Versão Inglês

Ano:  1938  Vol. 6   Ed. 1  - Janeiro - Fevereiro - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 99 a 113

 

REVISTA DAS REVISTAS - parte 1

Autor(es): -

REVISTA DAS REVISTAS

ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY
(Chicago)
Volume 25 - Março de 1937 - N.º 3.

respeito. O presente é muito bem feito. Contem diversas observações A. NEFFSON (New York) e JACOB BREM (Boston) - Difteria simulando abcesso peritonsilar.

Chamam os autores a atenção para o perigo em confundir-se difteria com os abcessos peritonsilares, confusão esta que muito bem pôde dar-se principalmente em doentes adultos. Refere observações de seis doentes, cujas idades variavam de 24 a 36 anos, portadores de difteria e para os quais havia sido feito a classica incisão para drenagem de abcessos. Destes doentes, tres morreram de miocardite toxica e outras complicações. A alta mortalidade e a prolongada convalescença dos doentes que vieram a resistir são atribuirias pelos autores á desnecessária atuação cirurgica e ao atrazo de administração de antitoxinas. Preconisa assim pois que nestes casos duvidosos se mande proceder á cultura antes de fazer a incisão.

S. P. SCHECHTER (New York) - Meningite otitica estreptocócica. Cura. - Pag. 266.
Trata-se de mais um caso desta grave complicação intracraneana resolvida favoravelmente pela cirurgia. Não ha necessidade de resumo; apenas assinalar o sucesso de trepanação grande, mais ou menos tipo Neumann. Fato interessante consiste en ter-se encontrado estreptococo no liquido cefalorraquidiano, pelo exame direto enquanto que a cultura deu resultado negativo. Isto deve ser interpretado por um dos dois modos. 1. A bactéria possuía pouca virulencia e não suportou ser transplantada para outro meio. 2. O fluido cerebro-espinal tem propriedades bactericidas, que dificulta o crescimento de organismos que tenham sido filtrados pelos espaços subaracnóideas antes de chegar ao ponto de onde foram colhidos. Pensa. o autor que este facto da não sobrevivência dos germens para os meios de cultura é um elemento para melhor prognostico.

HERBERT BEHRENS (Whitier) - Osteomielite do craneo de origem otitica e paranasal. - Pag. 272.

Está se vendo que este assunto está seduzindo os americanos na atualidade; raro é o numero dos arquivos que não traga um artigo novo a respeito. O presente é muito bem feito. Contem diversas observações sobre osteomielite, passando depois ao historico, etiologia, patogenia, bacteriologia, sintomatologia, diagnostico, prognostico, profilaxia e tratamento. E' um artigo muito longo, de modo que nos limitamos ás suas conclusões.

l. Na maioria dos casos de osteomielite do craneo, ela aparece em seguida a intervenções cirurgicas, sendo que neste caso tem um prognostico pior de que quando deflagram espontaneamente.

2. O inicio póde ser insidioso, mascarando a gravidade da molestia. 3. Nunca operar os seios da face sem ser bem manifesta a sua indicação, si necessario, operar, mas estabelecer uma bôa drenagem.

4. É necessario respeitar a nutrição do osso e não deixar continuidade com pús ou osso necrosado.

5. Evitar instrumentos que provoquem raspagem de osso inoculando material infectado.

6. Quando um tratamento radical é necessario, ele deve ser prontamente executado, em etapas si necessario.

7. São recomendadas transfusões, pré-operatórias, post-operatorias e intercorrentes; as imuno transfusões são particularmente recomendáveis. 8. A regeneração do osso é em geral bôa, mesmo que exija anos.

JOSEPH STOVIN (New York) - Uso da corrente galvânica no uso da rinite atrofica e ozena.

O capitulo da ozena é de tal modo triste que qualquer esforço na sua terapeutica deve ser divulgado, mesmo que se receba com natural reserva a parte de conclusões. E' o caso presente, em que o A. afirma ter obtido resultados favoraveis na ozena, com desaparecimento do mau cheiro, pela aplicação de correntes galvânicas nas fossas nasais.

THEJOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY (Londres) Vol. 51 - N.º 6 - Junho 1936.

REJTO, ALEXANDER (Budapest) - A descoberta do nistagmo calorico. - Pag. 353.
Muitas discussões têm surgido a respeito da recente descoberta do nistagmo de origem calórica. O A. relata, neste artigo, o resultado de suas pesquizas sobre todo material bibliográfico existente sobre o assunto.

A questão da origem dos estudos e descobertas deve ser encarada sob dois aspetos: o fisiologico e o otologico.

Os fisiologistas utilisaram-se da reacção calórica como um processo de estimulo labiríntico. As citações, as mais antigas, encontram-se nas relações do Instituto Fisiologico de Kiel, de 1868. Entretanto, a primazia da descripção do estimulo térmico pertence a Bornhard, em 1876, que assim se expressava: "O resfriamento do canal semi-circular provoca movimentos semelhantes aqueles consecutivos á incisão do canal membranoso".

Baginsky, em 1881, impugnava a teoria que atribuía aos canais semicirculares a função de orgãos de equilibrio. "A irrigação do timpano, afirmava, com agua á temperatura de 9º a 15" C. produz um desvio dos nistagmo, que deve ser atribuido á pressão exercida sobre o
olhos, um tímpano".

Os otologistas ha tempos que aquilatavam do valor desta descoberta fisiologica, entretanto, a pesar de Brown-Séquard, em 1880, ter descrito a vertigem produzida pela irrigação do ouvido com agua fria, ficou reservado a Robert Barany, em 1904, a descoberta do estimulo calórico do ouvido. Barany determinou que, elevando-se ou abaixando-se a temperatura da agua, provocava-se nistagmo diferentes. A direcção do nistagmo é, pois, funcção diréta da temperatura da agua. Provou Barany, tambem, que a vertigem é devida á temperatura da endolinfa e não ao aumento geral da pressão no labirinto. A semiologia labiríntica atual repousa, quasi tão somente, nessa descoberta de Barany.

McNALLY, W. J., STUART, E. A., REID, T. F. e McCONNELL, L. H. enquête experimental sobre o tinitus. -

(Montreal) - Uma Pag. 363.

O presente trabalho consiste em um estudo experimental em 19 pacientes portadores do tinitus. Trata-se de individuos de diferentes idades e apresentando otopatías as mais diversas. Os A.A. não selecionaram o tipo de zoadas percebido pelo paciente, se eram uni ou bilaterais, nem o tempo de duração. Contudo, excluíram, cuidadosamente, algum caso de ruido objetivo. A maioria dos pacientes queixava-se mais do tinitus do que mesmo da surdez e, quando interrogados, afirmavam que entre os dois estados preferiam serem melhorados do tinitus.

Os A.A. resolveram procurar elucidar essa questão da otologia baseados nas ideias expostas pelo Dr. Albert Gray em seu artigo sobre "O problema da otoscleróse" (1934) onde chegou, mais ou menos, ás seguintes conclusões: o fator principal responsável na otoscleróse consiste em uma perturbação progressiva do mecanismo vaso-motor que governa a nutrição da estrutura de todo orgão auditivo. A falta deste reflexo resulta em uma deficiencia da circulação. Os ruídos são devidos á uma lesão que se assesta no nervo auditivo seja no ouvido ou no cerebro. Refere-se á um sintoma espontaneo, comum na otoscleróse, isto é, a melhoria passageira na audição, o que incrimina como resultado de um ato reflexo do sistema vasomotor geral, produzindo, tambem, um aumento da circulação cerebral.

De acordo com Gray, a audição, na otoscleróse, volta ao seu limiar de normalidade após melhoria da circulação. Os A.A. procuraram reproduzir, experimentalmente, os efeitos da melhoria da circulação cerebral sobre o tinitus. O escopo do presente trabalho resume-se na determinação do efeito de diferentes substancias e processos sobre a circulação cerebral e, indiretamente, sobre o tinitus.

Estudam, os A.A., inicialmente, a incidencia do tinitus. Em 2.000 pacientes portadores de otopatías, revistos por Fowler, 2/3 eram sofredores do tinitus. Entre esses, o tinitus encontrava-se presente em 67 % dos portadores de lesões catarrais não supurativas do ouvido.

Fraser acha que nos casos de ruídos intensos, em portadores de otite média catarral cronica, a otoscleróse deve ser suspeitada. Nessa molestia o tinitus raramente falta. Um Comitê da Sociedade Americana de Otologia revendo a literatura da otoscleróse determinou o tinitus como um dos seus sintomas mais incomodativos e dos mais comuns. A percentagem varia de 75 % a 90 %. Dandy, em 42 casos de sindrome de Menière, encontrou o tinitus presente em todos os casos exceto em UM. Com o fim de determinar a incidencia dos ruídos do ouvido nas molestias intracraneanas, Penfield socorreu-se do arquivo do serviço de nervo-cirurgia do Royal Victoria Hospital de Montreal. Foram examinadas 351 fichas e, dentre esses pacientes, 34 deles apresentavam o tinitus na ausencia completa de qualquer otopatías. -Rowe, em uma serie de 52 casos de tumor do lobo frontal, relata a presença do tinitus em 27% dos casos. Nessa serie de casos de neuropatias não são computadas as auras auditivas da epilepsia.

Em resumo, o tinitus constitue sintoma culminante na otoscleróse e na sindrome de Menière.

Passando á etiologia do tinitus inumeras são as teorias que tentam. explicai-o. Fraser considera como causa uma nevrite do coclear (celulas dc ganglio espiral) e Gray responsabiliza como produtor do tinitus, na otoscleróse, uma lesão do nervo. Entretanto, nos casos de Crowe, de surdez nervosa, o tinitus que não era sintoma relevante achava-se presente, somente, em 25 % dos casos. Pela secção do VIII..' em 10 casos de sindrome de Méniere, Coleman e Lyerly chegaram á conclusão de que o tinitus é sempre modificado mas não abolido. Dandy, secionado o nervo auditivo, pelas mesmas razões, determinou a persistência do tinitus em 50 % dos casos.

Naquela estatistica de Penfield, de 351 pacientes sofredores de molestias intracraneanas, e, entre os quais, somente 34 apresentavam o tinitus na ausencia de qualquer otopatías, ficou determinado que os ruídos eram mais evidentes quando a lesão se assestava na fossa posterior.

De tudo isso podemos concluir que, afora todos os casos de molestias do aparelho auditivo em que o tinitus encontra-se entre a sintomatologia, é evidente a sua etiologia ligada á lesões do mecanismo nervoso do ouvido e cerebro.

Passaremos" agora, á parte verdadeiramente experimental do trabalho. Todos os 19 pacientes experimentados sofreram exame clinico geral. A etiologia da surdez e tinitus foi determinada o quanto possivel. O Wassermann mostrou-se negativo em todos os pacientes excepto em um que sofreu, entretanto, o tratamento anti-luetico. A função vestibular foi encontrada normal em todos os individuos. Foram todos politzerizados ou cateterizada a trompa de Eustáquio sendo que, somente, em 2 pacientes houve melhoras passageiras do tinitus. Todos esses pacientes foram catalogados, de acordo com suas fichas clinicas e tratamento experimentado, em um quadro, presente no texto e muito demonstrativo.

A razão da escolha dos diferentes processos experimentados será explicada de acordo com a descrição dos mesmos.
Nitrito de amila: Gray estabeleceu, em 1934, que algumas pessôas, com otoscleróse, experimentavam certa melhoria temporária de sua surdez após inalação de nitrito de amila, devido, certamente, a um aumento passageiro da circulação produzida por um reflexo vaso-motor. Os A.A. resolveram, então, experimentar o efeito dessa substancia sobre o tinitus. O seu efeito hipotensor é universalmente conhecido. Wolff, em 1929, estudando os efeitos da inalação do nitrito de amila em gatos, observou a queda da pressão arterial, uma dilatação dos vasos piais e uma hipertensão do liquido cefalo-raquidiano.

A pressão arterial foi medida antes da inalação, 5 e 10 minutos após a mesma. De inicio, 5 minutos após, houve aumento da pressão arterial em todos, excepto em um, com queda da mesma 10 minutos após, excepção feita, tambem, do mesmo caso em que houve aumento. Dos 11 pacientes assim tratados, 5 deles não apresentaram melhora alguma quanto aos ruídos, 2 apresentaram certo alivio e 4 verificaram o aumento dos mesmos.

Hiper ventilação (Respiração profunda): A respiração profunda é meio comum para se produzir a convulsão epiléptica. A respiração rapida e continua ocasiona perda do CO', alcalóse e queda da pressão arterial. Indiscutivelmente a hiperventilação produz certa mudança na circulação ,cerebral. 0 efeito da respiração profunda sobre o tinitus foi experimentando tudo em 14 pacientes. Entre eles, 6 não apresentaram melhora alguma, outros 6 notaram agravação de suas zoadas e, finalmente, 2 melhoraram. Injecção no ganglio esfeno-palatino: Ruskin, em 1925, preconizou a aplicação de substancias anestésicas na região do ganglio esfeno-palatino como cura possivel do tinitus. Os A.A. resolveram, então, injetar, homolateralmente a região do ganglio esfeno-palatino com sol. de novocaina a 1/2 por cento. A injeção de 1 cc. da solução foi aplicada atravez do canal perigo-palatino. A agulha foi introduzida a uma profundidade de 2,5 a 3 centímetros da superficie mucosa do palato duro. Dôr acentuada durante a injecção. Q controle de certeza é feito pesquizando-se a anestesia do pilar posterior do mesmo lado. Treze pacientes foram experimentados. Em 11 deles nenhuma modificação do tinitus; um piorou e o ultimo aliviou-se completamente por espaço de um quarto de hora, 10 minutos após a injeção.

Regime desprovido de sodio: Firstenberg, Lashmet e Lathrop, em 1934, relataram os resultados de uma investigação sobre seis casos de sindrome de Menière e nos quais foi controlado o metabolismo da agua e sodio. Chegaram á conclusão que os sintomas do Menière corriam por conta da retenção do sodio no corpo. Pelo regime minimo de sodio, evitando o acumulo no organismo pela ingestão de cloreto de amônio puderam, esses A.A., evitar as crises. A introdução do sal de sodio produzia o aparecimento do sindrome.

Como o tinitus constitue um sintoma constante do Menière, resolveram os A.A. pesquisar o efeito do regime asódico sobre o mesmo.

Dos treze doentes investigados e postos sob o regime, somente 9 deles conseguiram chegar ao fim. O regime, com duração de duas semanas, era o seguinte: durante tres dias consecutivos era administrado, com a alimentação, o cloreto de amônio em forma de pílulas, tres vezes ao dia. Dois dias de descanso e nova repitição até ao fim da dieta. Dos 9 pacientes que sustentaram a dieta durante duas semanas completas, 6 deles não observaram melhora alguma do tinitus, em um agravou-se e, nos outros dois, um certo alivio foi observado.

Injecção endovenosa de glicose: Diversos pacientes citam o fato da diminuição dos ruídos auditivos após alimentarem-se de mel. Entretanto não existe uma melhora acentuada. Pensou-se que a glicose do mel atuaria como fator de desidratação. Entretanto, 11 pacientes submetidos a regime açucarado, por via bucal, não obtiveram efeito sobre o tinitus. O regime foi então impugnado como insuficiente na produção da desidratação. Resolveu-se o emprego de metodos mais eficazes.

Portmann, em 1927, considerou a sindrome de Menière como uma consequencia do aumento da pressão no saco endolinfatico membranoso. Como terapeutica da vertigem preconizou a punção do saco, não fazendo alusões, entretanto, aos tinitus.

Baseados nesse principio, da hipertensão no saco endolinfatico, Felderman e Dyson descrevem, em 1929, um processo de abaixamento da pressão endolabirinticas. Retiram 5 cc. de liquido espinal e substituem-no por 4 cc. de uma solução de glicose á 5 %. Esse processo, aplicado em 5 individuos e que foram controlados durante 5 semanas, proporcionou a melhora do tinitus em 3 deles.

A injecção endovenosa de glicose, ipso facto, deveria modificar os tinitus por duas razões diferentes: pela queda da pressão intracraneana e em seguida pela queda da pressão intralabirintica.

Foram aplicados endovenonamente, em 10 pacientes, 100 cc. de uma solução de glicose a 50 %. A pressão arterial foi tomada antes da injecção, imediatamente após e uma hora mais tarde. Dos dez casos, 7 deles não notaram mudança alguma de seus ruídos subjectivos, 2 casos acusaram certas melhoras e, finalmente, em um caso o tinitus diminuiu, entretanto, a repetição do tratamento piorou-o.

E' preciso se concluir que, pelo abaixamento da pressão intracraneana ou intralabirintica, pouquíssimos efeitos são obtidos sobre o tinitus. Constrição cervical: Fowler discutindo, em 1913, os fatores determinantes do tinitus sugeriu que, em alguns casos, os ruídos são melhorados pela constrição do pescoço por uma faixa.

Esse processo foi experimentado em 12 individuos que suportaram uma pressão de 30 mm. de mercurio constringindo o pescoço durante o tempo de 3 minutos. Dos pacientes, 9 não obtiveram, resultado satisfatório algum, e os outros 3 pioraram de seus tinitus.

Medicamentos que agem sobre o mecanismo vaso-motor: Desde que se tornou possivel agir sobre o mecanismo vasomotor com o uso de determinadas substancias que atuam, especificamente, sobre os sistemas simpatico e parassimpático, logico parece que possamos atuar, da mesma maneira, sobre a circulação.

Os A.A. selecionaram determinadas substancias para suas experiências.

1 ) Substancias que atuam sobre o sistema simpatico: Excitante: Efedrina.

Depressora: Ergotamina (Gynergen, Sandoz).

2) Substancias que atuam sobre o sistema parassimpático: Excitante: Mecholyl (Acetyl-beta-methylcholine Chloride Merck.

Depressora: Bellafoline (Sandoz).

Excitação do sistema nervoso simpatico pela efedrina: Os efeitos, descritos por Chen e Schmidt, da efedrina nos mamíferos são os seguintes: em doses convenientes aumenta a pressão sanguinea, provoca vaso-constrição cerebral, aumenta a atividade cardíaca, dilata a pupila, alivia o bronco-espasmo, contraem o útero, etc.. Pelo uso da efedrina, os A.A. esperaram produzir uma vaso-constrição cerebral e, como consequencia, uma diminuição da circulação cerebral. Administraram a efedrina per os ou em injecções hipodérmicas na dose de 0,05. Dezessete pacientes foram experimentados. Em 9 deles nenhuma mudança foi observada em relação ao tinitus; 6 experimentaram certo alivio e, finalmente, em 2 deles os ruídos tornaram-se mais incomodativos.

Depressão do sistema nervoso simpatico pelo tartrato de ergotamina: A injeção endovenosa de tartrato de ergotamina (Gynergen, Sandoz) produz ligeiro aumento na circulação cerebral e na pressão sanguinea. Produz, tambem, em gatos experimentados, uma constrição das arterias da dura e da pele. Os A.A. experimentaram, inicialmente, o efeito, sobre o tinitus, da ergotamina, administrada per os, na dose de 2 a 3 miligramas por dia e durante duas semanas. Dos 12 pacientes submetidos ao tratamento, 5 deles não acusaram melhora alguma de seus ruídos, outros 5 notaram a piora dos mesmos e, finalmente, em 2 houve alguma melhora. Ensaiaram, tambem, o tratamento pela ergotamina em injeções hipodérmicas de ampolas de 1 cc. contendo 0,5 miligrs. Verificaram, entretanto, que essas injecções produziam acentuado mão estar geral, queda do pulso, dôres de cabeça, cólicas abdominais e vomitos. Por essas razões a dose foi diminuida para 1/2 cc. ou 0,25 miligrs. Dezessete pacientes foram experimentados: 1 I deles não apresentaram alteração alguma de seus tinitus; em 4 os ruídos aumentaram e os dois ultimos melhoraram.

Excitação do sistema nervoso parassimpático pelo mecholyl: Os efeitos conhecidos do mecholyl são os seguintes: diminue os batimentos cardíacos, queda da pressão sanguinea, contraem os bronquíolos, aumenta a atividade glandular e o tonus intestinal, excita o peristaltismo e dilata o sistema vascular periférico. Os efeitos sobre os vasos piais são desconhecidos. Os A.A. experimentaram em dois casos o mecholyl per os sem obterem efeito algum sobre o parassimpático. Injetaram, então, na dose de 5 miligramas e obtiveram efeitos fisiologicos nitidos dentro de tres minutos: rubor acentuado, salivação, ligeira queda na pressão sanguinea e aumento do pulso. Esse cloreto de acetil-beta-metilcolina (Mecholyl Merck) foi administrado a 18 pacientes: 12 deles não experimentaram melhora alguma de seus tinitus, em 3 aumentaram e, finalmente, em 3 aliviaram.

Depressão do sistema nervoso parassimpático pela bellafoline: Os efeitos dessa substancia são os seguintes: inibe as secreções salivar, gástrica, pancreática e das glandulas mucosas, dilata a pupila e impede a bradicardia quando o vago é excitado. Não são conhecidos seus efeitos sobre os vasos e circulação cerebral. Os A.A. administraram a bellafoline em tabletes (0,25 miligrs.), per os, na dose de 1 á 2 miligramas por dia e durante um periodo de uma a duas semanas. Treze pacientes foram experimentados: em 4 pacientes nenhuma mudança foi notada em relação ao tinitus, um piorou de seus ruídos subjectivos e, finalmente, 8 deles melhoraram. Experimentaram, tambem, os, A.A., o efeito da bellafoline sobre o tinitus quando administrada epidermicamente. Injetaram 1 cc. (0,5 miligrs.). O Maximo de efeito é controlado pela secura da boca e aumento consideravel do pulso. Dezessete pacientes foram experimentados: em 10 deles nenhuma melhora foi notada em relação ao tinitus, em 2 os ruídos aumentaram e, finalmente, 5 melhoraram.

Dois fatos interessantes são deduzidos dessas ultimas experimentações: primeiro, consiste na discordancia dos resultados obtidos, sobre o tinitus, pelo emprego da bellafoline quando administrada por vias diferentes (maior efeito quando empregada per os) e, segundo, que, drogas como efedrina e bellafoline,de acção conhecidamente vaso-constritora, proporcionam maiores beneficios aos pacientes portadores de tinitus do que aquelas vasodilatadoras.

Depois de experimentadas todas essas substancias que acabamos de enumerar, resolveram, os A.A., obterem o Maximo de acção das mesmas sobre os ruídos subjectivos combinando seus efeitos sobre os sistemas simpatico e parassimpático.

Procurando obter o Maximo de vaso-dilatação, e, ipso facto, aumento da circulação cerebral, excitaram o parassimpático e inibiram o simpatico ao mesmo tempo. Agiram da seguinte maneira: Injetaram 1/2 cc. de ergotamina, sub cutaneamente, e, quando obtiveram o Maximo de efeito (queda do pulso), injetaram 5 miligramas de mecholyl. Doze pacientes foram experimentados dessa maneira: em S casos não houve mudança dos ruídos, em 3 melhoraram e um piorou.

Os resultados pois, do aumento da vaso-dilatação cerebral, sobre o tinitus, são decepcionantes.

Procurando obter o Maximo de vaso-constrição e, ipso facto, diminuição da circulação cerebral, excitaram, os A.A., o simpatico e deprimiram o parassimpático, ao mesmo tempo. Agiram da seguinte maneira: injetaram 1 cc. de bellafoline (0,5. miligrs.) e, logo que aparecessem os efeitos (secura da boca, aumento do pulso, dilatação da pupila) injetariam 1cc. (0,05 gr.) de efedrina hidroclorica. Onze pacientes foram experimentados: 5 deles não obtiveram resultado algum em relação ao tinitus, 2 casos pioraram e, finalmente, 5 casos obtiveram grandes melhoras de seus ruídos subjectivos.

Indiscutivelmente, apesar dos resultados satisfatorios obtidos por essas substancias separadamente, foi a sua combinação que melhores resultados proporcionou aos portadores de ruídos.

Simpatéctomia cervical: Ferreri, em 1903, praticou a extirpação dos dois ganglios cervicais superiores em um homem portador de ruídos intoleráveis após longos anos. Os resultados foram satisfatorios e duradouros. Calgero cita caso identico em que foi praticada a extirpação unilateral do ganglio cervical superior em uma moça portadora de ruídos e surdez bilateral. Diminuiram os ruídos mas a surdez não melhorou.

Demonstrado o controle vaso-motor dos vasos cerebrais, deve-se ter em consideração os efeitos obtidos com a extirpação uni ou bilateral dos nervos simpáticos cervicais. Um dos A.A. (MeConnell) executou a extirpação do ganglio estrelado, por razões as mais diversas, em 12 pacientes. Desses casos, 4 deles eram portadores de tinitus antes da operação. Desses 4 casos, tres melhoraram de seus tinitus após a gangliectomia estrelada. O A. considera a estatistica pequena, mas não desprezível quanto aos resultados animadores obtidos pela cirurgia. Esses resultados obtidos pela extirpação do ganglio estrelado parecem estar em contradição com aqueles verificados com as substancias que excitam o sistema nervoso autonomo.

O trabalho termina com extensa bibliografia.

HOWARTH, WALTER (Londres) - Algumas notas na técnica da operação Pronto-etmoidal. - Pag. 387.

Neste artigo o A. fornece alguns detalhes sobre a técnica da operação fronto-etmoidal por ele aconselhada em 1921 e que foi utilizada, largamente, com sucesso, a partir dessa data. O A. modificou, entretanto, a técnica, o que constitue assunto do presente trabalho. Começa pela incisão inicial que é executada, atualmente, para dentro da comissura palpebral interna. A hemorragia, sempre perturbadora, decorrente da secção, neste ponto, da veia angular e de pequenos vasos etmoidais, é controlada injetando-se, 20 minutos antes da operação, uma solução de novocaina a 1 % e pincelando a fossa nasal com cocaina. A injecção deve ser executada profundamente, a agulha rasando o osso plano e sob o periósteo. Outro ponto capital que o A. determinou como desnecessario é a resecção da totalidade da parte externa do soalho sinusiano. Finalmente, quasi todo o sucesso do resultado operatorio depende da permeabilidade do orifício nasal e que deve ser obtida pela resecção do processo nasal do osso frontal e apofise ascendente do maxilar superior.

JOWETT, R. E. (Sunderland) - Um corpo extranho raro no laringe. - Pag. 392

Homem, 34 anos, rouco ha duas semanas e meia, certo desconforto na garganta e tosse ás vezes. Não recorda de haver aspirado corpo extranho.

A' laringoscopia indireta foi observado um corpo extranho, semelhante á osso, apoiando-se, anteriormente, sobre a epiglote abaixo da prega ari-epiglótica. Reação ligeira da epiglote sem ulceração. Ligeiro estridor que se acentuou após as manobras de exame.

Foi operado sob anestesia local com cocaina a 10 r/o após injecção prévia de morfina. Laringoscopia diréta. Fixador de cabeça de Negus, laringoscópio de Jackson e fórceps jacaré curto.

Sem dificuldade o corpo extranho é retirado pela sua extremidade anterior. Tratava-se de um fragmento de corta-papel com as seguintes dimensões: 24 mm. x 44 mm.

Tratava-se de um paciente epilético. Em uma de suas crises, procurando-se afastar as arcadas dentarias com o corta-papel este partiu-se e foi aspirado inconscientemente.

BRADBEER, W. H. (Londres) - Dois casos de mastoidite pneumocócica. - Pag. 394.
Ambos os casos descritos de mastoidite pneumocócica foram produzidos pelo pneumococo tipo 1.

Obs. 1 - mulher, com 35 anos, deu entrada no hospital a 5 de fevereiro de 1935. Tosse e febre ha 9 dias. Otalgia esquerda com corrimento sanguineo ha 4 dias. Na manhã de admissão no hospital apresentava-se com temperatura (103,8 F.),. 110 de pulso, 20 de respiração. Perfuração central do timpano esquerdo com leve reacção mastoidéa sem edema. Intervenção. Apofise pneumática com exsudato sanguinolento. A cultura revelou a presença do penumococo tipo 1. Quarenta e oito horas após a operação a temperatura continuou elevada, fácies tóxicas, e queixava-se de dóres á respiração do lado esquerdo. 10.000 unidades de soro anti-pneumocócico tipo 1, foram administradas por via endovenosa. No dia seguinte a temperatura abaixou e o estado geral da paciente melhorou consideravelmente. Mais 10.000 unidades de sôro. Hemocultura negativa com cura completa.

Obs. 2 - J. D., 9 anos, hospitalizado em 26 de março de 1935. Otite média e bronquite ha 14 dias. Ao internar-se apresentava 104,2 F. de temperatura, 140 de pulso, 28 de respiração. Escasso corrimento purulento pelo ouvido esquerdo. Dôr e infiltração da mastoide. Intervenção: abcesso peri-sinusal e abcesso extra-dural da fossa média. A dura apresenta um aspéto de veludo vermelho. Irrigações com sôro fisiologico. A ferida operatoria permanece aberta. Hemocultura e punção lombar. A cultura de um osso ressecado deu pneumococo tipo 1. A hemocultura negativa. Liquido cefalo-raquidiano normal. Queda da temperatura da mesma tarde da operação. Cura processou-se normalmente.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

ZEITSCHRIFT FOR HALS-NASEN UND OHRENHEILKUNDE
Vol. 42 - Fascículo 1


CONGRESSO DA SOCIEDADE DOS OTO-RINO-LARINGOLOGISTAS ALEMÃES, REUNIDO EM KASSEL, DE 13 A- 15 DE MAIO DE 1933.

1ª PARTE - RELATORIO

OTTO MEYER (Viena) - As supurações das celulas da piramide.

Como relator o prof. Otto Meyer disse que, nos anos mais recentes, cientistas de todos paizes dedicaram particular consideração ás supurações das celulas da piramide petrosa. Ficou determinado que estas perturbações podem ser responsaveis por inumeras complicações endocranianas. Em alguns casos, após cuidadosa remoção das celulas da mastoide o cirurgião acredita que o fóco de infecção foi, completamente, removido, até que aparecem manifestações de suas consequências. Em casos de morte, muito embora o cuidado com que fôra praticada a intervenção, o exame microscópico post-mortem, da piramide petrosa do osso temporal, descobriu fócos inflamatorios nas áreas anteriores ao canal semicircular e, pela localisação destes fócos, deduz-se que o cirurgião não havia completado o fim da intervenção. Um estudo das supurações das celulas da piramide é de particular importancia, pois que a maioria das mortes, por meningite, que atualmente se processam, em consequências de otites médias agudas, têm como causa um fóco purulento na pars petrosa. O sindrome do apex da piramide, com sinal clinico, foi estabelecido por Gradenigo em 1904. Ele caracterisa-se por uma otite média aguda, acompanhada de violenta dôr temporo parietal e paralisia do abducens do lado afetado.

Investigações sobre a via pela qual a inflamação alcança o apex da piramide, partindo do ouvido médio, revelaram o fator etiologico principal como sendo uma pneumatização mais ou menos pronunciada da para petrosa. Existem varios tipos de pneumatização. Todos os conjuntos celulares podem conduzir ao apex. O seguinte deve ser tido, em especial consideração, no que diz respeito ás supurações da piramide: pode formar-se um fóco circunscrito em volta do bloco labiríntico ocasionando um abcesso que poderá ser fechado e incapaz de drenar para o ouvido médio, ou aberto, sendo possível a saída do pús para esta parte do ouvido. Abcessos podem se formar, tambem, nos vario& tratos celulares e, finalmente, a infecção das celulas da piramide pode adquirir o caracter de uma inflamação proliferativa e decorrer sem grande supuração. Mas se o processo supurativo fôr suficientemente ativo, poderá perfurar as paredes dando para as fossas média ou posterior, para o labirinto, para o canal carotideano, para o forâmen lacero posterior ou para o faringe. Constitue um sinal de evolução favoravel, a rutura do abcesso para o faringe, ocasionando abcesso retrofaringêo. A radiologia é de grande valor diagnostico.

O tratamento cirurgico é o usual. Casos diagnosticados precocemente serão tratados conservadoramente (paracentese), com prognostico favoravel. Mesmo casos de supuração prolongada podem ser curados; aqui a indicação é de completa e cuidadosa exenteração das celulas mastóideas, sobretudo as justa labirinticas. Se a supuração persistir seguir-se-á a operação radical. Só quando esses processos falham é que se deve procurar abrir o fóco situado na ponta da piramide.

O prof Zange acha que a supuração das celulas da piramide e os processos, com ela relacionados, que aparecem na região do ouvido interno, na para petrosa ou adjacentes aos espaços meningeanos, são capazes de envolver muitos outros nervos cranianos.. Mais importantes entre estas molestias nervosas são as desordens labirinto-vestibulares, especialmente, as perturbações do equilíbrio que, devido a seus caracteres especiais e a preservação da irritabilidade periférica do labirinto, poderão ser, hoje, diferenciados com exatidão das inflamações labirinticas.

Houve menção de um caso de rutura expontanea do abcesso do apex para dentro do seio esfenoidal. Estes casos podem, ainda, curar-se espontaneamente, sobretudo em crianças. De outro lado existem os casos desesperados, especialmente os de osteomielite fulminante. Estes são sobretudo fatais quando combinados ás otites dos recem-nascidos.
M. O. R.

ARCHIV FOR OHREN-NASEN UND KEHLKOPFHEILKUNDE

Vol. 142 - Fascículo 2 - Setembro 1936.

DR. ST. ERNYEI (Szeged-Hungria) - Os elementos dos nervos do nariz. - Pag. 97.

O territorio da cavidade nasal é inervado por 4 nervos: olfativo, trigemeo, simpatico e terminal (?). O A. emprega como material de estudos: ratos brancos, cobaias, gatos e poude observar em seus estudos histologicos:

1 ) Que o nervo olfativo só contem fibras amielinicas que nunca se misturam com as fibras mielinicas do trigemeo. Na mucosa da região olfativa foi encontrado um pequeno ganglio no nervo olfativo, cujas celulas se apresentam claras e redondas nos preparados pelo osmium.

2) Dos ramos do trigemeo, os nervos etmoidais anterior e posterior contêm tanto fibras amielinicas quanto mielinicas. As fibras mielinicas são, em parte, envolvidas de invólucros mielinicas finos e em parte espesso. O nervo infra-orbitário é composto de fibras mielinicas em grande parte de invólucros finos e de pequena espessura. Do nervo infra-orbitário originam-se os nervos alveolares superiores que ao lado de fibras mielinicas transportam, tambem, pequena quantidade de fibras amielinicas. O nervo esfeno-palatino contem feixes mielinicas de invólucros finos e, tambem, amielinicas. Nos nervos palatinos só existem fibras mielinicas (com invólucros finos e espessos) não existindo neles nenhuma fibra amielinicas. Nos nervos nasais posteriores existem fibras, tanto mielinicas quanto amielinicas. Nestes nervos não existem celulas ganglionares.

3) As fibras amielinicas do nervo simpatico unem-se, em parte, aos ramos do trigemeo, em parte são independentes, reunidas em pequenos feixes nas proximidades dos vasos sanguineos e glandulares.

4) O nervo terminal (?) não foi encontrado nos animais empregados nas experiencias.

5) A inervação do orgão vomeronasal é feita alem do olfativo, tambem pelo trigemeo e simpatico. Nos pequenos feixes do trigemeo encontram-se tanto fibras mielinicas quanto amielinicas. No epitélio deste orgão não existem celulas ganglionares.

OTTO MAYER (Viena) - Contribuição a questão da operação das supurações da ponta da piramide. - Pag. 150

O A. relata um caso típico do complexo sintomatico de Gradenigo, por grande abcesso da ponta da piramide petrosa. O abcesso foi aberto seguindo com uma cureta cortante, um trajéto fistular na trompa de Eustachio e lateralmente em volta da arteria carotida que estava exposta. Cura completa.

Vol. 142 - Fascículo 3 - Dezembro 1936.

R. ROSSLE - (Berlim) - Sobre a modificação da mucosa das cavidades

Para nasais causadas por inflamações reumáticas dos vasos sanguineos.-pag.193

Baseado em dois casos de artrite reumatróide de forma septicemica,particularmente grave,ficou demonstrado ao lado das localisações conhecidas de inflamações vasculares,extensa necrose das mucosas do nariz, cavidades bucal,ouvido e vias aéreas.

As inflamações necrotico-difteróides aí observadas, dependiam das modificações vasculares segundo as encontradas na periarterite nodosa, ao lado disto foram observados, nos lugares menos afetados, numerosos granulosas pequenos, de constituição identica aos nodulos reumáticos, na sub-mucosa, por exemplo, das celulas pneumáticas da mastoide, do antro frontal, do cavum timpânico. Foi levantada a questão de que se o encontro constante de determinada localisação destas modificações nas supraditas mucosas não constitua um sinal de funcção de eliminação do veneno e que em tais casos outros orgãos eliminadores tais como os rins e os intestinos, não estejam, tambem, tomados.

K. BECK (Heidelberg) - Mais experiencias com a punção do seio frontal e drenagem, pela via externa, nas supurações deste seio. - Pag. 205.

O A. aconselha a perfuração da parede anterior do seio frontal com um pequeno trocater, aspirar atravez dele as secreções da cavidade e, em seguida injetar suprarenina pura, de forma a favorecer a permeabilisação do dutus naso-frontalis. O trocater ou canula, cuja grossura deve ser, mais ou menos, de 2 mm., permanecerá in situ e a aspiração e a aplicação da suprarenina será repetida 2 á 3 vezes ao dia. Após 2 ou 3 dias a canula poderá ser retirada. Cura rapida e sem cicatriz. Os casos indicados são os de inflamação aguda com dôres violentas e sem que possam ser aliviados por outra forma.

DR. PAUL FALK (lena) - Perigos da anestesia regional paravertebral do plexo cervical, com experimento em cadáveres. - Pag. 254.

Refere-se, o A., sobre os perigos da anestesia regional paravertebral do plexo cervical baseado em conhecimento de acidentes ameaçadores e não poucas mortes repentinas, entre os quais um de observação propria..

Experimentos em cadáveres demonstraram que alem da possibilidade de uma injecção diréta no saco lombar, talvez na propria medula, o anestésico poderá alcançar, na maioria dos casos pela injecção endoneural num ramo do plexo cervical ou no ganglio cervical, atravez da bainha nervosa, até o saco ducal e o bulbo. O caso de morte, do A., em seguida á anestesia regional paravertebral do plexo cervical, segundo Soerensen, foi esclarecida por uma hemorragia traumatica do corno posterior da medula causada pela injecção em um ramo do plexo cervical, tendo o liquido anestésico caminhado por dentro da bainha nervosa até o saco lombar e o corno posterior da medula. Tambem em outros casos de morte e nos casos de sintomas graves de envenenamento, provavelmente as mesmas causas estarão em jogo.

O metodo de anestesia regional paravertebral segundo Kappis, Braum e Härtel deve ser evitado, devido ao perigo que apresentam, ao passo que são permitidos por sua destituição de perigo, si bem que a anestesia não seja tão completa, os de Kuhlenkampff e o de Soerensen, com os quais o A. tem praticado centenas de anestesias felizes com raras excepções e uma morte.

No ultimo metodo menciona uma restrição e é que quando da retirada da agulha do verdadeiro ponto de injecção, não se deve, pelo perigo de uma injecção endoneural, injetar mais nenhum liquido.

M. O. R.

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