Versão Inglês

Ano:  1937  Vol. 5   Ed. 6  - Novembro - Dezembro - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 507 a 527

 

REVISTA DAS REVISTAS

Autor(es): -

ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY
(Chicago)

Volume 25 - Janeiro de 1937 - N.° 1.

LAWRENCE J. LAWSON III. - Osteomielite do esfenoide. - Pag. 1.

Depois de passar em revista a literatura dos assuntos, citando uma serie de autores, cita duas observações deste genero.

Os sintomas de supuração do esfenoide podem ser muito vagos. Consistem em dôr entre e atraz dos olhos, que se irradiam para a região temporal e occiput, ou uma dôr profunda em baixo do vertex. Ao lado disso aparecem lacrimejamento, fotofobia, escotomas transitorios, blefaroespasmo, anosmia ou cacosmia.

A transição de uma fórma simples de sinusite para uma infecção osteomielitica, é caracterisada por sintomas de invasão da corrente sanguinea, assim como calafrios e hiperestesia ou anestesia da cornea homolateral. As complicações da osteomielite do esfenoide são, em geral, desastrosas. As mais frequentes complicações são a meningite basilar e trombose do seio cavernoso. Além disso, aparecem septicemias, abcessos do cerebro, encefalites e hemorragias intracraneanas. E'frequente a erosão do teto do seio, assim como vasos trombosados ao longo das extructuras visinhas.

Nas duas observações citadas pelo A., houve desfecho fatal. Conclue ele que, a osteomielite do esfenoide exigiria como tratamento a remoção dos ossos cujos vasos fossem trombosados, e que isto não se póde ainda obter com o actual estado da técnica cirurgica.

Nota do autor. O A. não cita Eagleton, mas se percebe perfeitamente, que ele adota integralmente as ideias do grande cientista americano, o qual como se sabe, tem desenvolvido extaordinariamente os conhecimentos sobre a patologia da base do craneo.

EUGEN GRABSCHEID (Viena) - Tuberculose do rochedo - Pag. 11.

Trata-se da observação de um caso de um paciente de 37 anos, cuja historia assim se resumia. Nada de interesse na historia pregressa. Em Novembro de 34 começou a notar certa dificuldade para deglutição, sendo forçado a limitar-se á alimentação liquida. Dois mezes mais tarde começou a perceber ruidos de campainha no ouvido, mas sem alteração na audição. Coincidiu este facto com dôres na metade esquerda da face, além de sensações vertiginosas, durante as quais os objectos rodavam em redor do paciente; finalmente apareceram dôres na região occipital esquerda, que se irradiavam para a região frontal do mesmo lado.

O paciente apresenta-se irritado, tendo a pupila esquerda bastante irregular. Não ha reação á luz. Os campos visuais são normais. Ha evidente paresia, do segundo e terceiro ramos do facial esquerdo. A lingua é desviada para a esquerda; a força é diminuida na mão do mesmo lado. Tonus e reflexos aumentados a direita e diminuidos a esquerda; sensibilidade dos tendões, á esquerda, diminuida. Quando o indicador é levado ao nariz, ha alguma ataxia e desvio para a esquerda. Romberg francamente positivo; marcha de olhos fechados impossivel; Wassermann no liquor negativo.

O exame otoscopico revela uma membrana normal á direita e ligeiramente cinzenta a esquerda. A ponta da mastoide deste ultimo lado é um, pouco empastada. Não são ouvidas as vozes falada e cochichada. Prova calorica á esquerda negativa. A rotação para a direita provocou um nistagmo para a esquerda da duração de 8 segundos. Sintoma de fistula ausente em ambos os lados.

O exame do faringe e do laringe revelou grande quantidade de pús no seio piriforme esquerdo, além da diminuição de reflexos do faringe e laringe. A radiografia revelou na ponta da piramide uma zona de densidade diminuida, e normalidade de aspecto das outras partes do craneo.

Levado pois em conta os sintomas neurologicos apresentados e, o aspecto radiologico obtido, concluiu-se por uma lesão da fossa posterior esquerda, na região do angulo ponto-cerebelar, provavelmente um tumor, extendendo-se contra o foramen jugular e invadindo o foramen occipital magno.

O doente foi operado em 18-3-35, sob anestesia local; na ocasião da operação ele achava-se completamente inconsciente, não respondendo á conversação nem á dôr. Com o paciente em decubito ventral, foi o craneo trepanado, a esquerda da protuberancia occipital externa. Atravez desta abertura foi a dura puncionada, encontrando-se 20 ccs. de fluido, depois do que o corrimento cessou expontaneamente; o liquido era perfeitamente claro. Foi então removida a parede ossea até os seios sigmoideo e transverso em ambos lados. O rebordo posterior do foramen occipital e uma parte do arco do atlas foram removidos.

O paciente faleceu uma hora depois da operação.

O exame histologico revelou: carie tuberculosa do rochedo esquerdo; tuberculose do cerebelo; leptomeningite basilar purulenta; carie tuberculosa da coluna vertebral, subsequente a abcesso frio prevertebral e paravertebral; apicite cavitaria do lado direito.

O A. passa em seguida em revista a literatura sobre o assunto.

S. L. SHAPIRO (Chicago) - Abcesso pseudocerebelar - Pag. 17.
E' corrente em otologia a necessidade do diagnostico precoce do abcesso do endocraneo, seguindo-se á infecção do ouvido, como elemento essencial para a possibilidade de cura. O pronto reconhecimento das condições que pódem simular esta perigosa complicação é pois necessaria e egualmente da maior importancia. Quando se pensa, que o abcesso de cerebro, pelo menos, no estado agudo envolve incisão ou pelo menos aspiração do pús, torna-se mais evidente quanto o medico precisa estar a coberto de erros, de modo a não, traumatisar desnecessariamente ou infeccionar um cerebro esteril.

A observação citada diz respeito a um caso de um paciente que, no curso de uma otite média cronica, apresentou-se com uma labirintite supurada manifesta, além de abcesso extradural da fossa posterior e trombose do seio. Logo depois da operação destas complicações, apareceram estase de papila, aumento consideravel da pressão intraraquidiana, dôres frontais, vomitos e alguns sinais de incordenação, que levavam a pensar em envolvimento do lobo cerebelar do lado direito. Todos estes sintomas desapareceram no curso de 4 semanas, e o paciente está perfeitamente bem ha mais de dois annos. O A. passa, em seguida, em revista a literatura do assunto demonstrando haver casos mais ou menos semelhantes, isto é, casos nos quais ha aumento da pressão intracraneanana sem envolvimento extradural.

FRANKLIN SCHUSTER (Texas) - Observações sobre tuberculose do laringe. - Pag. 23.

Trata-se de um estudo clinico sobre 452 casos de tuberculose pulmonar, com estudos referentes ao ouvido, ao nariz e á garganta. Foi encontrada tuberculose do laringe em 19,2% dos casos. Esta incidencia é um pouco mais alta do que era de se esperar, em pacientes tuberculosos e sem sintomas subjectivos. Ficou demonstrado que e edade, sexo ou gravidez não tem a menor significação quanto á presença da tuberculose no laringe. As, molestias do nariz e garganta não são mais frequentes em pacientes com tuberculose do laringe, de que naqueles casos nos quais havia só lesões pulmonares. A infecção do laringe é em geral ligada aos bacilos que vêm no sputum, embora haja casos de fonte linfatica. Os sinais subjectivos pódem ser de muito pouco valôr, e o diagnostico ser baseado no exame do laringe, e confirmações radiologicas. O tratamento, precoce, tem que ser baseado na cooperação do especialista com o tisiologista, sob repouso absoluto da voz, colapsoterapia e evitando excesso de tratamento local. Quando a lesão é progressiva deve ser usado o galvanocauterio, tomando-se muito cuidado em não se lesar zonas sãs. O bloqueio do laringeo superior traz um alivio temporario.

ARTHUR SOVAL e MAX SOM (New York) - Sinusites desapercebidas como causa de febres obscuras. - Pag. 37.

Bastante interessante este artigo: contem 9 observações de hypertemias de causas obscuras, perfeitamente elucidadas, desde que foram desvendadas sinusites insuspeitas. O A. chama a atenção para os casos de sinusite que passam desapercebido ao rinologista, porque as manifestações classicas de supuração dos seios, secreções purulenta na região dos orificios naturais, edema ou degeneração poliposa dos cornetos, podem não existir, e despistar a causa de uma febre dificil de explicar.

SYLVIO SCIARETTA (Chicago) - Meningite otogenica. Cura. - pag. 48.

Este artigo merece ser assinalado porque contem mais um caso de meningite otogenica curada pela trepanação. Trata-se de um caso de otite média cronica exarcebada, manifestando sinais de irritação do labirinto, e com infecção meningeana provada pela presença de diplococcus Grampositivos no liquido cerebro-espinal. A infecção fôra levada á fossa craneana por continuidade. A cura processou-se por uma larga exposição cirurgica da dura mater e remoção de uma parte das celulas perilabirinticas.

DAVID BALLON e H. C. BALLON - Rinorréa cerebroespinal. - Pag. 57.

O A. passa em revista a literatura do assunto, desde Tillaux em 1872 até Schwab e Green em 1905. Refere-se a um notavel trabalho de Saint Clair Thompson aparecido em 1899. Depois cita a sua observação pessoal, que tratava de um homem de 53 anos, o qual sofrera dois anos antes um acidente de automóvel, com um ferimento na cabeça. O acidente foi seguido de dôres de cabeça que em breve desapareceram. Um ano mais tarde começou a notar o corrimento de um liquido proveniente do nariz e que durou 4 semanas, sendo possivel colectar até 12 cms. cubicos em 10 minutos. O exame do nariz nada revelou que pudesse explicar o fato. O fenomeno durou na ocasião do exame pelo espaço de 5 mezes.

EDWIN BLONDER (Chicago) - Estudos Neuro-otologicos na epilepsia. - Pag. 63.

Só apresentamos as conclusões.

O exame neuro-otologico de pacientes, sofrendo de epilepsia revelam perturbações, na prova do indice, em 37 % dos casos; deficits de audição em 10 % e hiperactividade labirintica em 6 %. Nada mais ha de interesse imediato.

ABRAHAM KAPLAN (New York) - Cura de abcesso do lobo frontal secundario a empiema do esfenoide. - Pag. 66.

Contem o artigo uma observação detalhada do caso.

Foram estes os sintomas que levaram a suspeitar-se de abcesso do lobo frontal:

1. Infecção das vias aereas superiores, seguida depois de dôres de cabeça frontais, dôres intermitentes em um globo ocular e perturbações sensoriais do trigemeo do mesmo lado.

2. Dôres atribuidas a torticolo, com alguma rigidez de nuca.

3. Precoce edema de papila, com tortuosidade das veias da retina.

4. Ligeira paresia do facial contralateral.

5. Convulsão generalisada ou local.

A operação consistiu de uma trepanação no local da dor; a dura tinha uma aparencia normal mas não pulsava. Uma agulha inserida, a 4 cms. de profundidade na massa cerebral encontrou uma membrana resistente, atravessada, esta, apereceu pús amarelo. A incisão foi então alargada na dura com o escalpelo de Bovie, depois de se ampliar a trepanação, e finalmente introduzido um dreno de Mosher.

Volume 25 - Fevereiro de 1937 - N.° 2.

J. A. CLARK JR. e HARRY ROGERS (Philadelphia) - Estudo estatistico sobre a rinite alergica. (Vasomotora). - Pag. 124.

Bem interessante este estudo. Começa por diferenciar bem a rinite vasomotora do hay-fever. Depois faz um estudo comparativo sobre frequencia, edade, sexo, etc. Chama a atenção para o fato, de, frequentemente a rinite vasomotora preceder ao desenvolvimento da verdadeira e da febre do feno. A rinite vasomotora difere da asma e da febre do feno, pela sua maior frequencia nas mulheres, a sua maior susceptibilidade á escarlatina e ás reações cutaneas mais fracas. A rinite vasomotora responde bem ao tratamento alergico.

JULIUS LEMPERT (New-York) - Apicetomia completa. - Pag. 144

Este artigo não se póde fugir a ler na integra, porque é de muita atualidade. Descreve bem a patogenia do rochedo, e, uma variante para a sua cirurgia. Não é possivel resumir tal a sua extensão.

ROBERT LEWY (Chicago) - Tratamento do tinnitus aureum pela injecção intravenosa de agentes anestesicos locais. - Pag. 178.

Das suas conclusões:

Desde que ha muitos fatores etiologicos na producção do tinnitus aureum e que apezar disto a procaina hidroclorica tem algum efeito em muitos tipos dele, conclue-se que a acção da procaina é central.

A procaina hidroclorica e a nupercaina, em doses apropriadas são medicamentos que se pódem usar a salvo no tratamento do tinnitus, por meio de injecções endovenosas.

A procaina hidroclorica é eficaz, reduzindo a intensidade do tinnitus, de tipo continuo, na grande maioria dos casos associados com: A) audição normal. B) Surdez do ouvido interno. C) Otoesclerose. D) Fórmas mixtas de surdez.
A quinina e o etil carbamato produzem reacções demasiadamente severas para serem usados no tratamento do tinnitus.

O tinnitus pulsatil não é melhorado por este metodo de tratamento.

As doses repetidas não causam intolerancia destas drogas ou decrescimento da sua eficiencia.

E' impossivel prevêr o tempo de melhoria, tudo dependendo de cada caso particular.

J. H. MAX WELL (Michigan) - Trombose do seio sigmoide. (Analise clinica). - Pag. 184.

E' errada a ideia de pensar-se que a tromboflebite depende sempre de um processo agudo na mastoide abandonado, porque ela póde aparecer na primeira semana de otite média. Nestes casos, a sepsis, aparecendo nos primeiros dias de otite, desenvolve-se usualmente por via tromboflebitica, quer dizer, sem a presença de abcesso perisinusal. Não se deve esperar uma hemocultura positiva para intervir cirurgicamente. Em todo o caso de mastoidite supurada, em um doente sob condições septicas, o seio deve ser largamente exposto para exame durante a operação, mesmo que a placa ossea sigmoide esteja intacta. A's vezes, a unica anormalidade aparente em um seio trombosado, é uma leve côr cinzenta da parede do vaso. O gráu de septicemia gerada pela trombose depende da quantidade de bacterias que entram no sangue e da capacidade bactericida do serum sanguineo do paciente. Realmente os calafrios febre alta não são factores obrigatorios. O prognostico depende da precocidade do diagnostico e da bôa orientação do tratamento. A mortalidade, na estatistica do autor entra com 36,5 % dos casos.

FRANCISCO HARTUNG

THE JOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY
(Londres).
Vol. 51 - Maio de 1936 - N.° 5.

TUDOR EDWARDS, A. e STANLEY LEE, E. (Londres) - Extirpação do esofago por carcinoma. - Pag. 281.

A atenção dos cirurgiões tem sido presa pela possibilidade, desde a publicação inicial de Torek, em 1913, do tratamento radical dos tumores esofagianos. Inumeros casos favoraveis têm sido publicados. Ultimamente, com o advento dos raios X e do radium, a terapeutica cirurgica foi suplantada por esses meios fisioterapicos. No entanto, como os resultados obtidos por esses novos metodos têm sido precarios, a terapeutica cirurgica, novamente, entrou em fóco. Os A.A . relatam as diversas tentativas, de extirpação radical do esofago, que executaram no Westminster Hospital. Constam de oito observações com resultados uniformemente iguais. O resultado, o mais favoravel, forneceu uma sobrevida operatoria de 10 mezes. O paciente mais moço contava 44 anos de idade e o mais velho 70. Os A.A. fazem um estudo sintetico dos diferentes processos terapeuticos concluindo que, alem dos meios paliativos, tais como a gastrostomia e a intubação,
somente dois processos são possiveis no tratamento do carcinoma do esofago: a irradiação e a extirpação radical. Irradiação: inserção ou fixação de agulhas de radium, de diversas dimensões e em periodos variaveis, ao redor de um tubo introduzido no lumen esofagiano; disposição das sementes de radon, por meio do esofagoscopio ao redor do limite superior do tumor, em outros casos, após exposição das paredes do esofago por toracotomia, colocação das sementes em sua parede externa ou, finalmente, por esofagoscopia retrograda, as sementes serão colocadas no limite inferior do tumor. Algum sucesso tem sido obtido pelos raios X, usando-se multiplas e limitadas portas de entradas verticais. Essa terapeutica corre o risco de produzir a fibrose pulmonar. Processos radicais: dividem-se em esofagectomia parcial e total. Os processos parciais padecem de inumeras condições desfavoraveis para um exito operatorio completo devido, principalmente, á: 1) a falta de uma cobertura serosa; 2) a natureza relativamente friavel do esofago; 3) a pobreza relativa de sua irrigação; 3) o perigo do rompimento das suturas devido á tensão que é exercida sobre a linha de sutura. Poucos casos têm sido publicados de exito operatorio nas resecções parciais. Sauerbruch obteve sucesso em dois casos de formações malignas da extremidade inferior do esofago. Zaaiger e Hedblom executam, como tempo priliminar, uma toracoplastia alargada. Pelas razões acima expostas, a resecção radical do esofago, nas neoplasias, deve ser a intervenção preferida do cirurgião. As consequencias para o lado da fisiologia podem ser resolvidas pela formação de um néo-esofago pré-toracico subcutaneo. Os A.A. descrevem tres tecnicas principais de ataque ao esofago: 1) a via mediastinal; 2) a operação colo-abdominal, e 3) a via transpleural. Descrevem essas tres tecnicas dando preferencia, pois executaram em seus casos, á via transpleural, após gastrostomia e pneumotorax artificial. Alongam-se a respeito do pré-operatorio e post-operatorio e citam a anestesia usada, isto é, a raquianestesia alta pela percaina. Essa anestesia produz um choque minimo e pode ser obtida, para as reseções pulmonares, acima da arca, da terceira dorsal e sem riscos apreciaveis. Terminam os A.A. considerando que, em vista do sucesso obtido pela extirpação do esofago, todos os praticos devem ter, sempre, em vista, em casos de perturbação da deglutição, a possibilidade de uma formação maligna, para, dessa maneira, diagnosticarem precocemente e operarem em condições ótimas colocando o paciente a salvo de recidivas.

BOWDLER HENRY, C. (Londres) - Posição viciosa do dente do sizo e o oto-rino-laringologista. - Pag. 293.

Trata-se de uma coletanea clinica interessantissima. Devido á sua posição anatomica e inervação, torna-se claro que, as complicações advindas pelo dente do sizo, devido á sua erupção ou posição viciosa, tanto nos dentes superiores como inferiores, proporcionam estados patologicos que muito têm a vêr com o oto-rino-laringologista. O A. reuniu, para um estudo sintetico, 700 observações relatando casos dessa especie, metade dos quais fornecida pela literatura e, a outra parte, por seus colegas da Inglaterra e extrangeiro. Como a serie compreende numerosos casos de erro de diagnostico e, nos quais, o paciente foi submetido a tratamento inadequado e ineficaz, o A. acha que a exposição dessas observações seria de grande interesse e utilidade ao especialista
de ouvido, nariz e garganta. De inicio catalogou os casos em quatro grandes capitulos: ouvido, seios, garganta e acidentes operatorios. Vejamos, resumidamente, o que de mais interessante encerra.

1) OUVIDO

Otalgia: Constitue um dos sintomas mais comuns na erupção acidentada do ultimo molar e, especialmente, mas não exclusivamente, do mandibular. Constitue, algumas vezes, seu unico sintoma. Blum relata o casa de uma paciente que aos 13 anos de idade, após doença febril, foi acometida de otalgia, surdez total, melhorando após purgação abundante do O. E. Continuou com vagas dôres, de vez em quando, até á idade de 53 anos, época em que voltou a otalgia que aumentava com a abertura da boca. Ouvido normal. Foi encontrado um dente do sizo, horizontalmente situado, apoiando-se na raiz do 2.° molar e em contato com o canal mandibular.

Uma estudante foi obrigada a abandonar a Universidade devido á otalgia bilateral insuportavel. A descoberta de seus dentes do sizo, inferiores, inclusos, e, as suas avulsões, foram-lhe uma panacea.

Os casos seguintes vêm demonstrar que, devido á frequencia de complicações produzidas pelo sizo mandibular, o terceiro molar superior é, geralmente, desprezado, mas, entretanto, produz, com frequencia; sintomas. auditivos. Rowlands relata o caso de uma mulher, com 25 anos de idade, queixando-se de dôres na hemiface direita, irradiando-se na direcção dos 2.° e 3.° ramos do trigémeo. O dente do sizo inferior direito, ainda não nascido, foi suspeitado, removendo-se, para aliviar a pressão, o molar, seu vizinho. Quatro mezes mais tarde a dôr, que aumentara, principalmente, ao abrir a boca e ao canto, era sentida com nitidez abaixo e á frente da articulação temporo-mandibular. O dente do sizo inferior foi extraído sem, entretanto, proporcionar alivio. A radiografia intra-bucal demonstrou que o 3.° molar superior encontrava-se incluso entre as raizes do 2.° molar. Foi tentada a sua extracção na parede externa e posterior do antro, fracassando entretanto. Uma radiografia estereoscopica demonstrou a sua situação mais alta: na união da parede posterior com o teto do antro. Pela via trans-antral foi retirado proporcionando o restabelecimento completo da paciente.

Outra observação interessante é aquela de uma moça portadora de otalgia devido á posição viciosa do sizo superior que, comprimindo o 2.° molar, ocasionou a absorção da dentina, expondo, assim, a polpa, cuja irritação causava a otalgia rebelde e que cedeu, de pronto, com a retirada de ambos os dentes.

A otalgia não é resultado, exclusivo, de uma erupção dificil. O paciente póde ser atingido em qualquer idade. Bloom's cita o caso de um velho, com 81 anos de idade, edentado ha tempos. Portador de otalgia rebelde, não possuia perturbação dentaria alguma excepto uma pequena
massa sobre a gengiva, tornando desconfortável sua chapa. A cura se processou após extracção do dente do sizo esquerdo encastoado obliquamente, responsavel pela saliencia gengival.

Todos esses casos demonstram quão insuficiente é um simples exame da boca, necessitando, sempre, de uma radiografia. Alem disso, quando se demonstrar a presença de todos os dentes, inclusive dos terceiros molares e em bôa posição, deve-se suspeitar de um molar supra-numerario incluso. O A. cita duas observações, uma, com ligeira otalgia e dificuldade em abrir a boca, e, a outra, com "tremenda" otalgia, em que se demonstrou a presença de um quarto molar incluso e comprimindo a raiz do terceiro.

Dôres mastoidéas: a mastoide é sitio comum, tambem, de nevralgias devido aos vícios de posição dos dentes do sizo, superiores ou inferiores. Stucky relata um caso, com sintomatologia de mastoidite cronica, que corria por conta de um dente do sizo inferior incluso e sendo o paciente classificado de histerico.

As dôres mastoidéas durante a erupção do dente do sizo não são raras.

Uma enfermeira, com 24 anos de idade, devido ás suas dôres, teve sua mastoide trepanada, nada encontrando-se, entretanto, de anormal. Mezes mais tarde, voltando as dôres, foi descoberto um dente do sizo inferior incluso que, retirado, proporcionou a cura completa da paciente.

Surdez e sintomas anomalos no ouvido: o A. descreve casos variadissimos de surdez e otalgia curadas pela remoção do dente do sizo em posição viciosa. Uma moça, nevrotica, com 18 anos de idade, sofria muitíssimo de violentos estrondos e explosões, em ambos os ouvidos, quando deglutia. Não podia se alimentar. Tratava-se dos seus quatro dentes do sizo, incompletamente nascidos, e que, após extracção dos segundos molares, melhorando a pressão, aliviou seus males, permitindo-a de alimentar-se.

Sindrome de Ménière: o A. descreve dois casos autenticos de vertigem de Ménière e que curaram-se, completamente, pela retirada do dente do sizo incluso. O 1.° caso trata-se de uma jovem, com 19 anos, queixando-se de vertigens, vomitos, etc. Curou-se com a extracção dos sizos esquerdos inclusos. O 2.° paciente, de 31 anos, portador de ruídos de ouvido á esquerda, ha 7 anos, seguidos um ano após o inicio das vertigens frequentes e cada vez mais violentas. Os objetos parecem girar no sentido dos ponteiros do relogio; na posição deitada, o paciente sente-se como em pé. Surdez á esquerda. Melhoras após tratamento medico, mas a cura definitiva se instalou após avulsão de um terceiro molar inferior esquerdo incluso. Com esse tratamento voltou ao trabalho, ao golf e nunca mais teve vertigens.

2) SEIOS DA FACE

Seios etmoidais e esfenoidais: em observação alguma foi constatado, o atingimento directo desses seios. Nas grandes infecções, entretanto, podem, indirectamente, serem atingidos.




Seios frontais: Simons relata o caso de uma senhora, com 42 anos, sofrendo, aparentemente, de sinusite frontal aguda não supurada. Fortes dôres sobre a zona do seio frontal e exames negativos para o lado do nariz, garganta e ouvidos. Um terceiro molar superior, encravado na tuberosidade do maxilar, retirado, curou-a prontamente.

Seios maxilares: os quistos do 3.° molar penetram na cavidade central. Maurice descreveu um caso que obliterava o sinus maxilar. Entretanto, o sizo superior, raramente sofre a degeneração quistica, sendo esses casos mais comuns nos sizos inferiores. Em sua serie, o A. encontrou 8 desses casos, em relação com os sizos superiores, para 48 dos inferiores. A dôr e sensação de mal estar aparecem, somente, quando supuram. Esses quistos são, geralmente, achados radiologicos ou devido á presença de fistulas ou inflamações na boca. Starling relata um caso, com diagnostico de sinusite aguda, mal estar geral, dôres de cabeça, otalgia direita irradiando-se para a articulação temporo-mandibular, fébre de 39°. Ouvido normal. O raio X demonstrou o sizo direito superior repousando horizontalmente e comprimindo o colo do molar anterior que, retirado, deu vasão a certa quantidade de pús. Cura completa.

Kao relata o caso de um chinez, com 26 anos, cujo antro apresentava-se velado á transiluminação e com a presença de um corpo que parecia tratar-se de um sequestro, não passando, no entanto, do 3.° molar.

Tilley cita o caso de uma mulher sofrendo de supuração cronica do antro direito, e, que, operada atravez da fossa canina, demonstrou a presença do dente do sizo repousando no soalho entre as granulações. A cura foi rapida.

3) GARGANTA

O sizo é responsavel direto por muitas dôres de garganta, persistentes ou intermitentes. Tanto o sizo incluso como aquele com erupção parcial podem, pela simples irritação devido á pressão, ainda que na ausencia de qualquer infecção, produzir dôres de garganta. O sizo incluso, de inicio, é esteril, entretanto, infectar-se-á posteriormente.

a) Dentes inclusos: o A. descreve o caso de uma senhora, de constituição atletica, com 39 anos, queixando-se de dôres persistentes no lado, direito da garganta acompanhadas de disfagía. Apesar de possuir uma perfeita dentadura o raio X demonstrou a presença de um sizo inferior, incluso horizontalmente. A extracção do sizo, que era esteril, curou a paciente.

De outro lado não se póde negar a inexistencia de comunicação entre esses dentes e a garganta. Existe uma estreita relação entre a cripta do dente do sizo inferior e a amigdala correspondente. A troca de infecções, entre um, e outro, parece se dar com facilidade. Não são raros os exemplos de um dente do sizo incluso, até então mudo, tornando-se sensivel e com supuração após o ataque de amigdalite, ou uma inflamação aguda da amigdala sobrevindo após um infecção sub-aguda na cripta desse dente.

Um medico foi acometido de inflamação aguda da amigdala direita seguida de continuas dôres de garganta e dificuldade na deglutição. Consultou, durante um periodo de dois anos, os mais distintas especialistas: sem, entretanto, proporcionarem um lenitivo aos seus males. Encontrava-se decidido a sacrificar suas amigdalas quando, apertando o ramo ascendente da mandibula, despertou uma dôr surda e, verificando, tambem, a ausencia de seu sizo inferior esquerdo. A simples extracção do sizo incluso amainou a tempestade.

Uma mulher, com 21 anos, queixava-se de dôres de cabeça, inflamações de garganta frequentes acompanhadas de dôr na fossa iliaca direita, nas costas, e depressão geral. A extracção de seus quatro dentes do sizo, completamente inclusos, curaram-na de pronto.

Uma enfermeira foi hospitalisada com edema cervical esquerdo e temperatura acima de 39°, sendo diagnosticado amigdalite e celulite. Retiraram-se as amigdalas. Uma semana mais tarde recidiva. O raio X demonstrou a presença de um sizo inferior incluso em posição horizontal e, cuja extracção, curou-a. Mais raramente, o dente do sizo superior, produz estados patologicos para o lado do faringe. Butheau relata o caso de um sizo superior, incluso, produzindo trismus e dôres acentuadas na amigdala e parotida direita que se apresentavam inflamadas. Todos esses sintomas esclareceram-se 24 horas após a extracção do sizo incluso.

Turner relata outro caso interessantissimo: Trata-se de um paciente, com 75 anos de idade, com abcesso de faringe, primeiramente confundido com sarcoma, que foi aberto e drenado. Anos mais tarde descobriu-se a causa, um sizo esquerdo superior, responsavel, tambem, pela supuração do antro correspondente.

b) Dentes com erupção parcial: é de observação corriqueira a presença, ao redor da corôa do sizo, de uma porção da gengiva, recobrindo-o total ou parcialmente e proporcionando a formação de uma cavidade algo profunda, habitat forçado dos microorganismos que pululam na boca, responsavel diréto pelas recidivas das infecções fuso-espirilares.

Moure relata casos de infecções septicas da garganta tendo por origem essa região. Rateau e Merville descrevem o caso de uma fistula purulenta da fossa amigdaliana e outro de abcesso do pilar anterior, ambos com a mesma origem.

Complicações graves: a infecção do foliculo do sizo inferior importa, em certos casos, em graves complicações. Rateau e Merville citam o caso de um homem, com 27 annos, portador de um abcesso fétido do palato, amigdala e pilares. A infecção partia do 3.° molar inferior.
Identica observação publicou Leriche. Ambos curaram-se com a extracção do sizo.

Um estudante, com 20 anos, apresentava certo desconforto na erupção de um sizo inferior direito. Um dentista retirou, sob a acção dá novocaina, a gengiva que recobria o dente: Uma semana mais tarde surgiu uma inflamação consideravel da hemiface e pescoço á direita, com trismus, retirando-se, com alguma dificuldade e sob anestesia geral, o dente do sizo. Dois dias após o paciente passava, aparentemente, bem, mas a inflamação recedivou e regular quantidade de pús drenava, livremente, para a boca .A temperatura subiu e, apesar de todos os cuidados, dez dias após processou-se uma infecção descendente atravez da faixa do esterno-cleido-mastoidéo direito. As culturas do pús revelaram a presença do pneumocóco e, trinta horas após, o paciente falecia.

Um doutor, com 24 anos, submeteu-se á extracção de um sizo inferior esquerdo incluso obliquamente. Intervenção dificil, ocupando 50 minutos. Trinta horas mais tarde o paciente é acometido de uma inflamação difusa da mandibula esquerda e ligeira celulite do pescoço á esquerda. Trismus. Dois dias mais tarde desenvolveu-se uma bronco-pneumonia com temperatura elevada. Uma zona inflamada, na região hioidéa, apareceu no quarto dia. Esta foi incisada e encontrava-se em comunicação com um abcesso do mediastino. Pús na faixa pericarotidea. Apesar da livre drenagem, o paciente faleceu dois dias após, sete dias depois da extracção do sizo. Tratava-se do estreptocóco hemolitico.

A maioria dessas complicações encontram-se em relação com o sizo mandibular, entretanto, o sizo superior não se acha a salvo dessas mesmas complicações. Kuhn, Helwig e Webb tratam da morte de um homem, com 55 anos, que, a seu proprio pedido, foi extraído o molar direito superior. Após extracção apareceram inflamação, dôr e temperatura elevada. Faleceu de septicemia, tendo a autopsia demonstrado uma trombose do seio cavernoso, faringite e estomatite aguda gangrenosa, abcessos embolicos multiplos dos pulmões e pús e trombo nos vasos pterigoideos e jugulares.

Green relata o caso de um rapaz, com celulite facial e orbitaria, nove dias após a extracção de um sizo superior direito sob anestesia local. Apresentava temperatura elevada, proptosis com quemosis da vista direita. Para facilitar a drenagem foi aberta a orbita, o antro, e extraído um segundo molar imprestavel, entretanto, a temperatura continuou elevada, aparecendo, tambem, dificuldade á deglutição. Foi evacuado, dando saída á piás, um abcesso do lado direito do palato. Finalmente, a temperatura elevou-se acima de 40°, o angulo da mandibula e acima do zigoma foram incisados dando saída á pus e sangue muito fétidos. O paciente faleceu dois dias depois, isto é, quinze dias após a extracção. Foi determinada a infecção do seio cavernoso.

O A., em sua analise sobre 700 casos de complicações do terceiro Molar, encontrou 40 casos de morte por grave infecção geral; 35 dos quais corriam por conta do sizo inferior e 5 devido ao sizo do maxilar superior.

4) ACIDENTES OPERATORIOS

O mais encontradiço dos acidentes, decorrentes da extracção tempestuosa do dente do sizo, e, o menos serio de todos, é a perfuração do antro. Póde, tambem, o dente deslisar e se alojar entre os tecidos moles.

Relata um A. que um paciente queixava-se de possuir um dente do sizo atraz do globo ocular, necessitando extraí-lo. Um dentista desalojou-o e perdeu-o. Tratava-se de um 3.° molar. Uma radiografia posterior localisou-o na espessura do musculo temporal, acima da arcada zigomatica. A extracção foi praticada atravez de uma incisão feita acima da linha de inserção do cabelo.

Com os dentes do sizo inferiores esses acidentes são mais frequentes.

Um homem, com 40 anos de idade, sofreu, sob anestesia geral, a avulsão de tres dentes inferiores. O dente do sizo desapareceu, formulando-se a suposição do paciente te-lo deglutido, entretanto, a radiografia nada demonstrou. Seis mezes mais tarde, examinando-se devido á uma amigdalite direita, cuspiu o dente que se encontrava alojado em uma cripta amigdaliana.

Uma moça, com 26 anos, devido á uma infecção no sizo, foi obrigada a extraí-lo perdendo-o, no entanto, nos tecidos do pilar anterior. Pensou-se que a paciente deglutira o mesmo. Alguns dias mais tarde os sintomas desapareceram. Entretanto, uma radiografia posterior, localisou o sizo nos tecidos moles, sendo extraído atravez de uma fistula do véo. Cura rapida, mas oito dias mais tarde, a paciente foi acometida de crises epileptiformes, falecendo oito dias após, de meningite, justamente cincoenta e quatro dias depois da primeira tentativa de extracção dentaria.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

MONATSSCHRIFT FÜR OHRENHEILKUNDE UND LARYNGORHINOLOGIE
Setembro de 1936

B. KECHT (Viena) - Resultados com a operação radical atravez do conduto. - Pag. 1025.

A operação de Thiess em sua tecnica verdadeira e indicações restritas, deve substituir a via externa, com uma serie de vantagens, que conduzem a um resultado melhor funcional. De 49 casos operados (52 operações), 38 foram reexaminados. Destes, 23 tiveram cura definitiva, 9 apresentavam secreção e granulações no campo operatorio, que cederam ou melhoraram com tratamento sistematico. Em 6 casos, a supuração permaneceu. Com relação á audição, houve melhora em 24 casos, piora em 3. Não houve alteração em 11 casos. Foram feitas 4 reoperações: 1 caso por vertigem, 2 por colesteatoma recidivante, 1 caso por fistula posterior. O A. descreve com pormenores a tecnica, o decurso post-operatorio, indicações e vantagens da operação.

H. FREY - Uma forma especial de ruidos subjetivos. - Pag. 1034.

O A. descreve uma forma de ruidos que os proprios doentes comparam a contrações musculares. Compara essas contrações ao blefarospasmo e liga-as ao musculo tensor do timpano, propondo o nome de espasmo timpanico. Tem tratado esses casos, com ótimo resultado, com belergal Sandoz e troparina, uma combinação de novatropina e papaverina. Uma dose suficiente seria 3 comprimidos diariamente, de um ou outro desses preparados. Recomenda também um aumento de liquidos, que podem ser ingeridos, ás refeições, á razão de 3 a 4 copos dagua mineral. Faz também aplicações de correntes faradicas.

O. BENESI (Viena) - Patogênese da meningite otogenica precoce. - Pag. 1042.

Um homem de 52 anos é acometido, pela primeira vez, de otite media aguda direita. Dois dias após, apresenta desorientação, dôr á pressão do globo do mesmo lado e febre muito alta, o que fez pensar em meningite. O doente foi operado, um pouco tardiamente em vista de sua formal recusa e veiu a falecer. Necropsia: meningite de base por estreptococo hemolitico.

Estuda o autor as vias de infecção das meninges: per continuitatem, atravez de sulcos anatomicos; por via sanguinea; por deiscencias; e finalmente atravez do labirinto. O A. aceita, no seu caso, que é apresentado com cortes histologicos, a infecção concomitante dos andares medio e posterior. O primeiro por contacto atravez do tegmen, por vias préformadas e talvez por intermedio do canal facial; o ultimo atravez de vasos sanguineos partindo da face posterior da piramide.

B. KARBOWSKI (Warschau) - Sobre o uso terapeutico do lipiodol nos abcessos do cerebro e do cerebelo. - Pag. 1044.

1.° caso: menina com 6 anos é internada com o diagnostico de meningite supurada ocasionada por abcesso do lóbo temporal. Feita a operação, foi esvasiado o abcesso que continha pús fétido. Apesar de curativos repetidos, o estado do campo operatorio não melhorava. Com a aplicação local de lipiodol, porém, cicatrizou-se em pouco tempo.

2.° caso: moça com 23 anos, portadora de otite media direita, apresenta sintomas de comprometimento do hemisferio cerebear direito, surdez total á direita, nistagmo bilateral, queda para a direita, hipotonia muscular á dir., sinal do indicador, adiadococinese do membro superior dir. A operação demonstrou um abcesso no lobus semilunaris cerebelli inferior. A doente sarou completamente com o enchimento da cavidade com lipiodol. A ação favoravel do lipiodol explica-se pela presença do iodo, em solução oleosa, no remedio (40%). Além disso, o lipiodol, por seu peso, enche todos os recessos.

K. KÜRATA (Osaka) - Estudos sobre a ozena. - Pag. 1075.

A alimentação de ratos privados das vitaminas A e D provoca, nos animais, uma doença semelhante á ozena do homem, que póde ser melhorada ou protegida com banhos de luz e com injeções da acetilcolin. O A. apresenta documentação completa sobre o assunto, tais como cortes histologicos, estatisticas, etc.

ROBERTO OLIVA

REVUE DE LARYNGOLOGIE, OTOLOGIE, RHINOLOGIE (Bordeaux)
Ano 57 - N.° 6 - Junho de 1936.

PROF. LASKIEWICZ, A. (Poznan) - Do mucocele etmoidal. (Em torno de 10 observações pessoais). - Pag. 637.

Denomina-se quisto do osso etmoidal ou bula ossea (ectasia bullosa conchae e sinus ethmoidalis) uma formação que se origina na parte anterior do osso etmoidal, sob a forma de processo inflamatorio exaudativo limitado ás celula etmoidais anteriores que, desenvolvendo-se, podem atingir a cabeça do corneto médio e provocar ectasia e adelgaçamento consideravel das paredes. E' preciso mencionar, alem disso, a ectasia da bula etmoidal ou mucocele etmoidal propriamente dito, que pode, por vezes, atingir dimensões consideraveis e se desenvolver em tres direções: para a fossa nasal, para a orbita e para o seio frontal.

De acordo com a direcção em que se desenvolve, distinguem-se as seguintes variedades desses quistos: 1) mucocele etmoidal; 2) mucocele orbitario; 3) mucocele etmóido-frontal. Essa ultima variedade, em que se observa a formação de uma cavidade comum nos dois seios mencionados, é bastante rara. Avellis, Reverchon e Worms admitem que, nesses casos, existe uma grande dilatação das celula etmoidais anteriores, situadas no fundo do seio frontal (cellulae infundibulares), para a luz do seio frontal, de maneira identica á penetração de um quisto dentario no interior do seio maxilar.

Quanto á origem do mucocele etmoidal, inumeras teorias procuram explica-la. Segundo uns (Virchow, Beausoleil e Zuckerkandl) é devida á uma dilatação quistica da mucosa degenerada da bula etmoidal, ou da celula que ocupa a cabeça da concha média(celula conchae), em uma cavidade ossea e tendo obliterados os orificios que comunicam com o meato médio e celula etmoidais vizinhas. Outros A.A., entre eles Hajek, admitem que, desenvolvendo-se um processo inflamatorio sobre o bordo livre da concha média, esse bordo recurva-se para dentro e para o alto de tal maneira que, sua superficie contava, oblitera a cavidade que se comunica com o meato médio. Hajek relaciona esse processo aos primeiros mezes de vida extra-fetal. Existem, ainda, os que defendem a origem quistica congenita da bula ossea. Esses A.A. se fundamentam sobre a observação de que a superficie interna desse quisto encontra-se revestida de uma membrana vascularisada e não apresentando caracteristicas da mucosa nasal.

Quanto aos sintomas clinicos, do mucocele etmoidal, podem ser resumidos em tres grupos principais: 1) nasais; 2) orbito-oculares; 3) do seio frontal ou do endocraneo.

Entre os sintomas nasais, os principais são: obstrucção nasal homolateral total; opressão na base do nariz e orbita; abaulamento em forma de abobada no angulo interno da orbita, constituindo um dos primeiros sintomas desse quisto e fornecendo, á palpação, uma crepitação tipica, semelhante á pergaminho. Com o crescimento acentuado do tumor, havendo destruição da parede ossea, o mucocele encontra-se sob a pele e revestido, somente, pelo periosteo, dando, então, a impressão de gargarejo.

Os sintomas orbito-oculares variam de acordo com o poder de invasão do tumor, produzindo deslocamentos oculares que acarretam desde ligeira paresia do musculo troclear até ao estrabismo acentuado com enormes protusões oculares. Sua repercussão para o lado dos vasos oculares: produz, desde a tumefação conjuntival e palpebral até ás estases, indirétas, dos vasos do fundo do olho e, em consequencia, edema da papila.

As perturbações endocraneanas são raras. Encontram-se presentes quando o quisto exerce pressão sobre a parede interna do seio frontal, podendo, nesses casos, após destruição ossea, o mucocele colocar-se em contáto diréto com a dura-mater e produzir cefaléas intermitentes.

Dos 10 casos descritos e operados pelo A., 7 deles eram quistos de bolsa unica; em 3 a radiografia demonstrou a presença de diverticulos isolados projectando-se para a orbita e seio frontal; em um deles, um, quisto de duas bolsas, prolongava-se para os seios etmoidal e frontal. Em 3 casos encontrou na luz do quisto, um conteúdo purulento com estreptocócos e bacilos gram-positivos de virulencia, relativamente, pequena. Nos outros 7 casos, o conteúdo, mucoso, não continha microorganismos.

Quanto á cirurgia, o A. nota que, nos quistos de uma bolsa, menores, limitados ás celulas etmoidais anteriores e ao corneto médio, a via endonasal dá resultado. Contrariamente, os grandes quistos, ocupando as celulas etmoidais posteriores e, particularmente, aquelas que apresentam diverticulos para o seio frontal e que provocam um deslocamento acentuado do globo ocular, compressão dó vasos orbitarios ou fistula para o exterior, necessitam uma intervenção por via externa segundo Escat ou Jacques-Jansen.

RABINOVITCH, Z. G. (Rostow) - A roentgenterapía das otites cronicas purulentas. - Pag. 660.

As conclusões do A. são as seguintes:

1) A radioterapía das otites cronicas purulentas surge como metodo, positivo de tratamento dessas afecções e pode ser, largamente, empregado em otiatria.

2) A radioterapía é menos traumatisante e não produz complicações (furunculos, dermatites, etc), como o que se observa com os outros metodos terapeuticos.

3) Sendo um metodo novo, a radioterapía deve, ainda, sofrer um exame cuidadoso, um estudo minucioso e experimental de suas qualidades terapeuticas.

4) a natureza da radioterapía, nas otites cronicas purulentas, repousa, com toda probabilidade, na Reizterapía ou condição intensificadora do desenvolvimento dos elementos do tecido conjuntivo ao redor do fóco inflamatorio.

5) Em 18% dos casos, a radioterapia sustou a supuração, ajudou a formação da epiderme e do tecido cicatricial; em 20% paralisou a extensão da doença, das granulações e da carie.

6) A radioterapia nas distrofías das partes contiguas, influindo sobre a evolução e caracter do processo das otites cronicas purulentas, pode ser um fator biologico ou medico, tanto sobre as primeiras quanto sobre as segundas.

7) A radioterapia pode ser empregada:

a) em todas afecções do ouvido onde se necessite de um tratamento conservador;

b) nos casos onde não é permitido ao cirurgião a exenteração completa do fóco purulento (por ex., quando corre o perigo de ferir o labirinto) ;

c) todos os processos de carie profunda ou superficial, permitindo aguardar o resultado da radiação;

d) nas fistulas e feridas post-operatorias de cicatrização lenta.

DESPONS, J. (Bordeaux) - "O estreitamento do esofago. - Pag. 690.

Denomina-se estreitamento do esofago toda diminuição progressiva do calibre desse conduto por alteração, não neoplasica, de suas paredes.

O A. elimina, desse modo, o cancer, as estenoses espasmodicas do esofago ou outras perturbações motoras (paralisias) que podem ocasionar um sindrome disfagico e as compressões externas que correm o risco de perturbar o transito esofageano,

Os estreitamentos podem ser: 1) de origem inflamatoria; 2) de origem traumatica.

1) Estreitamentos de origem inflamatoria: a) esofagite aguda das doenças infecciosas: a febre tifóide e a variola são as afecções mais comuns na produção desse tipo de estreitamento do esofago. Oppikofer, em autopsias de individuos falecidos de escarlatina, encontrou ulcerações no esofago em 12 % dos casos. De um modo geral, nessas doenças, o estreitamento teria por sede a parte inferior e a frequencia não ultrapassaria 9 casos em 1.000. b) ulcera simples do esofago: tratar-se-ia de uma ulcera peptica identica á ulcera gastrica. Localizam-se nos terços médio e inferior, isto é, na zona banhada pelas secreções gastricas. Lembra, o A., que, do mesmo modo que se imputa ás amigdalites cronicas como causa primitiva das ulceras gastricas, poder-se-ia considera-las como causadoras da ulcera do esofago. Sintomas: dôres epigastricas, hemorragias, disfagía. Pode perfurar-se, cicatrizar-se e, nesses casos, sendo de forma anular, produzirá, forçosamente, estreitamento. c) tuberculose do esofago: raramente a tbc se localisa no esofago. Zenker, em 400 tuberculosos autopsiados, encontrou, somente, um caso de tbc do esofago. Apesar de não se admitir a existencia da tbc primitiva do esofago, uma lesão macro ou microscopica da mucosa esofageana póde, secundariamente, tuberculinizar-se por deglutição ou por propagação de um fóco caseoso vizinho. Chevalier Jackson culpa, nesse ultimo caso, a supuração dos ganglios mediastinais. d) actinomicose do esofago: como a tbc, a actinomicose do esofago não passaria da propagação de uma lesão cervical ou mediastinal. Poncet e Bárard sustentam, entretanto, a hipotese de que o fitoparasito, introduzido por fragmentos vegetais, penetraria na mucosa do esofago e daí passaria ás vísceras torácicas, e) sifilis do esofago: apesar da sua frequencia, a literatura é pobre, o que se explica devido aos diagnosticos tardios, quando confunde-se, muitas vezes, com o cancer. Trata-se de uma goma sub-mucosa, que se ulcera, ou de um sifiloma da parede esofageana produzindo lesões serpiginosas. Independente da especie da lesão, a retracção cicatricial produz um estreitamento mais ou menos extenso.

2) Estreitamentos de origem traumatica: a) feridas acidentais ou operatorias: a esofagoscopía, as dilatações intempestivas e inoportunas podem produzir lesões da mucosa susceptíveis de ocasionarem estreitamentos. As feridas do esofago, por projecteis de fogo, são raras. Nos grandes traumatismos cervicais é raro observarmos lesão das paredes do esofago, pois, devido á sua situação e mobilidade, foge ás compressões. b) corpos extranhos: a demora de grandes corpos - extranhos no esofago determina, na mucosa, uma lesão que, posteriormente, resultará em um estreitamento do lumen organico. Geralmente estacam, esses corpos extranhos, ao nível dos estreitamentos anatomicos, principalmente, do aórtico. A estadia prolongada dos mesmos provoca uma reacção inflamatoria com edema, verdadeira esofagite, que produz uma ulceração e, posteriormente, uma estenose cicatricial. c) queimaduras: observa-se, raramente, estreitamento do esofago em consequencia da ingestão de liquidos muito aquecidos. São os causticos os responsaveis principais pelo maior numero de estreitamentos no adulto e na criança. Os paizes balkanicos fornecem riquissima bibliografia sobre o assunto. Belinoff, em sua estatística, num total de 260 casos de estenoses do esofago, 151 dos casos são devidos á estenose caustica. Enquanto, na França, o cancer é 9 vezes mais frequente que o estreitamento post-traumatico, na Europa occidental, as queimaduras por causticos são, ao contrario, 6 vezes mais frequentes que o cancer.

Estuda, detalhadamente, o A., a anatomia patologica do estreitamento esofageano, Considerando, separadamente, os quatro periodos seguintes: da necrose, das ulcerações, das granulações e da cicatrização e estenose. Detem-se na sintomatologia, complicações e diagnostico.

Dedica-se, finalmente, ao tratamento, que comporta: 1.°) tratamento da esofagite e 2.°) tratamento do estreitamento propriamente dito.

Tratamento da esofagite: no caso de lesão extensa e profunda, o esofago deverá permanecer em repouso, evitando-se contáto com substancias alimentares solidas ou moles, excepto aguas alcalinas, oleo de olivas ou pós neutros (subnitrato de bismuto, kaolim). Nos casos graves, gastrostomia. Nos casos ligeiros, alimentação, durante alguns dias, por via rectal. Não existe inconveniente algum em se praticar uma gastrostomia precoce.

Tratamento do estreitamento: o problema mais delicado consiste em resolver a hora de intervir. A abstenção prolongada corre o risco de nos colocarmos em face de um conduto obstruido ou de cateterismo dificil. A calibragem imediata possue o inconveniente de todo corpo extranho, sustentado uma esofagite. Nosso fim deve ser o de cateterisarmos um esofago não inflamado, não infectado.

Todo esofago cateterisado constitue um esofago dilatávelaté a cura completa. A antiguidade das lesões nos fornecerá o momento propicio a intervir, sendo que certas esofagites curam-se prontamente (de 3 a 6 semanas), enquanto outras são mais lentas (de 3 a 6 mezes).

A radiografia e a radioscopía não são meios de exploração notaveis. Somente a esofagoscopia e o cateterismo sob o controle visual constituem um bom meio de exploração e apreciação. A esofagoscopía deve ser feita no fim da eliminação do esfacelo, isto é, após tres a seis semanas.

A técnica utilisada, pelo A., consiste no processo do Prof. Portmann. Sob o controle esofagoscopico cateteriza-se com velas semi-moles, opacas aos raios X. Pesquiza-se, com uma pinça, a ponta da vela no estomago. Um fio de seda, n.° 6, é preso á extremidade bucal da vela e retirado do esofago atravez da gastrostomia, sendo ligadas, exteriormente, suas duas extremidades. A dilatação é executada por meio de olivas metalicas, de diversos calibres, ligadas ao fio sem fim de seda. Em geral uma demora de 2 a 3 dias é o bastante. Durante esse periodo o paciente repousa e administra-se anti-espasmodicos. As sessões de dilatação são renovadas todas as semanas todos os 15 dias, de acordo com a duração da passagem das olivas.

Esse processo de dilatação por fio sem fim dura mezes. A média é de 18 mezes a 2 anos.

O A. estuda, terminando, os acidentes, a alimentação, o prognostico e os estreitamentos não dilataveis.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

L´OTO-RINO-LARINGOLOGIA ITALIANA (Bolonha)
Ano VI - Dezembro de 1936 - N.° 6.

CALICETI, P. (Bolonha) - Observação clinico critica sobre a osteite do rochedo. - Pag. 495.

O A. relata cinco observações de petrite. Duas curas e tres mortes. Discute, com abundancia, os sintomas tipícos de petrite, bem como todos os sintomas que Prieger engloba sob o nome de "petrosismo". As autopsias forneceram dados interessantes sob o ponto de vista da patogenía da paralisia do abducens. No 1.° caso encontrou-se paquimeningite perisinusal, trombose do seio sigmoidêo e carie do rochedo em sua parte posterior. Esse paciente não era portador, em vida, de paralisia do abducens. No 2.° caso, em que existia a paralisía, a autopsia demonstrou uma carie da ponta do rochedo e paquimeningite a esse nivel. No 3.° caso, que não era portador de paralisía, existia carie das celulas peritubarias, pús no canal carotideo, trombose do seio lateral e uma coleção purulenta em um nicho escavado ao nivel da ponta do rochedo rodeando a carotida interna; a dura apresentava solução de continuidade e conservava, em sua superficie interna, seu brilho normal.

A carie da ponta, com paquimeningite apical é, então, a lesão que produz, com maior facilidade, a paralisía do 6.° par, o que confirma a opinião emitida por Citelli, em 1904.

CARCO, PAOLO (Messina) - Contribuição ao estudo da vascularisação fina do laringe humano. - Pag. 506.

Por meio de injeções, intrarterais, de uma massa gelatinosa corada com azul da Prussia, segundo a técnica de Fazzari, o A., injetando a arteria tiroidéa, estudou a fina vascularisação da glote e hipoglote em diferentes idades (feto a termo, criança, adulto e velho). O laringe é fixado em sol. de formol a 10%, incluso em celoidina, e seccionado em serie e no sentido frontal.

Demonstrou-se, dessa maneira, em todas as idades, a rica vascularisação do laringe, o que explica a sua facil congestão, sua capacidade de absorpção dos agentes terapeuticos e o desenvolvimento dos tumores vasculares.

ZANNI, G. (Legnago) - Sobre tres casos de mucocele fronto-etmoidal. - Pag. 522.

O A. descreve tres casos de mucocele etmóido-frontal, sendo dois supurados e, o outro, do volume de um ovo de galinha. Intervenção por via externa, sendo dois casos operados segundo o metodo de Riedel-Killian e um de acordo com o processo de Ogston-Luc.

BOMBELLI, UGO (Ronciglione) - Eliminação expontanea das cartilagens tiroides por condro-pericondrite flegmonosa eberthiana. - Pag. 536.

A. relata um caso de condro-pericondrite laringéa por tifo, com eliminação expontanea, pelas vias naturais, de uma parte das cartilagens tiroides em dois grandes sequestros. O paciente não sofreu intervenção alguma e sarou, recuperando, discretamente, a função fonatoria e, completamente, a deglutição. Como reliquat, uma ligeira estenose hipoglotica por reflexão da mucosa.

O A. faz notar a raridade do caso, pela localisação tiroidéa, o volume dos sequestros eliminados e a cura expontanea.

Devido a abstenção cirurgica forçada, ditada por razões de força maior, importante a conclusões forneceu esse caso. 1.°) a propriedade de adaptação e compensação da musculatura intrinseca do laringe; 2.°) a necessidade de adotar, em casos semelhantes, processos cirurgicos que não perturbem nem iludam por suas importantes propriedades: o primeiro entre todos, o tratamento diatermo-cirurgico.

RUBALTELLI, ENRICO (Padua) - Simpaticectomia periarterial e irradiações de raios X no tratamento da laringite tuberculosa. - Pag. 558.

O trabalho consiste em um estudo dos resultados obtidos, pelos diferentes A.A., com o emprego, na laringite tuberculosa, da simpaticectomia periarterial e irradiação pelos raios X e, que, concluem, pela quasi identidade dos resultados.

O A. é de opinião que se deva preferir a roentgenterapía á simpaticectomia periarterial. Uma intervenção cirurgica se opõe ao principio, admitido por muitos, de se evitar intervenções cruentas em tuberculosos. A terapeutica pelas radiações oferece a vantagem de sua execução em ambulatorio e poder atingir um numero maior de pacientes.

BARBERA, S. (Catania) - Relação entre a oclusão nasal e o desenvolvimento dos seios paranasais. - Pag. 563.

A observação, pelo A., de dois casos de obstrução congenita unilateral ,das coanas, permitiu estudar algumas questões que, ha anos, encontram-se em debate no campo clinico e experimental, isto é, o comportamento dos seios praranasais e da mucosa nasal em relação á falta de função respiratoria.

Baseado nessas observações poude, o A., concluir quer a falta da respiração nasal não determina o hipodesenvolvimento dos seios, nem alterações sinusais, nem lesões atróficas dependentes da mucosa.

Termina concluindo que a função respiratoria não exerce influencia alguma sobre o desenvolvimento dos seios paranasais.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

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