HOMENAGEM AO PROF. JUSTO M. ALONSO DA FACULDADE DE MEDICINA DE MONTEVIDEO (URUGUAI)
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No dia 18 de Maio de 1953 na séde da Associação Paulista de Medicina, houve uma reunião conjunta do Departamento de O.R.L. e B.E. da A.P.M., com o "Comitê Latino-Americano para o Estudo do Câncer da Laringe". No inicio da secção foi oferecido ao Prof. justo M. Alonso o título de Socio Correspondente Estrangeiro da Associação Paulista de Medicina, tendo o Prof. Antonio de Paula Santos, da Faculdade de Medicina de São Paulo, feito o seguinte discurso:
Sr. Presidente.
Ilustres Consócios
Meus Senhores
Egregio Mestre:
Mais uma vez foram tirar-me do silencio de minha vida, agora para interpretar em público os sentimentos desta sociedade perante um vulto de primeira grandeza em nossa constelação.
Ironia dos contrastes, para cuja explicação não existem argumentos de lógica. E, por força do coração, houve que aquecer, porque o impulso dêste sentimento é incontrastavel.
Sem palavras para o agradecimento, urge dizer-vos presados consocios do bem que me fizestes elegendo-me o vosso mensageiro nesta festa do espírito e da inteligência, em que se casam a somação da querência com a exaltação do merito incontrastável.
Também, mercê de Deus, a tarefa não é dificil porque, de antemão fico desobrigado de repetir ao auditório ilustre os meritos do homenageado insigne, para não redizer que êle representa, por consenso unanime, a expressão maxima e impar do nosso maior expoente no palco representativo da ciência otorrinolaringologica latino-americana viva e atuante.
Liberto, de conseguinte, de uma apologia ao cientista sobejamente conhecido e admirado, permita-me que me cinja, num insopitavel sentimento de amizade e admiração, a exalçar-vos o homem estupendamente superior que, forrado dos predicados mais perfeitos e completivos de uma personalidade de escól, fazem de Justo Alonso êsse magnifico exemplar de integridade que queremos reverenciar nesta ocasião em que êle, mais uma vez se integra no nosso convívio.
Bom, simples, justo e humano, sem jactancias e sem vaidade, sempre o antigo educado, de falas brandas e compreensivas, fica sendo para os amigos o simbolo dêstes predicados, no mais alto quilate dos adjetivos, de vez que se acrescente a êsse exemplar sem jaça forjada na têmpera em que se caldeiam os primores de uma educação de escól as intransigências do homem cento a cento de carater.
E é batendo nesta tecla que eu vos incito a reverenciar Alonso, como a uma das expressões singulares dêsse Uruguai, pequenino na geografia mas imenso na enormidade de sua evolução social, dando-nos, como consequência de sua progressão, um vulto de porte de Justo Alonso, capaz de consagrar e representar os expoentes de uma patria como indice do que valem os valores morais bem aproveitados e utilisados.
E é justamente essa nação que prova assim, como, fatores imponderaveis, frutos da educação, da instrução, do altruismo e da generosidade, podem constituir forças morais e construtivas, para mostrá-la como um Oasis, dentro dêste Universo conturbado em que a força disputa contra a força numa luta injente e ingloria que nos humilha e nos deprecia.
E nesta apologia ao Homem de honra a quem conferimos um pequenino, mas significativo tributo de nossas homenagens, eu gostaria de dizer ao Prof. Alonso, conscio de significar o unisono de nosso sentir, que neste diploma que êle recebe neste momento de festa e alegria, êle não transporta um documento formal e banal de rotina, mas carrega para sua grande Patria, um pedaço de nosso coração e uma outorga que representa o diploma de grande amigo de nossa Patria com o título simbolico de cidadão brasileiro, honorário, nosso irmão cordial, representando mais um laço de confraternização maior entre o Uruguai e o Brasil.