Versão Inglês

Ano:  1949  Vol. 17   Ed. 3  - Maio - Agosto - ()

Seção: Nota Prévia

Páginas: 95 a 104

 

VITAMINA B6 E ZUMBIDO DE OUVIDO (*)

Autor(es): DR. SILVIO MARONE (**)

A Vitamina B6 teve sua existência surpreendida pelos trabalhos de György, o qual verificou que, em dietas especiais, os ratos apresentavam não só parada de crescimento como também determinada dermatite caracterizada por eritema e edema das patas, das orelhas e dos tegumentos em torno dos olhos, da boca e do nariz. O elemento responsavel por essas alterações verificou ele pertencer à constelação 1) e foi denominado Vitamina B6; mais tarde, tendo-se evidenciado em sua molécula o núcleo piridinico, deu-se-lhe o nome de piridoxina.

A piridoxina é, pois, responsavel pelo crescimento dos animais e a sua falta determina também nos ratos, cobaias e cães ataques do tipo epiléptico, além de anemia hpocrôtnica microcítica. O ratamento pela citada vitamina produz notavel reticuloeitia, com restauração da hemoglobina e volta à normalidade dos eritrócitos. Cura tambem a anemia produzida pelo tifo. Na anemia llelnorrágica do coelho, os AA. atribuem atuação mais brilhante da piridoxina na regeneração da hemoglobina e eritrócitos do que propriamente à do àcído nicotínico e a riboflavina.

Atua tambem na paralisis agitar; com 50 a 100 miligramos diários e na distrofia muscular pseudo-hipertrófica. Cita-se ainda o seu efeito no acne vulgar persistente após a adolescência (50 a 250 mlgs. por dia), havendo em muitos casos notavel diminuição da oleosidade da pele.

Administrada intravenosamente, a Vit. B6 tem-se mostrado eficiente em portadores de neurastenia, hipertiroidisrno e colite ulcerosa.

Em pacientes submetidos a dietas, nas quais se abolia a Vitamina B6, notaram-se insônia, irritabilidade, nervosismo, dôres abdominais, fraquesa e dificuldade na marcha, tendo cedido esses sintomas com a administração da referida vitamina.

Uma das atuações mais brilhantes dessa substancia se observa nos vômitos incoercíveis, que cedem com 1 ou 2 ampolas de 50,0 mlg. do sal.

Mais recentemente Lewy e Fox usaram tal substância em 87 casos de vertigens, obtendo ótimos resultados.

Como se vê, tem-se tentado a aplicação dessa vitamina numa série de entidades nosológicas diferentes, inclusive moléstias orgânicas do sistema nervoso, mas sempre de modo empírico, pois que não se lhe conhece até agora a ação fármaco-dinâmica.

Tratando-se de substância de baixa toxidez (a dóse letal no rato é de 3 grs. por kilo de corpo), e que não atua maleficamente sobre qualquer setor do organismo, tentámos aplicá-la em casos de zumbidos de ouvido, embora Fowler opine que "as vitaminas em grande dose podem acentuar os zumbidas e em pequena dose ou tela pouco ou nenhum efeito" e que "não ha droga ou método cirúrgico que cure o zumbido."

Estamos ainda observando os casos, e novos outros se vêm ajuntar à série em que a medicação é administrada, seguindo-se, tanto quanto possível, a orientação indicada por Fowler, fazendo ressaltar - tambem nesta terapêutica, como em qualquer outra - a de não se garantir a cura.

Em se tratando de pacientes que perambulam por numerosos consultórios e em quem se tentou toda medicação e mesmo a cirurgia (extração de focos, correção de desvio de septo, etc.), é-nos mais facil obter a permissão em submete-los a essa nova medicação que, se não lhe trouxer benefício, não podem agravar-lhes o mal.

Temos usado, preferentemente, a via endovenosa por apresentar resultado mais rápido, e numa dosagem de 50,0 milg. do sal (cloridrato de priridoxina) por dia. Observada a cura do zumbido pode ser continuada a terapêutica, utilizando-se a via oral, decrescendo-se gradativamente a dosagem.

Não se tratando de sinal observavel pelo médico ou que possa ser registrado por aparelho, ao paciente se explica, com antecedência, que deverá informar imediatamente das melhoras locais e gerais e da quantidade de ampolas em uso, seguindo-se essa orientação até a abolição do zumbido.

Passaremos a apresentar algumas observações

1.º OBSERVAÇÃO - josefina T. 36 anos, casada (11-9-49).

Queixa: - Refere que, na menarca, se sentiu hipoacúsica do lado E., acompanhado de zumbido, fenómenos èsses que foram aumentando gradativamente. Por ocasião do parto notou acentuação desses distúrbios. Ha 4 anos, os mesmos sintomas foram notados no Ouvido D., tarnbem com carater progressivo, não conseguindo atualmente ouvir a não ser voz muito alta e próxima ao ouvido: recorre tombem à leitura da mímica labial e manual. Diz peorar com a mudança de temperatura. Passado de dôr de ouvido E. em criança, sem purgação. Resfriados fáceis com obstrução nasal. Operada de desvio de septo como tentativa de tratamento da hipoacusia e zumbido, sem resultado.

Exame: - Timpanos de aspeto normal. Cateterismo em arribas as trompas revelou permeabilidade. Foi determinada a curva audiometrica, que é a seguinte: (Fig. 1).



fig 01



Prescrevemos Vit. 136 50,0 milgs. na veia por dia.

17-9-48: Refere que com a 2.º ampola da Vitamina começou a notar diminuição dos zumbidos de ambos os ouvidos, progredindo essa melhora com a 3.º ampola. Não refere melhora da audição.

20-9-48: Melhoras acentuadas e progressivas do zumbido que atingiu a urna altura que não mais a importuna siquer no silêncio. foram-lhe administradas até hoje 5 ampolas, isto é, 250,0 milgs. de Vit. B6.

25-2-49: Persistência da melhora.

2.ª OBSERVAÇÃO - Oswaldo M. 25 anos (13-2-47).

Na data acima foi por nós operado de amídalas, por apresentar passado de resfriados constantes e inflamações purulentas das amídalas e a conselho do médica da 4.ª zona aérea, ande pretendia fazer curso de aeronautica

17-2-49: Procurou-nos referindo passado de viagens aéreas constantes com o que notou hipoacusia de ambos os ouvidos e principalmente zumbido, mais acentuado a E. lado êsse em que a hipoacusia é tambem mais intensa.

O seu audiograma revelou: (Fig. 2)



Fig. 2



Medicado com Vit. B6 50,0 mgs veia por dia.

18-2-49: Na 2.ª ampola refere melhora acentuada dozumbido do O. D., onde não é quasi ouvido; e no O. E., nota melhora sensível.

19-2-49: O. D. ausência completa do zumbido; O. E.: diminuição de cerca da metade do que ouvia anteriormente ao tratamento.

20-2-49: Refere que, tendo-se resfriado, notou Hipoacusia e zumbido de ambos os lados da mesma intensidade que a anterior ao tratamento. Medicação antifecciosa.

21-2-49: Acusa melhora do resfriado. Foi-lhe aplicada a 4.ª ampola de Vit. B6.

22-2-49: Refere melhora da hipoacusia e ausência do zumbido do O. D. Do lado E. nota diminuição do zumbido que calcula em metade da intensidade do zumbido anterior ao tratamento. Tomou a 5.ª ampola

23-2-49: Persistència de zumbido do O. E. que avalia em 10% do anterior. Tomou a 6.ª ampola.

24-2-49: Ausência completa do zumbido tarnbem do O. E. Continuar com mais 3.ª ampolas de Vit. (1 por dia na veia).

Nota: Alem das melhoras progressivas e cura do zumbido, êste paciente refere, desde o início desse tratamento, melhora do estado geral, antes ligeiramente deprimido, bem como acentuada lucidez intelectual e facilidade no estudo.

3.ª OBSERVAÇÃO - Berta S. 39 anos, comerciária. (19-11-948).

Queixa: - Ha 10 anos começou a ouvir zumbido no O. E., agúdo, constante, acompanhada de discreta hipoacusia. Ha anos a hipoacusia e zumbido passaram para o O. D.. aumentando ambos gradativamente. Ha 4 meses o zumbido tornou-se tão alto que chega a provocar-lhe dôr em ambos os lados. Procurou-nos mais pela dôr do zumbido do que pela hipoacusia. Nega tonturas e passado de otalgia ou otorréa. Zumbido fino que reconhece ser semelhante ao som do diapasão C3. ("apito de máquina").

Exame: - Tímpanos: pequeno ponto de calcificação ao nível do cala, do martelo, em ambos os lados e discreta hiperemia da membrana Schrapnell.

Audiograma: Fig. n.º 3.



Fig. 3



Medicada com Vit. B6 (2 ampolas de 50,0 mlg. na veia, de manhã e tarde), num total de 6 ampolas (3 dias), sem referir melhoras.

Passou, em seguida, a 1 ampola por dia (50,0 mlg, na veia) num total de mais 6 ampolas; não refere melhoras.

Prescrevemos, mais 6 ampolas de 50,0 mlg. na veia em dias alternados. Durante essa última série começou a sentir diminuição lenta e gradativa das dores até ceder completamente. Persistência do zumbido; isto é, o zumbido que era antes doloroso, perturbando acentuadamente a paciente, tornou-se sem dor, simplesmente audível. Com isto o estado geral e psíquico da paciente melhorou grandemente.

Prosseguimento da Vit. B6 sob a forma de comprimidos (1 antes de cada refeição), num total de 20 comprimidos.

Recentemente (14 de Março de 1949) ouvida por nós referiu não sentir mais dôr, embora ainda persiste o zumbido. Refere tambem que êsse é agora ainda agudo, porém mais suportavel.

4.º OBSERVAÇÃO - Maria do Carmo M. M. 56 anos, casada (12-2-1949).

Queixa: - Cefaleia parietal intensa ha aproximadamente 3 mêses, seguindo-se de tonturas objetivas que percebe vir aumentando progressivamente. Nega vómitos ou nauseas. Zumbidos finos, intensos em ambos os lados, mais á E., semelhante a sino. Pressão arterial: 13x7. Desde 1919, hipoacusia bilateral. Refere passado familiar (irmãos) de hipoacusia acentuada. Varias Reações de Wasserman: negativas.

Exame: - Oro-Faringe: palatosquises mediana, incompleta com o que a voz se torna tipicamente anasalada.

Ouvidos: nada de anormal.

Exame oto-neurológico: Desvio da marcha para a E.. Romberg positivo. Prova de fio a prumo: positiva; à diadicocinesia positiva à E..; desvio do index positivo à E. Nistagmo expontâneo: ausente.

Prova calórica: agua fria: O. E: discretos abalos, ausência de desvio e de tonturas. Acentuado mal estar geral que não permititiu continuar exame no O. D.

Exame boclear: Vide audiograma. (Fig. n.º 4).



fig 04



Medicada com Vit. B6 (50,0 mg]. na veia por dia).

18-2-49: Refere melhora acentuada do zumbido e principalmente da tontura. Até esta data 6 ampolas.

24-2-49: Tomou até estas data 12 ampolas. Refere melhora acentuada do zumbido e tontura; esta só se apresenta em local muito movimentado

13-3-49: Tomou ao todo 24 ampolas de Vit. B6 num total de lg. 100 de sal referindo melhora sensível do zumbido e acentuada da tontura.

5.ª OBSERVAÇÃO - Ruth S. 50 anos, casada. (18-9-1948).

Queixa: - Ha 15 anos hipertensão arterial, sem distúrbio de qualquer natureza. Ha 8 anos a pressão maxima tem-se mantido entre 22, 23 e a mínima, 12, manifestando-se sob a forma de crises de nausear, vômitos, vertigens, desvios da marcha, tonturas subjetivas, hipoacusia e principalmente zumbidos constantes e agudos. Devido a esses distúrbios, vé-s,e obrigada a acamar-se; mesmo no leito, entretanto, qualquer movimento do corpo lhe traz desconforto geral acentuado. O sôno da noite ou do dia parece não lhe trazer efeito benéfico, pois acorda sempre com zumbido intenso. Refere ainda que com a ingestão do café e Belergal, o zumbido diminuiu de altura, tornando-se suportavel, mas de duração passageira, pois volta em seguida à altura anterior. Por ocasião do noseo exame apresentava ainda nistagmo bilateral expontàneo, horizonto-rotatório, o que mais lhe acentuava o mal estar. Está em tratamento clínico da hipertensão.

Exame: - Perfuração no quadrante antero-inferior do O. E. (passado de otites repetidas em criança). O. D. Nada de anormal.

Acuidade auditiva: hipoacusia tipo percepção em ambos os lados.

Terapêutica: Vit. B6 (100,0 mlg. na veia e 100,0 mlg no músculo por dia).

Depois de 3 dias, isto é, tendo recebido 300,0 mlg. de piridoxina na veia e 300,0 mlg. no músculo, refere melhora sensível do zumbido em ambos os ouvidos e desaparecimento total do nistagmo, tontura, nauseas, vómitos, podendo movimentar-se com facilidade e sem as perturbações anteriores, sentindo, segundo sua expressão, a "cabeça mais firme". Prosseguimento da terapêutica.

Após 2 dias, tendo, pois, recebido 5 ampolas de Vit. 136 de 100,0 mlg. na veia e 5 no músculo (num total de 1,0 g. de piridoxina), além de persistir a cura referida, ainda relata diminuição consideravel do zumbido, cuja altura, agora, não mais a perturba, podendo, perfeitamente ocupar-se de seus afazeres habituais. Foram ainda aplicada 4 ampolas de 50,0 mlg. de Vit. B6 perfazendo 1gr.200mlg.

Atualmente, ha 7 mêses do tratamento, persiste a melhora do estado geral, físico e psíquico, achando-se agora em gozo de férias fóra da Capital e plenamente confiante em si. Não houve repetição do nistagmo, tonturas, vômitos, nauseas, desvio da marcha e o zumbido diminuiu consideravelmente de altura, tornando-se plenamente suportavel.

Ha ainda a assinalar que em Outubro de 1948 (no 2.º mês da melhora obtida pela nossa terapêutica) sofreu crise hipertensiva Mx = 23, de carater grave, com sinais de espasmo cerebral acompanhado de hemiparesia E. Socorrida imediatamente, foi-lhe praticada sangria. No início desta houve brusca descompressão, caindo em colapso periférico-(Mx = 8), entrando em estado de coma; medicada logo com cardiotônicos e hipertensores a pressão se refez depois de uma hora.
Apezar dessas alterações bruscas de pressão, não houve influência sobre os resultados obtidos pela Vit. B6 mantendo-se a cura até a data de hoje.

6.ª OBSERVAÇÃO - Vicente P. 38 anos.

Queixa: - No dia 18-10-48 sofreu agressão, recebendo provavelmente soco na região auricular E, em consequência do que teve comoção cerebral e otorrea E. sendo nesse estado atendido pelo Pronto Socorro do Hospital das Clínicas. A otorrea, que foi abundante, durou um dia. Ao recuperar os sentidos notou que não podia suster-se de pé, atribuindo isto do fato de "as pernas não terem a mesma força antiga". Desde então apresenta tambem hipoacusia e zumbido Es.; ao deitar do lado E. tem tonturas subjetivas, oscilantes. Nega passado de otite e de hipoacusia.

Ao examina-lo em 10-12-48, ocasião em que nos referiu a queixa acima, isto é, praticamente 2 meses após o trauma na região auricular, encontrámos: OE. nada de anormal. OE. timpano perláceo, espessado, notando-se cabo do martelo projetado e hipereiniado. Não ha sinal de lesão tirnpânica.

Exame oto-neurológico: CEREBELO: Marcha: desvio à E.; Rotnberg: positivo; disdiadicocinesia positiva à E.; Manobra dos braços distendidos desvio do index e dismetria: negativos.

Reação de Wasserman, Kahn e Kline: negativas.

Todos os pares craneanos apresentaram-se normais, inclusive o ramo vestibular do VIII par, em ambos os lados.

Ramo coclear; vide audiograma. (Fig. n.º 5).

Maico Audiograma


Fig 05



Zumbido agúdo semelhante ao som do díapasão C3 = 1.024.

Foi instituída a Vit. 136 - 50,0 mlgs- na veia por dia.

20-12-48: Refere que com 2 ampolas o zumbido e a tontura diminuíram acentuadamente. Esta última só é notada de manhã, nos movimentos da cabeça, mas sensivelmente diminuída. Continuar a medicação.

27-12-48: Refere que com 6 ampolas (300,0 nilg. de Vit. 136) notou ausência completa do zumbido que vinha gradativamente diminuindo; as tonturas tambem diminuirarn acentuadamente. Continuar a mesma medicação em comprimidos (2 por dia de 25 mlg cada).

3-1-49: Tomou 15 comprimidos. Raras e discretas tonturas nos movimentos da cabeça. Continuar os comprimidos até o total de 20.

12-2-49: Mais de um mês após a terapêutica. Persistência da cura. 13-3-49: Mais de 2 mêses após a terapêutica. Persistência da cura.

Aí estão algumas observações mais interessantes quanto aos resultados obtidos com a citada terapêutica.

Novas outras irão ajuntar-se ao seu número. Contudo, não se sabendo até hoje o modo de atuação dessa vitamina não só no ouvido interno como tambem em qualquer setor do organismo, a sua aplicação é inteiramente empírica e, como tal, não se podem prever os resultados. Ha, entretanto, a seu favor a sua inocuidade, o que nos permite maneja-la a vontade.

CONCLUSÕES

1.º) A Vitamina B6 parece favorecer a melhora ou a cura do zumbido de ouvido; embora não se lhe conhece a ação fármaco-dinâmica sobre o ouvido interno; e
2.º) Sendo substância inócua para qualquer setor do organismo, é aconselhavel o seu emprêgo em tais casos.

RESUMO

O A. apresenta uma série de observações que vem realizando com a aplicação de piridoxina (Vitamina B6) em casos de zumbido de ouvido. São casos heterogêneos, pois assim são aqueles em que o zumbido faz parte de conjunto sintomático.

Desta maneira, apresenta-nos:

- 1 caso de hipoacusia tipo misto, acompanhado de zumbido que vinha aumentando gradativamente em ambos os ouvidos e que cedeu com 5 ampolas de Vit. B6 de 50,0 mlg.

- 1 caso de zumbido bilateral provocado por obstrução tubaria decorrente de diferença que altitude, curado de um lado com a 2.a ampola de Vit. 136 e de outro lado com a 6.ª ampola. Melhoras acentuadas do estado psíquico;

- 1 caso de hipoacusia tipo percepção em que o zumbido bilateral vinha aumentando gradativamente de altura, chegando a ser intensamente doloroso. Com Vit. B6 não acusa reais dór, no zumbido, o qual ainda persiste com discreta melhora.

- 1 caso de cerebelar típico, acompanhado de hipoacusia acentuada e zumbido intenso e tonturas em que a partir 2.ª ampola de Vit. B6 houve melhoras sensiveis de zumbido e tonturas.

- 1 caso de hipertensão arterial em que o zumbido era intenso, além de tonturas, nauseas, desvio da marcha e nistagno expontâneo; a partir do 3.º dia de tratamento com a Vit. B6, estes últimos distúrbios se curaram definitivamente e o zumbido diminuiu acentuadamente de altura tornando-se compatível, embora persiste a hipertensão arterial.

- 1 caso de comoção labiríntica, de que resultaram tonturas e zumbido; a partir da 2.ª ampola de Vit. B6 (100,0 mlg.) houve diminuição progressiva desses distúrbios e cura completa com a 6.ª ampola (300,0 mlg).

Observou ainda que durante o tratamento processos gripais, fazem o zumbido voltar ao estado anterior; passado a infecção, há volta à melhora obtida anteriormente.

Nos casos em que o zumbido é acompanhado de vertigens, a Vit. B6 parece atuar mais eficientemente sobre estas últimas.

Juntamente com as melhoras do zumbido, ou mesmo quando estas não se obtêm, ha notavel efeito sedativo.

BIBLIOGRAFIA

ROSENBERG H. R. "Chemistry and Physiology of the Vitamins" lnterscience Publishers, ine. N. York - 1942.
LEWY & FOX "Pyridoxine used in the treatment of Vertigo" in "Archives of Otolaryngology Vol. 46 - N.º 5 - Nov. 1947.
FOWLER "Tinnitus não vibratório" Resumo publicado no Boletim bibliográfico da Federação Brasileira das Sociedades de O. R. L. e Broncoesfofagologia. Vol. 1 N.º 5 - Agosto 1948.




(*) Trabalho apresentado no Departamento de Oto-Rino-Laringologia da Associação Paulista de Medicina, em 17-3-49.
(**) Assistente da Clínica O.R.L. da Fac. de Medicina da Universidade de S. Paulo, do Hospital das Clínicas

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