Versão Inglês

Ano:  1938  Vol. 6   Ed. 5  - Setembro - Outubro - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 383 a 392

 

ASSOCIAÇÕES CIENTIFICAS

Autor(es): -

SECÇÃO DE OTO-RINO-LARINGOLOGIA DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

Reunião de 17 de Fevereiro de 1938

Presidida pelo Dr. Camargo Penteado, secretariada pelo Dr. Angelo Mazza, realizou-se no dia 1 7 de Fevereiro de 1938, uma reunião da Secção de Oto-rino-laringologia da Associação Paulista de Medicina.
Ordem do dia:

O A. relacionou a oto-rino-laringologia com a clinica geral, dizendo que o oto-rino antes de ser um especialista deve ser um clinico. Dentro da neurologia salientou os pontos de contáto que dizem respeito com a oto-rino, da mesma maneira para com as molestias dos aparelhos respiratorio e circulatorio, mostrando tambem as estreitas ligações da oftalmologia e pediatria. Referiu que grande é o numero de pediatras que frequentam os serviços de oto-rino e terminou reafirmando que o especialista deve antes de tudo ser um clinico.

Comentarios:

Dr. Aureliano Fonseca: Referiu um caso de sua clinica em cujo quadro predominavam manifestações orbitarias, de inicio tratadas com colirios, etc. E, como não regredissem as mesmas, pensou em uma fronto etmoidite do que discordou o dr. Pereira Gomes então chamado em conferencia. A radiografia confirmou o seu diagnostico e o doente, entregue aos cuidados do prof. Paula Santos, foi 2 vezes operado, em seguida faleceu.

Trabalho publicado na Revista da Associação Paulista de Medicina - Vol. XII Junho, 1938.

Dr. Plinio de Mattos Barreto: Após cumprimentar o A., passa a tecer considerações em torno da patologia do esofago, referindo-se ao modo erroneo com que são tratadas pelos medico& não especializados, as afecções deste orgam, facto este que tem ocasião de testemunhar no Serviço da Faculdade de Medicina onde frequentemente recebe doentes portadores de molestias esofageanas cronicas que, tratadas cientificamente de ha muito estariam sanadas.

Dr. Silva Guimarães: Refere-se ainda ás molestias do esofago, dizendo não compreender o motivo pelo qual o oto-rino-laringologista despreza este capitulo da especialidade. Passa em seguida a falar do tardio-espasmo, mal de engasgo, dizendo ter uma estatistica de 118 casos tratados pela dilatação forçada com ótimos resultados. Falou da sua incidencia na infantis. Refere-se ao aparelho do prof. Alipio Correa Netto no qual introduziu uma modificação original. Prometeu apresentar trabalho detalhado sobre o assunto á Secção, futuramente.

Dr. Cicero Jones: Começou dizendo da necessidade que tem o especialista em bem conhecer a hematologia. Citou um caso de angina de tipo monocitico, agudo, onde a contagem revelou mais de 70.000 leucocitos. O doente veiu a falecer. Pensa tratar-se de um caso de leucemia aguda, não sabendo dizer se linfóide ou mielóide porquanto não fera feita a prova da ozidáse. Teceu considerações em torno do diagnostico diferencial na agranulocitose. A seguir, referindo-se á alergia nasal, relatou as pesquisas que realizou durante o seu recente estagio de 2 anos nas clinicas americanas onde verificou que na alergia nasal havia sempre hipocalcemia e hipoparatireoidiamo, aquela como efeito imediato dente. Com a medicação hormonal e calcio regrediam fatalmente as manifestações alergicas.

Dr. Vicente de Azevedo: Felicitou viva e calorosamente o A. pelo seu fulgurante trabalho. A seguir promete á Cana um trabalho sobre as interdependencias, entre a O.R.L. e a Psiquiatria, trabalho esse inspirado em meticulosas e pacientes observações realizadas no Hospital do Juquerí.

A proposito relatou alguns casos de sindromes hipofisarios directamente corelatos com afecções inflamatorias do seio esfenoidal e nos quais a terapeutica veiu provar a nitida relação de causa e efeito entre as duas afecções . Volta a felicitar o A. pelo seu brilhantissimo trabalho, sugerindo. lhe que o amplie, dividindo-o em vários capitulos mais largos e mais completos.

Em seguida foi encerrada a reunião.

Reunião de 24 de março de 1938

Presidida pelo dr. Mangabeira Albernaz, secretariada pelos drs. Camargo Penteado e Angelo Mazza, realizou-se no dia 24 de março de 1938, uma reunião da Secção de Oto-rino-laringologia da Associação Paulista de Medicina.

No expediente por proposta do dr. Francisco Hartung foi designada uma comissão composta dos drs. Roberto Oliva e Francisco Hartung, para uma visita ao dr. Jaime de Campos que se encontra enfermo, e apresentar em nome da Secção os votos de pronto restabelecimento.

Ordem do dia:

SOBRE UM CASO INTERESSANTE DE CORPO EXTRANHO DO BRONQUIO, EXTRAIDO COM SUCESSO - Dr. Horacio de Paula Santos.

O A. apresentou o doentinho que a 4 de janeiro enguliu um alfinete, objecto esse que tambem foi apresentado. Referiu que a 8 de janeiro apresentou sinais de asfixia, com estado diftérico e foi feita a traqueotomia. Dois meses depois foram tiradas radiografias, pois o doentinho informou que havia engulido um alfinete no bronquio, o qual foi retirado.

Comentarios:

Dr. Mangabeira Albernaz: Pede aos colegas que sigam o exemplo do A. que conseguiu com um só caso, despertar tanto interesse aos presentes, e espera que esse exemplo frutifique

PROJECÇÃO DE UM FILM SOBRE UMA LARINGECTOMIA TOTAL - Dr. Cicero Jones.

Comentaríos:

Dr. Mangabeira Albernaz: Agradeceu, em nome da Secção, o explendido film, que o A. teve a gentileza de trazer.

CONTRA-RÉPLICA AO DR. MANGABEIRA ALBERNAZ - Dr. Ribeiro dos Santos. (Encontra-se publicada, na integra, na Revista da Associação Paulista de Medicina, Vol. XII - Maio, 1938 - Pag. 490).

CONTRIBUIÇÃO A- CIRURGIA DO MEGAESOFAGO - CONSIDERAÇÕES EM TORNO DE 118 CASOS (Nota previa) - Dr. Silva Guimarães.

O A. apresentou um aparelho dando-lhe a respectiva descrição. Referiu em seguida o criterio adotado para a dilatação, dizendo que por esse metodo é absolutamente dispensavel o controle radiologico. Possue no momento 118 casos de megaesofago nos seus varios tipos, tendo trazido toda a documentação radiografica dos mesmos.

Comentarios:

Dr. Plinio M. Barreto: Referiu que só pratica a dilatação depois de ter experimentado a distensibilidade da parede do esofago. Perguntou se o metodo preconizado pelo A. permite essa avaliação. O livro do prof. Vasconcelos cita que em cerca de 50 % dos casos, se encontram lesões cronicas que podem alterar a elasticidade da região como a propria fibrose, alterando a elasticidade do tardia. Quanto ao criterio radiologico, pensa que se deva utiliza-lo logo na primeira introdução, considerando que esse controle radiologico pode servir mesmo para avaliar a distensibilidade do tardia. Numa comunicação de 118 casos seria interessante o saber-se dos resultados terapeuticos obtidos, para assim melhor tirarmos as conclusões da eficacia do metodo. Considerou que o capitulo do megaesofago tem já uma feição muito diferente. Não tem mais o conceito de afecção local, mas sim o de um problema de avitaminose, uma afecção geral portanto, não podendo pois ser curado apenas com uma dilatação, mas sim precisando da cooperação do clinico, do laboratorio e do cirurgião. Quanto ao calibre do balão, acha-o muito pratico e viavel, sugerindo apenas o uso de uma seda impermeavel aos raios X, assim como o uso de uma valvula e um manometro anexado no aparelho.

Dr. Silva Guimarães: Referiu que o seu trabalho foi apresentado como nota previa. As lesões juxta-diafragmaticas do esofago, que assinalou em sua exposição, não tendo sido encontradas em todos os casos permitiu-lhe usar conscientemente o seu aparelho. Quanto ao controle radiologico, é uma questão de modo de ver. Sua experiencia autoriza-o a continuar no emprego do metodo.

Em seguida o sr. presidente agradeceu a apresentação do trabalho, dando por encerrada a reunião

Reunião conjunta do dia 18 de abril de 1938

SECÇÕES DE OTO-RINO-LARINGOLOGIA e NEURO-PSIQUIATRIA

Presidida pelo dr. Mangabeira Albernaz, secretariada pelos drs. Camargo Penteado e Angelo Mazza, realizou-se, no dia 18 de abril de- 1938, uma reunião conjunta das Secções de Otorino-Laringologia e Neuro-Psiquiatria da Associação Paulista de Medicina.

Expediente:

O dr. Francisco Hartung em homenagem ao dr. Jaime de Campos, propoz um minuto de silencio, o que foi aprovado unanimemente.

sentavam, reunidos pois sob o ponto de vista clinico e com a designação de tumores craneo-faringeos. Estudam em seguida o diagnostico e sintomas radiologicos. Terminam assinalando os sintomas que observaram em seus casos para o lado da região quiasmatica e infundibulo-hipofisaria.

Comentarias:

Prof. E. Vampré: Referiu que se tinha assistido em São Paulo a mais abundante documentação sobre o assunto e lembrou que em 1930 teve ocasião de apresentar os primeiros casos de tumores da bolsa de Ratke. Do ponto de vista embriologico que foi explanado com muita precisão, não podemos esquecer a contribuição dos professores Haberfeld e Lordy, altamente interessantes e que têm sido citadas em livros extrangeiros. Os AA. fizeram uma documentação sem precedentes, ao mesmo tempo salientando que si os craneo-faringiomas são observados mais frequentemente entre os moços tambem podem ser encontrados entre velhos.

Dr. Mangabeira Albernaz: Ouvimos com religiosa atenção toda a magnifica exposição dos AA. Ha pouco tempo um cirurgião norte-americano apresentou um estudo de 32 tumores do cavum com marcha sempre ascendente, assim como apresentaram casos que ficaram localizados dentro da trompa. Não achou justa a critica que fizeram aos sindromes pois muitas vezes é um sindrome que nos chama a atenção para um tumor, embora seja contrario e já tenha escrito que numerosos sindromes podem ser estabelecidos mas que só vem prejudicar a orientação do diagnostico. Tambem não concorda e desde 1921 que vem insistindo que o sinal da cortina seja dependente do nono par, embora Vernet isso tivesse afirmado e por todo o mundo aceito. Experiencias feitas vieram provar que a secção do nervo não acarreta a paralisia do constrictor superior. Fez esses reparos apenas para salientar o interesse que despertou o trabalho e estamos pois de parabens e devemos nos congratular pela realização dessa reunião conjunta.

Prof. Vampré: Se está provado que a secção do glosso-faringeo, fóra do craneo não determina a paralisia do constrictor superior, as lesões bulbares pelo contrario determinam-a incluindo-se nessa condição o sindrome de Wallemberg. Existem pois AA., muito conceituados que estão procurando demonstrar que a inervação do constrictor depende tambem do nono par, em todo caso é ainda uma questão suspensa.

Dr. Carlos Gama: A proposito do glosso-faringeo, a sua inervação é muito discutida e o sinal da cortina posto em duvida por certos AA. A secção bi-lateral desse nervo praticada em animais, veio mostrar a impossibilidade desses animais poderem deglutir.

Dr. Paulo de Toledo: Agradeceu as referencias elogiosas feitas pelo prof. Vampré, assim como as informações dadas, não estando na nossa alçada discutir certos factos ventilados. Devemos terminar acrescentando o desenvolvimento que têm tido os laboratorios da nossa Faculdade de Medicina, como provam as micro-fotografias que apresentaram, tão gentilmente cedidas pelo professor Lordy.

Prof. Pacheco e Silva: Agradeceu aos AA. a interessante comunicação, cujo valor foi comprovado pelos debates despertados entre oto-rinolaringologistas e neurologistas, vindo isso mostrar as vantagens que decorrem das sessões conjugadas.

Reunião de 17 de maio de 1938

Presidida pelo dr. Mangabeira Albernaz, secretariada pelos drs. Camargo Penteado e Angelo Mazza, realizou-se no dia 17 de maio de 1938, uma reunião da Secção de Oto-Rino-Laringologia da Associação Paulista de Medicina.

Antes de dar inicio á mesma, o sr. presidente lembrou á Casa que a Medicina paulista acaba de sofrer rude golpe com o falecimento do eminente prof. Enjolras Vampré. Disse ainda que tendo o prof. Vampré comparecido em nossa ultima reunião e em homenagem postuma ás suas ultimas palavras, pediu á Casa que se procedesse á leitura da acta do mês anterior. Aprovada pela Casa, foi a mesma lida pelo 2.º secretario.

O dr. Mario Ottoni pediu então ao sr. presidente pára dizer algumas palavras em torno dessa personalidade gigante da neurologia paulista. Com linguagem sincera e profundamente comovida, iniciou o necrologio:

"Sr. presidente: - A desolação empolga, hoje, a medicina paulista. Um de seus vultos eminentes acaba de tombar no cumprimento do dever e em pleno campo de batalha.

Enjolras Vampré, o emerito neurologista brasileiro, o trabalhador incansavel, o cientista infatigavel, o professor entusiasta que amava sua catedra, tanto quanto seus discipulos, aos quais sabia estimular e ensinar as belezas do que conhecia como mestre, o amigo dedicado e leal, cáíu, ferido pela molestia que ele não se cançava de tornar conhecida e que tanto conhecia.

Pegado de surpreza, morreu no mesmo recinto em que procurava transmitir, a seus discipulos, os seus ensinamentos necessarios para o combate do mal que o derrubara.

Morte gloriosa ele teve, rodeado do que mais queria na terra: familia, amigos e discipulos, ensinando a combater o sofrimento e a dôr. A saudade que deixou não tem limites, mas está diluida na propria grandeza de sua morte !

Vampré alcançou, na profissão que abraçava, com tamanho amor, todas as culminancias: Laureado pela Faculdade de Medicina da Baía com o retrato no Pantheon da Faculdade e com o premio de viagem á Europa, ex-interno da Clinica Psiquiatrica e Molestias Nervosas da Faculdade de Medicina da Baía; Ex-interno do Hospital de Isolamento da Peste em Monte Serrat, Baía (1906-1908). Ex-Chefe da Comissão contra a peste bubonica em Alagoinhas, Baía (1907), ex-presidente da Sociedade de Beneficiencia Acadmca da Baía; ex-medico clinico do Hospital de Alienados do Juquerí, S. Paulo (1909), ex-medico interno do Hospital de Alienados do Juquerí, S. Paulo; ex-inspector sanitario da Capital do Estado de S. Paulo; membro titular da Sociedade de Medicina e Cirurgia de S. Paulo (1910); ex-presidente (1921-1922) socio honorario (março de 1935); socio honorario da Academia Nacional de Medicina do Rio de janeiro; presidente honorario da Associação Medica do Instituto Penido Burnier (Campinas) ; membro da Sociedade de Neurologia e Psiquiatria (Rio de Janeiro) ; socio correspondente da Sociedade de Neurologia de Paris; socio da Associação Paulista de Medicina; ex-presidente da Secção de Neurologia e Psiquiatria; presidente (1936) ; Director da Casa de Saude do Instituto Paulista; professor contractado da Faculdade de Medicina de S. Paulo (1925-1935) para reger a cadeira de Neurologia e Psiquiatria e depois, em 1935, contractado novamente para a regencia da cadeira de Neurologia; professor catedratico, por concurso, de Neurologia (30.a cadeira), da Faculdade de Medicina de S. Paulo (1935) ; ex-representante da Faculdade de Medicina de S. Paulo nas comemorações do centenario do nascimento de Charcot (Paris 1925).

Contribuiu com mais de 140 trabalhos diversos em sua maioria sobre Neurologia, para o acervo da Medicina Brasileira de que foi um dos expoentes maximos.

Distribuiu, ás mãos cheias, e com uma generosidade ilimitada, a seus discipulos e a seus amigos, o grande manancial de seus profundos conhecimentos na especialidade que professava com eximio saber.

Soube transmitir e dizer o que queria, sabido é o entusiasmo com que discorria, sobre assuntos os mais dificeis, tornava-os de facil apreensão pela assistencia, sempre atenta, quando ouvia sua palavra sábia.

Nenhum professor, de nossa Faculdade, sobrepujou-o no interesse com que era ouvido pelos discipulos.

Vampré sabia prender a atenção da assistencia, porque sabia ensinar, porque amava o ensino e ao Instituto que tanto honrava, e, acima de tudo, porque era, de facto, um neurologista na estricta acepção da palavra.

Vampré, era amigo sincero e era, sincero porque era bom e leal. Sabia agradecer mesmo a colaboração daqueles pelos quais tudo havia feito. Sabia estimular aos seus amigos, e assistentes, incutindo-lhes no espirito o amor intranhado que dedicava á especialidade que professava e abrindo-lhes, paternalmente, a cornucópia de seu coração bondoso, cheio de amizade e carinho pelos seus dilétos discípulos. Vampré era um bom e um sabio, sem orgulho do muito que sabia.

Sr. presidente: A Oto-rino-laringologia é irmã germana da Neurología. Nada se fará, quer de um, quer de outro lado, sem o apoio mutuo e a colaboração entre as duas especialidades.

Vampré era nosso amigo, ar, presidente, e é por isso mesmo que, como seu amigo sincero e maior admirador, aqui estou pedindo, em nome de nossos colegas para que fiquem consignados, no livro de actas de nossos trabalhos, nossos sentimentos pelo passamento deste vulto que, em espirito, pairará sempre, sobre nós, amparando e dignificando a medicina Brasileira.

Nós que nos novos ambulatorios do Hospital Central cla Santa Casa, iamos trabalhar juntos a ele, reunidos ás especialidades, em um andar do mesmo edifício, perdemos ainda mais, ar. presidente, com a morte do emerito neurologista, pois conhecíamos do apego com que ele procurava demonstrar o entrelaçamento delas e a necessidade da mutua cooperação entre amigos. Provéra a Deus, ar. presidente, que seus desejos se tornem realidade e para nosso proprio bem e em beneficio doa que sofrem.

Pediria, ainda, ar. presidente, que a mesa transmitisse á exma. familia de Enjolras Vampré, o sincero sentir de todos nós".

A seguir falou o sr. Presidente:

Disse que se acha possuído da mesma emoção que o orador precedente, vendo no prof. Vampré uma das maiores figuras da medicina paulista. Passou a historiar a genese de sua simpatia pelo prof. falecido, datando a mesma desde a edade de 11 anos, quando por ocasião de uma festa na Faculdade de Medicina da Baía, ao entrar no Pantheon perguntava á sua progenitora de quem era um determinado retrato. Ouviu então de sua mãe pela primeira vez, o nome de Enjolras Vampré, cujo aspecto miudo e mais ou menos raquítico o havia impressionado. Foi assim nesse ambiente destinado aos grandes talentos que travou conhecimento com o saudoso professor. Daí para cá, continuou o orador, encontrou-o novamente em S. Paulo já no apogeo de sua trajetoria luminosa cada vez mais resplandecente. Disse que ainda nestes ultimos tempos manteve, por necessidades da clinica, maior contacto com o querido mestre atravez de correspondencia e culminando em nossa ultima reunião mensal com um duelo doutrinario em que o finado professor, com a elegancia e a fineza que lhe -eram peculiares, procurava rebater o seu ponto de vista. Continuando, propoz enviar, em nome da' Casa, á sua exma. familia, um telegrama de condolencias comunicando a realização da sessão funebre em homenagem postuma ao querido e saudoso mestre.

Em vista disso, o expediente do dia foi transferido para o dia l.º de julho de 1938, sendo encerrada a reunião.

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