Versão Inglês

Ano:  1937  Vol. 5   Ed. 3  - Maio - Junho - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 294 a 318

 

REVISTA DAS REVISTAS

Autor(es): -

ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY
Volume 24 - Outubro de 1936 - N.º 4
(Chicago).

EDWARD SEWALL (São Francisco) - Sinusites cronicas. Fócos endemicos e os resfriados comuns - Pag. 413.

Este estudo traça as alterações patologicas da mucosa dos seios que se encontra nas sinusites cronicas e estabelece o seu papel na origem, epidemicidade do resfriado comum. Começa resaltando os fatores alergicos o bioquimicos que tornam edematosa a mucosa dos seios, tornando-a propicia á invasão bacteriana. O resfriado comum, é causado por agentes patogenos, e a possibilidade de um virus filtravel não afasta a importancia do estreptococus hemolitico. Estabelece diferenças entre o verdadeiro defluxo e o falso defluxo que nada mais é que periodos de exacerbações de sinusites cronicas hiperplasticas exacerbadas; este ultimo não confere imunidade como no defluxo verdadeiro, que póde variar de seis mezes a um ano. Os seios, cronicamente inflamados são fócos endemicos e portadores de germens para o defluxo comum; são fontes cronicas de estreptococus.

EDWARD WHALEN (Conn.) - Fungos patogenicos - Paga 436.

O A. passa em revista o historico, classificação, nomenclatura, exame e meios de cultura das diversas classes de fungos. Depois entra em detalhes a respeito da Sporotricose, Blastomicose, Actinomicose, Aspergilose e outros fungos, descrevendo a fórma mucosa e cutanea.

Chama a atenção para a semelhança das lesões pulmonares com a aquelas da tuberculose, e recomenda cuidado com conclusões a que se chega. O estudo passa em revista a literatura, descrevendo todas as infecções fungosas dizendo respeito á especialidade e patogenia do tracto respiratorio.

HAROLD SMITH (Boston) - Observação de pacientes oito mezes depois de tonsilectomia - Pag. 488.

O estudo diz respeito ás causas que provocaram a indicação operatoria. O diagnostico das condições amigdalianas e observação clinica durante oito mezes subsequentes.

Deste estudo resulta que na clinica comum, a percentagem de doentes que se queixam das amigdalas ou que o exame revela o seu mau estado varia de 80 a 90 por cento. Foram feitos nesta serie exames bacteriologicos, que demonstraram que 86% apresentavam alterações patologicas, emquanto que 14% tinham o aspéto normal.

Ficou provado o bom resultado da amigdalectomia e adenoidectomia nos casos nos quais um fóco de infecção era suspeito e naqueles nos quais havia anamnese de repetidos resfriados e inflamações de garganta, influencias funestas sobre os ouvidos, obstrução nasal, adenites cervicais e amigdalas de volume muito aumentado. O resultado do inquerito parece discutivel quanto á influencia benefica da operação a respeito de indigestões, laringite e dôr na garganta.

Estes resultados imediatos da tonsilectomia, são depois comparados com resultados depois de um periodo de 10 anos, de apéto menos favoraveis, segundo uma estatistica apresentada por Kaiser. Segundo o resultado do A. houve diminuição de inflamações de garganta em 81,96%, enquanto que para Kaiser esta melhoria não vae além de 72,22%. Em relação aos resfriados, o autor assinala 90,16% e Kaiser apenas 50% de melhoria.

No tocante ás condições do ouvido enquanto que o A. acusa 100% de melhoria, Kaiser, 10 anos depois da operação apenas encontra 66.66% de resultados favoraveis; para os portadores de adenites cervicais, tambem 100% dos casos melhoraram nas mãos de Smith, mas para Kaiser a percentagem não foi além de 53,33%. Em ambas as estatisticas houve desapontamento em relação aos portadores de laringites, sendo que na serie de Kaiser houve até um aumento notavel de inflamações do laringe.

De acordo com estes resultados diz Smith que ha razão para todo o entusiasmo em relação á amigdalectomia, toda a vez que é bem indicada.

EDWIN BROILES (Baltimore) - Resultados afastados da operação de carcinoma do laringe - Pag. 474.

O A. comenta os resultados das operações de neoplasmas do laringe em epocas já afastadas do ato cirurgico.

De 26 doentes operados entre 1912 e 1932, de 4 não havia noticia. Dos outros 22, 7 estavam vivos, inclusive um paciente que apresentou recurrencia de ganglios no pescoço nove anos depois da operação; 1 doente estava vivo e bem 4 anos depois de laringectomia, mas depois não poude mais ser seguido.

Em 13 doentes nos quais foi realisada a laringofissura, 3 estavam vivos e bem, e 1 era vivo mas com recurrencia de ganglios no pescoço. Em todos portadores de recurrencis houve a formação de uma fistula na escara operatoria. Em 2 pacientes com fixação da corda vocal, em nada adeantou a laringofissura, ambos mostrando recidivas precoces; tambem isto aconteceu em um doente no qual havia um crescimento do tumor localisado posteriormente, na corda vocal. 4 pacientes que não tiveram recidiva, morreram de carcinoma de outras partes do corpo, de 5 a 17 anos depois da operação.

2 de 8 pacientes que sofreram laringectomia, estavam vivos e bem. A laringectomia foi realisada em 2 pacientes que tiveram recidiva depois da laringofissura, com pequeno beneficio, 1 morrendo logo depois da operação e outro de carcinoma dos ganglios do pescoço. As mortes conhecidas neste grupo foram devidas ou á operação, ou ás recidivas dentro de dois anos. Houve um caso de excepção para o qual a morte foi por pneumonia.

Para julgar-se do verdadeiro resultado da cirurgia é preciso observar os resultados tardios. E' de preferir, quando possivel, defender a voz e o laringe, mas isto não deve influenciar sobre o operador de que todo o tumor só será removivel pela laringectomia total.

Apesar de todos os pacientes terem recebido post-operatoriamente irradiação, alguns em dóses extremas, isto não evitou o desenvolvimento de recidivas nas partes adjacentes.

Todos os pacientes que sobreviveram á operação, e que depois vieram a morrer deveram a sua morte ou a recidiva ou a cancer em outras partes do corpo.

Só houve casos de cura, quando se obteve uma remoção cuidadosa do tumor inteiro, seguida de tratamento radioterapico.

E' preciso se conhecer a necessidade de um diagnostico precoce em todo o caso de rouquidão, porque só assim haverá resultado uma operação a tempo de beneficiar o doente.

FRANCISCO HARTUNG

ANNALS OF OTOLOGY, RHINOLOGY AND LARYNGOLOGY
Vol. 45 - Fasciculo 3 - 1936.
(St. Louis)

JOSEPH C. BECK e M. REESE GUTTMANN (Chicago) - Basaloma ou o chamado cilindroma das vias aereas - Paga 618.

Ha um grupo raro de tumores da mucosa das vias respiratorias e seus anexos, que apresentam um decurso clinico caracteristico e tipico e arquitetura histologica unica. Ao passo que antigamente havia certa discordancia quanto a histogenese e classificação destes neoplasmas, é possivel que sejam compostos de celulas da mucosa basal e mostrem um curso biologico dos tumores provenientes destas celulas tendo origem na pele. O termo cilindroma descreve a morfologia particular destes neoplasmas, mas eles devem ser melhor denominados de basalomas cilindromatosos. Histologicamente apresenta o quadro de ninhos de celulas rodeados por um estroma de tecido conjuntivo. Os ninhos celulares mostram, frequentemente, um lume central contendo um material tinto em roseo e algumas vezes restos celulares. Clinicamente são, como são as outras partes das pelo, de crescimento lento, invasor, destruindo localmente; não produzem
metastases e recedivam repetidamente quando removidos. São, relativamente radiosensiveis e são melhor tratados pela extirpação seguida de irradiação adequada. Os AA. descrevem 3 casos, um originado no antro, outro no esfenoide e outro na traquéia que reunem aos 37 outros encontrados na literatura.

FREDERICK T. HILL (Waterville-Moine) - Herpes zoster oticus; apresentação de 3 casos - Pag. 666.

A herpes zoster oticus é uma afecção rara. Alguns casos, sobretudo os mais simples podem passar desapercebidos ou serem diagnosticados erroneamente. A audição poderá ser afetada de modo permanente. O ouvido médio poderá ser lesado, devida a uma infecção secundaria, requerendo, pelo menos, paracentése. O decurso usual da otite média pode ser alterado pelas manifestações da herpes. O tratamento pelos raios X pode ser benefico, sobretudo aliviam as dores.

JOSEPH G. DRUSS (New-York) - Manifestações auditivas da granulomatose lipoidica (molestia de Hand-Schüller Christian) - Pag. 693.

O A. apresenta uma breve descrição da molestia, sobretudo no ponto de vista de suas manifestações auditivas. Menciona a observação de um caso do qual, pela primeira vez, crê o A., se demonstra uma serie de secções histologicas do osso temporal. As perturbações histopatologicas deste osso são, em geral, identicas ás observadas em outros ossos chatos do corpo humano. Uma ou todas as partes componentes do osso temporal podem apresentar-se afetadas, assim, o ouvido externo, o médio, a mastoide, o rochedo etc. Se a região mastoidéa fôr a séde da lesão, esta muito se diferencia do que caracterisa uma mastoidite. Os raios X são de valor para o diagnostico diferencial.

A American Otological Society, reuniu-se em Detroit em 28 de Maio de 1936 para ouvir os relatorios do Symposium concernente á seguinte questão:

Audição pela condução ossea - Pag. 735.

Foram discutidos os seguintes itens:

1) Observações, anatomicas, fisiologicas e patologicas.

2) Observações clinicas.

3) Relatorio do Comité sobre os metodos de exame da audição pela condução ossea.

4) Experiencias em animais.

Os assuntos foram explanados, extensamente, pelos melhores otologistas americanos e só a leitura, de cada uma das partes de que se compõe o Symposium, poderá dizer do valor destes estudos. Um resumo não é possivel dada a extensão dos trabalhos apresentados.

SAMUEL IGLAUER e BERNARD A. SCHWARTZ (Cincinati) - Bloqueio cardiaco periodico produzido pela deglutição de alimento em um paciente com cardioespasmo (sincope vagovagal) - Pag. 875.

Os AA. descrevem um caso tipico de cardioespasmo. Quando o paciente toma alimento, produz-se, ocasionalmente, uma sincope, durante a qual um bloqueio cardiaco completo pode ser demonstrado no eletrocardiograma. Entre os ataques o coração funciona normalmente. O caso é
considerado como o de uma sincope vagovagal tipica. Pela dilatação do cardioespasmo as condições do paciente melhoraram muito.

M. O. R.

THE JOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY
Vol. 51 - N.° 4 - Abril 1936.
(Londres).

I. R. EWING e A. W. G. EWING (Manchester) - O uso dos aparelhos auxiliares da audição nas perturbações da audição na criança - Pag. 213.

Os AA. fizeram pesquisas na criança no periodo pré-escolar e indicaram o metodo a se empregar para a sua audição deficiente.

O emprego de aparelhos prestou grandes serviços a este ponto de vista. O ampliador conseguiu despertar o interesse da criança e desenvolver sua acuidade auditiva.

R. B. LUMSDEN (Edinburgh) - Relação de seis casos de infecção orbitaria de origem nasal na criança - Paga 230.

Observação 1 - M. H., 11 anos, visto a 13 de Outubro 1933.

Escarlatina ha um mez; pouco após o inicio, dor e tumefação sobre a orbita esquerda. Incisão a 9 de Outubro. Puz.

Ao exame, ligeira elevação de temperatura, sinus supurando no angulo externo da orbita. Edema volumoso. A' rinoscopia, puz na fossa nasal esquerda ao nivel do meato. A' direita, mucosa muito congestionada, mas sem escoamento. Cavum cheio de puz espesso. Pequena perfuração do timpano esquerdo com puz no conduto.

Na radiografia, encontram-se todos os sinus velados.

Tratamento medico:

A 23 de Outubro 1933, intervenção. A punção exploradora dos dois antros traz comsigo o puz. Resecção da cabeça do corneto médio esquerdo.
Incisão curvilinea sobre o rebordo orbitario, descendo ao longo do nariz. Encontra-se uma fistula do soalho e da parede anterior do sinus frontal que está cheio de puz e fungosidades. A divisão intersinusal está em parte ausente e encontra-se puz proveniente do sinus direito. Aumento da brecha da divisão. Resecção do soalho. Curetagem do sinos e das celulas etmoidais. Abertura da comunicação nasal. Drenagem. Sutura.

A 28 de Outubro, retiram-se os pontos e, a 6 de Novembro, o dreno.

A 14 de Novembro, as fossas nasais estão cheias de puz. Intervenção: Abertura do etmoide direito do sinus por via endonasal. Puz. Drenagem do sinus pela rapa de Watson Williams.
Antrostomia bilateral.

Cura sem incidente. Alta a 28 de Novembro de 1933.

Observação II - J. C., 7 anos, queixando-se do olho direito ha 6 dias. Edema progressivo.

Ao exame, o olho está quasi fechado; quemosis com ligeiro deslocamento externo. Fossas nasais livres, sem secreções purulentas.

Intervenção: incisão igual á da primeira observação. Puz abundante e fétido sob pressão. Fistula da lamina papiracea.

Exenteração completa das celulas etmoidais cheias de puz e fungosidades. Drenagem endo-nasal. Resecção da cabeça do corneto médio. Evolução normal. Alta, 3 de Abril de 1934.

O exame bacteriologico do puz revelou o estreptococos.

Observação III - J. G., 7 anos, visto a 24 de abril 1934.

Escarlatina ha 13 semanas. Alguns dias depois do inicio, dôr e edema da região frontal esquerda e sobre o olho correspondente. Incisão no angulo externo da orbita. Puz. O edema desaparece, mas persiste uma fistula que dá puz de tempo em tempo.

A radiografia revela uma obscuridade relativa do antro maxilar e do etmoide esquerdos.
Puz no meato médio esquerdo e no rinofaringe.

Intervenção a 1.° de maio 1934. Resecção da cabeça do corneto médio. Punção maxilar esquerda negativa. Incisão curvilinea partindo do rebordo orbitario e descendo sobre o nariz. Tecidos edemaciados. Sequestro do rebordo da orbita. Sinos frontal cheio de puz e de polipos. Abcesso extradural e dura-mater fungosa. Resecção da parede anterior e do soalho do sinus. Resecção da parede posterior até exposição da dura-mater sã. Etmoide purulento. Curetagem. Drenagem pela fossa nasal.

Evolução normal. Alta, 30 de maio 1934.

Observação IV - J. S., 10 anos, visto a 14 de janeiro 1935.
Gripe ha 15 dias. Cefaléa frontal esquerda, peiorando progressivamente. Edema sob-orbitario esquerdo. Corrimento do ouvido esquerdo ha muitos anos. Incisão sobre o rebordo orbitario ha 8 dias. Puz. O edema diminue consideravelmente.

Na radiografia não se encontra sinão uma obscuridade do sinus maxilar esquerdo.

Ao exame, encontra-se uma fistula sinusal com edema da palpebra superior e oclusão do olho.

Na rinoscopia anterior, encontra-se um corneto médio congestionado e secreções espessas. Puz no ouvido esquerdo. Perfuração anterior do timpano.

Intervenção a 21 de janeiro 1935. Incisão habitual. Fistula do soalho sinusal que se resseca na totalidade. O sinus está cheio de puz e de mucosa polipoide. Resecção do etmoide polipoide e purulento.

Alargamento do canal naso-frontal e drenagem. Alta curado a 26 de março 1936.

Observação V - J. C., 12 anos, visto a 24 de janeiro 1935, queixando-se de dôr e edema sobre o olho esquerdo ha 5 dias, após um resfriado.

Rinoscopia anterior, encontra-se sómente uma congestão do corneto médio esquerdo.

Hipertrofia amigdaliana e pequenas vegetações adenoides. O sinus maxilar esquerdo encontra-se velado na radiografia.

Intervenção: Lavagem do sinus maxilar esquerdo e evacuação do puz. Resecção da cabeça do corneto médio. Incisão habitual. Fistula do soalho do sinus frontal e resecção total dessa parede. Sinus cheio de puz espesso. Exenteração do etmoide inteiramente invadido pelo puz. Secreções purulentas no sinus esfenoidal do qual alargou-se o ostium. Drenagem fronto-nasal. Abertura do antro maxilar pelo nariz. Evolução normal. Alta curado a 7 de fevereiro 1935.

Observação VI - J. T., 13 anos, visto a 26 de março 1935. Amigdalite ha 10 dias. Sete dias após, dôr e edema peri-orbitario direito. Ao exame, encontra-se um edema das palpebras e da vertente direita do nariz. Ligeiro deslocamento externo do olho direito com limitação dos movimentos.

Na rinoscopia anterior, edema volumoso dos cornetos médios. Puz espesso no meato médio e na coana á direita.

A radiografia revela uma ausencia dos dois sinus frontais e uma obscuridade da região etmoido-maxilar direita.

Intervenção: Puncção do antro direito: puz. Resecção do corneto médio direito. Exenteração do etmoide que encontra-se cheio de puz. A lamina papiracea está destruída em grande parte, abcesso sub-périostico. Drenagem do antro pelo nariz.

Evolução normal. Alta a 2 de abril 1935.

J. B. CAVENACH (Worcester) - Um caso de abcesso do lobo frontal esquerdo, consecutivo a uma sinusite cronica - Pag. 239.

M. W. B., 20 anos, hospitalisado a 28 de setembro 1934.

Em 1931 e 1933, traumatismo nasal com desvio do septo á esquerda.

A 15 de agosto, cefaléas temporais com ligeiro edema da palpebra superior esquerda. Etmoidectomia endonasal.

Ao exame: edema palpebral com ptosis. Mucosa nasal hipertrofiada e puz na região fronto-etmoidal.

A 20 de outubro, recidiva das cefaléas e vomitos.

Dois dias após, trepanação do sinus frontal segundo o método de Howarth. A dura-mater da região fronto-etmoidal está a nú e coberta de puz e fungosidades. Drenagem externa e interna.

Durante os dias seguintes, a drenagem parece satisfatoria, mas a cefaléa persiste.

O oculista consultado encontra uma limitação dos movimentos para cima. Edema papilar bilateral, mas mais acentuado á esquerda.

A 9 de novembro, nova intervenção. Resecção da parede posterior do sinus frontal esquerdo. Incisão da dura-mater e exploração do lobo frontal. Puz perto de um polegar e meio da superficie. Dreno de borracha. Não se fecha a ferida. Tamponamento com gaze saturada de sôro fisiologico hipertonico

Durante os dias que se seguem, o puz corre em quantidade moderada, mas quinze dias após, as cefaléas e os vomitos reaparecem.

Nova exploração a 24 de novembro, depois de levantamento do retalho semi-circular. Incisão em cruz da dura-mater com hernia do lobo frontal. Puncção. Puz. Dreno. Tamponamento com sôro hipertonico. Desse dia em diante, a cura se instala. Uma parte da hernia cerebral se necrosa, mas o resto, que atinge o volume duma bola de golf, se reduz progressivamente sob a influencia de curativo cerrado.

Em janeiro, pratica-se uma operação plastica. A 29 de janeiro, alta.

W. H. BRADBEER (London) - Um caso de meningite consecutivo a uma mastoidite á pneumococcus, Typo III - Pag. 241.

B. W. 10 anos, visto a 25 de fevereiro 1936 com uma otite datando de 8 dias. Timpano direito palido e convexo no quadrante postero-superior. Ausencia de otalgia e de reação mastoidiana. Tratamento medico.

A 3 de março, cefaléa frontal violenta. Temperatura, 102°. Não houve mudança do timpano, nem Kernig e nem rigidez da nuca. Albumina em abundancia nas urinas. No dia seguinte, temperatura: 104°,5, aumento das cefaléas. Ausencia de sinais de meningite. Liquido cefalo-raquidiano sob pressão de 300 mm., turvo, contendo 2.000 celulas por cm3 e 0,12% de proteina. Trepanação mastoidiana. Antro cheio de fungosidades. Exposição da dura-mater nas fossas média e posterior. Nesta ultima ela encontra-se vermelha e granulosa. Punções lombares repetidas.
No dia seguinte a cefaléa diminuiu, o liquido céfalo-raquidiano encontrava-se menos turvo e encerrava 400 celulas; 0,20% de proteina e um grande numero de cocos Gran-positivos (pneumococos III). A febre chiu a 101% mas o estado do paciente piorou vindo a falecer. A autopsia revelou um exsudato purulento na base do craneo e uma broncopneumonia confluente.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

ZEITSCHRIFT FÜR HALS- NASEN UND OHRENHEILKUNDE
Vol. 39 - Fasciculo 5 - 1936.

O. MUCK (Essen) - Cura de uma supuração cronica do seio frontal sem desfiguração, por um processo fisico-cirurgico - Pag. 477.

E' apresentado um processo, que se afasta de qualquer metodo operatorio conhecido, para o tratamento das supurações cronicas, acompanhadas de um substrato anatomo-patologico de uma mucosa fortemente espessada, hiperemica e edematosa, sendo influenciada por um processo cirurgico fisico preenchido com as seguintes vantagens:

1) Evita a desfiguração.

2) A mucosa não é retirada, mas restituida completamente ás suas funções pela ação do alcool iodado. Isto será conseguido atravéz de uma pequena janela na parede anterior do seio frontal que possibilita uma visão clara do interior da cavidade do seio frontal, e por ela, seu enchimento com alcool iodado a 10%.

ANNA GLUTZ (Zürich) - Pesquizas sobre a relação entre o tamanho dos seio frontal nas sinusites maxilares cronicas e agúdas - Pag. 496.

Os resultados obtidos pela A. deste trabalho, baseados em 100 radiografias, verificam que o tamanho dos seios frontais, nas sinusites maxilares, não se diferencia dos observados nos casos normais. O tamanho dos seios frontais não pode servir, no caso de sinusites maxilares, como indicador de uma anomalia constitucional, como acontece entre as bronquiectasias e as supurações dos seios maxilares.

A curva do tamanho dos seios frontais, nas sinusites maxilares cronicas, é identica a observada para as cavidades sãns.

O tamanho das cavidades anexas do nariz nada tem que vêr com o estado de uma sinusite maxilar.

EELCO HUIZINGA (Groningen) - Dificuldades diagnosticas nas broncografias - Pag. 521.

As broncografias fornecem, algumas vezes, fotografias nas quais um acinos, de lipiodol ou iodipina, podem falso diagnostico poderá ser feitto. Acumulação circunscrita nos fazer pensar em cavidades.

Um aspéto notavel se produz quando urna grande quantidade de oleo penetra em um pequeno bronquio.

Por meio de um exame experimental em cadaver e em pulmões de animais tornou-se claro como se deve demonstrar a origem dos diferentes quadros radiologicos. Finalmente refere-se, o A., sobre as particularidades técnicas de particular significação nestes enchimentos dos pulmões. As
radiografias de contraste podem descobrir e mostrar a existencia de secreções nos bronquios. A penetração, em profundidade, do oleo pode ser dificultada por estas secreções. As cavidades patologicas podem apresentar-se tão cheias, que ocasionem resultado negativo do exame. As radiografias tomadas depois que o paciente tenha permanecido, durante certo tempo, em determinada posição, esclarecem estas diferenças.
M. O. R.

ARCHIV FÜR OHREN- NASEN- UND KEHLKOPFHEILKUNDE
Vol. 142 - Fasciculo I - 1936.

JOHANNES KOCH e GERHARD EIGLER (Halle-Wittenberg) - Contribuição ao tratamento dos fibromas naso-faringeanos pelas irradiações - Pag. 1.

Dada a gravidade das intervenções cirurgicas em tais casos, os AA., têm empregado, na clinica de Halle-Wittenberg, nestes ultimos anos, em casos desta especie, somente as irradiações. Foram tratados, ao todo, 6 casos, em dois deles o tumor já invadira as cavidades paranasais, os 4 restantes eram tumores menores e limitados ao naso-faringe. Exceptuado o 6.° caso que só foi tratado pelas agulhas radiferas, todos os outros tiveram tratamento mixto, radio e raios X.

As irradiações foram bem suportadas, muito embora em alguns casos, grandes dóses fossem empregadas devido a grandeza do tumor. Os AA. acham que a aplicação do radium atua mais eficientemente e pensam que este metodo só deva ser empregado quando o tumor fôr facilmente accessivel.

Cinco pacientes curaram-se, completamente, entre 1a 2½ anos. O 6.° está, ainda, em tratamento. A dóse varia com o tamanho do tumor e a idade do paciente. Os AA. acham que o metodo é, sobretudo utilisavel, nos tumores de grande extensão.

DR. LEONARD KRAUS (Praga) - Sobre as modificações radiograficas apresentadas pelo rochedo - Pag. 15.

Os estudos feitos pelo A. podem ser resumidos:

1) As destruições do rochedo, occasionadas pelos tumores do epifaringe se processam de baixo para cima, nas radiografias observa-se, em primeiro lugar, a destruição da base.

2) As partes mediais da Pars petrosa são atacadas mais cedo e mais gravemente, dahi as lesões radiologicas em etapas.

3) A parede anterior do rochedo e os ossos limitantes são mais destruidos que sua parte posterior, especialmente do que a cortical desta parede.

4) Estes tres pontos são confirmados pela situação primaria do tumor e por sua tendencia de crescimento.

5) Se a superficie posterior do rochedo estiver intacta, a radiografia mostrará desenho nitido da ponta, mesmo quando falte grande parte da piramide anteriormente.

6) Não exista a cortical posterior, e o osso que a compõe, total ou parcialmente, então se notará uma zona de destruição circunscrita ou completa lesão da Pars petrosa. Se o defeito estiver localisado em volta do conduto auditivo interno, resultará disto a dilatação deste.

7) Uma zona clara, central, da ponta, poderá ser causada por um tumor maligno que tenha caminhado pela trompa e pelos ossos que a envolvem. Pela inflamação do processo peritubario, existe a possibilidade de se a reconhecer, radiologicamente, pela zona de clareamento central.

VIGGO SCHMIDT (Kopenhagen) - Sobre o tratamento da otite média supurada agúda, pelas lavagens de alcool - Pag. 37.

Durante 4 anos o A. teve ocasião de tratar uma serie de casos graves de otite média agúda supurada, pela paracentése precoce, quando indicada e, em 37,4% pela antrotomia do processo mastoidéo. Nos 4 anos seguintes uma outra serie de casos, tambem graves, de otite média agúda supurada, foi tratada pelas lavagens de alcool a 33 vol.%. Nestes, as intervenções cirurgicas foram de 13,5% e os casos já apresentavam, quando da entrada, complicações (abcessos sub-periostais, etc.).

No periodo de uma mesma epidemia de escarlatina em um hospital, em que as lavagens de alcool não foram empregadas, foram operadas 44,6% e em outro em que elas foram utilisadas 5,8%.

Uma lavagem de alcool a 33 vol.%, praticada com uma seringa de vidro de 10, 20, 30 cc., sob pressão constante e repetida 3, 4 ou 6 vezes ao dia e iniciada 24 horas após a paracentése, segundo a experiencia do A., tornará rara a intervenção, ou pela diminuição da virulencia do agente causador, ou pela sua penetração nas celulas da mastoide e do rochedo. Os pacientes devem ser hospitalisados, caso não seja possivel, o tratamento deverá ser feito por enfermeira habilitada e sob o controle do otologista.

M. O. R.

DER HALS- NASEN- UND OHRENARZT (1.° Parte)
Vol. 28 - Fasc. 2 - 1937

DR. HEINZ G. A. BAYER (Berlim) - Molestia gangrenosa do esqueleto nasal de etiologia desconhecida (Granuloma gangraenescens) - Pag. 83.

O A. refere-se a um caso de molestia, do esqueleto do nariz, gangrenosa e de etiologia pouco clara, comparando-o com outros casos, identicos, observados na clinica. Esta molestia durava 8 mezes e meio. Durante o periodo de 4 mezes e meio que teve ocasião de observar o paciente, variou, o A., o seu modo de vêr quanto ao diagnostico diferencial, iniciando-o por supôr, devido a proviniencia do doente (Persia) um caso de leishmaniose, que foi afastada para dar lugar á blastomicose. Como a terapeutica de uma e de outra destas afecções fôsse de resultado negativo (Neostibosan e iodureto), a ideia, destas molestias, foi abandonada.

A molestia foi, então, pelos sintomas, pelo resultado do hemograma, pela inoculação em animais, pelo exame bacteriologico e hiato-patologico, classificada como "granuloma gangraenescens", ou gangrena da face, ou "granuloma maligno". Como com isto nenhuma causa etiologica pudesse ser determinada, a molestia foi classificada de sui generis. Como terapeutica foi empregada a antiluetica, o neostibosan, a detoxina, o iodureto de potassio e, ao lado de uma intervenção radical das partes doentes, o emprego da radioterapia profunda. Este foi o unico meio terapeutico, muito embora passageiramente, que deu algum resultado, pelo menos paralisou, ligeiramente, a molestia.

DR. HEINZ ROLLIN (Hamburgo) - Sobre a infecção do labirinto e das meningeas, causada por mucocele retrolabirintico - Pag. 129.

A observação de varios casos, de otite média protrahida, que terminaram na morte, nos quais poude ser praticado o exame do temporal, conduziu ao achado de que um e sempre o mesmo fóco de molestia foi a causa da morte. A este fóco se deu a denominação de "mucocele retrolabirintico". Os conhecimentos adquiridos pelos exames anatomicos destes casos, poderão servir, para os casos futuros, como orientação da terapeutica. Assim é que o mucocele retrolabirintico deverá ser aberto, pela resecção parcial do labirinto, alcançado deste modo a cura.

M. O. R.

ACTA OTO-LARYNGOLOGICA
Vol. XXIV - Fasciculo 2 - 1936.

M. DE BRUIN e P. G. GERLINGS (Amsterdam) - Broncoscopia na atelectasia pulmonar nas crianças - Pag. 222.

Os AA. descrevem varias formas de colapso pulmonar em crianças e chamam atenção para os sinais fisicos e radiologicos, pelos quais esta afecção pode ser diagnosticada com maior ou menor certeza. A necessidade de um diagnostico precoce está indicada pelo fato do aparecimento, de lesões irremediaveis, que se podem processar, em curto espaço de tempo, no campo pulmonar ocluso, produzindo, assim, o desenvolvimento da bronquiectasia.

Como tratamentto a aspiração broncoscopica, o mais rapidamente possivel, do pulmão colapsado.

C. O. NYLEN - Metastase cancerosa, no osso temporal, simulando uma inflamação agúda do ouvido médio - Pag. 242.

O A. descreve um caso operado de metastase cancerosa no osso temporal, simulando inflamação do ouvido médio, e invadindo a base do processo zigomatico, partindo, provavelmente, da região do antro e da parte posterior do tegmen tympani, sendo o tumor primario um cancer da mama. Depois de curto historico, da descrição do caso e de sua discussão, o A. descreveu o quadro clinico e disse algumas palavras sobre a terapeutica.

CL. F. WERNER (Berlim) - Sobre a função estatica da macula utriculi e seus otolitos - Pag. 253.

Conclusões:

1 ) As maculas utriculi apresentam tais diferenças locais, que são capazes de produzir reflexos estaticos em todas as posições do espaço. As partes laterais e anteriores de seus bordos, esquematisados como semicirculos (Semicirculus rampalis), constituem os armazenadores principais da função estatica.

2) Sobre se a elasticidade da membrana otolitica causando deslocação dos otolitos, seja a causa da excitação estatica, não está provado.

3) As hipoteses até agora emitidas, da excitação dos epitelios sensoriais e das terminações nervosas, por meio de processos mecanicos, eletricos ou osmoticos, não são compativeis com os fatos experimentais e anatomicos.

4) As maculas são excitadas, pelas diferenças de pressão hidrostatica no maculario, pelas pressões dos otolitos sob a comparticipação da pressão endolinfatica. Esta hipotese basea-se sob exames anatomicos e experimentos histologicos, particularmente pela centrifugação (Hasegawa).

DR. C. E. BENJAMINS (Groningen) - Ductos epiteliais e cistos congenitos do dorso do nariz - Pag. 284.

O A. estuda meticulosamente os canais e cistos observados no dorso do nariz e de origem congenita - apresenta varios casos bem documentados. Refere-se a sua patogenia embriologica e, finalmente, dedica algumas palavras ao tratamento desta afecção, que só pode ser cirurgico e que deverá consistir na extirpação radical do canal e do cisto. Para facilitar a intervenção pode-se, tal como pratica Kubo, para a operação da fistula congenita da orelha, injetar a fistula e cisto com parafina (fusivel a 42° C.) ou, como faz o A., injetar azul de metileno. A unica contraindicação poderia ser a da possibilidade de, após a operação, resultar um defeito cosmetico, ó que não acontecerá, pois que é fato conhecido de que as feridas cortantes sobre o nariz, em regra, produzem cicatrizes insignificantes.
M. O. R.

MONATSSCHRIFT FÜR OHRENHEILKUNDE UND LARYNGORHINOLOGIE
Maio de 1936.

A. KOLOMIJCENKO (Kiew) - Sindromes otologicos nas fraturas da base do craneo - Pag. 513.

1) Os doentes com fratura da base do craneo, devem ser observados e tratados por otolaringologistas, logo que se note comprometimento do ouvido.

2) Indicações para operação no ouvido não pódem ser determinadas antecipadamente, pois a natureza do trauma póde ser diversa.

3) Operação preventiva não póde ser aconselhada a não ser quando ha corrimento de liquor.

4) Como o corrimento de liquor é sinal de caso máu, a operação só é contraindicada por fenomenos gerais.

5) Nos outros casos a operação é indicada: a) quando ha sinal de infecção dos ossos do ouvido médio, mesmo sem sinais classicos de mastoidite; b) na otite precoce.

6) De um modo geral, a radical é indicada.

H. MELLER (Viena) - Um caso de tumor maligno da base do craneo com complexo sintomatico de Behr - Pag. 540.

Esse complexo consiste no comprometimento do 2.° ramo do trigemeo e no do abducente. Esses nervos encontram-se na parte craneana da fossa pterigo-palatina e podem ser lesados por tumores, que partindo dos antros maxilares ou esfenoidais, dirijam-se para essa região. A falta de secreção lacrimal, mostra a localização do processo na parte anterior da fossa, enquanto que a presença de secreção, significa sua localização posterior. O A. descreve um caso de tumor maligno da epifaringe, com erosão da base do craneo, que apresentava lesão dos nervos maxilar e abducente. Havia neste caso presença de secreção lacrimal, o que fazia supôr a interrupção do 2.° ramo do trigêmeo antes da penetração das fibras secretoras no mesmo.

G. JANULIS (Atenas) - Cala-azar na otorinolaringologia - Pag. 561.

O A. teve oportunidade de observar muitos casos de cala-azar em adultos e em creanças. Nos casos agúdos, não são raros as otites médias. Essas otites, quando ocorrem em casos cronicos, põem em perigo a vida dos doentes, principalmente pela queda de resistencia do organismo. O A. operou de amigdalas e adenoides alguns casos cronicos, sem que houvesse piora do estado geral, sendo de notar que o quadro sanguineo era: leucocitos 1800 e eritrocitos 1 000 000. No nariz, foram observados epistaxis no locus Kiesselbach.


G. HOFER e T. MOTLOCH (Graz) - Coalescencia membranosa das cordas vocais - Pag. 576.

Póde haver formação de membrana entre as cordas vocais em ambas as comissuras. A genese dessas membranas, ainda não se acha esclarecida. Não são, porém, frequentes os casos de coalescencia. A terapeutica falha quasi sempre. Os autores trataram de um rapaz de 14 anos de idade, que apresentava grande membrana entre as cordas, na comissura anterior, deixando apenas uma abertura em meia lúa para traz, por onde se fazia a respiração. Foi feita, previamente uma traqueotomia. Atravez do traqueostoma, foi aplicada, após destruição da membrana, uma chapinha de demora, na comissura anterior. Esse aparelho foi bem tolerado e deixado cerca de 10 dias no logar, após o que foi ele retirado e o traqueostoma fechado. O resultado deste processo foi ótimo.

T. SEEGER (Innsbruck) - Contribuição ao estudo da xerostomia - Pag. 582.

O A. apresenta 12 casos de xerostomia, nos quais a queixa principal era a secura da boca ao falar. A deglutição achava-se também, em parte, perturbada, dada a pequena quantidade de saliva. Esta apresenta-se, na xerostomia, em espuma de pequenas bolhas e, por isso, branca; permanece por muito tempo sobre o papel de filtro (horas), antes de desaparecer; fica presa aos labios quando o doente cospe. Ha muitas provas para xerostomia, das quais citaremos a seguinte: em um individuo são, 1 gr. de açucar de malte leva de 10 a 15 segundos para se dissolver; na xerostomia, a mesma porção de açucar necessita de 72 até 480 segundos.
O uso de bebidas (agua, cerveja, etc.), não exerce influencia sobre a secreção, permanecendo a boca sempre seca; bonbons de malte fazem diminuir essa sensação. A diminuição de secreção atinge também o nariz e as glandulas lacrimais. Não está ainda provada a etiologia da xerostoima, que deve ser considerada como uma neurose vegetativa.

K. MENZEL (Viena) - Nova contribuição ao estudo das relações entre a tuberculose e a rinite vasomotora - Pag. 597.

Menzel traz uma nova comunicação, em apoio ao seu trabalho de 1933, sobre o encontro, em grande percentagem, de bacilemia em portadores de rinite vasomotora. Tratavá-se aqui de uma tuberculose difusa, latente do nariz, que decorreu sob o quadro da rinite vasomotora. O corte histologico da mucosa nasal, evidenciou granulações tuberculosas com celulas gigantes. Após cura da tuberculose nasal, por meio de cauterizações, desapareceram os sintomas da rinite.

A. RÉTHI (Budapeste) - Fisiologia e patologia da inervação da laringe Pag. 626.

O A. faz uma longa conferencia sobre o assunto, com estudos experimentais no cão e exibição de um film. Termina com as seguintes conclusões: Não ha paralisia permanente dos posticus de origem neurotica; os musculos da laringe, com exceção do crico-tireoidêu, têm uma dupla inervação; o recorrente é o fator principal da inervação motora, enquanto que o laringêu superior serve para auxiliar essa inervação; no homem, a paralisia unilateral do recorrente, produz regularmente a posição intermediaria e a paralisia bilateral, a posição paramediana. Esta regra e suas exceções, encontram sua explicação na dupla inervação.
ROBERTO OLIVA

LES ANNALES D'OTO-LARYNGOLOGIE
N.° 3 - Março 1936.

AUBRY e OMBREDANNE - As lesões arachnoidianas da fossa cerebelar nas nevrites do oitavo par - Pag. 225.

Os autores fizeram explorações da região ponto-cerebelosa nas operações sobre o VIII par, em 21 casos e descrevem as diversas formas anatomicas encontradas. Essas formas eles dividem em 3 grupos: a) arachnoidite adesiva isolada; b) a quistica; e c) forma atrófica.

Essas formas anatomicas corresponderiam a um quadro clinico particular, dando os seguintes tipos anatomo-clinicos:

a) forma hipertensiva, pseudo-quistica; b) forma adhesiva sem hipertensão e c) forma post-otitica com incisão da dura-mater no curso de uma intervenção anterior. Apresentam então 10 observações das quais tiram conclusões proprias. Chamam a atenção para as noções seguintes:

1 ) as lesões chamadas de arachnoidite não são raras;

2) quando um doente de mal de Meniere com nevrite do 8.° par apresenta, ao exame clinico uma anomalia qualquer, a atenção deve ser levada para uma arachnoidite possivel.

3) Em suspeita de arachnoidite, a exploração intra-craneana da loja ponto cerebelosa deve ser praticada, pois só ela permite curar o doente.

4) A unica reserva que deve ser feita é a abertura da dura mater cerebelosa no curso de uma intervenção mastoidiana anteriormente executada.

BERTOIN - A punção lombar no tratamento do sindromo "palor-hipertermia" após as intervenções mastoidianas - Pag. 245.

O sindromo p-hi. é devido a uma crise de hipertensão craneana, determinada pela difusão de toxinas ou pela via simpatica e agindo sobre os centros termicos do mesencefalo. O lactente não possue mecanismo de regulação termica; a hipertermia, após uma intervenção, mesmo aseptica e benigna, é causada pela reação do seu sistema nervoso e particularmente dos centros bulhares termogeneos ao traumatismo operatorio e pela desidratação; e o palor parece estar egualmente sob a dependencia de um reflexo bulbar com ponto de partida periferico: é devido a uma vasoconstrição periferica intensa á qual se junta uma queda brutal da tensão, testemunha do colapso cardíaco. Parece que é o desequilíbrio do sistema nervoso vegetativo do lactente que é a origem dos acidentes. Ha concordancia entre os resultados das verificações anatomo-patologicas e das observações clinicas dos autores. O mecanismo da cura pela punção lombar é menos evidente. Concluem os autores que em presença de um sindromo P. H. confirmado, sobrevindo após uma intervenção, a punção lombar deve ser praticada, mas é preciso associar-lhe todos os meios destinados a lutar contra a hipertermia, o colapso cardíaco e a desidratação; ela aumenta talvez mesmo determina sua eficacia; ela não os substitue.

WORMS - Fibroma naso-faringeano com prolongamento etmoido-esfenoidal - Pag. 273.

Apresenta uma observação de tumor de enorme volume invadindo os seios sub-jacentes. A existencia de um prolongamento posterior, enchendo em totalidade as cavidades etmoido-esfenoidais, torna o problema terapeutico muito delicado.

Doente com 21 anos, já operado 4 anos antes e tendo tido abundante hemorragia.

A fossa nasal era completamente ocupada por massa vermelha, sangrando facilmente. Ao toque, via-se que a massa ocupava todo o cavum. Radiografia da base do craneo mostra uma sombra uniforme tomando toda fossa nasal esquerda, as celulas etmoidais e os dois seios esfenoidais.

Para intervir, escolheu a via paralatero-nasal. No curso da evolução dos fibroides da puberdade masculina, o prolongamento esfenoidal é raro, e nesses casos existem sinais de compressão evidentes: exorbitismo, paralisias oculares, modificações da papila optica com alteração da visão. Neste doente, o prolongamento intra-esfenoidal não determinava nenhuma perturbação funcional capaz de orientar esse diagnostico. Só a radiografia permitiu precisar as conexões posteriores. Nesta variedade de fibroide, o A. acha mais prudente operar a céu aberto, pois essa via dá mais segurança para uma operação completa.

PANNETON - Sobre um caso de rutura espontanea do timpano Pag. 277.

O A. apresenta esse caso pela luz que parece lançar sobre o funcionamentto do musculo do martelo. Uma telefonista, ao ser cortada bruscamente uma ligação, teve sensação dolorosa, depois zoadas e depois ainda dor forte. Um especialista constatou rutura traumatica do timpano.

Um mez após, repetem-se os exames. O autor acha que houve rutura espontanea do tímpano pela contração brutal reflexa do musculo do martelo pelo ruido violento percebido. Para justificar o seu diagnostico faz o A. um estudo anatomico e fisiologico do timpano. Um ruido muito violento produz uma contracção brutal do musculo do martelo com a bas-
cula consecutiva do ossiculo. Onde se produzirá a tração maxima? O maximo será no umbigo. Ora, na zona que se estende da ponta da apofise longa do martelo ao quadro timpanal onde se acha o lugar de menor resistencia? Exatamente onde se deu a rutura neste caso. Esta observação tem pois interesse patologico e tambem fisiologico.

PAULO SÁES

REVUE DE LARYNGOLOGIE, OTOLOGIE, RHINOLOGIE
Ano 57 - N.° 5 - Maio 1936.
(Bordeaux)

PROF. V. TANTURRI (Milão) - O aparelho cocleo-vestibular na intoxicação oxi-carbonica - Pag. 525.

Castrovilli apresentou ao Congresso Internacional de acidentes do trabalho, reunido em Bruxellas (1935), alguns casos de intoxicação, observados no serviço do Prof. Tanturri, em "chauffeurs" de omnibus movidos a gazolina. Esses doentes foram examinados sob o ponto de vista das funções cocleo-vestibulares e que consiste o motivo do presente trabalho.

A lesão predominante, determinada, foi a vertigem com ou sem nistagmo, com hiperexcitabilidade vestibular podendo atingir até a inexcitabilidade. Cefaléas, ruidos auriculares com um certo gráo de hipoacusia acompanhando a vertigem. Certos autores admitem que as lesões organicas se assestam no sistema nervoso central, admitindo outros, entretanto, que são as vias nervosas ou as proprias terminações cocleo-vestibulares as atacadas. O A. em seus casos, determinou o atingimento mais acentuado do aparelho vestibular e uma alteração marcada de determinada zona auditiva (do 5), fenomeno este que procura explicar como sendo de origem periferica e, determinado, certamente, por uma labilidade particular dessa zona tonal.

PROF. A. LASKIEWICZ (Poznan) - Considerações sobre os corpos estranhos do laringe - Pag. 535.

O A. teve ocasião de observar o operar 10 casos de corpos. estranhos do laringe. Em 3 casos tratava-se de fragmentos de osso, sendo que 2 retidos entre as cordas e na região sub-glotica (crianças e adulto); em 2 casos tratava-se de alfinetes e em outro de uma espinha encravada na parede posterior do laringe; depois 2 casos de corpos estranhos: pedaço de pena de ganso e pelicula de celuloide na região sub-glotica de duas crianças de 4 a 5 anos; um caso de casca de avelã entre as cordas vocais de uma criança de dois anos e meio, e, enfim, de um caso de agulha encravada transversalmente na base da epiglote, sendo que a outra extremidade estava aprofundada na parede posterior do faringe.

Para a extração, o A., emprega o directoscopio de Hasslinger que proporciona larga visão com uma luz precisa e que se mantem automaticamente no laringe deixando o operador com as mãos livres. Algumas vezes é necessario, em se tratando de crianças operar com anestesia geral.

E. ESCAT (Toulouse) - O rinoedema medicamentoso - Pag. 564.

O A. denomina sob este termo uma rinopatia apiretica, caracterisada, clinicamente, por um defluxo cronico, progressivo e dificilmente redutivel e, objetivamente, por uma infiltração edematosa da pituitaria, consecutiva á aplicação local inoportuna ou abusiva de agentes terapeuticos diversos. Esquecendo que a pituitaria é uma mucosa sensorial poliestesica, constituindo um ecran cenestesico de uma excelente sensibilidade, capaz, sob os modos de excitação os mais variados e os mais subtis, das mais violentas reações no dominio do simpatico; omitindo, de outro lado, a função bactericida do muco nasal, medicos, pediatras e rinologistas, por prescrições muitas vezes inconsideradas de lavagens nasais, de instilações e de pomadas vaso-constritoras de adrenalina, ou efedrina, de aplicações antisepticas irritantes, de instilações de supostas rino-vacinas de valor contestavel, favoreceram, muitas vezes, sem se aperceber, o desenvolvimento do rinoedema medicamentoso. As crianças sobretudo, são comumente vitimas dessa terapeutica erronea.

A profilaxia do mal consistirá em evitar o abuso: 1 ) nas indicações terapeuticas; 2) nas doses; 3) na frequencia das aplicações; 4) na duração do tratamento endo-nasal.

O tratamento se resume na supressão radical de todo topico endonasal e, no adulto, á redução cirurgica do edema cronico da pituitaria.

M. J. DAUBIN (Bordeaux) - As injeções alcoolicas na região do orificio oval. (Tratamento da nevralgia facial essencial) - Pag. 572.

As conclusões do A., foram as seguintes:

1 ) A alcoolisação dos ramos do trigemeo deve ser considerada como um tratamento bastante eficaz da nevralgia facial essencial.

Nos casos antigos e rebeldes, como naqueles em que muitos ramos são atingidos, é necessario que o alcool atinja a totalidade do trigemeo. O meio mais facil de ahi chegar é injetar o alcool no orificio oval.

2) Muitas técnicas foram preconizadas: as técnicas por via externa e as técnicas por via interna ou intra-bucal.

3)A que preconisamos é a por via interna. E' baseada nas relações da aza externa da apófise pterigoide, de um lado com o rebordo alveolar do maxilar superior, de outro, com o orificio oval.

Essas relações que estabelecemos nas nossas pesquizas anatomicas, permitiram-nos localizar o ponto de penetração da agulha, sua orientação e a profundidade do seu trajeto ao longo da aza externa da apófise pterigoide.

Esta técnica pode-se resumir da seguinte maneira: uma agulha penetrada nó vestibulo bucal fora do rebordo alveolar do maxilar superior, contra o qual ela continua aplicada, devido ao ultimo molar, e conservada inclinada sob uma incidencia de 45.º, em relação ao rebordo alveolar, atinge, com certeza, o orificio oval depois de um trajéto de 45 mm. ao longo da face externa da aza externa da apófise pterigoide..

4) Essa via não nos proporcionou insucesso algum. Ela nos permite alcoolisar á vontade, quer o nervo maxilar inferior quer a totalidade do trigemeo, no ganglio de Gasser.

Os resultados são bons. Os acidentes constatados são em geral minimos e passageiros (zoadas, surdez, paralisia dos mastigadores, paralisia oculo-motora produzindo a diplopia, a queratite nervo-paralitica, que é, aliás, o acidente mais a se temer, é muito rara. Ela é devida, pode-se dizer, a um erro de técnica, a uma neurolise acentuada do ganglio de Gasser. Quando ela se produz póde ser curada.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

L'OTO-RINO-LARINGOLOGIA ITALIANA Ano VI - N.º 5 - Outubro 1936. (Bolonha)

P. TULLIO e P. CALICETI - Sobre a microcirurgia auricular - Pag. 407.

Os AA. descrevem o instrumental de microcirurgia empregado pelos diferentes autores e detem-se em seguida na descrição daquele empregado pelos mesmos, e que consiste essencialmente em: 1) no microscopio binocular com seu suporte de sustentação; 2) no aparelho para fixar a cabeça; 3) no trepano eletrico regulavel por um pedal. Descrevem detalhadamente cada um desses elementos, salientando seu modo de emprego e sua praticabilidade. Descrevem particularmente o microscopio que proporciona uma visão clara e aumenttos notaveis e, que, são somente possiveis, devido á mobilidade dada pelo suporte de sustentação. Finalmente os AA. passam em revista diferentes doenças auriculares nas quais o instrumental dos mesmos encontra uma aplicação pratica.

G. CUSENZA (Palermo) - Cordoma cranio-faringêo - Pag. 421.

Trata-se de uma observação muito interessante de um homem com 40 anos de idade, que apresentou-se á consulta, queixando-se de que ha 7 mezes começou a sentir a impressão da existencia de um corpo estranho na garganta, com dificuldade crescente da respiração nasal e da deglutição. Após anamnese e exame cuidadoso do paciente que encontrava-se muito desnutrido, diagnosticou-se um cranio-faringeoma. O tumor faringeano, do volume de um limão, foi tratado durante um prazo de quinze mezes, quer cirurgicamente quer por meio da introdução de um tubo de Radium na espessura do tumor. Obteve-se, assim, melhoras notaveis seguidas, sempre, mais ou menos com rapidez, de aumentos no volume do tumor. A morte sobreveio devido a uma intercorrencia bronco-pneumonica. Nos ultimos tempos, o doente, apresentava sinais de atingimento do VII, X e XII pares craneanos direitos.

A autopsia demonstrou tratar-se de um volumoso cordoma crânio-faringêo proveniente de residuos cordais da apofise occipital, que comprimia, deformando, a metade direita da face anterior da protuberancia e da medula alongada e entrava em comunicação estreita com o tumor faringeano.

G. FERRARIS (Turim) - Condições gerais do organismo e capacidade de cura na otomastoidite agúda - Pag. 434.

Após haver lembrado que as condições gerais de bôa saude de um organismo, desenpenham um papel fundamental no prognostico de um ato cirurgico qualquer, o A. observa que, segundo sua experiencia, na otomastoidite agúda, quando a intervenção é efetivamente radical, a capacidade de cura do organismo, tratando-se mesmo de individuos fortemente debilitados pela coexistencia de outras molestias, parece não estar sensivelmente modificada como poderiamos pensar; pelo contrario, quasi sempre, iguala á capacidade de cura de um organismo normal. O A. cita suas observações clinicas e procura explicar esse paradoxo. Pensa, de outro lado, que a fase de torpor e atonia verificada, muitas vezes, no curso de uma mastoidite operada, deva estar ligada não á insuficiencia da reação geral do organismo, mas, quasi sempre, á uma exerese cirurgica incompleta.

GIOVANNI RUSSO FRATTASI - Sindrome paralitico unilateral dos oito ultimos nervos craneanos de origem neoplasica - Pag. 451.

O A. expõe, detalhadamente, um sindrome paralitico atingindo o lado direito, iniciando-se com a participação dos 4 ultimos nervos craneanos e progredindo sucessivamente até atingir os 8 ultimos pares craneanos. A etiopatogenia desta forma paralitica constitue elemento base do trabalho, chegando, o A., pela exclusão, atravéz de um exame minucioso, de todos os fatores etiopatogenicos, a admitir a natureza neoplasica.

E' obrigado a concluir pela séde endocraneana da lesão apezar de, no inicio, ser patente sua localisação exo-craneana.

J. E. DE REZENDE BARBOSA

OTO-RHINO-LARYNGOLOGIA JAPONEZA
MONATSSCHRIFT (Tokio)
Vol. 10 - Fasciculo 3 - Março 1937

PROF. TATSUO FUJITA (Kurume) - Otites a mucosus com perturbações do nervos glosso-faringêo e acessorio - Pag. 201.

Uma mulher de 44 anos de idade queixa-se de zoadas e surdez do lado direito ha um mez, tendo sido feitas duas paracentéses sem que o mal melhorasse. O A. notou perturbações para os lados dos nervos glossofaringêo e acessorio assim como sintoma de Griesinger. Na secreção estreptococos mucosus. Entrada e operada da mastoide. As celulas da escama assim como da parte petrea eram bem desenvolvidas, fortemente destruidas e cheias de púz com granulações. Com a continuação do esvasiamento da mastoide foi encontrado uma formação abcedada no territorio do bulbo da veia jugular. Cura sem acidentes em duas semanas. Como causa das perturbações nervosas, o A. supõe á aproximação das celulas mastoidéas doentes e a parede do bulbo.

DR. SHINYA SATO (Okayama) - Um caso de trombose otogenica do seio transverso, do bulbo da veia jugular assim como da veia jugular interna, curado pela operação de Grunert - Pag. 206.

Menina de 10 anos sofre ha dez dias de uma otite média esquerda exacerbada, dor de cabeça do lado esquerdo, vomito, elevação piemica da temperatura com calafrios e pressão dolorosa no territorio da mastoide esquerda. Kernig negativo, porém, dureza da nuca. Infiltração dolorosa de varios ganglios do pescoço do lado esquerdo. Punção lombar: meningite supurada. Queckenstedt positivo. Na operação radical o A. encontrou abcesso extradural em dois lugares, assim como abcesso peri-sinusal, porém não descobriu nenhum trombo no sinus. Sintomas piemicos e meningiticos existiam ainda os tres dias depois da operação. Na suposição de uma trombose do bulbo da veia jugular assim como da veia jugular interna foi praticada a exposição completa das paredes vasculares segundo Grunert desde cima do seio transverso até a uma parte da veia facial comum, e foram retiradas a veia jugular interna, a veia facial comum assim como o bulbo da veia jugular repleto de trombo. Além disto foram praticadas varias punções lombares. Cura em 42 dias.

DR. MASAHARU KUSO (Beppu) - Parotidite agúda e mastoidite agúda - Pag. 214.

Menina de 5 anos com otite média cronica bilateral, queixa-se de exacerbação agúda do lado direito com dôres, otorréa e elevação de temperatura. Mastoidite com paralisia facial. Antrotomia deixa ver celulas modificadas. Na secreção estreptococos e estafilococos. A febre elevada e o corrimento do ouvido persistem e a supuração da parotida esquerda torna-se visivel. Uma comunicação foi praticada entre o conduto auditivo externo e o abcesso da parotida. Incisão e drenagem da parotida. No pús ainda estreptococos e estafilococos. Doze dias após antrotomia, morte. O A. pensa que esta parotidite supurada foi causada por uma infecção linfógena ou hematógena provinda da supuração do ouvido médio.

M. O. R.

BRONCHOSCOPIE - OESOPHAGOSCOPIE ET GASTROSCOPIE
N.º 4 - Outubro 1935.

E. RIST e A. SOULAS - Alguns casos de abcessos do pulmão tratados e curados pela broncoscopoterapia - Pag. 289.

Os A. apresentam doze observações de abcessos do pulmão tratados pela broncoscopoterapia. Os casos são descritos com minucia e vêm classificados em 2 grupos: o primeiro compreendendo 8 casos é constituido pelos abcessos recentes e o 2.° pelos abcessos antigos. A cura foi conseguida em todos os casos. A bela documentação clinica confirmam as idéias já tantas vezes expostas por Soulas: tolerancia perfeita da broncoscopia pelos doentes mesmo em estado grave; cura dos abcessos recentes em 70% dos casos; necessidade de se recorrer a cirurgia externa em alguns casos. Os A. recomendam como técnica, limpeza com o porta algodão embebido em soluto de adrenalina e a instilação de óleo gomenolado. Concluem como sempre acentuando o grande valor da broncoscopoterapia nos abcessos pulmonares.

GONZALEZ LOZA - Contribuição ao diagnóstico do câncer pulmonar. Papel da bronco -pneumografia contrastada e da broncoscopia - Pag. 312.

Estudo de conjunto sôbre o câncer pulmonar onde são estudados, etiologia, patogenia, frequência, anatomia patológica, histopatologia e diagnóstico. O estudo é documentado por 8 observações clinicas e ilustrado com microfotografias, radiografias, desenhos e fotografias de peças anatômicas.

A. SOULAS - Notas sôbre o enfisema cervico-torácico. A proposito de dois corpos estranhos dos brônquios - Pag. 338.

Soulas apresenta duas observações. Na primeira, um corpo estranho metálico do brônquio permaneceu desconhecido durante alguns meses. A primeira broncoscopia em que não foi extraido o corpo estranho foi seguida de enfisema cervico torácico. Com o repouso absoluto o enfisema regrediu. Um mês após a 1.ª broncoscopia, Soulas retirou o corpo estranho pela via oral. As sequências foram perfeitas, curando-se o paciente. Na 2.ª observação corpo estranho metálico permaneceu 9 mêses no brônquio. A 1.ª broncoscopia em que foi praticada dilatação ligeira da estenose foi seguida de elevação de temperatura durante três dias. A 2.ª broncoscopia foi seguida de episódio bronco-pneumônico. Após 3.ª broncoscopia manifestar-se enfisema cervical sub-catâneo vindo o paciente a falecer 6 horas depois.

O A. faz considerações sôbre a etio-patogenia destes acidentes abordando as hipóteses de perfuração brônquica pelo corpo estranho e de lesão da laringo-faringe, determinado pela broncoscopia. Fala sôbre a raridade destes acidentes.

NOTA DO TRADUTOR: Como tratamento deste enfisema agúdo mediastinico não se refere o A. as intervenções cirúrgicas vizando drenar o mediastino que, entre nós tem sido coroado de êxito. Casos de Sernardes de Oliveira e Gabriel Porto, Areski Amorim e Ismael Gusmão.

FERNAND G. EEMAN - Diatermo-coagulação endoscópica para tumores malignos do laringe - Pag. 396.

O A. apresenta um caso em que a diatermo coagulação laringéia trouxe algum alivio a um doente de 67 anos e chama atenção para aplicação endo-laringéia da diatermo coagulação, raramente usada.

A. SOULAS - Obstrução tráqueo-brônquica grave consequênte a um parto. Eficacidade da bronco-aspiração de urgência - Pag. 351.

Quadro clinico de asfixia post-parto. Intervenção de urgência-broncoscopia no próprio quarto da paciente. Aspiração de abundante secreção brônquica. Cura. Estudando a etiologia deste acidente Soulas admite que a causa de asfixia foi uma inundação traqueo-brônquica por um vômito inoportuno após a narcose clorofórmica.

Insiste na necessidade da broncoscopia urgente.

JACQUES VIALLE - Corpo estranho da traquéia, extraido por endoscopia peroral - Pag. 355.

Observação de criança de 18 mêses em que foi feita com sucesso a extração de um corpo estranho metálico da traquéia.

DR. GABRIEL PORTO

THE JOURNAL OF THE AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION
Vol. 108 - N.° 7 - Fevereiro, 13 - 1937.

FERRIS SMITH (Grande Rapids - U. S. A.) - Lipoma da lingua Pag. 522.

O A. apresenta um interessante caso de lipoma da ponta da lingua, relativamente raro, 44 identicos na literatura. A sua localisação na ponta constitue raridade, pois que tais tumores assestam-se, preferencialmente, nos bordos da língua 22 vezes em 44 casos, na base 8 vezes, na ponta 5 vezes e os restantes no dorso. O tamanho varia do de um grão de arroz até o de uma maçã pequena como no caso presente. O tratamento cirurgico é eficiente e inocuo. Apresenta bôas fotografias do tumor antes e após a intervenção cirurgica.

Vol. 108 - N.° 12 - Março, 20 - 1937.

WALTER E. DANDY (Baltimore) - Perturbações na doença de Ménière - Pag. 931.

1) Dois tumores e um aneurisma da arteria basilar foram a causa da molestia de Ménière.

2) Uma serie de 5 largas alças, formadas pela arteria cerebelar anterior e inferior, na cisterna lateral, crê o A., constituíram lesões positivas na produção da vertigem de Ménière. Elas atuam comprimindo ou estrangulando o nervo acustico.

3) Dos casos operados durante o ano, 10% apresentaram contato com arterias de calibre dilatado. Adicionalmente muitos vasos de pequeno calibre, produzem, sem duvida, o mesmo efeito.

Vol. 108 - N.° 14 - Abril, 3 - 1937.

JOSEPH BUCHMAN (New York) - Uso do toxoide estafilocócico no tratamento da osteomielite cronica - Pag. 1151.

1) Foi feita uma experiencia para imunisar uma serie de 38 pacientes, sofredores de uma osteomielite, pela administração do toxoide estafilocócico.

2) O progresso da imunisação foi acompanhado pela determinação da anti-hemolisina estafilocócica (antitoxina), no sôro dos pacientes.

3) Em seguida á administração do toxoide estafilocócico, o titulo da anti-hemolisina aumenta em todos os casos de 2 á 34 vezes sobre o titulo original.

4) O gráo do titulo não dá indicação do estado clinico do caso.

5) Um aumento do titulo não indica regressão da lesão.

6) Um aumento do titulo não preveniu o desenvolvimento de novas lesões em 18 sobre 38 casos.

7) Um aumento do titulo não apressou a cura das lesões existentes.

8) Um aumento do titulo não preveniu o progresso das lesões velhas.
9) Numa discussão de novas observações foi sugerido que os resultados desapontadores, obtidos em seguida a administração de toxoide estafilocócico, na osteomielite cronica, devem ser atribuídos ao fáto de que o estafilocóco causador deste tipo de infecção era de baixa toxidez e de grande poder invasor. O A. crê que a imunização neste tipo de infecção deveria ser dirigido no sentido do aumento da resistencia á invasão do organismo, do que na produção de uma imunidade antitoxica pura.

Vol. 108 - N.° 17 - Abril, 24 - 1937.

FRANCIS F. SCHWENTKER; SIDNEY GELMAN e PERRIN H. LONG (Baltimore) - Tratamento da meningite a meningocócos com a sulfanilamide (nota prévia) - Pag. 1407.

Os doentes foram tratados, em numero 10, todos do mesmo modo, isto é, pelas injeções intraraquideanas e sub-cutaneas. A solução em sôro fisiologico, feita no momento, 0,8% de sulfanilamide, a mistura fervida á 37° e injetada imediatamente. Intraraquideana na dóse variando entre 10 á 30 cc. Em geral a quantidade injetada era de 5 á 10 cc. menor que a do liquido retirado. A injeção sub-cutanea era de 100 cc. para cada 18 quilos de peso. Repetidas ambas cada 12 horas nos 2 primeiros dias e uma vez nos seguintes até que as melhoras sejam definitivas. Em alguns casos as injeções sub-cutaneas devem ser continuadas por mais tempo.

Os AA. concluem que os resultados do tratamento pelo sulfanilamido foram bons e comparaveis aos obtidos pelo antisôro especifico.

M. O. R.

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