ISSN 1806-9312  
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1132 - Vol. 12 / Edição 2 / Período: Março - Abril de 1944
Seção: Trabalhos Originais Páginas: 122 a 129
SOBRE A LOCALISAÇÃO DAS SENSAÇÕES ACUSTICAS (1)
Autor(es):
DR. FREDERICO MÜLLER

São Paulo.

Tempo e espaço são conceitos inseparavelmente ligados um ao outro. Não existe nada no espaço que não tenha existencia concomitante no tempo.

Quando se observam os diversos processos no espaço e no tempo, sua descrição e interpretação dependem do individuo que os presencia e d'aí se deduz que na percepção de tais fenomenos e suas relações, ha, além da realização objetiva, o fator subjetivo, concretizado na interpretação da observação feita.

Essas interpretações dependem da nossa organização psicofísica. Podemos, por exemplo, conhecer exatamente a distancia objetiva existente entre dois pontos determinados, que poderá, todavia, parecer-nos variada, conforme a distancia e o angulo que ocuparmos em relação aquele dois pontos.

A organização psicofísica, coordenadora das percepções subjetivas, consiste nos órgãos dos sentidos e na faculdade de concatenar as impressões recebidas atravez dos mesmos, em um conceito ou juizo definido. Diga-se desde já que a interpretação das observações espaciais depende da posição e relação geométrica do proprio elemento observador. Os conceitos de direita, esquerda, à frente ou atraz, acima ou abaixo dependem da posição do proprio observador em relação ao objeto visado.

No espaço, a percepção de todos os objetos se faz de acordo com a distancia e a direção, a sua forma e o seu tamanho, o seu estado de repouso ou de movimento.

Estas percepções são essencialmente ou acidentalmente espaciais, sendo esta diferenciação de capital importância, pois ela diferencia rigorosamente as diferentes impressões sensitivas, conforme a função dos diversos órgãos dos sentidos, bem como a maneira especial pela qual essas impressões são transmitida a estes órgãos.

Assim as percepções tactis e visuais são essencialmente espaciais, por terem como fonte um objeto colocado no espaço, caso que não se dá em relação ás percepções sonoras e olfativas, que por este motivo são consideradas impropriamente espaciais, por não se acharem ligadas á essência do objeto que lhes dá origem, mas constituírem tão sómente fenomeno acessório. Vejamos o exemplo do sino: As impressões tactis informam-nos sobre a forma e o tamanho; as visuais fornecem dados correlatos, completando-se os dois tipos reciprocamente. Reconhecemos a distancia e direção do objeto, podendo localiza-lo com precisão. Todavia, para se obter uma impressão acustica, mister se torna tocar o sino, o que não faz parte da essência propriamente dita do objeto, embora se encontre em ligação direta com êle.

A diversidade observada nas percepções espaciais, provem da diferença das respectivas ondas, quanto á sua constituição fisica.

Em se tratando da luz, esta se transmite por ondas estéreas em linha reta.

As ondas sonoras, porém, são propagadas pelo ar. Si as vibrações aereas assim produzidas forem desordenadas, ouvir-se-á um ruído; si forem regulares, um som será percebido.

Os fenômenos acústicos não se propagam no vácuo; na atmosfera comum isto se dá por ondas longitudinais, sujeitas à reflexão, refração e inflexão. Esta última consiste na faculdade de o som continuar a se propagar além de um obstáculo colocado no trajeto das ondas sonoras, circundando-o pela inflexão dessas ondas. E' por isto que se ouve ao redor de uma esquina, embora a intensidade do som percebido sofra com a qualidade, amplitude e natureza dos obstáculos interpostos. Devido à reflexão do som por todos os obstáculos é possivel escutá-lo em toda a circunvizinhança. Entretanto a sua inflexão e reflexão perturbam o estabelecimento da direção e distância da fonte originária, a ponto de torná-lo impossivel por vezes. Tratando-se de distâncias maiores, intervêm ainda o fenômeno do eco, que dificulta frequentemente o estabelecimento da direção. Quando se tocar piano em uma sala, as ondas sonoras se refletem inúmeras vezes em toda a parte, pondo em vibração o ar e ainda os corpos sólidos existentes dentro de sua esfera de ação, os quais vão, por sua vez, ocasionar vibrações secundárias do ar. Estas consonâncias e ressonâncias não produzem interferências acústicas, desde que as dimensões do ambiente não sejam suficientemente amplas, sabendo-se ser a velocidade do som no ar de 340 metros por segundo.

A percepção da direção do som, bem como da distância em que se encontra a fonte produtora do mesmo só é portanto possível, quando a reflexão e a inflexão dessas ondas são praticamente des-
prezíveis e desde que não se apresentem condições favoraveis à formação do eco, predominando, portanto, a propagação em onda direta.

Ninguem ignora a capital importância da audição na luta pela vida. Ela torna-se ainda mais saliente na escuridão, quando se apagam as sensações visuais e se reduz o valor das tactis, devido à sua limitada extensão. A audição assume então a liderança das percepções sensoriais, controlando toda a vizinhança e indicando variações diversas, possivelmente até perigos. Nessas ocasiões a verificação de direção e distância dos ruídos e sons é de importância ainda maior. Sua possibilidade depende da intensidade e da qualidade do som, interferindo ainda os quadros de memória táctis e visuais, relacionados aos diversos sons, denominados reproduções em psicologia. Estas consistem em impressões sensoriais diversas que ocorreram simultaneamente em uma ocasião dada, ou repetidas vezes, estabelecendo entre si uma certa relação condicional. Posteriormente, si uma destas sensações se apresentar a um dos centro, sensoriais, as impressões correlatas serão produzidas subjetivamente nos outros centros, por uma espécie de associação.

Devido à sua relativa imprecisão, as percepções acústicas costumam-se ligar mais intimamente a processos psíquicos do que as percepções táctis e visuais. Denomina-se de "espreita" a atitude do indivíduo que procura perceber atentamente quaisquer ruídos ou sons. Ao percebê-los, coloca o corpo ou pelo menos a cabeça na posição melhor para receber as impressões acústicas, associando-lhe, quando possivel a posição ótima para a obtenção das impressões ópticas.

Com o intuito de concretizar as relações apresentadas pelas ondas sonoras, podemos citar a música de órgão ou mesmo de piano. O conjunto de sons provém, decerto, da direção principal, isto é, do instrumento musical em funcionamento. Não se podem, todavia, localizar coral rigor os sons isolados, durante a execução da peça. São as harmonias complexas que afluem indistintamente ao ouvido do apreciador, dispensando em geral as impressões visuais e táctis. Estas últimas são na realidade muito solicitadas em se tratando do artista executor, no qual as exigências de localização precisa são avultadas, pois toda a sua atividade está intimamente entrelaçada. Quando não estivér tocando de cór, destaca-se o funcionamento ativo do tacto e da visão, permanecendo a audição mais passiva. Ao tocar de cor, predominam os motivos de reprodução. O quadro memorial das melodias e harmonias apresenta-se-lhe com exatidão no cérebro, desencadeando impulsos nos centros de coordenação dos movimentos. As relações acústicas, impropriamente espaciais, são transformadas destarte em outras, propriamente espaciais, de natureza táctil. A orientação da execução cabe aos quadros memoriais acústico-ópticos, sendo o processo todo supervisado pela psique do artista. Mesmo excluindo-se os quadros memoriais de natureza óptica, permanece ainda uma afinidade intima entre os quadros acústicos e o órgão do tacto, quando o executante toca em ambiente escuro ou com os olhos fechados.

A audição falha, porém, frequentemente, quando se trata de estabelecer a natureza da fonte dos sons percebidos, ao passo que a visão nos fornece aí informações precisas. Se ouvirmos uma musica, a visão nos dirá imediatamente si a execução é feita por pessoa isolada ou por orquestra, si é aparelho de rádio ou uma vitrola que está tocando. O ouvido já não fornece êsse esclarecimento com a mesma precisão.

Após estas considerações sôbre as impressões espaciais proprias e impróprias e as relações existentes em referência aos diversos órgãos dos sentidos neste ponto, passemos a fazer algumas considerações sôbre as percepções puramente acústicas: Consideremos de início a pessoa perceptora como fixa e imóvel.

A percepção do som é mais simples e nítida quando êle se produzir no plano sagital ou mediano, pois aí as ondas sonoras alcançam simultaneamente e com igual intensidade ambos os ouvidos. As condições se alteram logo que a fonte produtora se afastar desses planos. Colocada na frente do apreciador, se ela se deslocar para a esquerda, a distância até o ouvido direito será maior do que ao esquerdo, divergindo ainda a intensidade do som, que chegará ao ouvido direito um pouco retardado e com a intensidade diminuída, tomando-se por termo de comparação o ouvido esquerdo. De acôrdo com estudos realizados por PEARS o desvio de direção já é perceptível quando alcançar 8 gráos na frente ou 16 gráos achando-se a fonte sonora atraz do apreciador. Aumentando-o mais, o desvio torna-se mais nítido, para alcançar um máximo quando as ondas sonoras diretas incidirem de frente, com uma lateralidade de mais ou menos 60 gráos sôbre os ouvidos do apreciador. A determinação do lado é feita então com máxima segurança.

A fonte encontrando-se atraz do apreciador, e bastante lateralisado, sua direção e distância são determinadas de inicio com bastante segurança. O cone de recepção das impressões sonoras formado pelo pavilhão da orelha, e a escama do temporal encontra-se de um lado mais próximo da fonte do que do outro. Por isto a determinação do lacto não oferecerá grande dificuldade. Entretanto poderá haver duvida sobre si a fonte se encontra anteriorizada ou posteriorizada em relação ao apreciador. Torna-se então necessaria a movimentação seja da fonte sonora, ou da cabeça, afim de permitir a percepção de impressões diversas, cuja variação de direção e intensidade permitam a localisação da fonte. A audição biauricular facilita grandemente estas determinações. No caso de um dos ouvidos estar fora de função, torna-se bem mais dificil estabelecer a direção de uma fonte acústica lateralisado, sua posição mais á frente ou atraz, pois a intensidade do som não auxilia neste sentido, e sómente por uma movimentação ou melhor, por uma leve rotação da cabeça, póde-se obter um juizo seguro quanto a essa direção, devido ao termo de comparação oriundo de duas ou mais percepções diferentes.

Quando a fonte sonora se colocar posteriormente no plano mediano, os dois ouvidos são feridos com igual intensidade pelas ondas sonoras e não é possivel precisar si a fonte se encontra na frente ou atraz, a não ser por um leve movimento rotatório da cabeça.

Quando o apreciador tiver os dois ouvidos normalmente funcionando, podendo mover livremente sua cabeça, a localisação se faz com muito maior segurança.

Como vimos acima, não é possivel determinar com rigor se uma fonte sonora é anterior ou posterior ao apreciador, quando ela se encontra no plano mediano, por ser identica a impressão dos dois ouvidos. Se, entretanto, o apreciador efetuar uma leve rotação de sua cabeça, em torno de um eixo vertical aparece a diferença entre as impressões colhidas pelos dois ouvidos: o orgão receptor que se avançar para mais proximo da fonte sonora, obterá impressões mais nítidas e intensas que o mais afastado. Destas considerações simples deduz-se o seguinte preceito
A localisação das percepções sonoras se baseia, em condições normais, no contraste entre a intensidade das percepções de cada lado.

E' mister que a fonte ou o apreciador, ou ambos, sejam movéis, para que se estabeleça uma boa localisação. Afim de poder perceber o som da maneira mais nitida possivel, o apreciador coloca-se na posição ótima, fazendo-o inconscientemente, por habito, o que não quer dizer -involuntariamente.

Esta adaptação do apreciador á posição ótima é uma consequencia da colaboração intima de todas as funções, para a orientação no espaço. Qualquer som suscita a atenção do apreciador e, quasi que automaticamente, todas as funções colaboram para coloca-lo na posição mais conveniente, afim de que possa estabelecer a distância e a direção da fonte sonora.

PREYER e MÜNSTERBERG acreditaram que a excitação dos canais semicirculares fornecesse o meio auxiliar adequado para a localisação do som. Segundo PREYER, as ampolas forneceriam diretamente uma sensação de direção, ligada ao som excitante. A diferenciação de sons provenientes de direções varias se daria aí, pela excitação variada dos diversos canais semi-circulares. Em consequencia a ela, o organismo assumiria como que automaticamente a posição ótima, para a percepção de sons ulteriores. MÜNSTERBERG expressa opinião análoga, sem recorrer todavia a sensações de direção emanadas dos canais semicirculares excitados, mas admitindo tão sómente movimentos coordenados e adequados desencadeados pelo mesmo processo e que visariam um fim identico.

KÜLPE não acompanha essas idéas, por não reconhecer aos canais semicirculares essa função fundamental que ele atribue a centros nervosos superiores, aos quais o labirinto serviria como elemento intermediário. De fato o caminho é o seguinte: tímpano - cóclea - talvez vestíbulo -órgão acústico central - órgão central do equilíbrio - canais semicirculares - e talvez aparelho vestibular. Para dar um exemplo, poderia-se citar, recorrendo à analogia, a execução de cór de uma peça de piano, em que a reprodução dos quadros de memória exige tambem a interferência de centros superiores que enviam, secundariamente, os impulsos apropriados para a periferia.

Esta intervenção dos centros nervosos superiores póde ser verificada ainda pela experimentação, investigando-se, por exemplo, a função psicofísica de um cão. Si produzirmos ruídos por meio de uma fonte colocada fóra do campo visual do animal, êste, à medida que a sua atenção é solicitada pelos ruídos repetidos, cuja origem não póde discernir, vai-se utilizando progressivamente de todos os elementos sensoriais disponíveis, procurando posições ótimas e dando preponderância a um ou outro dos órgãos dos sentidos, até descobrir a natureza. do ruido ou desistir da investigação. Em todo o processo vê-se nitidamente a orientação evidente, dada pela psique.

O aparelho da audição e o do equilíbrio são funcionalmente independentes entre si. O primeiro recebe as excitações sempre do mundo exterior, ao passo que os estímulos do aparelho do equilibrio ocorrem no próprio órgão, por ação dos otólitos sôbre o epitélio sensorial, nas ampolas dos canais semicirculares.

E' verdadeiramente maravilhosa a precisão do mecanismo pelo qual o epitélio sensitivo do caracol consegue analisar as ondas sonoras múltiplas, recolhidas globalmente pela membrana timpânica, que as envia, em seguida, como impressões diferenciadas, aos centros superiores. Em processo, análogo até certo ponto, baseia-se a invenção do gramofone.

Uma maravilha semelhante se nos apresenta no aparelho do equilíbrio que analisa e dirige as inúmeras possibilidades de posição e adaptação do organismo, constituindo um substratum essencial para qualquer percepção óptica, tactil ou mesmo acústica.

Sabemos da filogenese que em muitos anamnios o caracol se encontra só rudimentarmente esboçado, embora seja completo o desenvolvimento dos canais semicirculares e de suas ampolas. Isto permite tirar a conclusão de que o aparelho de equilíbrio já se encontra precocemente desenvolvido em peixes e dipnóicos, ao passo que a diferenciação do órgão da audição só é observada em animais de escala mais elevada. A movimentação no espaço é certamente uma função primordial, ficando a audição, dispensável aos animais desta categoria, em plano secundário. À medida, porém, que se sóbe na escala dos vertebrados, êste órgão torna-se cada vez mais aperfeiçoado e os dois aparelhos, o auditivo e o do equilíbrio, vão se unindo arquitectonicamente no interior do rochedo. Dos dois, o aparelho de orientação, filogenéticamente mais antigo, é de construção anatômica mais simples e conserva uma estrutura análoga em todos os vertebrados, representando, nos dizeres de WIEDERSHEIM o princípio conservador.

O aparelho da audição é de estrutura bem mais complexa e, devido ao seu aperfeiçoamento progressivo na escala zoológica, representa o princípio evolutivo. Encontramos a janela redonda só dos anfíbios em diante; nos répteis e pássaros o tímpano se aprofunda, começando então a conformação do ouvido externo, representado de início só pelo conduto auditivo externo. Nos mamíferos vamos encontrar depois a orelha, cuja função é a de um cone receptor e que alcança uma mobilidade e adaptação morfológica extrema em certos animais.

Por ocasião de um passeio recente, tivemos a possibilidade de estudar praticamente o problema da localização do som. Nós nos encontrávamos em uma floresta e ao lado os pássaros estavam a cantar. No entremeio surgiu um avião que, vindo da frente e da esquerda, passou em curva ampla à nossa retaguarda, dirigindo-se novamente para a frente e direita, onde desapareceu. Encontrávamo-nos portanto em relação dupla para com as ondas sonoras que nos impressionavam. Movíamo-nos em relação aos pássaros, pousados nas árvores circunvizinhas, ao passo que a nossa velocidade era praticamente nula, comparada à do avião, deixando-nos portanto em situação meramente passiva. Não pudemos ver as aves, nem a aeronave e apezar disto não tivemos um momento siquer dúvida quanto à localização de cada uma destas fontes sonoras e de sua distância relativa. Tivemos a impressão nítida de que o juizo de direção e de distância a respeito de fontes sonoras se baseia naquela lei que denominamos mais acima de "conceito sôbre a percepção do contraste de intensidade do som". Êste fundamento parece não ter sido destacado ainda suficientemente. Fala-se muito em teoria de intensidade, de fase ou de tempo, estas últimas baseadas na diferença do tempo de percepção das ondas sonoras em cada um dos ouvidos e que julgamos ser de menor importância prática. A teoria da intensidade está no caminho por nós seguido com as nossas idéias, sem todavia salientar suficientemente o fator contraste. E' o que verificamos, pelo menos na literatura a nossa disposição. Cabe grande importância à variação dêste contraste, quando se altera a relação espacial entre a fonte sonora e o apreciador.

O pavilhão da orelha visa intensificar a percepção das ondas sonoras, fato facilmente demonstrado pela ampliação do mesmo por meio da mão, aplicada na sua parte externa, disposta em concavidade dirigida para a frente, tendo os dedos fechados. Desta maneira consegue-se duplicar a intensidade das percepções sonoras, permitindo ainda a observação de ruídos não percebidos anteriormente e que, devido ao aumento do cone de recepção chegaram então a ultrapassar o limiar de excitabilidade.

Êste órgão captador tem na espécie humana um desenvolvimento reduzido, si o compararmos com os órgãos congêneres de muitos mamíferos. Possivelmente a inteligência do homem veiu suprir esta falha dispensando a mobilidade e um maior desenvolvimento do orgão captador. Lembre-se ainda, de passagem que MACH lhe atribue a qualidade de orgão de ressonância para os sons altos.

Resumindo as nossas considerações, podemos dizer que a faculdade de localisar as fontes sonoras é raramente realisada exclusivamente pelas percepções acústicas, havendo, em regra, uma colaboração intima com a visão e com os processos psíquicos da atenção, que, na elaboração do juizo sobre um determinado caso, recorrem ainda aos motivos de reprodução.

Estas percepções guardam entre si relações espaciais e temporais. Tornam-se conscientes e conduzem ao ajuizamento sôbre a natureza de percepção das impressões acústicas, tão necessarias para a orientação no espaço.


BIBLIOGRAFIA

KÜLPE O. - Grundriss der Psychologie. Leipzig 1893.
FRÖBES J. - Lehrbuch der experimentellen Psychologie. Freiburg.
DENKER e KAHLER. - Handbuch der Hals-Nasen und Ohrenhenkunde. Berlin-München 1929.
WIEDERSHEIM. - Einführung in die Anatomie der Wirbeltiere. Jena 1907.




(1) Trabalho apresentado à Secção de O.R.L. da Associação Paulista de Medicina em 18-3-44.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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