Versão Inglês

Ano:  1954  Vol. 22   Ed. 1  - Janeiro - Fevereiro - ()

Seção: -

Páginas: 39 a 46

 

OBSERVAÇÕES SOBRE, OS MÚSCULOS GLÔSSO-PALATINO E AMIGDALO-GLÔSSO (1)

Autor(es): Dr. JOSÉ E. DE PAULA ASSIS (2)

(1) Trabalho feito no Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Brasil) - Diretor Prof Dr. Renato Loucchi.

(2) Fellow fundador da Secção Brasileira do Colégio Internacional de Cirurgiões. Chefe de clínica O.R.L. do Hospital N. S. Aparecuda e Casas de Saúde Matarazzo - São Paulo (Brasil).

Por termos encontrado algumas divergências na descrição do músculo glôsso-palatino, quer na sua exposição anatômica como na sua importancia funcional, resolvemos fazer a sua revisão anatômica, baseada em sessenta dissecções feitas no Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Brasil).

Aproveitamos o ensejo que se nos oferecia para verificar em nosso material o chamado músculo amigdalo-glôsso, por termos lido, em uma publicação nacional, referência a seu respeito.

MÚSCULO GLÔSSO-PALATINO

A literatura sobre este músculo limita-se às descricões nos compendios de anatomia e referências esparsas em trabalhos relacionados a antigdala palatina. Entre estes destacamos o de Albernaz (1947) que, tratando da loja amigdaliana, diz: "Como se sabe, a parte anterior é formada pelo pilar anterior, dobra da mucosa faringica dupla, que envolve um corpo muscular extremamente delgado e de importância muito relativa, pois, por vezes, só pode ser visto em cortes microscópicos."

0 músculo glôsso-palatino é o que forma o arcabouço de sustentação do arco palatino anterior ou pilar anterior.

Inserções - Sua inserção superior faz-se na parte anterior da face inferior do véo palatino, daí descendo para a margem lateral da língua, porção posterior, onde se insere inferiormente abrindo-se em leque tal qual como em sua inserção superior.

Ação - A sua ação é levar a língua para cinca e para traz, contribuindo também para a oclusão da oro-faringe.

MATERIAL E MÉTODO

Para nossas pesquisas dissecamos 60 peças (lados) dos quais 38 eram antimeros, isto é, pertenciam a 19 indivíduos. Destes, 13 eram brancos, 4 mestiços (mulatos) e 2 negros, 4 pertenciam ao sexo feminino e 15 ao masculino.

As peças dissecadas (60) foram:
a - Do lado direito, 30 casos.
b - Do lado esquerdo, 30 casos.
c - De indivíduos brancos 34 casos (28 homens e 6 mulheres).
d - De indivíduos negros 10 casos (3 homens e 7 mulheres).
e - De indivíduos mestiços (mulatos) 16 casos (10 homens e 6 mulheres).

Na grande maioria tratava-se ele indivíduos adultos (53 casos); poucos de velhos (4 casos) e jovens (3 casos).

RESULTADOS

As dissecções efetuadas foram sempre no sentido supero-inferior. De cada caso fazíamos uma descrição sumaria. Foi executado um desenho de um caso que julgamos interessante (n.º 42) e com mais dois outros (n.º 20 e 22) descreveremos à parte.

0 m. glôsso-palatino mostrou-se sempre perfeitamente dissecavel sem necessidade de lupa ou microscópio. Em ambas as inserções (superior e inferior) o músculo expande-se em leque, alargando-se consideravelmente. Na inserção inferior na margem lateral da língua as suas fibras se misturam com as de outros músculos que aí também se inserem, principalmente o m. estiloglôsso. Em sua parte superior entra também em contato com fibras anteriores do m. faringo-palatino, das quais são facilmente destacáveis. Quanto à sua forma de apresentação podemos dizer que, em geral, é um músculo perfeitamente individuado e de robustez apreciável.

Classificamos arbitrariamente o m. glôsso-palatino em 3 categorias:
a - Delgado, quando se apresenta, no máximo, com 3 mms de espessura;
b - Robusto, quando atinge 6 mms.
c - Mnito robusto, quando excede essa medida.

Seguindo este critério encontramos 1.º grupo: 7 casos; 2.º grupo: 32 casos; 3.º grupo: 21 casos.

Ao l.º grupo pertencem os casos n.º 4 - 5 - 18 - 24 - 27 - 28 - 29 (3 homens e 4 mulheres; todos adultos, 5 brancos 1 mulato e 1 negro; 3 lados esquerdos e 4 direitos).

No 2.º grupo enquadram-se os casos n.º 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 25 - 26 - 30 - 31 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 43 - 44 - 47 - 48 - 51 - 57 e 58 (24 homens e 8, mulheres, 3 velhos e 29 adultos; 6 negros, 19 brancos e 7 mulatos; 16 lados direitos e 16 lados esquerdos).

No 3.º grupo colocam-se os casos, n.º l - 2 - 3 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 32 - 42 - 45 - 46 - 49 - 50 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 59 e 60; (14 homens e 7 mulheres; 10 brancos, 3 negros e 8 mulatos; 10 lados direitos e 11 esquerdos).

Verificamos deste modo que, em nosso material, o m. glôsso-palatino. apresentava-se delgado em 11,5%, robusto em 53,5% é muito robusto em 35%.

CASOS INTERESSANTES

Dentre as 60 peças dissecadas, consideramos bastante interessantes. São os casos catalogados sob números 20 - 22 e 42. No caso n.º 20 (homem, adulto, branco, lado esquerdo) o m. glôsso-palatino apresentava-se muito forte, sendo reais evidente a sua abertura em leque em sua inserção superior. Um delgadissimo fascículo muscular parte da margem posterior do músculo, em sua porção mais alta, um centímetro antes de sua penetração no véo palatino, fascículo que, curvando-se para traz em alça convexa, superiormente, atinge imediatamente a prega triangular; na espessura da qual se perde.

No segundo caso, de n.º 22 (homem, adulto, branco, lado esquerdo) o m. glôsso-palatino mostrava-se de robustez fóra do comum. Para uma comparação geométrica um tanto forçada, representa o músculo uma piramide triangular de base no palato mole e ápice truncado na língua. No primeiro centímetro a partir da língua podem-se distinguir 3 faces no músculo, após a sua dissecção e repuxamento da língua para baixo, uma face medial, uma lateral e uma posterior. Depois as faces se desdobram e abrem-se em leque, apresentando então o músculo uma face ántero-medial e outra postero-lateral. Sua base, no nível de sua penetração no véo palatino mede um centímetro é sete milímetros de largura e seu ápice truncado quatro milímetros (implantação lingual).

No terceiro caso, n.º 42, (homem, adulto, branco, lado esquerdo) o m. glôsso-palatino apresenta uma inserção lingual medindo 2 centimetros de largura. Partindo dela, dirige-se para a sua inserção palatina, no arco correspondente, como uma fita achatada transversalmente. Estreitando-se até atingir 1 cm de largura, aos 2 cm de sua inserção inferior, disassocia-se em dois feixes distintos e ele robustez equivalente (fig. n.º 1), um lateral e outro medial, os quais, ao atingir as suas inserções superiores guardam entre si a distancia de um centímetro. Em seu conjunto o m. glôsso-palatino tem neste caso, o aspécto de um Y de ramo comuto muito curto implantado na língua. O feixe lateral, ligeiramente anterior, dirige-se para frente, em arco suave, inserindo-se desde o hamulus até quase a linha mediana, em parte na lamina horizontal do palatino, em parte por meio de uma lamina tendinosa forte e confunde-se com a aponevrose palatina (tendão do m. tensôr do véo do palador e com ele vai até a linha mediana. A porção palatina deste feixe é recoberta pela aponevrose palatina que lhe fica superiormente. O segundo feixe, ele direção medial e posterior, dirige-se para a raiz da uvula, onde se confunde com os feixes do m. faringo-palatino. No seu trajeto está sempre sob a aponevrose palatina, onde ela existe. Em outras palavras, este feixe se mantem mais próximo da mucosa palatina em sua face bucal do que o outro, que é mais profundo na sua porção palatina.


Fig. 1 - Obs. n.º 42 (homem, branco, adulto, lado esquerdo). Músculo glôsso-palatino (g.p) muito robusto divido em 2 feixes com terminação lingual comum.


São estes os três casos que julgamos de especial interesse, todos de robustez fóra do comum, o primeiro emitindo um fascículo; o segundo pela sua exagerada implantação palatina e o terceiro pela sua bifurcacão.

As nossas pesquisas, baseadas em 60 dissecções, demonstram que em 88,5% dos casos o m. glôsso-palatiho apresentase robusto, e só em 11,5% delgado sempre, porém, facilmente dissecavel sem auxilio de lupa ou microscópio. O seu vigor, comprovado em 88,5% dos casos, impele-nos a concordar com os, autores que o consideram como elevador da língua para uma é para traz, ao mesmo tempo que, abaixando o véo movel, contribue para a oclusão do orifício oro-faringiano. Assim proposto emprestamos a este músculo a consideração que merece e encarecemos com Fowler (1937) e Parkinsom (1951) e outros autores modernos a necessidade da maior preucaução durante a operação da amigdalectomia, afim de não ser este lesado. A própria estética o exige. Fowler diz taxativamente: "Care should be exercised not to button-hole the anterior pillar at the auter edge of the muscule".

Em consequência de nossas observações, concluímos:
1.º) O m. glôsso-palatino é perfeitamente individuado facilmente dissecavel sem auxilio de lupa ou microscópio
2.º) É um músculo robusto na grande maioria dos casos (88,5%).
3.º) Em 5% dos casos (3 em 60) apresenta variações caracterisadas por excessiva robustez de suas inserções emissão de fascículo ou bifurcação.
4.º) Pela sua robustez e papel fisiológico que desempenha deve ser alvo de especial cuidado na operação da amigdalectomia, para a qual constitue o melhor ponto de reparo de sua incisão inicial.

MÚSCULO AMIGDALO-GLÔSSO

Aproveitamos o abundante material de nossas pesquisas sobre o m. glôsso-palatino para, em nossas dissecções, procurar o chamado músculo amigdálo-glôsso, descrito minuciosamente e nomeado por Broca, (1866). A descrição pormenorisada do músculo acompanhadá de um esquema, é encontrada no Atlas de Anatomia daquele autor, em colaboração com Bonamy e Beau (1866). Brocá,descreve-o como tendo a sua inserção superior na parte superior da face externa da amígdala e sua capsula. Daí descem as suas fibras verticalmente, penetram no corpo muscular da língua, onde se entrelaçam com as que vêm do lado oposto, formando os dois músculos reunido uma curva de concavidade superior. Emprestou o Autor a esse músculo o papel de adutor da amígdala. Daí em diante, grande número de tratados de Anatomia faz menção deste músculo, descrevendo-o com maior ou menor minúcia. Entre outros podemos citar Sappey (1876) e Le Double (1897). Testut (1911) descreve-o detalhadamente, apresentando uma gravura especial e considerando-o como componente da loja amigdaliana. Jonnesco (in. Poirier Charpy, 1923) também a ele se refere, assim como Bryce (in Quain, 1923). Testut e Jacob (1929) descrevem-no como constituinte da parede externa da loja da amigdala, resalvando entretanto a sua frequente ausencia. Muitos outros autores, que julgamos desnecessario citar, a ele se referem no capítulo dos músculos dá lingua ou dá loja dá amigdála. Quanto aos trabalhos especializados, citamos o de Viela (1926) fundamentado em 120 dissecções. No seu minusioso trabalho, o autor salientando as dificuldades, da pesquisa do m. amigdaloglôsso tal como o descreveu Broca, devido ao grande intrincamento de fibras musculares na área dá dissecção, principalmente na lingua, chega à conclusão que o músculo, como o concebeu Broca, não existe ou seria de tal modo raro que não o encontrando no número elevado de suas dissecções, poderia praticamente negar a sua existência.

As nossas pesquisas, apoiadas em 60 dissecções, confirmaram plenamente as conclusões de Viela, pois, em nenhum caso sequer encontramos algo, que, pudesse lembrar, remotamente que fosse, o aludido músculo. Castro Lima e Valente (1946) em uma monografia sobre hemorragias da amígdala, ao descrever a loja amigdaliana, declaram que raramente pode ser encontrado na região o m. amigdalo-glôsso de Brouca." Aí há visível lapso, queremos crêr, tipografico.

CONCLUSÕES

As nossas pesquisas, de acordo com as de Viela, levam-nas também a negar a existencia do m. amígdala glôsso.

AGRADECIMENTOS

Com satisfarão expressamos os nossos melhores agradecimento ao Exmo. Sr. Prof. Dr. Renato Locchi, pelo seu bondoso acolhimento permitindo a realisação das pesquisas no Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, assim como a Exma. Sra D. Lili Ebstein pela confecção do desenho que ilustra este trabalho.

SUMÁRI0

O. A. estuda, em dissecções, protocoladas quanto à raça, sexo e idade, o músculo glôsso-palatino por ter encontrado algumas divergências em sua descrição. Em suas pesquisas o músculo apresentou-se na grande maioria dos rasos robusto (88,5%), sempre facilmente dissecavel sem auxilio de lupa ou microscópio. Não se observaram diferenças apreciaveis quanto à raça, sexo e idade. Dentre os 60 casos dissecados encontrou três que reputa interessantes: os de n.º 20 - 22 e 42 nos quais o músculo mostrava desenvolvimento fora do comum. O primeiro (n.º 20) destaca-se pela emissão de um delgado fascículo que partindo de sua margem anterior em sua porção mais alta, faz uma curva e atinge a prega triangular em cuja espessura se perde. 0 segundo (n.° 22) evidencia-se dos demais pela, sua extraordinaria robustez, formando uma piramide trìangular de base superior (palato mole) e ápice na língua. A sua inserção superior ou palatina mede nada menos que um centímetro é sete mililimetros de largura. O terceiro (n.º 42), o mais interessante de todos, também de exagerada robustez, apresenta, em sua, inserção inferior ou lingual 2 cm de largura para se dividir logo após em 2 feixes, distintos de 1 cm cada, um lateral e outro medial, que vão se inserir no véo do paladar a uma distância de 1 cm entre, si. Êste caso, é descrito destacadamente e leva uma figura elucidativa. Chega à conclusão que, sendo o músculo bastante robusto 88,5% e desempenhando um papel de relativa, importancia no dominio da oro-faringe (oclusão) e movimentos da língua, a sua integridade deve ser respeitada com especial cuidado na operação da amigdalectomia, para a qual constitue, o melhor ponto de reparo de sua incisão inicial.

Aproveitando o material o A, pelo mesmo motivo que o levou a estudar o m. glôsso-palatino, faz pesquisas sobre o m. amigdalo-glôsso, confirmando a conclusão, de Viela (1926), isto, a negação da existência desse músculo.

SUMMARY

Discrepancies in the description of tile m. glossopalatinus and amygdaloglossus suggested this study, which is based on simple dissection of 60 specirnens pretocolled as to race, sex and age. The m. glossopalatinus always found to be easily demopstrated without the aid of magnifying lenses; indeed in 88,5% of the cases this muscle was greatly develloped. No substancial differencies were found as to race, sex and age.

Three cases deserve special description (N.º 20 - 22 and 42) because of their uncommon morphology: (N.º 20). Presents a small bundle projecting from the upper part of the anterior border of the muscle, curving towards and endingi the triangular fold; (N. 22). Exceptionally strong, shows the form of a triangular pyramid, originating in the soft palate by its base and inserting in the tongue by the apex; the base measured 17 mm (N. 42). The most interesting of our cases, also very strong, showed two fascicles, lateral and medial, in its lingual insertion, measuring 1 cm each in width, which took origin separately in the palate, 1 cm apart.

The considerable size of the m: glossopalatinus in 85,5% of the cases indicates an important, hole in the function of the oropharynx (oclusion) and motility of the tongue, and therefore the muscle must be respected with special care during tettsilectomy, so much so that it is the best landmark for the first incision.

As to the m. amigdaloglossus, the writer's results confirm those of Viela's (1926), that is, this muscle does not exist as a gross entity.

BIBLIOGRAFIA

1 - ALBERNAZ, M. - 1947. Preconceitos medicos e leigos relativos às amigdatas e sua explicação. - Rev. Brasil. Oto-rino-laringol, 15(5-6): 187-215.
2 - BONAMY, C.; BROCA, P. et BEAU, M. E. - 1866 - Atlas, d'anatomie descriptive du corps humain - Paris, Masson. et Cie., v. 3.
3 - BRYCE, T. H.- 1923 - Myology, in QUAIN'S elements of anatomy. London, Longmans, Green, Co., v. 4, p. 2.
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5 - JONNESCO, T. - 1912 - Tube, digestif, in POIRIER, P, et CHARPY, A - Traité d'anatomie humaine. - Paris, Masson et Cie, v. 4, f. 1.
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8 - PARKRSON, R. H. - 1951 - Tonsil and allied problems. - New York, The MacMillan Co.
9 - SAPPEY, P. C. - 1876 - Traité d'anatomie descriptive. - 3ème, éd. - Paris, A. Delahaye et Cie., v. 2.
lÒ - TESTUT, L. - 1912 - Traité d'anatomie humaine. - 6ème éd. - Paris, O. Doin et Fils, v. 4.
11 - TESTUT, L. et JACOB, O. - 1929 - Traité d'anatomie topographique. - Paris, O. aoin v. 1.
12 - VIÉLA, M. A. - 1926 - Recherches anatomiques sur le muscle amygdalo-glosse de, Broca, - Ann. d'Anat. Path., 3 (1.): 87-90.

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