ISSN 1806-9312  
Sexta, 19 de Abril de 2024
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105 - Vol. 22 / Edição 2 / Período: Março - Abril de 1954
Seção: Associações Científicas Páginas: 172 a 185
Associações Científicas
Autor(es):
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Sessão ordinaria de 17 de Setembro de 1953 - Presidente: Dr. Antonio Corrêa

EXPEDIENTE

Dr. Antonio Corrêa: comunica sobre o Congresso Pan-Americano de O.R.L. e B.E. em Caracas e o de Internacional de Oto-Neuro-Oftalmologia, em São Paulo.

Fala sobre o curso de pós-graduação de Oto-rino-laringologia a realizar-se na Faculdade de Medicina de Madrid.

Dr. Fabio Barretos Matheus: Comunica que ficou estabelecido em Belo Horizonte, que os trabalhos apresentados na 2ª Reunião Anual da Federação Brasileira das Sociedades de O.R.L., seriam publicados na Revista Brasileira de O.R.L. Comunica ainda que será publicado pela mesma revista um número especial em homenagem ao Dr. Mario Ottoni de Rezende e concita aos colegas à enviarem trabalhos afim de abrilhantarem o referido número.

ORDEM DO DIA

INFORMES SOBRE LOGOAUDIOMETRIA - Dr. Armando Paiva de Lacerda. (Publicado na integra no n.º 1 - 1954 desta revista).

O autor da palestra deu início às suas considerações, referindo-se às antigas provas qualitativas da audição que cedem lugar aos testes audiométrico dos tons puros, utilizando a escala de decibéis para medida de intensidade auditiva. Com o desenvolvimento da audiometria tonal, verificou-se porém, que esta nem sempre permite determinar com precisão a capacidade de se entender a fala, é que, uma impressão mais perfeita neste sentido, só pode ser fornecida pela medida da própria fala. Daí a importância dos estudos relativos a fono ou logoaudiometria, empregando-se sistemas eletrônicos por meio dos quais a voz passou a ser controlada pela escala de decibéis, recorrendo-se a determinadas técnicas e, a lista de fonemas previamente balanceados ou selecionados (PB test).

O A. faz a seguir, referências aos antigos conhecimentos fonéticos e ao novo conceito que considera os sons vocálicos como o resultado da colaboração de todo o organismo, de acordo o princípio Paloviano da unidade funcional organica, sob a direção cortinal. Mostra ainda, a importância da determinação das unidades fonéticas mínimas durante as pesquisas logoaudiometricos. Fazendo o histórico dos estudos relativos à medida da perda auditiva em relação a fala, o A. reporta-se aos trabalhos originais de Fíetcher na Bell Telephone Laboratories, às experiências posteriores de outros A.A., até se chegar ao trabalhos mais recentes da Universidade de Harward e aos estudos complementares do Instituto Saint Louis, de aplicação clínica.

Destaca o valor das listas foneticamente balanceados da Universidade de Harward, especialmente dos testes de palavras dissilábicas com igual acentuação (Selecter Spondies) que se tornaram os preferidos nessas pesquisas. Refere-se ainda, a função de articulação em que se baseia a moderna audiometria da fala; seguindo-se a projeção de gráficos, representado curvas de articulação ou de captação de individuas de audição normal e de diferentes tipos de material fonético, bem como curvas de captação de pessoas hipoacusicas. O A. depois de mencionar os ensaios logoaudiometricos do professor Elmiro de Lima lançando a semente desses estudos entre nós, conclui pela necessidade de se dar prosseguimento em maior escala a tal experiências, cujo campo de aplicação e clínica educacional se revela muito importante.

EVOLUÇÃO E PROGRESSO NA PRÓTESE AURICULAR ELETRÔNICA - SUAS INDICAÇÕES - Dr. José Eugenio Rezende Barbosa.

Na primeira parte da comunicação o autor fez um apanhado geral sobre a evolução histórica dos aparelhos auxiliares dos surdos, descrevendo diferentes princípios em que se basearam e ilustrando com projeções de quase todos os diferentes tipos de aparelhos que existiram, desde a "elipses ótica", abobada de Dionysios, e a trompa suspensa de Alexandre o grande, até os modernos aparelhos amplificadores eletrônicos. De acôrdo com Goldstein o autor dividiu os diferentes tipos de aparelhos em 6 grupos, representando os diferentes princípios da acústica mecanica e o aspecto exterior dos mesmos. l.º grupo: Tubos acústicos - tubos de conversação simples, tubos flexíveis com receptores especiais, tubos com idéias acústicas engenhosas e tubos com receptores sonoros múltiplos. 2.º grupo: trombetas acústicas - formas simples, primitiva e variadas. 3.º grupo: receptores ocultos ou camuflados - leques, chapéus, pentes ornamentais, coletes, bengalas, etc. 4.º grupo: Aparelhos com fim de aumentar a capacidade do sistema de transmissão sonora - aparelhos para o pavilhão auricular, pequenos tubos para diminuir a luz do canal, tímpano artificial. 5.º grupo: Aparelhos de transmissão óssea audiphone - dentaphone, osteophone, etc. 6.º grupo: Aparelhos elétricos - com princípio telefônico e com principio eletrônico. Na segunda parte da comunicação, o autor fez uma descrição pormenorizada e comparativa dos dois princípios dos aparelhos eletrônicos: a carvão e o tubo a vácuo. Descreveu em cada tipo os sistemas de transmissão amplificador e receptor, demonstrando as vantagens e defeitos de cada um. Tratou o A. em seguida da adaptação dos aparelhos auxiliares, a modelagem do conduto e a questão de ampliação uniforme versus aplicação seletiva.

Nas hipoacusias de tipo condução com audiogramas uniforme ou linear, observar o seguinte: A) alta voltagem de saída bateria B de 30 e 40 volts. B) Aparelhos de amplificação de tipos uniformes não progressiva. C) Adaptação no conduto forma e profunda. D) Condutor ósseo somente quando a curva óssea for no mínimo, 30 decibéis, acima da aérea na zona de 1000 a 3000 ciclos, ou nas condições crônicas imóveis locais.

Nas hipoacusias de tipo percepção, com audiogramas não uniforme, adaptação do aparelho é muito mais difícil, necessitando-se determinar o recrutamento do volume, a curva linear de um volume confortável. As ilhas ou lacunas. Observar o seguinte: A) bateria. B) de baixa ou média voltagem; amplificador de tipo sucessivo, de acordo com o limiar de volume confortável, C) Adaptação no conduto não profunda e mesmo não invisível. D) Jamais o condutor ósseo. Em uma parte final o autor abordou a questão dos futuros aparelhos auxiliares, resumindo a possibilidade de um grande progresso. 1) amplificação biaural; 2) Uso dos transmissores com amplificadores substituindo os tubos a vácuo; 3) desligamento automático dos aparelhos.

Dr. José Eugenio de Revende Barbosa: Indaga do Dr. Lacerda qual a orientação tomada no estudo que pretende fazer em nosso meio.

Dr. Lacerda: em resposta, informa que tem um plano de equipe constituída de vários técnicos.

Dr. Revende: Propõe que seja consultada a casa da conveniência de ser delegado do Dr. Lacerda, amplos poderes para ele agrupar os elementos que formarão a equipe, o que foi aceita pelos presentes.

Sessão ordinária de 19 de Novembro de 1953 - Presidente: Dr. Antonio Corrêa

ORDEM DO DIA

O PROBLEMA DA DOR NO POST-OPERATÓRIO DA AMIGDALECTOMIA DE ADULTO - Dr. J. Mattos Barreto. (Publicado na íntegra no n.º 1 - 1954 desta revista).

A PREVENÇÃO DA DOR POST-AMIGDALECTOMIA COM ANESTESIA DE AÇÃO PROLONGADA - Drs. Moysés Cutin e Rubens Machado de Campos.

Os A.A. fazem uma revisão dos meios empregados correntemente para minorar o sofrimento post-operatório. Frizam as condições especiais da amigdalectomia, tendo em vista a região e o aspecto da técnica cirúrgica.

Estudam o método de anestesia local de ação prolongada usando o produto "lumetrox" cuja fórmula é semelhante a da "efocaina". Relatam dois casos de paralisia do véo do paladar, consequentes ao uso deste medicamento. Um destes pacientes, voltou anormalidade ao cabo de três meses; enquanto outro apesar de ter passado 8 meses, ainda não obteve melhoras. Citam o trabalho de Weimberg que revela a ação lesiva deste medicamento nos musculos e nervos.

AÇÃO DO ACETATO DE CORTISONA NO POST-OPERATÓRIO DAS AMIGDALECTOMIAS EM ADULTOS - Drs. Antonio Corrêa e João Ferreira de Mello.

O acetato de cortisona foi eficaz em 11 pacientes adultos amigdalectomisados, determinando redução do edema e da dor local nos dias imediatos ao da operação. Os pacientes receberam 150 mlg. de acetato de cortisona, por via intramuscular, dias primeiras 24 horas e 100 mlg. nas 24 horas seguintes.

Não foram verificados quaisquer efeitos indesejáveis que contra indicassem o uso deste hormônio. Cremos que a cortisona possa ser usada no post-operatório das amigdalectomias em adultos visando melhorar os sintomas dolorosos que ocorrem neste período.

O CONTROLE DA DOR NA AMIGDALECTOMIA DO ADULTO PELO G.15.903 - Dr. Sergio de Paula Santos.

O A. historia o emprego do piramido na terapêutica médica e sua parcial aceitação. Refere a síntese de um novo produto derivado do piramido (G.13.871) que misturado em partes iguais a este, produz o G. 15.903 (Irgapirin) com propriedades que permitem o uso parenteral da droga.

Relata sua experiência em 10 casos no tratamento da dor post-operatória da amigdalectomia, tendo a impressão, apesar do pequeno número de casos, apresentar o G. 15.903 propriedade analgésicas, superiores àquelas dos outros analgésicos usados até hoje com este fim.

COMENTÁRIOS

Dr. Rubens V. de Brito: Uma vez que a cortisona é usada de 6 em 6 horas, usando-se um analgésico com o mesmo intervalo, obter-se-a o mesmo resultado.

Dr. Otacílio de Carvalho Lopes: Usou durante algum tempo o Eucupim embebido em algodão e colocado na loja esvaziada. Os efeitos sobre a dor eram satisfatórios, mas apresentava o inconveniente da hemorragia que o obrigou a deixar o seu uso.

Dr. Jorge Fairbaks Barbosa: Usou os auti-histaminicos nas hemorragias e lembra que estes, talvez tenham ação sobre a dor si esta estiver também de certa forma ligada à libertação de histamina.

Dr. Luiz Piza Neto: Usou o "lumetrox" em 10 casos e notou certa tendência às hemorragias.

Dr. Daniel Lopes: Usou o "lumetrox" em 10 casos sem acidentes porem não notou influência sobre a dôr.

Dr. René Yazaki: Pergunta si as paralisias do véo não foram devidas a dose exagerada da droga.

Dr. Raphael da Nova: Acha que o piramido deve ser usado com muito cuidado e pergunta se a cortisona não determina tendência à hemorragia, uma vez que ela é empregada nas tromboses.

Dr. Antonio Corrêa: Pergunta se os conferencistas tem experiência sobre a questão do pH em relação com a dor, pois que a acidose ou alcalose local, podem determinar sintomas funcionais, que são resolvidas com o uso de medicamentos que neutralizem as variações patológicas do pH tecidual.

Sessão ordinária de 17 de Dezembro de 1953 - Presidente: Dr. Antonio Corrêa

EXPEDIENTE

Realizou-se a eleição da Diretoria para dirigir a Mesa no ano de 1954 que ficou assim constituída:
Presidente - Dr. José Augusto Arruda Botelho
l.º Secretário - Dr. Marco Elisabetsky
2.º Secretário - Dr. Walter Marchi

ORDEM DO DIA

"SINDROME DE ADAPTAÇÃO E DOENÇAS DE ADAPTAÇÃO" - Dr.Emilio Mattar.

Desde os primeiros estudos de Selye em 1936 se identificou um quadro clínico, bioquímico e hormonal, resultante de resposta inespecífica, geral do organismo a uma série de estímulos de natureza e caráter os mais variados. Esta resposta estereotipada à condições agressivas diversas foi designada por Selye de reação de alarma, constituindo um chamado as armas dos mecanismos inespecíficos de defesa contra todos os agentes de caráter agressivo. As manifestações primeiramente individualizadas por serem as mais berrantes são a hiperplasia da cortex adrenal, atrofia de orgãos timolínfátícos, modificações hematológicas e ulcerações gastroduodenais. Ao lado de decomposição organica geral parecia florescer a cortex supra-renal. Desde 1938 se demonstrou que a reação de alarme em animais adrenalectomizados não produzem involução timolinfatica, nem alterações hematológicas, e, em animais hipofisectomizados não se observa hiperplasia da cortex. Assim de início se concedeu ao eixo hipofiso-suprarrenal papel de relevo nestes acontecimentos. A reação de alarma faz parte de um quadro geral de respostas aos agentes inespecíficos, o qual se designa com o nome de síndrome geral de adaptação. A excitação contínua ou repetida do organismo a qualquer agente agressor produz primeiro a reação de alarma que se pôde dividir em fases, de choque e fase de contra choque; em seguida, um estagio de resistência e, por fim, se se mantiver o agente agressor um estado de exaustão. A fase de choque se parece bastante com o quadro avançado da insuficiência supra-renal, a saber, hipotermia, hipotensão, acidose, hipocloremia, hiperglicemia, aumento da permeabilidade capilar, hemoconcentração. A fase de resistencia se caracteriza por quadro de aspecto oposto com hipertensão, hiperclormeia, hiperglicemia, etc.

Na fase de exaustão, aparecem manifestações patológicas próprias das chamadas doenças de adaptação, sobretudo manifestações articulares, renais, vasculares, e hipertensivas. As doenças de adaptação resultam da ação de dois tipos de hormônios corticosuprarrenais, os chamados mineralocorticoides (hormônio tipo desoxicorticosterona) e os glucocorticoides (hormônio tipo: cortisona).

De forma sumaria, os glucocorticoides exercem os seguintes efeitos: linfo e casinopenia, atrofia timolinfatica, acentuam o catabolismo proteico e o neo-glicogênese, tem ação de retenção de Na e excreção de K, inibem a produção de anticorpos, a proliferação do tecido fibroso e da substância intercelular, impedem a inflamação articular e a lesão vascular que resultam da ação do DOCA, exercem ligeira ação hipertensora, aumentam bastante a resistencia do animal adrenalectomizados e não tem ação lesiva sobre os glomérulos renais. De outro lado os mineralocorticoides; em especial o DOCA, tem intensa ação sobre eletrólitos produzindo retenção de Na e espoliação de K, agravam a proliferação patogênica do tecido fibroso e da substancia intercelular, produzem manifestações articulares graves, lesão vascular difusa e lesões glomerulares intensas; exercem acentuada ação presos e aumentam bastante a resistencia do animal adrenalectomizados.

Na reação de alarma e nos estágios que se seguem, há um aumento de produção destes 2 tipos de hormônios. O predomínio de mineral ocorticoides sobre glucocorticoides produz retenção de sódio, hipertensão, doenças vasculares do tipo da periarterite nodosa, artrite semelhante a febre reumática ou à artrite reumatóide, acentuada reação do colágeno idêntica à das colagenoses, lesões glomerulares difusas semelhantes às das glomerulonefrites e às das nefroescleroses. O predomínio dos glucocorticoides sobre mineralocorticoides pode produzir diabete, síndrome de Cushing e úlcera péptica. Ao mesmo tempo os glucocorticoides tendem a inibir as doenças resultantes do excesso dos mineralocorticoides (colagenoses, hipertensão, doenças vasculares difusas; lesões renais glomerulares).

Os agentes capazes de produzirem a síndrome geral de adaptação, são as fraturas, os traumas físicos e psíquicos, os exercícios musculares intensos, o frio, raios X, exposição à atmosferas pobres em CO2, queimaduras, certas drogas, anestesias, intervenções cirúrgicas.

Em raros casos se desenvolvem na síndrome geral de adaptação doenças de adaptação. Há agentes que sensibilizam o organismo e facilitam o desenvolvimento das doenças de adaptação, sobretudo a ingestão de dietas ricas em Na ou proteinas.

As doenças de adaptação e a síndrome geral de adaptação devem ser tomadas no sentido da descrição de Sëlye, cone participação dos fatores hormonais ou de outros fatores que venham a ser identificados.

Como praticamente toda alteração patologica resulta de uma reação do organismo a uma determinada ação agressora num sentido lato, síndrome geral de adaptação perderá todo o sentido se nela incluirmos todos os fenomenos que se seguem à reação do organismo. Esta tendencia faz com que toda a patogenia humana, em todos os momentos e em todas as suas circunstancias, seja englobada e se torne sinônimo de síndrome geral de adaptação. Resulta naturalmente perda total de sentido desta designação, e este fato, a nosso ver, tem sido o principal responsável pelo desprestigio dos conceitos de Selye. Se restringirmos os fatos aos descritos e interpretados por este Autor, e é neste sentido que tomamos a sindrome geral de adaptação - os fenômenos ganham importância notável na interpretação dos mecanismos de doenças.

REAÇÃO DE ALARME EM ALERGIA - Dr. Ernesto Mendes.

Nestes últimos anos os pesquisadores tem ressaltado á importância e as relações entre fenomenos alérgicos e hormônios.

Dentre estes sobrepoem-se os hormônios adrenocorticos trazidos da hipofise, e os corticoides da supra-renal, que interferem reconhecidamente nas reações de tipo alérgicos. A importância dessas relações pode ser verificada numa revisão feita por Filand em 1953, no "Anual Review Microbiology". No que diz respeito ao caso particular da reação de alarme, diz Filand que a variedade desta tese provocadora está sob investigação em vários laboratórios.

Desta forma devemos ter a prudência de Finland e aguardar a confirmação das experiências de Selye que deram em resultado a doutrina da "Sindrome de adaptação.". Esta síndrome foi descrita por Selve em três fases: A reação de alarme, o estado de resistência e o estado de exaustão. Em essência, quando o "Stress" é continuado após a reação aguda haver terminado, alterações anatômicas e fisiológicas podem tomar lugar e estas são relacionadas a "exaustão" de capacidade do sistema hipofise-supra-renal a responder otimamente. Sob tais circunstâncias alterações histológicas importantes difundidas em varios orgãos, podem aparecer e dar lugar a várias doenças comuns que são portanto consideradas como "doenças de adaptação". O primeiro estado da "Sindrome de adaptação" é constituída pela chamada reação de alarme. Esta é constituída de duas fases: Choque e contra choque. A fase de choque dura de alguns minutos a algumas horas. Após a fase de choque o animal luta no estado de resistência, que é caracterizado pela soma de todas as reações inespecíficos dos estímulos com aumento de resistência aos mesmos; se após um estímulo demorado, a adaptação não for possível o animal entra no terceiro estado chamado de "exaustão". Não importa que os fenômenos sejam aceitos de maneira clara, metódica, cronológica como quer Selye que a sua terminologia seja aceita ou não. O principal é comprovar-se no caso particular da alergia, se determinados estímulos atuam através o lobo anterior da hipófise e se pelo hormônio adrenocorticotropico a cortex suprarenal seja solicitada a elaborar uma maior quantidade de hormônio corticóide (cortizona). Esta interpretação do contra choque da reação de alarme é muito importante na explicação de alguns fenomenos alérgicos. Antes porém dos mesmos serem abordados deveríamos chamar atenção para o fato que o trato respiratório pode ser considerado sob vários aspectos uma unidade funcional, maximé em se tratando de alergia. De fato sendo os brônquios cobertos pelo mesmo tipo de mucosa que forra as estruturas nasais é obvio que sob vários pontos a patologia da rinite alérgica será semelhante áquela da asma bronquioa.

Realmente congestão da mucosa com hipersecreção e obstrução, são comuns às duas enfermidades. Visto isto, tudo que se relaciona à asma pode ser aplicado a alergia do trato respiratório superior.

Desde 1911 que Bianchi, ao injetar nos animais extrato toxico de orgãos verificou que a dose mortal tinha que ser muito maior quando se fazia uma injeção prévia, isto é os animais resistiam muito mais quando eram submetidos a uma injeção preparadora algum tempo antes da segunda injeção. Selye interpreta este fato como sendo de reação de alarme no qual a infecção preparadora estimulou o eixo hipofisesuprarrenal com a libertação de cortisona e por conseguinte mais resistência ao "Stress".

Fenômenos idênticos foram descritos com o nome de "Taquifilaxis" e "Esqueptofiloxis". Nesta pode-se incluir os métodos de disensibilização por via oral tanto com o alergenos específico como por peptonas.

Estes últimos métodos consistindo no caso de peptonas por via oral, como método de desenssibilização, ainda é usado por um grupo de médicos. Os seus resultados foram sempre duvidosos, mas Urbach quis dar-lhe uma base científica e tentou demonstrar experimentalmente que pequenas doses de alérgenos-tipos desencadeastes podem proteger o animal.

A interpretação dada por Urbach foi na base da reação antígeno-anticorpo. Dizendo que pequenas quantidades de alergenos eram suficientes para aumentar o teor de anticorpos circulantes desde que a dose desencadeaste de alergenos era metabolizada antes de atingir o orgão de choque. Em outras circunstâncias as doses preparadoras de alergenos atingiam o orgão de choque provocando um único choque, não exteriorizado clinicamente, mas suficiente para esgotar os anticorpos e por conseguinte permitir que uma grande dose de alergenos pudesse entrar em contato com o organismo impunemente. Estas eram as explicações imunológicas dadas por Urbach para a desenssibilização específica e inespecífica por injeção ou por via oral, tal como ocorre com soro extranho, alimento etc.

Com as novas ideias de Selye a esqueptofilaxia não é nada mais nada menos do que uma reação de alarme, na qual a primeira dose irá estimular a hipofise com o respectivo hormônio adrenocorticotropico que irá despertar a maior formação de cortisona. Apesar da reação de alarme segundo Selye excluir o mecanismo específico, como a reação antigeno-anticorpo a esqueptofilaxia especificar poderia ser considerada como tal para aqueles que não vêm neste fenômeno uma reação imunológica específica perfeitamente esclarecida. Mesmo para os adeptos da desenssibilização especifica ha perigo de que alguns outros sejam tentados a querer explica-la pela interferência de estímulos sobre o eixo hipofisesuprarrenal. É sabido que o mecanismo da desenssibilização específica nas doenças alérgicas foi inicialmente atribuídos aos anticorpos chamados reagirias até os trabalhos de Coope e colaboradores, que demonstram que durante o tratamento disensibilização havia formação de um novo anticorpo chamado "bloqueador" que impedia a reação alergeno-reagiria. Não havendo um enquadramento perfeito dos tratamentos desenssibilizantes com a desenssibilização experimental anafilática, muitos alergistas propuseram a substituição do termo para a hipossensibilização. Alguns destes dão a entender que o mecanismo da desenssibilização ainda não foi totalmente esclarecido.

Desta forma uma interpretação de hipossensibilização específica pela reação de alarme poderia ser tentada e para os alergistas de espírito eclético, é bem possivel que cometam um mecanismo conciliatório, imunotrópico-hormonal. Aliás temos a impressão que as interpretações dirigem-se para este sentido. No que se refere a desenssibilização inespecífica a reação de alarme pode ser melhor compreendida e admitida pois os seus preconceitos imunológicos eram por vezes inconsistentes.

É sabido experimentalmente que o choque anafilático pode ser evitado, tratando previamente os animais por agentes inespecíficos.

Na asma experimental Finley (1953) consegue evitar os acessos tratando previamente os animais com estímulos de várias natureza; queimaduras, traumatismos, infecções, substâncias corrosivas, etc.

Nestas eventualidades o tratamento prévio como fator de inibição é indiscutível. Resta saber se na realidade o mecanismo de ação é o mesmo daquele descrito por Selye na reação de alarme. Sheldore (1953) sugere que o tratamento desenssibilizante inespecificos (peptonas, histamina, vacinas, etc.) atue por intermédio do eixo hipofisesuprarrenal.

O mesmo deve ser dito do tratamento pela febre e mostarda nitrogenada. Os coquetéis desenssibilizantes feitos com mistura de extratos alergenicos e bacterianos, tambem poderiam atuar da mesma forma. Generalizando a suposta ação desenssibilizante do B.C.G. em algumas infecções consideradas alérgicas poderiam encontrar um ponto de apoio na reação de alarme. Até que ponto estas generalizações tem fundamento nós não sabemos. No que diz respeito a vacinoterapia nas rinites alérgicas ou na asma, é fato difícil de explicar exclusivamente por mecanismo imunológico. Muitos pacientes melhoraram, logo na primeira dose insignificante de vacina e mesmo já na leitura do teste intradermico com extrato bacteriano.

Parece que o fator sugestão não existe pois tal fato não ocorre com extratos não bacterianos. É um fator conhecido há muito tempo, que os pacientes portadores de asma ou rinite alérgica quando são submetidos a uma operação eu sofrem um traumatismo ou queimadura, ficam temporariamente livres dos seus sintomas.

Este fato fez com que muitos medicos aconselhassem pacientes desta natureza a retirarem suas vesículas, apêndices, etc. até chegar a conclusão de que resultados semelhante fossem obtidos por uma simples laparotomia exploradora, fraturas, queimaduras e outros traumas. Estas observações constituem também argumento contra a crença de que os bons resultados obtidos por operações no trato respiratório superior em pacientes alérgicas decorram da remoção de um pretenso foco de infecção, de um obstaculo mecânico, enfim do afastamento de uma "espinha irritativa", para usar uma expressão mais usadas da escola Francesa.

Quando fomos relatores do tema asma bronquica no ultimo congresso da A.P.M. em 1950, dissemos que a reação de alarme se verdadeira apresenta fatos muito sugestivos para explicar porque o asmático melhora após uma operação ou um traumatismo. Outros métodos terapêuticos poderiam ser explicados pela reação de alarme é a "tortura chinesa" feito por um grande número de japoneses que nos consultam portadores de asma ou rinite alérgica. Este tratamento milenar consiste em queimar varios pontos da pele do dorso, com pontas de fogo, por meio de botões de bambu em brasa.

São estas ao nosso ver as relações mais evidentes e mais discutidas entre reação de alarme e alergia do trato respiratório superior.

A participação dos hormônios nos fenômenos alérgicas é indiscutível como tem demonstrado por meio de experiencias realizada em animais adrenalectomizados ou hipofisectomizados, ou em outras condições de pesquisa. A participação de outros mecanismos de ordem clínica, hematológica, enzimática, não nos compete analisar embora participem das reações alérgicas. Contudo o mecanismo básico primário e fundamental das doenças alérgicas continua a ser o imunológico e toda a orientação terapêutica deve ser feita nestes termos. Não concordamos em designar a rinite alérgica e a asma como doença de adaptação, pois seria uma maneira simples de aceitar o problema e um protesto para a desenção de provarem os alergenos e tratar os pacientes em bases mais específicas. Seria também um pretesto para o envéz de procurar a causa, resolver o problema injetando substâncias clorantes sem indagar a parte fundamental do agente etiológico.

SÍNDROME DE ADAPTAÇÃO EM ANESTESIA - Dr. Antonio Pereira de Almeida.

Resumo - "Após a brilhante exposição do ilustre. Dr. Emílio Mattar pouco nos restai comentar. Disse o colega que tanto a anestesia geral (narcose) quanto a anestesia raquidiana, agiam como "Stress" podendo desencadear a "Sindrome de adaptação", e suas consequência tardias. Este fato é verdadeiro apenas historicamente, pois também a anestesia progrediu, se bem que de maneira certa. Tal progresso trouxe mesmo em certos casos, modificações dos proprios conceitos. Se no início da especialidade a função do anestesista era de colocar o paciente em estado de inconsciência que permitisse o ato cirúrgico sem sofrimento, hoje, a narcose apenas atua como fenômeno colateral. Após os estudos de Leriche, Crile, Selye, Seiby e principalmente Labourit e Huguenard, o anestesista procura defender o paciente do trauma cirúrgico, evitando ao mesmo tempo as pesadas intoxicações que resultavam do abuso dos anestesicos gerais. Isto é conseguido por um lado, abaixando a reatividade do sistema neuro vegetativo e por outro, incidindo diretamente sobre as glândulas de secreção interna, principalmente hipófise e capsula supra-renal. Observa-se como consequência uma queda do metabolismo e da temperatura e inversamente um aumento da resistência à anoxia e ao choque cirurgico. Explica-se pois a difusão cada vez maior da potencialização anestesica e hibernação artificial.

SÍNDROME DE ADAPTAÇÃO EM O.R.L. - Dr. Antonio Corrêa.

Com base nos trabalhos de H. Williams (doença de Menière), E. Kime (nevralgias faciais atípicas) e S. G..Woolf (rinites) o A. lembra que é dado grande importância a reação vascular estereotipada na primeira fase da reação de alarme.

O fenômeno vascular, no sistema capilar (arteriola-capilar-venula) seria para Williams o fato fundamental na reação de alarme.

A disfunção do sistema capilar, na sindrome geral de adaptação, acarretaria uma doença de adaptação, com sintomas dependentes da região afetada - o labirinto na doença de Menière, os vasa-vasorum e vasa-nervorum nas cefaléias, e a mucosa nasal nas rinopatias atípicas. O conceito de doença de adaptação nestas afecções otorrinolaringológicas inespecificos (alarmógenos) e dentro de um mesmo mecanismo patogênico (síndrome). A dificuldade ciêntifica deste conceito, está na deficiência de dados endocrinologicos (sistema hipofise-supra-renal) ou metabólicos que provem ou melhor enquadrem estas na molestia de adaptação.

Sessão ordinária de 17 de Fevereiro de 1954 - Presidente: Dr. José Augusto Arruda Botelho

EXPEDIENTE

Dr. Antonio Corrêa - "Tendo terminado a minha gestão na presidencia do Departamento de Otorrinolaringologia desta Associação, nada mais natural, do que trazer ao conhecimento de sua Diretoria, tini resumo de nossas atividades durante o ano de 1953, e algumas sugestões como contribuição ao maior brilho e eficiências do citado Departamento".

RESUMO DAS ATIVIDADES

Foram realizadas 10 (dez) sessões ordinárias e 1 (uma) extraordinária no decorrer de 1953.

Uma sessão ordinária, foi feita com o Comitê Latino-Americano para o estudo do cancer da "laringe", graças a colaboração do Dr. Plínio de Mattos Barreto, quando tivemos ocasião de ouvir as maiores autoridades latino-americanas no, assunto.

Em outra sessão ordinária, foi feita uma merecida homenagem ao competente e dedicado colega Francisco Hartung, cujo desaparecimento representa uma das perdas da Otorrinolaringologia paulista; usou da palavra nesta ocasião o Prof. Mangabeira Albernaz, enaltecendo as qualidades do pranteado especialista em nome do Departamento de Otorrinolaringologia.

As sessões restantes constaram de apresentação de casos clínicos da atualidade, e principalmente discussão de assuntos gerais, de interesse para a Otorrinolaringologia.

Foi nosso intuito incentivar o estudo de assuntos médicos da atualidade, convidando colegas competentes na matéria que nos trouxeram conhecimentos modernos contribuindo para a elevação do nivel cultural e científico dos otorrinolaringologistas.

Assim foi que tivemos reuniões dedicadas e especialmente ao estudo da:

Infecção focal em O.R.L.
ACTH e Cortizona em O.R.L.
Problemas da dor post-amigdalectomia.
Sindrome geral da adaptação e doenças de adaptação.
Técnica e cirurgia da amigdalectomia.
Hemorragias em amigdalectomia.
Problemas da logoaudiometria.
Prótese auricular eletrônica.

Queremos agradecer neste momento a colaboração dos colegas especialistas ou não; que abrilhantaram as nossas reuniões pelo seu preparo e competência, tais como: Prof. Justo Alonso, Prof. A. Paula Santos, Prof. Helio L. de Oliveira, Prof. Emilio Maltar, Prof. Raphael da Nova, Prof. José de Mattos Barreto, Prof. Paulo Mangabeira Albernaz, Prof. Bernardino Tranchesi, Paulo Braga Magalhães, Ernesto Mendes, Plínio de Mattos Barretto, Moysés Cutin, J. E. Rezende Barbosa, Daniel Lopes, Haroldo da Silva Bastos, Mauro C. Sousa Dias, João Ferreira de Mello, Marcos Elisabetsky, Sergio de Paula Santos, Antonio de Almeida e José Lorngmann.

Nós mesmo, procuramos colaborar na atividade do Departamento apresentando 4 trabalhos nas sessões ordinárias. No total tivemos 23 trabalhos apresentados, com 21 colaboradores.

No decorrer do mês de Julho o Departamento de O.R.L. da A.P.M. fez-se representar pelo seu l.º Secretário Dr. Fabio Barreto Matheus na 2.1 Reunião Anual da Federação Brasileira das Sociedades de Otorrinolaringologia, efetuada em Belo Horizonte. Nesta reunião brilharam os nossos consórcios, Plínio de Mattos Barretto e Raphael da Nova.

No mês de Dezembro o Departamento de O.R.L. também compareceu representado pelo seu presidente Antonio Corrêa, nas Jornadas Otorrino-Oftalmológicas de Campinas, em comemoração ao jubileu do Dr. Penido Burnier.

Nos meses de Janeiro e Fevereiro fizemos realizar sob os cuspidos da A.P.M. um Curso de férias de Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas, com a colaboração dos Assistentes da Clínica Otorrinolaringológica: - Raphael da Nova, Plínio Mattos Barretto e Antonio Corrêa.

SUGESTÕES

Analisando mais de perto a atividade da Diretoria do Departamento de O.R.L. da A.P.M. dois fatos nos chamaram logo a atenção.

Primeiro é o tempo de duração da Diretoria eleita. Tivemos a impressão de que muito mais pode-se fazer pela especialidade médica, quando apoiadas pela grande organização que é a nossa Associação Paulista de Medicina, se tivéssemos um periodo de 2 anos de atividade. Certamente esta idéia só poderia vingar como orientação geral para todos os Departamentos, e tendo base nos seus estatutos. Em segundo lugar, lembrando a orientação seguida por outros centros otorrinolaringologistas, sugerimos que a denominação do Departamento seja completada. Tal como se encontra intitulada, êele não representa a totalidade de seus membros, dificultando mesmo a compreensão de suas atividades. Melhor seria denomina-lo Departamento de Otorrinolaringologia e Broncoesofagologia da A.P.M.

Ao iniciarmos a nossa gestão, o nosso antecessor transmitiu-nos uma das tarefas mais importantes que a A.P.M. tende a executar - a criação do Curso de Especialisação - a fim de possibilitar no futuro, aos médicos de São Paulo a aquisição de conhecimentos básicos para a obtenção do "BOARD" ou seja, o titulo de especialista.

Infelizmente não pudemos satisfazer aos colegas da A.P.M. neste desejo de todos nós, do Departamento de O.R.L.

Lembraria no entanto, que para dar início aos futuros cursos de "pós-graduação", a Clínica de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina, exige no Hospital das Clinicas, uma base mínima de estágio para qualquer médico que queira se especializar.

Este estágio nunca é inferior a 1 ano, e inclue frequencia, diária à Clínica, além da obrigação de assistir as aulas, cursos e reuniões ali realizadas, além das atividades no ambulatório e enfermaria.

Anexamos a êste relatório uma copia do esquema do estágio de 1 ano; representa esta orientação dentro da Otorrinolaringologia em São Paulo, a primeira que inicia os passos, na verdade, rudimentares, para os cursos e estágios de futuros especialistas. Para os médicos formados em São Paulo, na Universidade, a menos de 2 anos, o Hospital das Clínicas mantem 2 vagas anuais aos que desejarem seguir a Otorrinolaringologia.

Nesses casos o futuro especialista, mora no Hospital em regime de internato, e terá um estágio não inferior a 2 anos, com obrigações e possibilidades, que garantem ao candidato sair do Hospital com conhecimento e prática bastante profundas e extensas da especialidade.

Penso, que êsses são os 2 tipos de cursos de Especialização que poderão servir de base aos futuros diretores do Departamento de O.R.L.; assim como a digna comissão científica, para estudo da matéria.

Não poderíamos terminar êste relatório sem agradecer a valiosa colaboração dos colegas de Diretoria, Fabio Barretto Matheus e Waldemar Muller da Costa, sem a qual, muito pouco teríamos feito no Departamento de O.R.L.

Espero não tenha desapontado aos colegas que me delegaram êste honroso cargo dentro da A.P.M.

Fazendo esta consideração sobre a nossa gestão na Diretoria do Departamento de O.R.L. em 1953, na presente sessão queremos satisfazer um dever com os colegas que nos elegaram, e dar uma satisfação a nova diretoria.

Merecida e acertada caiu a escolha do presidente na pessoa de José Arruda Botelho, colega competente, honesto e amigo dos seus colegas. Dado seu tipo de trabalhador e batalhador penso que o Departamento de O.R.L. poderá resolver em 1954 aqueles problemas em suspenso que citamos, como operoso e profícuo será em novas idéias e atividades.

ORDEM DO DIA

DIAMIDINODIFENOXIPENTANA NO TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE DAS MUCOSAS - Drs. Antonio Corrêa e Gildo Rocha Brito.

Resumo - Os A.A. fizeram um estudo sobre o tratamento da leishmaniose das mucosas (15 casos) pela diamidinodifenoxipentana, produto orgânico, não arsenical e não antimonial.

Não foi feito nenhum tratamento local ou fisioterápico. Os pacientes receberam doses que variaram entre 10 e 30 ampolas de 5 cm3 da solução a 25% por via intramuscular.

A dose de 20 ampolas com exceção de um unico caso, foi insuficiente para determinar a cura clínica das lesões. A dose ótima foi de 30 ampolas, divididas em 3 séries de 10, com intervalos de 10 dias entre cada serie (aplicação diaria). Como manifestações de intolerância local ou geral assinalam-se dor no local injetado, anorexia, nauseas e vomitos e, em único caso vertigens. Em nenhum caso foi necessário suspender a medicação em virtude destes sintomas. Em nenhum caso houve comprometimento hepático renal ou de médula óssea verificável por exame de laboratório.

Não foi possível avaliar o problema das recidivas dadas as distâncias das residências dos pacientes.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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