Versão Inglês

Ano:  1970  Vol. 36   Ed. 2  - Maio - Agosto - ()

Seção: -

Páginas: 100 a 101

 

A Anestesia na Cirurgia da Amígdala

Autor(es): Alberto Afonso Ferreira*

As táticas e as técnicas de cirurgia da adenoamigdalectomia e as suas implicações com a anestesia que utilizamos são baseadas em 15 a 16 mil casos. O risco anestésico na adenoamigdalectomia varia como é considerado grande quando se tratam de crianças, pois há a necessidade de uma entubação e da aspiração de secreções das fossas nasais ou a penetração de fragmentos de adenóides para o interior da traquéia.

Quanto ao risco cirúrgico, é um risco médio. Além de problemas de deglutição provocado por dor e da perda sangüínea pós-operatória, os doentes têm os seus mecanismos de hemostasia conservados. O regime do paciente vai influenciar, definitivamente, a técnica anestésica.

Alguns cirurgiões, por motivos sócio-econômicos mantêm os seus doentes em regime ambulatório. Tão cedo a criança esteja em condições de se locomover, são enviadas para casa. Ésse regime ambulatório é muito perigoso e nós sabemos de acidentes fatais que ocorreram, trazendo grande desprestígio para a cirurgia e para a anestesia. De modo que a maioria dos nossos otorrinolaringologistas preferem regime de internação para seus pacientes.

A medicação pré-anestésica, varia de acôrdo com o regime do paciente. Ao doente em regime de ambulatório devemos prescrever qualquer medicação depressora do sistema nervoso central. Variará também com o peso, com a superfície corpórea e de acordo com o agente anestésico a ser empregado. É supérfluo administrar atropina se não vamos usar éter. Pois não há diminuição da secreção das vias aéreas quando utilizámos anestésicos gerais que não produzem sialorréia.

A reposição de perdas líquidas é uma outra rotina que nós adotamos à custa de uma solução de glicose a 5%, baseados em que essas crianças. estão submetidas a um regime de jejum e sede de, grosseiramente, 15 horas; a temperatura ambiente tropical da maioria do nosso território nacional, o que vai prover, por, essa reposição, uma recuperação mais rápida e completa.

Muitos dos senhores cirurgiões operam os doentes sentados, no caso, então, fazendo a extração pelo Sluder. Outros preferem o doente em decúbito dorsal. Mas a grande tendência é adotarmos, então, a posição de Rosenthal com o abre boca de McIvor.

Existe discussão sobre o. tipo da entubação traqueal na amigdalectomia. Os que defendem a entubação oral julgam que ela é menos traumática. Ela é que mais usada, de maneira que a maioria dos anestesistas estão afeitos a sua técnica, e ela permite o uso de sondas com balonetes. E esses mesmos acham que as grandes desvantagens da entubação naso-traqueal se deve a que ela é mais traumática, de uma técnica mais difícil e que poderia carrear adenóides. Nós vamos ver que a tendência é cada vez mais de utilizarmos entubação nasotraqueal e que as desvantagens são desfeitas com uma maior prática dos especialistas.

Existe uma série de medidas que nós devemos tomar para diminuir o sangramento. Uma medida utilizada é a ventilação com ar, em vez de oxigênio. Clinicamente foi demonstrado que o sangramento diminui quando ventilamos o paciente com ar puro, ou com concentrações que atinjam o máximo de 60%.

A utilização de certos anestésicos, do tipo do Halotane e Fluotane influencia também no sangramento e logicamente no aumento de retorno venoso cefálico.

A hemostasia sendo realizada por compressão ou através de pontos transfixantes, vai também influenciar a técnica anestésica.

Tomamos o cuidado de proteger a córnea com algodão, para evitar ceratites traumáticas no pós-operatório.

É muito importante que a conecção da sonda naso-traqueal com os prolongamentos não perturbe o movimento do cirurgião.

Utilizamos em nossa rotina a ventilação, a sanfona modêlo 840 de "Takaoka", com o ar puro ou enriquecido. Usamos reposição do líquido com glicose a 5%. O anestésico utilizado é o Fluotane.

* Anestesista do Servïgo Penído Burnier - Campinas /SP.

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