Versão Inglês

Ano:  1942  Vol. 10   Ed. 6  - Novembro - Dezembro - ()

Seção: Trabalhos Originais

Páginas: 611 a 621

 

ANATOMIA DO "PLEXUS TYMPANICUS" NO HOMEM

Autor(es): O. ARCONDES CALASANS (2)

Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de S. Paulo
(Diretor: Prof. R. Locchi)

Quasi que como conclusões, apresentamos aqui os resultados de nossas pesquisas sobre o "plexus tympanicus" no Homem, por nós obtidos e expostos mais demoradamente na nossa tese de Docencia-Livre de Anatomia (Descritiva e Topográfica)1, na qual, como era para se esperar, examinamos detalhadamente a literatura respectiva e a concatenamos convenientemente.

A técnica usada na preparação das peças foi a seguida por PERMAN (1924), no seu trabalho sobre os nervos do coração em Mamíferos e no Homem, e a dissecção, o estudo e o desenho de cada. uma delas foram feitos com o auxilio do microscópio binocular estereoscópico de Greenough (Leitz).

Estudamos o plexo timpanico em 103 preparações, das quais 100 obtivemos da. dissecção bilateral de 50 individuos (35 masc. e 15 fem.), e as restantes, todas de masc., de 3 cadaveres diferentes, sendo 1 do lado esquerdo e as duas outras do lado direito. Quanto à raça, sexo, nacionalidade e a idade, o material se distribue do seguinte, modo: de indivíduos brancos, 26 obs.; sendo 22 de masc, e 4 de fem.; destas, 5 são de portugueses, 6 de alemães, e 15 de brasileiros. De individuos mulatos, 26 peças (14 masc. e 12 fem.) e de negros 51 plexos, (39 masc. e 12 f em.) todos brasileiros. Com relação à idade, com excepção de 1 indivíduo de 1 ano e de outro de 12, e de um adulto de idade ignorada, todas as demais foram retiradas de cadaveres de 18-99 anos.

A parte analítica, um tanto extensa, dos resultados das nossas dissecções de plexus tympanicus, demonstra sobejamente, assim o cremos, ser muito mais complexa e variavel a disposição dos ramos nervosos que formam êsse plexo na parede labiríntica da caixa do ouvido médio, do que aquela que se encontra rios Tratados e Compêndios de Anatomia em geral, e mesmo nos trabalhos especiais a respeito.

Confrontando a morfologia do plexo timpânico, por nós observada na quasi totalidade dos casos, com aquela figurada e descrita nos Tratados, ressalta diferença já na maneira de se disporem os seus constituintes. Assim, ao passo que da leitura dos Tratados, salvo raras exceções, mais que de um "plexo", poder-se-ia falar em n. timpânico e seus ramos colaterais, de distribuição simples, nos nossos achados é bem evidente a formação de um "plexo" nervoso propriamente dito, sendo muito rara uma disposição não plexiforme. Basta correr a série de esquemas reproduzidos na tese, ou mesmo as duas figuras que ilustram este resumo para se inferir da existência de um verdadeiro plexo, o dual é devido quer à presença de múltiplas raízes para os ramos emitidos (ou recebidos) pelo n. timpânico, seja pelas anastomoses, ou melhor, comunicações, que trocam entre si estes últimos, como ainda determinado pela presença de arcadas nervosas no percurso do tronco do n. timpânico, arcadas resultantes das conexões supracitadas entre os ramos colaterais, ou de esboço de desdobramento ou real dissociação do n. timpânico.

Este plexo é, em geral, particularmente complicado na sua porção anterior, i. é, ao nível do segmento inicial dos ramos anteriores do nervo timpânico, devido talvez ás inúmeras conexões do nervo de Jacobson e de seus ramos colaterais, com o plexo simpático carótico interno.

Extrema é pois a complexidade e variabilidade de disposição dos elementos do plexo timpânico, com diferenças individuais, dentro de um mesmo grupo étnico e até com diversidade de configuração patente entre os dois lados de um mesmo indivíduo, podendo-se afirmar que cada plexo timpânico, apresenta caracteres próprios, tanto na sua morfologia geral, como nas suas minúcias.

Salientamos ainda que dentro de cada grupo étnico notámos, de um modo geral, a mesma gama de variabilidade quanto à disposição dos diversos elementos constitutivos do plexo timpânico.

Consequentemente, em relação ao sexo e aos varios grupos étnicos estudados, levando em devida conta a relativa escassez dos casos observados em indivíduos brancos comparativamente ao de mulatos e negros englobadamente, não se pode, de nossas investigações, indicar diferenças anatômicas do plexo em apreça que possam ser consideradas como características ou privativas de um dos mencionados grupos raciais.

A grande diferença de resultados, entre as nossas pesquisas - (plexos complicadíssimos) - executadas com métodos técnicos especiais, e com o auxilio de aparelhos óticos adequados, e as dos AA. que nos precederam - (plexos muito simples) - faz sentir a necessidade do emprego de processos apropriados para maior evidenciação das formações nervosas, em qualquer estudo anatômico do âmbito do sistema nervoso periférico, e mais especialmente do sistema simpático, como aliás têm procedido AA. varios, em outros distritos.

O nosso estudo sendo de pura morfologia, naturalmente não permite, com bases sólidas, estabelecer a origem real dos constituintes do plexo e muito menos deduções de sua função, i. é, não se pode dele, deduzir o valor fisiológico dos seus numerosos componentes, sejam dos ramos ou, mais especialmente, do n. timpânico. Do ponto de vista anatômico, como os AA. já assinalaram, o plexo timpânico determina, pelas múltiplas comunicações ou anastomoses, conexões entre os nervos facial, glossofaríngeo, trigêmeo e sistema .simpático. No entanto, a respeito' da origem real das fibras que formam o n. timpânico, além das observações em cortes seriados de VITALI (1909), citámos de passagem, as experimentações de TOYOTA (1928). Esse A. seccionou o tronco do n. timpânico no cão e observou pelo estudo da degeneração, em cortes, que êsse nervo, como era sabido, realmente possue fibras do n. glossofaríngeo ; mas não significa que ao lado destas não haja outras de origem diversa. TOYOTA crê ainda que, pelo menos na entrada da caixa do ouvido médio, o n. timpânico não contém fibras que decorram para o gânglio petroso. Também verificou que os filetes provenientes do n. glossofaríngeo alcançam o gânglio otico através do n. pequeno petroso superficial. Quanto ao n. caroticotimpânico, nota que êste fornece poucas fibras oriundas do n. glossofaríngeo, fibras que teriam ação vascular sôbre a a. carótida interna, não entrando, diz o A., própriamente na interpretação do valor funcional das fibras do n. timpânico.

Para este resumo, como acima já fizemos sentir, escolhemos duas figuras entre aquelas que ilustram a nossa tese. Uma delas (fig. 1) corresponde a um tipo de plexo simples e frequente, e a outra já a um caso um tanto complicado (fig. 2).

Procurando agora retinir nossos resultados principais em forma de conclusões, apresentamo-las de modo não muito sintético, pela dificuldade de as resumir sem as prejudicar. Baseando-nos em nosso material julgamos poder dizer que:

1 - O plexus tympanicus, no Homem, estendido sôbre a parede labiríntica do ouvido médio, resulta de um ramo principal, troncular, - nervus tympanicus - e dos ramos que êste nervo recebe ou emite. Conforme sua orientação, os filetes derivados do nervo timpânico, podem ser grupados em posteriores e anteriores. Fazem parte do grupo dos ramos posteriores os seguintes nervos : o ramo para a janela oval, o ramo para o espaço interfenestral, o ramo para. a janela redonda e o ramo para as células mastoideas. No grupo dos anteriores contam-se: o n. caroticotimpânico inferior, o ramo tubário e o n. caroticotimpânico superior. Cada um dos nervos ou ramos pode apresentar-se em um ou mais filetes independentes, conforme será apontado abaixo. Das conexões múltiplas (esses elementos entre si, resulta um complicado e verdadeiro "plexo timpânico". O tronco do plexo se acha, geralmente, anastomosado coro o nervo facial e algumas veses, com os nn. grande e pequeno petrosos superficiais.

2 - No segmento do nervo timpânico que concorre para a formação do plexo, podemos considerar duas porções: a) uma que compreende a parte (leste nervo aplicada sôbre o promontório: porção promontorial; b) outra alojada no canalículo timpânico superior: porção canalicular superior.

Surge o nervo da parede labiríntica, através do orifício cranial do canalículo timpânico inferior, o qual se abre em 53 sôbre 103 casos, abaixo e adiante da extremidade inferior da janela redonda. Desemboca ainda, êste pequeno canal, em 34 das nossas peças, inferiormente a esta janela; em 15, na frente do seu polo inferior e apenas em 1 caso, atrás da porção mais inferior do contôrno dorsal da janela redonda.

Muito variável é o trajeto do nervo sôbre o promontório. Em 27 casos êle se dispõe retilíneamente; 9 vêzes se mostra em linha quebrada de 3 ou 4 segmentos, enquanto que em 4 observações se dobra em ângulo obtuso de seno anterior (1 vez) ou posterior (3 vêzes). Pode o nervo recurvar-se sôbre si mesmo, desenhando um longo arco, de abertura voltada para frente (4 casos) ou para trás (2 casos). Em 28 vêzes descreve dois arcos sucessivos, de concavidade voltada para frente (24 casos), ou alternadamente côncavo e convexo (4 vêzes). É de trajeto sinuoso em 11 peças e em 12 casos se dispõe a principio em arcada côncava anteriormente e depois torna-se retilíneo, lembrando no seu conjunto um algarismo "5". Retilíneo no início e côncavo porção superior, se apresenta em 3 casos. Finalmente em 3 peças, o nervo timpânico, logo após sua penetração na caixa do ouvido médio se dissocia em 2 feixes nervosos que tornam a -se reunir ao nível da abertura distai do canalículo timpânico superior.

O n. timpânico ao subir pelo promontório, independentemente de sua disposição acima analisada, se orienta oblíquo' para a frente, segundo pudemos observar em 92 obs., e é quasi vertical nas 11 restantes peças.

3 - Percorrida a parede labiríntica do ouvido médio, o nervo alcança a abertura inferior do canalículo timpânico superior que se acha junto ao ápice do processo cocleariforme em 65 casos. Em 29 das peças abre-se em correspondência do ponto de união do 1/3 posterior com os seus 2/3 anteriores do bordo inferior do bico de colher, e em 9 casos entre o bico de colher e o polo anterior da janela oval.

O canalículo timpânico superior, é geralmente arciforme, 60 vêzes sôbre 103 obs., ou dobrado em ângulo obtuso de seno ântero-superior (12 vêzes), ou retilíneo e oblíquo para cima (18 casos), ou sinuoso e oblíquo neste mesmo sentido crânio-rostral (3 vêzes).

O n. timpânico passa em geral (94 vêzes) medialmente ao semicanal do músculo do martelo e em 9 casos, no espaço que media entre o processo cocleariforme e o bordo anterior da janela oval. Em 2 casos, o n. timpânico recebe o filete anastomótico do n. facial aquém do canalículo homônimo superior, i. é, no interior da caixa do ouvido médio, motivo pelo qual não entra neste cômputo.

Apenas em 15 exemplares não encontrámos o ramo comunicante do n. facial com o plexo timpânico, o qual marca, conforme o critério que seguimos, o limite entre o n. timpânico e n. pequeno petroso superficial. Êste filete anastomótico surge em 50 casos do gânglio geniculado do n. facial e 38 vêzes da porção horizontal do VII par. Quanto à sua direção é o filete anastomótico do n. facial com o n-timpânico, em 72 peças oblíquo para baixo e para diante,.e 12 vêzes, oblíquo para baixo e para trás, lembrando esta última a disposição descrita por HENLE. Em 2 casos é ascendente e apenas em 1 peça é horizontal. Em todas as observações, com exceção de 2 peças em que a conexão se dá na caixa do tímpano, o filete anastomótico se une ao n. timpânico no interior do canalículo homônimo.

4 - A janela oval em 36 casos é provida de 2 ramos nervosos; em 34 casos, apenas por um ramo; em 20, por 3 ; e em 4 por 4 filetes. Apenas em 9 das nossas peças não encontrámos ramo para esta janela.

Em 10 observações (1 de branco, 1 de Mulato e 8 de negros) o ramo ou um dos ramos para a janela nasce diretamente da porção Horizontal do n. facial.

5 - A mucosa do espaço situada entre as janelas oval e redonda, em 47 casos é inervada sòmente por um filete, em 28 por 2, em 3 por 3, e em 1 por 4 filetes nervosos.

Esta mucosa se achava desprovida de filamentos nervosos independentes e evidenciáveis, em 24 das nossas observações.

6 - Apenas em 36 peças não encontrámos ramo para a janela redonda, achando-se ela provida por um (54 vêzes), por dois, (10 vêzes), ou por três filetes nervosos (3 vêzes).

7 - O plexo timpânico envia ainda, em 23 sôbre 103 observações ramúculos individualizados e independentes, que se distribuem às células mastoídeas (um, 20 vêzes, dois, 2 vêzes, três, uma vez).

8 - O ramo ou ramos caroticotimpânicos inferiores existem em 97 sôbre 103 peças, e podem ser em número de 1 (60 vêzes), de 2 (31 vêzes) ou de 3 (6 vêzes).

9 - A tuba auditiva, com exceção de dois casos, é inervada por um ramo ou ramos do n. timpânico. Possue apenas um filete em 48 casos, dois em 49 e 4 em 4 das nossas peças.

10 - Rara é a presença de um ramo caroticotimpânico superior, pois apenas o encontrámos, sempre em número de um, 7 vêzes sôbre 103 observações.

11 - O nervo timpânico se acha diretamente anastomosado por meio de um filete, em 13 peças, com o n. pequeno petroso superficial.

12 - 25 vêzes o nervo timpânico se apresentava ligado ao n. grande petroso superficial, por meio de um único filete (24 vêzes) ou por meio de dois (1 vez).

13 - Em 3 preparados, encontrámos um filete que, partindo do n. timpânico, logo se dividia em dois, unindo-se cada um deles, respectivamente, com os nn. grande e pequeno petrosos superficiais.

14 - Com as resalvas feitas quanto ao número de casos estudados, parece não haver diferenças de valor racial, na disposição do plexus tympanicus, nos varios grupos humanos por nós examinados.

15 - Pode-se dizer, conto conclusão geral e final que cada plexo timpânico apresenta uma disposição característica, peculiar, que o distingue tia sua morfologia geral e, a fortiori, nas suas particularidades; consequentemente, não ha simetria bilateral na configuração do plexus tympanicus.



Fig. 1 - Esquema de disposição mais frequente do plexus timpanicus



Obs. 75 Esq. masca, branco, 99 anos, brasileiro. (x 3).

1 - n. tympanicus
2 - ramo comunicante ou anastomótico do n. facial com o plexo timpânico (ramus communicans cum plexu tympanico)
3,4 - ramos para a janela oval
5 - ramo para a janela redonda
6 - nn, caroticotimpânicos inferiores
7 - ramus tubae pharyngotympanicae.

f. - n. facialis

g.p.s. - n. petrosus superficialis major
p.p.s. - n. petrosus superficialis minor

m. - semicanalis musculi tensoris tympani

c. - a. carotis interna

o. - fenestra vestibuli

r. - fenestra cochleae



Fig 2 - Plexo timpanico de tipo complicado
Obs. 105 Dir., masc., branco, 41 anos, brasileiro


1, n. timpanico; 2, ramo colateral do n. facial para a mucosa de tuba de Eustachio; 3, ramo para a janela oval;4, ramo para a mucosa interfenestral; 5, ramo para a janela redonda nascido do ramo 4, para a, mucosa interfenestral; 6, nervo caroticotimpânico inferior, anastomosado com o outro n. homónimo, situado mais acima, por um plexo de malhas alongadas e irregulares; 7, ramo tubário originado do n. timpanico; 8, filete anastomótico do n. timpânico com o n. pequeno petroso superficial. Para outras indicações, vide fig. anterior.

SUMMARY

THE ANATOMY OF THE "PLEXUS TYMPANICUS" IN MAN

O. Marcondes Calasans

The "plexus tympanicus" was studied in 103 specimens, provided by the bilateral dissection of 50 individuals (35 m. and 15 .f.) and by that of other separate ears (2 on the right side and 1 on the left).

Before dissection all pieces were treated by picric acid solution, as used by Perman (1924) in his studies on the cardiac serves of mammals. All plexuses were dissected and studied under tlie Greenough inicroseope.

The plexus, localised on the labyrinthic wall of the tympanic cavity, was found to he much more complex than it is usually described in the anatomical text books and also in the previous papers on the subject.

O. MARCONDES CALASANS

Until now most of the authors admitted a very simple distribution of the tympanic nerve and its collateral branches. The present study however revealed. a much more complicated distribution of these nerves. This complexity is a restilt of the multiple connections - betwcen thé nervus tympanicus (n. tymp.), its collateral branches and the numerous anastomoses with the plexus caroticus internus. On the other hand, the complexity of the plexus increases in many cases because of the dissociation of the nerve of Jacobson - truncular bundle -of the mentioned plexus. Neither the sex nor the racial groups studied showed any anatomical, differences which may be considered as characteristic of a determined ethnical group.

The detailed observation of the 103 cases allow- the following conclusions:

1. The human plexus tympanicus consists of the main truncular branch - the n. tymp. - and the branches that this nerve receives or emits. The bundles of fibers may be classified into posterior and anterior, according to their position. The posterior group gives off the following branches: to the fenestra vestibuli, to the interfenestral space, to the fenestra cochleae and the ramus tubae pharyngotympanicae. Each of these nerves and branches may be represented by two-or more independent bundles of fibers, the multiple connections of which form the complex plexus tympanicus. The trunk of thé plexus is generally connected with the facial nerve and soinetimas with the n. petrosus superficialis major and n. p. s. minor.

2. The portion of the n. tymp. contributing to the plexus may be divided into a (a) promontorial and a (b) superior canaliculur part. The first is lodged on the promontorium and the second in the canaliculus tympanicus superior.


In 53 of the 103 cases examined the n. tymp. appears on the labyrinthic wall through the cranial opening of the canaliculus tympanicus inferior below and in front of the inferior extremity of the fenestra vestibuli. In 53 cases this canal opened below and in front of the fenestra vestibuli; in 34 it opened below this window; in 15 below; in 15 below its inferior pole, and only once behind the lowest part of the rostral border of the mentioned fenestra. The direction of the nerve on the promontorium varies greatly. The most common figures are: straight (27 cases); in broken line (9); in a wide angle opened anteriorly (1), and posteriorly (3). In some cases the nerve curves in a long arch with anterior (4) or posterior (2) opening. Sometimes the nerve curves in two sucessives arches, with anterior concavity (24) or alternately concave and convex (4 cases). It was sinuous in 11 specimens; in 12 it curved first, with an anterior concavity, to. become straight after, imitating thus the figure "5". In 3 cases the nerve runs straight in the beginning to curve later on. Finally, in 3 specimens, after entering the middle ear the tympanic nerve divides in' 2 branches, which join on the farther opening of the superior tympanic canal.

Regardless of the configuration discussed above, the disposition of the tympanic nerve on the promontorium was oblique leaning forwards in 92 cases, and nearly vertical in the other 11.


3. After the trajectory on the labyrinthic wall the nerve reaches the inferior opening of the superior tympanic canal in 65 cases. Sometimes. (in 29 cases) this canal opens at the level of the cochleariform process on the point in which the posterior 1/3 unites with the anterior 2/3. In the other 9 cases the opening lies hetween the chochleariform process and the anterior extremity of the fenestra cochleae.

I'Ite superior tympanic canal is generally bow-shaped (60 specimens), or curves in an obtuse angle with ali antero-superior sinos (12 times) or is ,lraiglit and slanted uIwvard (18 times) or sinuous and slanted in the samc rostral direction.

In 94 specimens the n. tymp, passes on the inner side of the semicanal of the tensor tympani between the cochleariform process and the anterior border of the fenestra cochleae. In 2 cases the n. tymp. receives ali anastomotic branch from the n. facialis before the superior tympanic canal, i. e. inside the middle ear cavity. For this reasons it is not treated in the present stmiv.

In only 15 cases we did not find the comunicating branch oi the n. facialis with the plexos tympanicus, which according to our opinion determines the lirutit hetween the n. tymp and n. petrosus superficialis minor. This anastomotic branch arises in 50 cases from the ganglion geniculi and in 38 others froui the horizontal portion of the VII verve slanting either (in 72 cases) downward and forwards or (12 cases) downward ali(] backwards. This latter diposition agrees with Henle's description. In 2 cases it is ascendent; in only ove it is horizontal. In all cases the anastomotic branch unites with the n. tymp. inside the tympanic canal with the exception of 2 cases where the union takes place in the tympanic cavity.

4. The fenestra cochleae is provided with 2 branches (30 cases) with only one (34 cases); with 3 (20 cases), with 4 (4 cases) anil with no branches (9 cases).

Iu 10 cases (1 White, 1 inulatto anil 8 Ncgroes) the filtres of ove of the branches runuing to the fenestra arise dircctly froco tlic horizontal portiou of the n. facialis.

5. The ntucous utembrane of the intcrfenestral space is, in 47 cases, providetl with only ove branch;. with 2 in 28 cases; with 3 in 3 cases and with 4 only on ove case. This mucous membrane had no independeut or visihle branches in 24 specimens.

6. There were no branches to the fenestra vestibuli in only 36 cases; in 54 cases there was 1, in 10 cases 2 anti in 3 cases 3 branches.

7. The plexus tympanicus gives riso in 23 cases also to small, individualised and independent branches. which are distributed to the mastoid cells (1 in 20 cases, 2 in 2 cases, 3 once).

8. The inferior caroticotympanic branch or branches exist in 97 specimens and may be in number of 1 (60 cases), 2 (31 cases) or 3 (6 cases) branches.

9. The tuba pharyngo-tympanica, witlt two exceptions is provided with ove or more branches of the n. tymp. In 48 cases there was only 1 branch; there were 2 in 49 cases and 4 in 4 cases.

10. The presence of a superior caroticotympanic branch is rare, for we found it only in 7 of the 103 cases and always as a single branch.

11. In 13 specimens there is a direct anastomosis of the n. tymp. with the n. petrous superficialis minor through a small branch.

12. In 25 cases the n. tymp. was connccted with the n. petrosus superficialis major through one. (24 cases) or 2 branches (1 case).

13. In 3 cases we found a branch arising from the n. tyrnp. which soon after divided in 2; one of these secondary branches unites with the n. petrosus superficialis major, the other with the n. p. s. minor.

14. With the due restrictions as to the number of cases here studied there seems to be no racial difference in the disposition of the plexus tympanicus in the various ethnical groups taken into consideration.

15. As a final general conclusion we can say that each plexus tympanicus presents a characteristic and peculiar disposition which renders it distinct as to its morphology and of course to its minute details; thus, there is no bilateral symmetry in the configuration of the plexus tympanicus.




(1) Marcondes Calasans, O. - Anatomia do "Plexus Tympanicus" no Homem. Tese de Docencia-Livre de Anatomia (Descritiva e Topográfica) da Faculdade de .Medicina da Universidade de S. Paulo; 138 pag. 21 fig., Tipografia Rossolilo, novembro de 1940, São Paulo.
(2) Docente-livre e Primeiro Assistente

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