso ou fibrinoso. Isto acontece como resultado do uso de anestésicos gerais irritantes, em consequência de acessos de asma, de infecções crónicas e ocasionamenlte por infecção tuberculosa. O papel dos corpos estranhos é evidente na causa do colapso massiço. E' inútil dizer que o quadro do colapso massiço é sempre devido á obstrução brônquica, sendo, pois, óbvia, do ponto de vista terapêutico, a indicação da broncoscopia.

A atelectasia de parte do pulmão atinge geralmente um lóbo, inteiro, e em casos de atelectasia do lóbo inferior direito é tambem atingido pelo processo o lóbo médio. Isto é devido a ficar a obstrução em geral localizada nos brônquios principais dos lóbos e raramente em ramos secundários isolados. O quadro radiológico do pulmão é idêntico ao visto no colapso massiço. Vê-se uma sombra como um véu. O deslocamento do coração e a elevação do diafragma não são, porém, tão notáveis e o cavalgamento das costelas fica adstrito ao lóbo afectado.

As causas mais comuns da obstrução parcial do pulmão são neoplasmas, corpos estranhos, estenoses e broncólitos. Dessas causas, tôdas elas podem dar origem ao quadro da atelectasia acima descrito. Alêm disso, podem determinar outras manifestações consecutivas á obstrução da árvore brônquica. A obstrução incompleta de um brônquio pode permitir a penetração de ar num lóbo, tornando-se, porém, sua saída impossível. Isto dá motivo ao quadro oposto á atelectasia: o enfisema. Há um arejamento excessivo do lóbo atacado, que faz co'm que, na chapa radiográfica, esta patráe apareça mais escura, como se tivesse tido exposição demasiada. O volume aumentado do lóbo desloca as estruturas mediastínicas pira o lado oposto, as costelas são como que levantadas, e o tórace fica saliente.

Passa em seguida o A. a estudar os neoplasmas. Classifica-os em três tipos: os do brônquio principal, os dos brônquios secundários, e os do parênquima. Esta parte é mais do interesse do radiólogo e por isso não é resumida.

DUPUY, H. e BREWSTER, H. F. - Trombose do seio cavernoso esquerdo. - Pag. 931.

Caso curioso de furúnculo do lábio seguido de fleimão da órbita esquerda e trombose do seio. Os AA. operaram imediatamente o paciente, um rapazola de 15 anos, e conseguiram salvar-lhe a vida. A operação consistiu no seguinte: 1.º -ligadura da carótida interna; 2.º - Cantotomia externa seguida de enucleação do olho, tendo sido encontrado pús em abundância no fundo da órbita; 3.º - Trepanação da lamina óssea entre o buraco óptico e a fissura do esfenóide. Perfuração da parede do seio cavernoso com a tesoura romba de Mayo, eliminando-se muito pouco sangue. Drenagem com gaze. O período post-operatório foi tempestuoso e durou 4 semanas. Neste período o paciente recebeu: injecções de sôro anti-estreptocócico (4 hemoculaturas revelaram, aliás, estafilococo branco), de violête de genciana, de mercuro-cromo; e três transfusões.

Porque ligou a carótida? Ao que diz Wells Eagletou os batimentos da carótida dentro do seio cavernoso são um fator de difusão do elemento infeccioso na cavidade craniana.

Porque extrair o olho? A invasão do seio cavernoso pela parte anterior, com furúnculo da região facial, significa, na opinião dos A. A., que há pús no vértice da órbita. O abscesso primitivo da órbita é coisa excepcional; quasi sempre êle é secundário a afecções do etmóide e do seio frontal. Por isso é lógico expor a Zona infeccionada, e drena-la.

Os A. A. modificaram a ideia de Mosher. Ligaram a carótida interna, em vez de ligar a comum.

STOUT, P. - Supuração do ouvido com 18 anos de existência que cedeu a nove aplicações de luz de mereurio-quartzo - Pag. 933.

Nove aplicações de 1 minuto e 1 minuto e meio cada, com o lápis de quartzo dentre da caixa, determinaram a cura de uma supuração de 18 anos de duração;

LORENTE DE NO'. R. - Aparelho foto-micrográfico barato. -P. 934.

Não se presta a resumo.

COLEMANN SCAL, J. - Hidrocefalia otítiea (pseudo-meningite), Observação - Pag. 936.

A hidrocefalia otítica pode ser definida como uma afecção aguda que surge como complicação durante um ataque de otite média aguda. E' caracterizada por um quadro clinico de hipertensão craniana, com líquido céfalo-raqueano claro. Cede, em geral, sem intervenção cirúrgica. Quincke foi o primeiro a reconhecer esta complicação, mas o primeiro realmente a despertar a atenção sôbre ela foi Passot. A etiologia é ainda obscura. Julga-se ser devida a uma quantidade excessiva de secreção do plexo coróide ou a um distúrbio na absorção do liquor atravez da aracnóide. A afecção tem sido observada em crianças e adolescentes.

Os sintomas são os da hipertensão craniana: cefaleia gravativa, sonolência, fotofobia, vômitos e febre- intermitente com pulso variável. Rigidez da nuca, adema da papila, Kernig, podem tombem se apresentar.

O diagnóstico baseia-se no líquido. Temos um quadro de meningite, com liquido hipertenso, mas normal ao exame.

O quadro pode permitir confusão com o abcesso encefálico. Mas neste, o líquido apresenta excesso de proteinas e células, o que não se verifica na hidrocefalia otitica.

O tratamento consiste em diminuir a pressão endocraniana por drenagem. A's vezes basta uma simples punção, mas não raro tem ela de ser repetida. Se o processo não ceder, passa-se á punção ventricular e, sendo necessário, chega-se á craniectomia sub-temporal ou pela mastóide.

A afecção não é nova e tem sido descrita pelo nome de meningite serosa, O A. acha o nome hidrocefalia otitica impróprio, julgando melhor o de pseudo-meningite.

Segue-se a observação, feita com muita minúcia.

DINTENFASS, H.- Punção do meato inferior "versus" cateterismo do orifício natural do seio maxilar. - Pag. 943.

A punção do meato inferior pode ser efectuada em qualquer vaso, e requer pouca prática. Determina, porém, grande incômodo e há perigo da embolia aérea, como de hemorragia, choque, dor, e enfisema das partes moles.

O cateterismo do orifício natural evita estas desvantagens, mas não pode ser empregado com tanta freqüência quanto a punção do meato inferior, parque a configuração anatômica do óstio não o permite. Exige, alêm disso, conhecimento acurado da anatomia da parede nasal externa, e certo grau de habilidade e de experiência. Aliás tal facilidade deixa a melhor impressão no paciente.

Dintefass acha, por isso, que nos diagnósticos das afecções dó seio maxilar, o cateterismo deve ser sempre tentado antes da punção do meato inferior. Salienta que o primeiro só é exequível em 70 a 80 % dos casos, na opinião de Meyerson e Lee Hurd.

GATEWOOD, W. L. - Substituto eficiente da cocaina e da novocaina em rino-laringologia. - Pag. 951.

O soluto da percaina a 2,5 % mostrou ser um ótimo anestésico ale embebição em operações como a ressecção sub-mucosa do septo; a uma quantidade excessiva de secreção do plexo coróide ou a um distúrbio na absorção do liquor atravez da aracnóide. A afecção tem sido observada em crianças e adolescentes.

Os sintomas são os da hipertensão craniana: cefaleia gravativa, sonolência, fotofobia, vômitos e febre- intermitente com pulso variável. Rigidez da nuca, adema da papila, Kernig, podem tombem se apresentar.

O diagnóstico baseia-se no líquido. Temos um quadro de meningite, com liquido hipertenso, mas normal ao exame.

O quadro pode permitir confusão com o abcesso encefálico. Mas neste, o líquido apresenta excesso de proteinas e células, o que não se verifica na hidrocefalia otitica.

O tratamento consiste em diminuir a pressão endocraniana por drenagem. A's vezes basta uma simples punção, mas não raro tem ela de ser repetida. Se o processo não ceder, passa-se á punção ventricular e, sendo necessário, chega-se á craniectomia sub-temporal ou pela mastóide.

A afecção não é nova e tem sido descrita pelo nome de meningite serosa, O A. acha o nome hidrocefalia otitica impróprio, julgando melhor o de pseudo-meningite.

Segue-se a observação, feita com muita minúcia.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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