Versão Inglês

Ano:  1941  Vol. 9   Ed. 6  - Novembro - Dezembro - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 480 a 491

 

ASSOCIAÇÕES CIENTIFICAS

Autor(es): -

SECÇÃO DE OTO-R1NO-LAR1NGOLOGIA DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA
Reunião de 17 de Março de 1941

Presidida pelo dr. Gabriel Porto e secretariada pelos drs. Cotrim e E. Salerno, realizou-se, no dia 17 de março de 1941, uma reunião mensal ordinária da Secção de Oto-Rino-Laringologia da Associação Paulista de Medicina.

Expediente: - No expediente, foi lida pelo sr. 2.° secretário a ata da última reunião, que mereceu algumas correções antes de ser aprovada.

Ainda no expediente, o sr. presidente comunicou o recebimento de um ofício da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, convidando-a Secção a se fazer representar nas solenidades comemorativas do jubileu Profissional do prof. Antonio de Almeida Prado.

ORDEM DO DIA

ABCESSOS DO RETRO-FAR1NGE - Dr. Guedes de Melo F.°

Acentuando a raridade dos adeno-flegmões retro-faringeos, o A. relatou os cinco casos verificados no Serviço de Oto-Rino-Laringologia do Instituto Penido Burnier, de Campinas, num total de 36.800 fichas, o que dá a percentagem de pouco mais de 1 para 7.000 doentes.

Fez uma revisão do assunto, detendo-se no estudo anatomico e diagnóstico. Neste último particular, referiu a interessante contribuição trazida pela radiografia de perfil do pescoço e exibe a respectiva documentação dos 4 últimos casos observados.

COMENTÁRIOS:

DR. RUBENS BRITO: - Pediu a palavra apenas para felicitar, não só o A. pelo seu magnífico trabalho, como a Casa, que teve oportunidade de apreciar tão brilhante comunicação.

DR. FRANCISCO HARTUNG: Comentou favoravelmente o trabalho do A., para depois fazer algumas considerações comparativas entre as nossas estatísticas e as estatísticas americanas, sobre o mesmo assunto.

DR. PAULO SAES: - Ditou os casos que teve ocasião de observar na sua clínica, de há 17 anos, que comparativamente às estatísticas apresentadas, pareceriam em numero muito grande, o que entretanto é justificavel, devido ao fato de trabalhar geralmente em clínicas infantis, que fornecem o maior coeficiente da afeção. Especifica, a seguir, a conduta que seguiu, em alguns dos casos tratados.

DR. REZENDE BARBOZA: - Cumprimentou o A. pelo seu trabalho, completo, no assunto, dizendo que ele veio abordar, com a apresentação dos seus casos, um ponto discutível da anatomia, sobre a existência ou não, de certos gânglios da região. Fez, então, algumas considerações de ordem anatomica.

DR. MÁRIO OTTONI DE REZENDE: - Fez tambem elogios ao trabalho do A.; considera a questão dos gânglios, abordados pelo dr. Rezende Barboza, e disse, por fim, que na sua estatística, pelo contrario, não tem observado a afecção, predominantemente na infância, mas sim em adultos: citou, tambem, um caso que teve conjuntamente com o dr.Lindenberg.

DR. ROBERTO OLIVA: - Citou alguns casos interesasntes que teve ocasião de observar, cuja etiologia não ficou bem determinada, mas que presumiu tratar-se de natureza diftérica.

DR. GABRIEL PORTO: - Chamou a atenção para a questão do diagnóstico clínico, e da dificuldade que geralmente existe, o que entretanto não tem razão de ser, porque a sintomatologia é mais ou menos clássica, principalmente depois da comprovação radiológica, Considerou o trabalho do A., de grande valor.

DR. GUEDES DE MELO: - Agradeceu a todos os comentários e às referências elogiosas feitas pelos colegas. Referiu-se à questão das estatísticas, citadas pelo dr. Francisco Hartung, dizendo que tambem lhe havia chamado a atenção. Considerou ainda que se o diagnóstico clínico não for feito, deve-se recorrer ao raio X. Fez ainda largas considerações, referentes aos comentários dos presentes, principalmente aos casos do dr. Roberto Oliva, cuja natureza diftérica, considerou muito possível.

CONCUSÃO COCLEAR RARA - Dr. Rezende Barboza.

O A. apresentou um interessante e raro caso de traumatismo coclear produzido por choque sôbre o pavilhão auricular. Após a observação detalhada do caso, controlada com curva audiometrica o A. teceu comentários sobre o provável mecanismo patogênico da comoção do labirinto anterior.

COMENTÁRIOS:

DR. ROBERTO OLIVA: - Considerou muito interessante o trabalho do A., admirando-se mesmo do resultado obtido pelo tratamento. que segundo sua opinião, pouca cousa influiria na melhora, no caso apresentado. Referiu-se a alguns sintomas que poderiam ser causados por uma irritação meningéa.

DR. MARIO OTTONI DE REZENDE: - Fez algumas considerações sobre a ação da terapêutica empregada pelo A. pensando justamente o contrário do dr. Roberto Oliva, que acha que o tratamento não teve influência na evolução do caso: a seu ver, a terapêutica seguida teve um papel importantíssimo, na evolução.

DR. REZENDE BARBOZA: - Ao responder os comentários dos presentes, agradeceu a atenção dispensada ao trabalho, achando que a terapêutica teve influência grande na evolução do caso, e respondendo particularmente ao dr. Roberto Oliva, disse não ter encontrado absolutamente sinais de irritação meningéa.

DIAGNÓSTICO RÁPIDO DA DIFTERIA PELO MÉTODO DE MANZULO - Dr. Silvio Marone.

O A., depois de rápido estudo sôbre a necessidade de se saber, no momento do exame, se trata ou não de difteria, analisa os vários processos que dão um resultado dentro de pouco tempo. Deteve-se no método de Manzulo que abalizou e que praticou no Hospital do Isolamento e em vários serviços de Oto-rino-laringologia, que frequentou.
Experimentou esse método em 60 doentes, sempre em cotejo com outros exames bacteriológicos e com o exame clínico e obteve os seguinte resultados:

54 casos de coincidência,dos resultados do processo de Mauzulo, com os outros métodos postos em confronto; e
6 casos de discordância.

O A., em seguida, analisa os resultados obtidos e termina o seu trabalho concluindo:

1.°) A prova de Manzulo constitue elemento de bastante rapidez e eficiência para o diagnóstico da difteria "in vivo" e "invitro";

2.°) O seu emprego, como complemento das provas usuais bacteriológicas, não oferece vantagens, pois os casos em que ele é positivo, sendo as provas bacteriológicas negativas, não podem ser tomados em consideração, uma vez que não apresenta elemento que aumenta a especificidade da reação. O seu uso, entretanto, se justifica sómente em casos em que se deseja um diagnóstico rápido;

3.°) O seu emprego, como substitutivo das provas bacteriológicas quando estas não podem ser realizadas, é indicado não só pela simplicidade da prova, que permite sempre a sua realização, como pelas altas percentagens de concordância dos seus resultados com os de outras provas.

COMENTÁRIOS:

DR. MONTEIRO SALLES: - Considerou muito interessante o trabalho do A., principalmente por ser a primeira comunicação, no Brasil, sôbre o método de Manzulo. Conhecedor do método ha muito tempo, procurou aplicá-lo no Instituto Penido Burnier, de Campinas, onde exerce as suas atividades e fazê-lo com toda a técnica aconselhada pelo seu creador. O verdadeiro processo, entretanto, é muito complexo, como teve oportunidade de verificar e aprender com o próprio Manzulo, por ocasião de uma viagem que fez à Argentina; teceu varias considerações de ordem técnica, explicando pormenorizadamente o verdadeiro método, impossivel de se aplicar entre nós, pela dificuldade de obtenção do material necessário; considera o método apresentado pelo autor da comunicação, como uma variante do verdadeiro método de Manzulo, não deixando, entretanto, de ter bastante valor, no que se refere ao diagnóstico rápido da difteria.

DR. MARONE: - Respondendo, agradeceu ao comentário, fazendo mais algumas considerações de ordem técnica.
Nada mais havendo a tratar, o sr. presidente considerou encerrada a sessão.

Reunião de 17 de Abril de 1941

Presidida pelo dr. Gabriel Pôrto e secretariada pelos drs. Cotrim e Salerno, realizou-se, no dia 17 de abril de 1941, a reunião mensal ordinária da Secção de Oto-Rino-Laringologia da Associação Paulista de Medicina.
Expediente: - Pelo sr. secretário foi lida a ata da última reunião, que foi aprovada por unanimidade.

- Ainda no expediente pediu a palavra o dr. Francisco Hartung, que apresentou uma carta que lhe foi enviada pelo prof. Zambrini, da Universidade de Buenos Aires, carta essa, contendo a sumula do estudo sobre a contra-indicação da operação de amidalas, no terreno tuberculoso. As idéias externadas nesse trabalho, que serviu de tese de concurso para a Universidade de Buenos Aires, não puderam ser publicadas porque não o foram ainda, naquela cidade. Sintetisando o que disse o dr. Casteran, autor do referido trabalho, na carta se acham inclusas seis premissas, tornando-se, então, evidente que em alguns casos a operação pode ser realizada, ao passo que em outros a contra-indicação é manifesta, podendo, a sua realização, precipitar a evolução da moléstia.

As premissas são as seguintes:

1.ª) Coesistência de uma adenopatia tuberculosa cervical com uma tuberculose amigdaliana ativa ou não, e uma tuberculose pulmonar ativa ou não. Não operar, pois existe grande possibilidade de reativação e generalização do processo tuberculoso.

2.ª) Coesistência de uma adenopatia tuberculosa cervical, com tuberculose amigdaliana latente, e tuberculose pulmonar ativa ou não - Não operar, pelo mesmo motivo.

3.ª) Coesistência de adenopatia tuberculosa, com uma tuberculose amidaliana ativa, sem lesão pulmonar - Operar, procurando fazer um ato cirúrgico breve e com o menor traumatismo possível - Pode-se fazer, tambem, diaterino-coagulação.

4.ª) Coesistência de adenopatia tuberculosa, com tuberculose amidaliana latente, não acompanhada de lesão pulmonar. - Operar; nesses casos não haverá complicação.

5.ª) Coesistência de uma adenopatia tuberculosa com uma amidalite sética corrente, sem tuberculose pulmonar. - Operar.

6.ª) Coesistência de uma adenopatia tuberculosa com uma amidalite sética e com tuberculose pulmonar ativa ou não. - Não operar, pois a reativação é possível.

ORDEM DO DIA

TEST PARA DESMASCARAMENTO DE SURDEZ TOTAL-CONTRIBUIÇÃO (1) - Dr. Angelo Mazza.
O A. iniciou o trabalho, mostrando o interêsse do capítulo da simulação em otologia, porquanto é patente a socialização cada vez maior da medicina. Aponta as caixas de aposentadorias e pensões, as companhias de seguros e as instituições militarizadas como os serviços onde se observam o maior número de simulações.

Passou em revista os principais tests conhecidos na literatura mundial e mostrou que todos interferem com a via acústica, a não ser o test calórico, que em última análise, não passa de um exame comum do aparelho vestibular, daí deduzindo o estudo da coclea.

O test apresentado pelo A., consta, em essência de dois episódios: 1.°) Excitação do aparelho vestibular (Prova calórica) ; 2.°) Logo a seguir, -ordena um movimento dos olhos, e, manda, em voz baixa, olhar para todas as direções. Foi escolhido o movimento dos olhos, porque o nistagmo já faz parte da reação vestibular.

Disse o A., que a reação subjetiva desencadeada pela excitação calórica, reduz ou elimina a capacidade simuladora do paciente. Os fenômenos vertiginosos subjetivos acompanhados de nauseas e vómitos desviam a atenção do simulador.

A seguir, o A. fez a critica do test, enumerando as vantagens, desvantagens, e suas indicações. Terminou o trabalho, mostrando que o seu test não passa de uma variante pessoal do chamado test calórico, e que lança mão da excitação do vestíbulo, intencionalmente para fins de desmascaramento e não com fim exclusivo de saber do estado da cóclea indiretamente, como indica o referido test calórico.

COMENTÁRIOS:

DR. REZENDE BARBOZA: - Teceu elogios em torno do trabalho do A., dizendo que considera o test ótimo para o caso de simulação de surdez total bilateral, tendo porém suas dúvidas, quanto à eficácia do mesmo no caso de surdez total unilateral.

DR. FRANCISCO HARTUNG: - Felicitou o A. pelo brilhantismo do trabalho apresentado, citando tambem um caso de simulação de surdez.

DR. GABRIEL PORTO: - Considerou de grande interêsse o trabalho apresentado, achando que felizmente esses casos são raros. Trabalhando no Instituto Penido Burnier, encarregado da assistência oto-rino-laringológica dos funcionários da Cia. Mogiana e Cia. Paulista, não se recorda de nenhum caso idêntico.

DR. ANGELO MAZZA: - Agradeceu a todos os comentários, dizendo que de fato não tem experiência em relação à surdez total unilateral. Antes de submeter o seu trabalho á apreciação da Casa, havia consultado a opinião de neurologistas e psiquiatras, e todos foram acordes em afirmar que o princípio do test apresentado, é muito utilizado em neuropsiquiatria.

Nada mais havendo a tratar, o sr. presidente agradeceu o trabalho apresentado, e considerou encerrada a sessão.

SOCIEDADE DE OTO-RINO-LARINGOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

33.ª Sessão ordinária - 8-VIII-1941

Presidida pelo Dr. Mauro Penna e secretariada pelos Drs. Muller dos Reis e Homero Carriço.

No expediente, o Snr. Presidente informa á Casa mais alguns passos dados sobre a vinda do Prof. Canuyt, confiando na comissão nomeada para tratar do assunto. Referindo-se ao telegrama do Dr. Julio Vieira é confirmada por unanimidade a resolução da diretoria.

Pondo em vigor o artigo 13 dos Estatutos, é transferido para a classe de Socio Correspondente o Dr. Raul David de Sanson, que tem sua ultima frequencia em 30 de Maio de 1939. São propostos para socios efetivos Drs. José Rafael Cavalcante, Silvio Moreira da Silva, José Melman e Horacio Milliet.

ORDEM DO DIA

1) CASO DE CONSULTORIO: - Dr. Walter Muller Reis.

Trata-se de um caso de paralisia velo-palatina após angina, em que a cultura do material foi negativa para Loefler e positiva para fuso-espirilar; a doente tomára 15.000 unidades de sôro antidifterico. Obteve cura da paralisia sómente com o auxilio da proteinoterapia.

2) ADAMANTINOMA DO MAXILAR INFERIOR, UM CASO - Dr. Pinto Fernandes.

O autor comunica e apresenta um caso de adamantinoma do maxilar inferior, observado em seu serviço clinico do Hospital da Marinha. Dois anos de evolução desde que foi observado o aparecimento pelo doente. Maior desenvolvimento nos ultimos dois mezes. Tumefação do tamanho de uma pequena noz, no ramo horizontal da mandibula, lado esquerdo. O exame clinico e radiografico levaram ao diagnostico de adamantinoma cistico. Operado pelas vias naturaes. Apenas a extripação do tumor, sem qualquer resecção de tecido são. O exame histo-patologico da peça revelou: adamantinoma. Com 8 mezes decorridos depois da operação, não se manifestou qualquer tendencia à recidiva. Apresenta 4 radiografias, uma lamina e bibliografia referente ao caso.

COMENTÁRIOS:

PROF. ERMIRO LIMA: - Dirige palavras elogiosas ao autor, achando conduta bem orientada a intervenção por via bucal. Extranhou que o Dr. Pinto Fernandes não tivesse feito sutura imediata da cavidade, tendencia moderna, retendo o coagulo que raramente se inféta, pois seria a sua condúta no caso. Quanto à bibliografia, ha uma publicação da escola do Prof. Moraes, de um adamantinoma de grande volume em uma preta, que não foi citada pelo autor. Possue um caso operado por si de adamantinoma do maxilar superior, do corpo da mandibula ao ramo ascendente, tendo procedido ao fechamento imediato da cavidade.

DR. ARISTIDES MONTEIRO: - Pede a palavra por ter sido citado nominalmente. Possue 3 a 4 casos, um dos quaes com diagnóstico de cisto e o tumor foi encontrado no ato operatorio.

DR. SEABRA JÚNIOR: - Dirige parabens ao autor.

DR. PINTO FERNANDES: - Agradece as referencias do Prof. Ermiro Lima. Quanto a não ter feito sutura imediata, parece-lhe nem sempre ser possivel, pelo adelgaçamento excessivo da mucosa que dificilmente é conservada integra, o que se deu no caso. Concorda que a conduta do fechamento imediato é a melhor. Quanto à bibliografia, na busca que fez, não encontrou referencias ao caso da Bahia. Agradece tambem aos Drs. Aristides Monteiro e Seabra Junior.

3) PAPILOMA DO SEPTO NASAL - Dr. Mauro Penna.

Repassa os casos conhecidos dessa entidade morbida, assinalando a noção de raridade do tumor, que se acha apoiada no seu diagnostico histologico e não puramente clinico. Expõe a base do diagnostico histologico dos papilomas genuinos, demonstrando, por microfotografia e pela projeção de lamina de seu caso, tratar-se ele realmente de um papiloma genuino, localisado no septo nasal.

COMENTÁRIOS:

DR. FERNANDO LINHARES: - Refere-se a um caso que não foi publicado, em 1939, na Policlinica Geral, de polipo com implantação no septo nasal, em que não foi feito o exame anatomo-patologico.

DR. ARISTIDES MONTEIRO: Acentúa que a parte mais importante na comunicação do Dr. Mauro é o exame anatomo-patologico e sem ele será apenas tumor do nariz. Está com o autor quanto ao diagnóstico anatomo-patologico, felicitando-o pelo brilho da comunicação.

DR. MAURO PENNA: - Agradece as palavras dos comentadores.

A sessão é encerrada ás 23 horas e 15 minutos.

34.° Sessão Ordinária - 8-IX-1941

Presidida pelo Dr. Mauro Penna e secretariada pelos Drs. Muller dos Reis e Homero Carriço.

São eleitos, por unanimidade, para socios efetivos, Drs. José Rafael Cavalcante, Silvio Moreira da Silva, José Melman e Horacio Milliet.

Prof. João Marinho comunica haver recebido uma carta do Dr. Hartung informando-lhe ter o Dr. Tato obtido o 1.º logar em concurso e da proxima vinda do Prof. Segre. Péde á Secretaría enviar aplausos ao Dr. Tato.

ORDEM DO DIA

1) CASO DE CONSULTORIO - Dr. Humberto Lauria..

Refere-se a um caso de abcesso sub-periosteo temporal, cujo aspéto fez pensar em mastoidite. Operou o doente, procedendo á mastoidéctomia, tendo encontrado celulas e antro mastoideo normaes. Apresenta 3 fotografias do caso.

2) CASO DE CONSULTORIO - Dr. Galdino Lima e Silva.

Expõe um caso de litiase salivar por ele operado, apresentando para exame o calculo retirado, de grande tamanho, pesando 1 grama.

3) "TRATAMENTO DAS VERTIGENS LABIRINTICAS PELA HISTAMINA" (2) - Dr. Aristides Monteiro.

O autor discorre sobre o tratamento das vertigens labirinticas, expondo sua observação sobre o emprego da histamina nesses casos, tendo obtido resultados animadores. Em um caso verificou crise de urticaria após aplicação da histamina.

COMENTÁRIOS:

PROF. MARINHO: - Por ocasião da apresentação de seu trabalho sobre "Alergia em Oto-Rino-Laringologia", teve oportunidade de ler um folheto sobre "Papel da histamina na alergia". A histamina parece ser responsavel por quase todos os casos de alergia; é a histamina dos tecidos que provoca o estado alérgico. O Dr. Aristides refere-se a crise de urticaria por injeção de histamina, achando interessante o caso pelo efeito desse medicamento.

SNR. PRESIDENTE: - Na modéstia da sessão de hoje, teve a Casa muito de util, ouvindo as palavras do Dr. Aristides Monteiro sobre um metodo tão comentado no extrangeiro. Ainda mais, ouvimos os comentários tão oportunos do Prof. Marinho, que estudou com afinco o assunto.

DR. ARISTIDES MONTEIRO: - Agradece.

A sessão é encerrada ás 22 horas e 30 minutos.


35.ª Sessão Ordinaria - 3-X-1941

Presidida pelo Dr. Mauro Penna e secretariada pelo Dr. Homero Carriço. O Prof. Marinho faz parte da mesa.
O Snr. Presidente faz sentir o quanto a Sociedade perdeu por não ter sido informada da presença do Dr. Gabriel Porto entre nós, do que só veiu a ter conhecimento após sua volta para São Paulo. Incumbe o l.º Secretario fazer chegar ao Dr. Gabriel Porto as nossas desculpas.

E' proposto para Socio correspondente extrangeiro o Prof. Conde Jahn, catedratico da Faculdade de Medicina de Carácas, Venezuela.

ORDEM DO DIA

1) "ANGIOMAS" - Dr. David Adler.

O autor faz rapidas considerações sobre a origem dos tumores e frisa a importancia dos mesmos que, além de prejudicar o angulo estetico são capazes de produzir perturbações funcionais graves de acordo com o localisação que apresentam. Passa em revista os tratamentos propostos e correntemente empregados para a eliminação dos angiomas; detem-se no metodo cirurgico, unico que tem empregado com bons resultados. O autor encarece certos detalhes necessarios quando se emprega o metodo cirurgico no tratamento dos angiomas, taes como a necessidade de excisão completa da massa tumoral para que se evite as recidivas. Em seguida fez-se a projeção de um film colorido representando a remoção cirurgica de um angioma localisado no labio superior e o bom resultado obtído: foram projetados diapositivos sobre outros casos tratados pelo mesmo metodo e os respetivos resultados; o autor demorou-se em considerações sobre o maior caso de angioma que teve ocasião de operar, localisado no labio superior de uma creança de dois anos de idade. Antes de operar, foi necesrario fazer um tratamento geral durante alguns mezes (Dr. Lages Neto) e uma transfusão sanguinea na vespera da intervenção (Dr. Heitor Santos). Finalisa sua comunicação recomendando a remoção precoce dos angiomas, o que facilita a obtenção de um ótimo resultado. O autor apresenta uma das creanças por ele operado, para exame.

COMENTÁRIOS:

PROF. MAURILO DE MELLO: - Tece considerações em torno da comunicação.

SNR. PRESIDENTE: - Agradece mais uma contribuição do Dr. Adler, demonstrando sua experiência na cirurgia dos angiomas.

DR. DAVID ADLER: - Agradece as palavras gentis do Prof. Maurilo.

2) CASO DE CONSULTORIO - Dr. Aristides Monteiro.

O autor expõe casos por ele observados e tratados referentes a laringocéle, epilepsia curada por operação de radical e abcesso peri-amigdaliano em creança de 9 meses.

3) CASOS DE CONSULTORIO - Dr. Paulo Brandão

O autor observou os seguintes casos: crise epileptiforme após lavagem de ouvido para retirada de cerumen; sincope por introdução de especulo no ouvido; ulceração de amigdala parecendo tratar-se de tuberculose, mas que o exame geral demonstrou ser de origem sifilitica.

4) CASO DE CONSULTORIO - Dr. Carlos Bruno.

Caso por ele operado de sinusite maxilar provocada pela presença de corpo extranho (fosforo) na cavidade do seio, introduzído por descuido do proprio doente.

Prof. Marinho, como idealisador dos casos de consultorio, péde a palavra, sugerindo que, cada consocio possa acrescentar casos semelhantes aos apresentados no momento, sem entretanto discutir esses ultimos.

O Snr. Presidente, iniciando a nova idéa, dá a palavra ao consocio que a desejar. Pédem a palavra os Drs. Prof. Maurilo de Melo, Prof. João Marinho, Seabra Junior, Galdino Lima, que expõem casos semelhantes aos apresentados.

5) "CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS INCLUSÕES OSSEAS E CARTILAGINOSAS NO PARENQUIMA AMIGDALINO" - Dr. Aristides Monteiro.

O autor expõe seus estudos a respeito, fazendo projetar laminas de cortes em que se observam aquelas inclusões.

COMENTÁRIOS:

DR. PAULO BRANDÃO: - Refere-se a casos por ele observados.

O Snr. Presidente agradece a presença dos consocios, convidando-os para a sessão solêne de aniversario a realisar-se no proximo dia 9.

A sessão é encerrada ás 23 horas.




(1) - Trabalho publicado na Revista Brasileira de O. R. L.- n.º 2 - 1941.
(2) - Trabalho publicado na Revista Brasiteira de O. R. L., n.º 5 - set. - Out. de 1941.

Imprimir:

BJORL

 

 

 

 

Voltar Voltar      Topo Topo

 

GN1
All rights reserved - 1933 / 2024 © - Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial