ISSN 1806-9312  
Sábado, 23 de Novembro de 2024
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1031 - Vol. 37 / Edição 3 / Período: Setembro - Dezembro de 1971
Seção: - Páginas: 345 a 348
Regeneração Espontânea da Membrana Timpânica*
Autor(es):
Francisco de Andrade Leite**

Introdução

A finalidade dêste trabalha é estudar a regeneração da membrana timpânica em gatos. Vários autoresl,2,3,4,5,6,7e8 já demonstraram que a perfuração pode se reconstituir espontâneamente. Nossa pesquisa foi realizada em gatos a fim de estudar mais detalhadamente êste fenômeno.

Material e métodos

Utilizamos 10 gatos (Felix Domesticus) para nossas experiências. Depois de selecionado o animal era vacinado e ficava em observação durante 5 dias. Usamos Pentobarbital sódico por via intraperitonal como anestésico na dose de 30 mg/Kg/pêso, reforçado com anestesia local (xilocaina 1,5% de adrenalina) nos pontos auriculares. Fazia-se em seguida a limpeza do local da cirurgia com raspagem do pêlo, circunferencialmente ao redor do pavilhão (3 cm) e realizada a assepsia com mertiolato. Utilizamos material comum de cirurgia otológica.

A cirurgia era realizada após auriculectomia total e ressecado parciais e totais da membrana timpânica. Fêz-se em todos os casos curetagem do ânulo timpânico em todos os lados esquerdos, (quadro n.° 1).

O animal permanecia em observação durante seis semanas quando então era sacrificado, a fim de ser estudada a regeneração.

Resultados

Verificamos regeneração epitelial da membrana timpânica no lado direito nos gatos n.° 1, 2, 3 e 4, a partir da 3a semana nos quais havíamos ressecado uma das metades da membrana. O fechamento total verificou-se na quarta semana. No lado esquerdo, entretanto, onde havíamos curetado o ânulo timpânico havia uma boa regeneração epitelial mas não chegou a fechar completamente o espaço perfurado. Quanto às experiências efetuadas nos gatos n.° 5 e 6 verificou-se que em ambos os ouvidos, onde havíamos realizado a miringectomia total com e sem ressecado do ânulo, não houve regeneração. Nos gatos n.° 7, 8, 9 e 10 onde foi ressecado um dos quadrantes (quadro n.° 1), no lado esquerdo ou direito com ou sem curetagem do ânulo timpânico, tivemos resultados excelentes. A partir da primeira semana da operação observou-se regeneração espontânea com fechamento total do espaço correspondente aos segmentos ressecados.



Discussão

pânicas verificamos que a curetagem do ânulo interfere pelo aumento do tempo necessário para se concretizar a regeneração, isto verificamos pela comparação dos resultados obtidos nos gatos n.° 7, 8, 9, e 10 que só tiveram lesão em um dos quadrantes. Neste tipo de ressecções que foram realizadas nos gatos n.° 1, 2, 3, e 4, o ânulo parece ter importância pois até a sexta semana não havia fechamento total da perfuração embora houvesse regeneração epitelial. Nas perfurações traumáticas da membrana timpânica podemos esperar bons resultados segundo o tamanho da lesão, como podemos demonstrar nestas experimentações.

Sumário e conclusões

Produzimos uma série de lesões na membrana timpânica de gatos e verificamos que quanto menor a perfuração maiores possibilidades existem de regeneração da mesma. A curetagem do ânulo timpânico prejudicou a regeneração quando a lesão se localizava em uma das metades da membrana timpânica. Não houve regeneração na miringectomia total.

Summary and conclusions

We have made a number of lesions on cat eardrums and we have found out that the smallest the perforations, the greatest the possibilities of regeneration. The curetting of the tympanic annulus impaired regeneration when the lesion was sited in one half of the eardrum. There was no regeneration at all when total myringectomy was performed.

Bibliografia

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* Estude realizado no Departamento de Cirurgia Experimental do Hospital Cedars Sinai Medical Centor, Instituto de Pesquisas, Divisão de Otorrinolaringologia, sob a direção do Prof. Victor Goodltill, M. D., Los Angeles, California, 1969.
** Professor Assistente - Da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.
Indexações: MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs (Index Medicus Latinoamericano), SciELO (Scientific Electronic Library Online)
Classificação CAPES: Qualis Nacional A, Qualis Internacional C


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