Versão Inglês

Ano:  1937  Vol. 5   Ed. 1  - Janeiro - Fevereiro - (10º)

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 99 a 114

 

REVISTA DAS REVISTAS - PARTE 3

Autor(es): -

BOLLETTINO DELLE MALATTIE DELL'ORECCHIO, DELLA GOLA, DEL NASO, ETC. Ano L111 - N.° 11 - Novembro 1935.

(Florença).
C. TEDESCHI (Modena) - Sobre os reticulomas das amídalas - Pág. 561.

O A. apresenta três casos de tumores amigdalianos, nos quais encontrou uma rede epitelial na espessura das amídalas hipertrofiadas e que, simulava elementos de um reticulo endotelial.

O A. em longo e interessante trabalho descreve os caracteres diferenciais dos reticulomas e dos linfo-epiteliomas.
Ano Llll - N. ° 12 - Dezembro 1935.

G. VERDOLINI (Torino) - Entidades da microflora tonsila e adenóides - Pág. 617.

O A. apresenta o resultado das suas pesquisas em 42 casos, para verificar, pelo exame do material operado, a destruição quantitativa de germens na amídala palatina e nas adenóides. Verificou que a taxa bactéria media de um decimiligrama de amídala palatina é de 350 e de 150 para as adenóides. Ele atribui essa diferença a sede e a estrutura desses dois órgãos.

E. PIERANGELI (Firenze) - Fibro-angioma do corneto médio - Pág. 626.

O A. apresenta o caso de uma mulher, com 49 anos, que ha três anos sofria de epistaxis freqüentes da narina direita, com obstrução progressiva dessa narina. Pela rinoscopia verificou a presença de uma massa tumoral lisa, vermelho-vinho, do tamanho de uma ervilha e implantada, por um fino pedículo, sobre a cabeça do corneto media. Sangrava facilmente ao toque, era móvel e obstruía em grande parte a fossa nasal direita. Ablação pela alça fria.
O exame histo-patologico mostrou tratar-se de um fibro-angioma. O A. depois de chamar a atenção sobre o local raro da implantação, passa em revista as varias teorias sobre a etiopatología desses tumores. H. C.


IL VALSALVA Ano XI - N. ° 8 - Agosto 1935. (Roma)

N. BATTINO-VITERBO (Roma) - Estudo experimentai sobre a ação da saliva na coagulação do sangue, particularmente com relação á cirurgia orofaríngea - Pág. 425.

As experiências conduzidas pelo A. demonstraram que a saliva produz "in victo" sobre o sangue, uma diminuição sensível do tempo de coagulação, que de 10-12 minutos, passa para 3-4 minutos. Essa ação é idêntica, quer se trate da saliva do próprio individuo, quer de outro ou mesmo de saliva mista, ou de saliva filtrada ou centrifugada. Fazendo experiências com diversas soluções preparadas com os componentes químicos inorgânicos da saliva (sulfocianato, cálcio, potássio), verificou o A. que não tinham nenhum poder coagulante.

A saliva aquecida a 50-60° sofre uma nítida diminuição do seu poder coagulante, sem, contudo, perdê-la completamente. Por isso, é aceitável a hipótese de que as salivas contem um fosfatide (citosina), álcool solúvel, termoestável, e uma outra substanciam protéica ou similar, termolabil, segundo a hipótese de Marovitz para os tecidos, e análoga ao complexo de substancias tromboplasticas de Alexander Schmidt.

Sob o ponto de vista da cirurgia orofaríngea, este estudo permite as seguintes deduções praticas: contra-indicação absoluta da administração de atropina antes da intervenção; limitação de aspiração de saliva ao hipo-faringe durante a intervenção; administração, uma hora antes da operação, de 2 a 3 gramas de bicarbonato de sódio, para neutralizar a acidez do suco gástrico; no caso de hipo-salivação, excitar sua produção, pela mastigação de parafina ou de outras substancias inertes; contra-indicação absoluta, depois da amigdalectornia, de toda lavagem que, diluindo a saliva, diminui seu poder coagulante.


CICHI (Roma) - Aspectos clínicos do câncer do esôfago - Pág. 440.

Apresentando duas observações, o A. chama a atenção sobre certos com sintomatologia completamente muda, o auxilio da radioscodo esôfago, consegue-se estenose, que antes não casos de câncer do esôfago o que torna o diagnostico quase impossível, sem pia e esofagoscopía. Eliminando-se o espasmo muitas vezes constatar uma ulceração ou uma se poderia afirmar.


PROF. C. CARRARI (Veneza) - Um caso de sialolitiase da parótida - Pág. 453.

Apresenta o A. a observação de uma mulher de 40 anos, na qual os sintomas apareceram bruscamente depois de uma gravidez. O calculo estava provavelmente encravado, no inicio ao nível do canal coletor superior e se fixou mais tarde no angulo que faz o canal de Stenon, no seu ponto de passagem, da porção masseterina á porção bucinatoria. Esses cálculos foram eliminados espontaneamente, através da pele da bochecha, 28 meses depois.


PROF. C. SALVADORI (Reggio Calábria) - Sobre alguns casos de traumatismo do ouvido - Pág. 462.

O A. apresenta vários casos de fraturas duas do rochedo petroso, de tipo longitudinal, uma do tipo transverso, quatro contusões labirínticas e uma comoção cerebral atingindo o labirinto.

Julga indispensável um exame otológico precoce, tanto sob o ponto de vista do tratamento, quanto sob o ponto de vista médico-legal. Mesmo nos casos aparentemente mais simples, deve-se fazer uma radiografia. A intervenção será feita imediatamente nos casos de fenômenos meninges ou de mastoidite manifesta.

Apesar de ausência de sintomas cerebrais ou labirínticos logo após o traumatismo, um processo supurativo se processou num de seus casos, e formou-se um abscesso extra-dural sob a linha de fratura que se entendia ao longo da escama do temporal. Nos 4 casos de contusão labiríntica, no fim de alguns meses, as perturbações vertiginosas começaram a melhorar e a desaparecer, mas os fenômenos auditivos permaneceram estacionários e, ás vezes, com tendência para se agravarem.
H. C.


REVUE DE LARYNGOLOGIE, OTOLOGIE, RHINOLOGIE Ano 57 - N. ° 1 - Janeiro 1936. (Bordeaux).
PORTMANN, G. e DESPONS, f. - Considerações sobre os tumores maligno do maciço facial superior - Pág. 1.

Portmann e os da sua Escola são adeptos fervorosos das exegeses totais. Quando as exegeses não podem ser perfeitas, são, ainda, de dupla utilidade: criam uma via de acesso mais fácil ás irradiações e permite o controle terapêutico ulterior. De outro lado, fica extinto um foco donde partem as infecções e onde são absorvidas as toxinas.
Os melhores resultados colhidos são naquelas intervenções praticadas sobre o andar inferior ou sobre o médio do maciço facial. A etmoidectomia, mesmo quando completada pela exenteração da órbita, dá resultados precários. De outro lado, a exenteração da órbita, associada á trans-maxilo-nasal para os tumores maxilo-etmóido-orbita rios, assegura uma recessão ampla e bastante completa para dar um resultado definitivo (13 casos sobre 27).

O operador para obter maior exposição do andar médio e região etmóido-orbitaria, deve utilizar-se da incisão para-nasal completada por uma contra-incisão horizontal etmóido-orbitaria. Os A.A. acham que, como as metástases são raras no câncer do maciço facial e, como são essencialmente locais, as operações amplas e mesmo mutilantes são indicadas. A regeneração cutânea, na grande maioria dos casos, é feita sem perda de substância.


LASKIEWICZ, A. - Contribuição á sintomatologia e ao quadro clinico do cloroma das fossas nasais - Pág. 45.

O nome de cloroma foi dado por King, em 1849, á uma infiltração da medula dos ossos, de cor esverdeada, invadindo rapidamente sob periósteo dos ossos longos e chatos acompanhada geralmente de forma grave de leucemia. É também conhecido pelo nome de "câncer verde".

O A. descreve, detalhadamente, um caso de cloroma, originário do tranco e que invadiu a órbita direita, o etmóide, o seio maxilar, os cornetos. A autopsia revelou a existência sobre a abóbada craniana de diversos tumores lisos de 2 a 3 centímetros de diâmetro, de cor esverdeada, fixos. O seio maxilar direito estava repleto de massas esverdeadas, bem como o etmóide, com supuração da mesma cor. Formações cloromatosas idênticas encontravam-se no temporal e na mastóide, assim como em diversas partes do corpo. Histologicamente esses tumores são semelhantes ao sarcoma.


VERNIEUWE e MEIRSMAN - Sobre a significação da presença do estreptococo hemolítico nas anginas clinicamente estreptocócicas - Pág. 59.

(Conclusões: 1.º) Somente em uma percentagem mínima de casos de anginas estreptocócicas é possível isolar o estreptococo hemolítico".
2.º) Não existe relação entre a presença do estreptococo hemolítico e a gravidade da angina; alem disso, esta presença não justifica os tratamentos intensivos propostos.
3.º) O caráter hemolítico do estreptococo não nos esclarece em nada quanto á sua ação patogênica, sendo que o poder hemolisante, em muitos casos, não passa de um aspeto particular temporário do micróbio.
4.º) Acontece o mesmo com o comprimento das pequenas cadeias que depende do meio nutritivo, do numero de repicagens, etc.
5.º) A fermentação dos açucares é um fenômeno que, embora diferindo com as diversas raças, conserva-se para cada uma delas fixo e imutável; mas não está em relação com a ação nociva do estreptococo,

Em suma não se conhece, atualmente, propriedade biológica alguma característica do poder patogênico do estreptococo.

Não é, pois, de admirar que se -atribua uma influencia prepoderente ao terreno.


MOREAUX, R. - A respeito do tratamento da litiase salivar sub-maxilar - Pág. 90.

O tratamento preconizado visa fazer o cateterismo do canal e a sua dilatação. Inicialmente, o A., introduz no ostium caruncular um fio de crina esterilizado, logo após a extremidade de um estilete metálico maleável e, finalmente, uma grossa agulha romba de injeção. Por intermédio dessa mesma agulha ele injeta soro fisiológico o qual mantém sob pressão 2 a 3 minutos. Retira em seguida a agulha ao mesmo tempo em que exerce uma pressão manual moderada sobre a glândula distendida para provocar a saída da saliva e cálculos.

A intervenção é imediatamente suspenso ao menor sinal de sangue, pois evitará, assim, a. estenose cicatricial consecutiva.


DELSERIES, A. - O tratamento cirúrgico dos quistos do tractus tireo-glosso (Operação de Sistrunk) - Pág. 93.

(O tratamento cirúrgico dos quistos do tractus tireo-glosso exige para êxito completo, o seguinte: 1.°) excisão total do segmento inferior subhioideo do tractus.
2.°) recessão do osso hióide, permitindo agir sobre os vestígios retro-hioideos, responsáveis pelas recidivas freqüentes.
3.°) disseção inteira do canal lingual e de seus derivados, manobra esta feita até ao forâmen coecum, conseguindo-se assim suprimir os divertículos glandulares e os núcleos tireoidianos acessórios.

Técnica de Sistrunk: anestesia local ou, melhor, geral. Posição deitada, cabeça em extensão. Incisão transversal sobre o tumor Isolamento do quisto com libertação do tractus até ao osso hiode. Recessão da parte média do osso hióide. O dedo indicador esquerdo do operador é colocado sobre o forâmen coecum, levanta a língua aproximando do osso hióide a região do forâmen. Incisão do tractus na massa dos músculos da base da língua até ás vizinhanças do forâmen, sem perfuração da mucosa bucal. O dedo intrabucal conduz toda a manobra. Sistrunk fala em 100%, de curas com esse método.

Ano 5 7 - N. ° 2 - Fevereiro 1936.


HUIZINGA, E. - Sobre a exploração brônquica por meio do lipiodol - Pág. 121.

O A. descreve detalhadamente a técnica, chama a atenção para a introdução de grandes quantidades de lipiodol provocando a formação de lagos de opacificação artificiais verdadeiras poças negras, que não correspondem a lesão orgânica alguma e que fazem pensar, todavia, em espaços cavitarios. O A. acha que não se deve ultrapassar de 20 cc.De lipiodol no adulto e de 10 cc. Na criança. Utilizando-se de um cateter é prudente não introduzi-lo muito distante, procurando-se evitar, assim, o acúmulo de lipiodol em uma região muito limitada.


LASKIEWICZ, A. - Osteoma gigante etmoidal bilateral em uma menina com 14 anos de idade - Pág. 175.

Os osteoma das fossas nasais e da órbita encontram-se, sobretudo na adolescência e são procedentes, geralmente, do osso etmoidal, cujo desenvolvimento na época da puberdade é extremamente rápido atingindo, por vezes, dimensões consideráveis. Alem da sua raridade (250 casos descritos), a maioria dos casos descritos trata-se de rapazes e de homens adultos. A evolução desses tumores é muito lenta.

Da sua patogenia pouco se conhece e sua sintomatologia repousa, sobretudo nas perturbações de ordem mecânica: compressões, dores, etc. A paciente operada pelo A. apresentava uma divergência dos globos oculares que eram recalcados por duas massas ósseas com 40 x 35 x 22 milímetros de dimensões. A raiz do nariz encontrava-se fortemente alargada. Palpava-se sob a pele um tumor liso, redondo e duro, cujo bordo superior ultrapassava dos dois lados a metade paracentral do arco supra orbitário, cujo bordo inferior se estendia até o bordo inferior da órbita.
As radiografias, de face e perfil, mostram as dimensões do tumor, seus prolongamentos em direção da órbita, etmóide posterior, seio frontal e endocrânio. A remoção se faz por uma incisão passando sobre a sobrancelha, rodeando o angulo interno do olho, e se prolongando para baixo, como no método de Killian.


CANUYT, G. e WILD, Ch. - O -tratamento profilático das hemorragias pós-operatórios - Pág. 194.

As conclusões do A. são as seguintes: "Em resumo, pensamos que antes de executar uma intervenção cirúrgica corrente nas fossas nasais, nos seios, no cavum, sobretudo nas amídalas, o otorrinolaringologista tem interesse a tomar o Maximo de precauções para evitar uma hemorragia. Para isso, aconselhamos interrogar o doente, ou a família, com particular cuidado. É raro que uma afecção hemorragia não se tenha feito sentir sob uma forma ou outra. Lato feito procederá ao exame clinico e á procura das provas hematológicas. A técnica tem uma importância fundamental. Si o doente apresenta perturbações hematológicas, nós o prepararemos para a operação corrigindo essas perturbações sanguíneas".

Os métodos de escolha são, em primeira linha, a injeção de sangue humano e em seguida irradiação do baço e da região operatória pelos raios X. Eles nos deram resultados notáveis, mas não constantes. Entre os outros métodos de que recomendamos o emprego citaremos: o extrato hepático, sobretudo nas discrasias de origem hepática; o coagulem para a homogênea e o extrato do lobo posterior da hipófise. A seroterapia tem um valor real, mas expõem acidentes sericos ulteriores. Pensamos que é mais prudente não operar os doentes que tenham taras sanguíneas importantes senão no caso de que a intervenção seja absolutamente indispensável, pois que é preciso não esquecer que os resultados do tratamento pré-operatório não são seguros nem constantes. O tratamento preventivo das hemorragias tem uma eficacidade incontestável, ás vezes, mesmo notável, mas não infalível "


NATANSON, L. - A respeito das lesões nasais nos aspiradores de cocaína - Pág. 205.

Em 98 casos observados, somente 4 não tinham uma lesão nítida do nariz, 2 apresentavam ulcerações, 3 cicatrizes e 89 perfurações do septo. A perfuração está situada sempre na parte cartilaginosa do septo. Os exames histológicos, as experiências sobre os animais, confirmam ser a vaso-constrição produzida pela cocaína a causadora a principio da perfuração do septo.


BUZOIAIVU - Epifora crônica de origem nasal - Pág. 224.

O reflexo naso-facial que ocasiona um escoamento de lagrimas, é a prova da existência de uma simpatia reacional fisiológica entre as mucosas endonasais e conjuntivas. Uma irritação patológica da pituitária pode provocar uma hipersecreção conjuntivo-lacrimal. Testemunha isto um moço de 19 anos, citado pelo A., que apresentava uma hidrorréa nasal e. faríngea ao mesmo tempo em que uma epifora bilateral e que foi curado pela auto-hemoterapia associada a um tratamento cirúrgico endonasal (recessão sub-mucosa de um desvio-crista muito acentuado do septo).


Ano 57 - N. ° 3 - Março 1936.

ORECCIA, J. C. e ALONSO, J. M. - Tumores malignos do palato Pág. 259.

Trata-se de um estudo baseado em 35 casos pessoais divididos em 3 grupos.
O 1.° grupo compreende os tumores centrais do véu, sua sintomatologia inicial é pobre. São epiteliomas malpighianos espino-celulares com evolução lenta e metástases ganglionares tardias. O tratamento de escolha é a radioterapia.

Ao 2.° grupo pertence os tumores do bordo livre do palato. São epiteliomas que nascem geralmente na vizinhança da úvula, estendendo-se simetricamente sobre a face bucal e sobre a face faringiana do véu; têm um crescimento mais rápido, uma malignidade maior e uma repercussão ganglionar mais precoce que os do grupo precedente. O tratamento de escolha é ainda, aqui, o radium local ou extirpação seguida de radioterapia caso haja invasão ganglionar. O prognostico, neste ultimo caso, é sombrio.

O 3.° grupo compreende os tumores do triangulo retro-malar. São os mais graves. A sua presença é logo notada pelo incomodo que causam aos movimentos da língua. Eles se estendem facilmente a língua, á parte posterior das gengivas inferior e superior e á loja amigdaliana.

A esses três grupos é conveniente acrescentar os tumores do palato ósseo. Eles derivam do epitélio de revestimento. Não são tumultuosos na sua evolução e não dão senão tardiamente metástases ganglionares.

Tratamento: Cirurgia e radiações. Havendo mutilação esta pode ser corrigida por uma peça protética.
Dos 35 casos observados, 33 eram homens e 2 mulheres.


SIMONETTA, B. e TAVANI, E. - Sobre as relações entre os "pólipos sangrentos das fossas nasais" e os pseudo-botriomicomas - Pág. 293.

Na maioria dos casos, esses tumores passam, erradamente, por angiofibromas. Esses têm evolução lenta, pouco progressiva e relativamente homogênea, na qual o elemento inflamatório é reduzido quando existente. Ora, os pólipos sangrentos do nariz têm um mento muito rápido (explosivo), si bem, não se tenha, quase nunca, encontrado o estado inicial. Têm uma estrutura na qual domina o elemento inflamatório. Apresentam, portanto, a evolução clinica e estrutura histológica de pseudo-botriomicomas que são néo-formações inflamatórias e não verdadeiros tumores.

Desenvolve-se na rinite seca interior e nas zonas sujeitas mais freqüentes e facilmente a pequenos traumatismo: região Antero inferior do septo, inicialmente, cabeça do corneto inferior, depois.



ROQUES-SATIVO, R. - Displasias e tumores do pavilhão auricular - Pág. 304.

É um trabalho completo não passível de ser resumido. O A. faz uma revisão completa de todas malformações do pavilhão auricular e, finalmente, de seus tumores.

DR. J. E. DE REZENDE BARBOSA.



BRONCHOSCOPIE, ESOPHAGOSCOPIE ET GASTROSCOPIE N.° 3 - Julho 1935.
(Paris).

MEMÓRIAS ORIGINAIS

S. BELINOFF e CHARANCOFF - Contribuição à anatomia patológica e a histológica da esofagite corrosiva aguda - Pág. 200.

A fim de observar com minúcia o quadro histológico da esofagite corrosiva aguda, os Autores fizeram um estudo experimental em 32 cães. Introduziram um tubo esofagoscópico no esôfago do animal (23-30 cm. da arcada dentária) e deixaram permanecer neste ponto durante 2 minutos e meio, um tampão embebido em uma solução a 30% de soda cáustica. Obtiveram em 2 ou 3 semanas uma estenose típica. . As alterações graduais das paredes do esôfago foram estudadas.

Sacrificando-se com o clorofórmio após 24 horas, 2, 4, 6, 8, 10, 12 dias, etc., até três meses e meio. Para investigação histológica foram retirados l, 2 ou 3 fragmentos em cada terço do conduto esofagiano. Os Autores publicam 27 microfotografias. Em uma segunda parte do trabalho pesquisou em 8 cães a ação da dilatação precoce prometendo publicar os resultados em trabalho anterior.

RAUL PIAGGIO BLANCO e FREDERICO GARCIA COPURRO -
Regressão de grandes bronquectasias em um cisto hidático pulesvasiado. Interesse da broncografiamonar incompletamente lipiodolada.

Os AA. que já aprestaram vários estudos sobre alterações pulmonares no cisto hidático relatam observação de bronquectasias pulmonares, diagnosticadas com a broncografia lipiodolada que regrediram após expulsão de membranas de cisto hidático. Classificam a regressão da bronquectasias, de fato excepcional.

Relatório da Sociedade de Bronco-esofagoscopía de língua francesa.

Reunião 18 Maio 1935.

LEDOUX-LEBARD, LEPENNETIER e A. SOULAS - Apresentação de um dispositivo radioscópico com duas dimensões para a extração sob écran de corpos estranhos das vias aero digestivas-Pag. 226.

Tratasse de um aparelho construído sob a orientação dos autores.

Pela "Compagnie Générale de Radiologie". Possue duplo écran, método julgado de indiscutível superioridade, é transportável em salas de operações e pode ser usado para outros misteres.


P. JACQUES - Sobre a profilaxia das esofagites estenosastes por cáusticos - Pág. 230.

O A. relata alguns casos trágicos de estenose cicatricial do esôfago, bem conhecidos dos especialistas e faz uma revisão da legislação existente em vários paises sobre a venda da soda cáustica e produtos semelhante e propõe que a Sociedade de Bronco-esofagoscopía se dirija aos poder público, afim de que o assunto seja convenientemente legislado. A proposta é aprovada por unanimidade, nomeando o Sr. Presidente uma comissão que se encarregará de uma ação em conjunto na França e na Bélgica perante os poderes públicos.

DOTIIVET - Extração com sucesso dum feijão intea-traqueal em uma criança de 18 meses em estado de morte aparente.

Observação de criança de três anos, apresentando casca de ovo na um abaixa-língua de Ch. Jackson expõe a laringe, atravessa-o com uma pinça e retira rapidamente um grão de feijão da traquéia. Cura. O A. faz várias reflexões sobre o caso, acentuando a facilidade da intervenção em tais casos.


J. PIQUET - Casca de ovo na árvore brônquica. - Pág. 238.

Observação de criança de três anos, apresentando casca de ovo na traquéia. Extração sob anestesia cloroformica. Corpo estranho havia provocado desenvolvimento de tecida granulação que foi retirado em conjunto. Traqueotomia. Cura.

O A. classifica o caso de variedade rara de corpo estranho e afirma que a estenose traqueal não foi resolvida só com. a extração do corpo estranho, mas foi necessária a retirada das granulações.


SOULAS - A propósito de alguns casos de estreitamento cárdiofrênico; razões desta denominação - Pág. 239.

Soulas apresenta uma série de considerações sobre a síndrome caracterizada por um estreitamento do esôfago situado entre o estreitamento frênico e a cárdia. Como perturbações funcionais acusam a doente sensação de parada do bolo alimentar no 1/3 inferior da região torácica, vômitos, emagrecimento racional e ainda perturbações estomacais. A radiografia é certamente o elemento diagnóstico de mais valor.

A endoscopia além de lesões de esofagite, de grau variável que variam desde a simples hiperemia com hipertensão mucosa até o espessamento e esbranquiçamento da parede mostra que os movimentos do esôfago são normais, às vezes pervertidos. Como tratamento recomenda o A. as dilatações do esôfago, capazes de determinarem grandes melhoras embora não se consiga uma cura definitiva.


MOUNIER-KUHN - Nota sobre o estudo experimental e clínico da broncoscopia - Pág. 250.

Notas preliminares sobre um estudo experimental realizado em cães e estudo clínico das perturbações determinadas pela broncoscopia. Os A. verificaram que a broncoscopia determina uma reação cardiovascular ou respiratória, variável de indivíduo para indivíduo. Expõem os raros estudos já apresentados sobre o assunto, e algumas hipóteses patogênicas sobre as diversas reações observadas normalmente no decurso da broncoscopia.


SOULAS - Duas variedades de alfinetes de segurança intrabrônquicos abertos com a ponta para cima. Extração - Pág. 258.

Soulas apresenta duas observações de alfinetes de segurança com a ponta voltada para cima no brônquio. A primeira em um homem de 20 anos. A extração foi feita por broncoscopia oral com uma manobra dupla que consistiu: a) Em apreender vigorosa e corretamente com a pinça de Tucker o ramo pontudo; b) em exercer para cima uma forte tração neste ramo ao mesmo tempo em que com o bico do broncoscopia aplicado sobre a mola foi exercida uma contra pressão.

Na segunda observação uma religiosa de 28 anos aspirou um alfinete de segurança de bola. Na extração do corpo estranho foi usada a mesma manobra da primeira observação, visando, entretanto quebrar-se.

O alfinete. A manobra foi realizada com êxito partindo-se o alfinete em três partes. As duas pontas foram extraídas e a bola foi eliminada através o traqueoscópio.


V. CORDIER e MOUNIER-KUHN - Aspectos endoscópicos no decurso de uma crise de asma - Pág. 264.

São apresentadas duas observações. Na primeira, no momento em que se realizava injeção intrabrônquica de lipiodol registrou-se violenta crise de dispnéia. Os A. apresentam a chapa radiográfica, obtida dez minutos depois da injeção de lipiodol. A sombra opaca do lipiodol termina ao nível dos diferentes brônquios de um modo extremamente nítido, como:

cortada por uma faca, dando a impressão de um verdadeiro espasmo ao nível dos diferentes brônquios impedindo a penetração do lipiodol:

A segunda observação refere-se a uma senhora de 36 anos, asmática ha uma dezena de anos e que já tinha corrido diversos hospitais de Lyon, fracassando sempre a medicação empregada. A paciente veio a falecer em conseqüência da asma e a autopsia revelou adenoma da hipófise. A Broncoscopia feita 4 meses antes da morte, em plena crise de asma revelou: grande edema da mucosa sub-glótica, impedindo penetração no brônquio principal direito de um tubo de 7 mm. Embora seja banal a afirmação que se encontra na asma uma urticária brônquica, os A. julgam que o edema brônquico verificado no segundo caso não é sintoma corrente da crise asmática e que o espasmo verificado na primeira observação é sem dúvida mais freqüente.


VAN DER WILDENBERG - Aplicação da traqueo-bronco-esofagoscopia (Estenose traqueal crônica. Estenose congênita múltipla do esôfago. Uma esofagoscopía para diagnóstico) - Pág. 266.

Em uma senhora de 54 anos que sofria desde a infância de uma estenose cicatricial da traquéia, a traqueo-bronscoscopia permitiu diagnóstico e tratamento (excisão e dilatação) da afecção com resultados brilhantes.
O 2." caso trata-se de dupla estenose membranoide na altura do brônquio esquerdo e de contratura espasmódica do cárdia, em criança de 11 meses; disfagia para os sólidos e as regurgitações, únicos sintomas apresentados desapareceram com o tratamento - dilatação esofagoscópico.

3." caso - Esofagoscopía para diagnóstico. - O exame radiográfico revelou imagem típica da mega-esôfago e a esofagoscopía descobriu uma infiltração difusa com ulceração do cárdia, cujo exame histo-patologico mostrou tratar-se de um epitelioma atípico.


TERRACOL e SAGOLS - Corpo estranho do esôfago em uma criança; extração por esofagectomia externa - Pág. 272.

Observação de uma criança de 11 anos com um corpo estranho (fragmento de alumínio) encravado no esôfago cervical. O corpo estranho não foi visto em 2 sessões de esofagoscopía. A extração foi feita por esofagectomia externa com sucesso.


RIST e A. SOULAS - Alguns casos de abscesso do pulmão tratados. E curados pela broncoterapia - Pág. 275.

12 casos de abscesso pulmonares tratados e curados pela broncoterapia. Os resultados são 70% de curas nos abscessos recentes, nos velhos abscessos de 3 a 4 meses 50% e somente 20% de casos nos abscessos de longa duração.

Dr. GABRIEL PORTO.

DIVERSOS

JUUL. J. e STRANBERG, O. - Rõntgenterapia dos Carcinomas do Hipo-faringe. (Strahlentherapia. Band 56. Juni, 1936. p. 259-272).

Com anatomopatologicos, que só uma vez deixou além do tratamento, a evolução dos casos.

Desde 1931 a radioterapia dos casos de tumores do hipo-faringe tem sido feita pelo método de Coutard na "Radiumstation in Kopenhagen". Os AA. referem 14 casos.

Suas observações completas, exames de ser feito, e apresentam De 14 doentes 7 se apresentavam sem metástases e 7 com gânglios regionais clinicamente tomados por metástases, até o tamanho de uma noz. Após tratamento estes casos permanecem livres de sintomas, em tempos que variam entre 12 e 52 meses. 2 pacientes que vieram a falecer de moléstia intercorrente (17 e 25 meses) depois do tratamento, não revelavam, á autopsia sinais de metástase ou recidiva.

Nenhum desses casos sofreu reação nociva, permanente, das irradiações, que fosse além de: alterações na pigmentação da região irradiada ligeira edemas crônicos das mucosas e teleangectasias.

Em 4 anos a "Radiumstation in Kopenhagen" registrou 49 casos de câncer do hipo-faringe, dos quais:
4 não tratados, por absoluta impossibilidade de aproveitamento.

13 tratamentos incompleto.

18 receberam tratamento completo, sendo curados transitoriamente ou melhorados.

14 são as observações acima referidas.

Dos 13 casos em que o tratamento não foi levado a termo alguns foram apenas tratados com fim paliativo, outros tiveram que ser afastados por perturbações de ordem geral, complicações cardíacas ou pulmonares, outros por fenômenos locais, edemas, estenoses, necroses.

Os AA. manifestam-se contrários a traqueotomias que não sejam impostas pela evolução dos casos.

Quanto á localização, a maioria dos tumores se desenvolvem em torno dos Intróitos laringes; na região Aritenoides, bordo da Epiglote, dobra Ari-epiglótica, glosso-epigl., Faringo-epiglotica, assim como no seio piriforme, destes contra 11 casos não curados, 9 se mantém livres de sintomas; com localização na parede posterior do Hipo e Meso faringe, não avançando abaixo da região Aritenoides, três casos tratados, todos permanecem livres de sintomas. De 17 casos de localização baixa, na parede posterior de laringe ou, posteriormente, no seio piriforme, só um se mantém livre de sintomas.

Quanto ao aspeto da lesão, estabelecem prognostico mais favorável os tumores vegetantes de ulcerações superficiais, enquanto que as formas infiltraram, que vêm geralmente acompanhadas de edemas, ulcerações necroticas, e fixação externa das partes movem da laringe, assumem características mais severas, criando mais graves obstáculos ao tratamento. Outros fatores de valor prognosticam são: o tipo anátomo-patológico do tumor, a existência de metástases ganglionares, o estado geral do paciente, o estado das mucosas (inflamações crônicas e afecções dos dentes, etc.).

Concorre para facilitar o tratamento, o pescoço mais alongado. Os AA. consideram a localização e os caracteres morfológicos da lesão como fatores de maior importância, a ponto de julgarem um tumor vegetaste, já com metástases para os gânglios seviciais, em condições clinicas mais favoráveis do que uma forma infiltrou ainda não metastatizada. Quanto aos gânglios, desaconselham a extirpação parcial. As condições técnicas constam de: 160 a 180 Kv., 2 a 4 mA., Filtro emirredutor (HWS) 1,5 mm. cobre, Distancia 50 a 70 cm., Intensidade 2,5 a 5 r. por minuto.

Dose total aproximadamente de 7.000 r., o tratamento se estende de 6 a 8 semanas.

Os AA. consideram de indicação excepcional, doses maiores que estas.


Dr. RÔXO NOBRE.

MARITANO, CELESTINO 1+ - Ricerche Comparative sull'Orechio esterno di Marniferi-- Atti d. soc. ital. d. scienze Naturali e d. Museo Cívico d. St. Naturale, Vol. LXXV, f. I - 11, Milano, 1936 (XIV), p. 95 a 128, 10 fig. no testo.

Em denso trabalho o A. estuda a anatomia e a histologia do ouvido externo de alguns Mamíferos domésticos e selvagens. Um extenso resumo do clássico trabalho de BOAS sobre a anatomia comparativa do conduto auditivo externo nas diversas classes de Vertebrados, mostra as diretrizes fundamentais e a nomenclatura seguida nas suas observações de índole predominantemente histológica. Sem duvida, cabe a BOAS o mérito dê correlacionar a complicada terminologia das varias partes do pavilhão auricular dos Mamíferos com a nomenclatura de uso corrente das partes correspondentes no Homem. Discutindo as pesquisas básicas de KOLMER na Toupeira, de ROLAND no Mus e de ZAWISCHOSSENITZ em vários Roedores e Insetívoros, lembra a relativa freqüência de uma "grande glândula sebácea" descoberta pelo primeiro desses AA., e que se encontra em geral num profundo recesso adiante da membrana do tímpano. Ainda sobre tal glândula verificou, na Toupeira, serem pequeníssimos os seus ácinos e diminuta a disposição do sistema de cavidades escavadas no corpo da glândula, fatos esses que o A. ultimo referido, relacionam com o chamado "fator silvático".

As suas pesquisas versaram sobre, o conduto auditivo externo de Roedores, Quirópteros, Insetívoros, Carnívoros e Xenartras. Para a histologia do pavilhão auricular, além destes animais ainda teve á disposição material de Rovideos e de Eqüídeos.

Usou os fixadores e corantes habituais, sempre submetendo as peças á descalcificação prévia.

Sobre a histologia descreve os tipos de glândulas de conduto auditivo: sebáceo e sudoríparo, discutindo a denominação imprópria de "glândulas ceruminosas" reservada para as do 2.° tipo, pois, como é sabida, a maior parte do cerúmen é fornecida pelas glândulas sebáceas. As suas observações no Apodemus sylvaticus confirmam as dos AA. acima citados em outros roedores (Mus e Epimys) quanto á presença de um verdadeiro órgão glandular sebáceo, representado por uma grande formação situada abaixo da região medial do meato, e em cujo lume verte a sua secreção. Nos Roedores é característica a ausência das glândulas chamadas "ceruminosas", i. é, do tipo sudoríparo (tubulosas), no conduto auditivo externo. Este fato é tanto mais interessante porquanto em alguns animais desta ordem, como por ex. nos Coelhos, tais glândulas sudoríparas são abundantes no pavilhão auricular, o qual atua como é sabido, como órgão termo-regulador.

Estuda ainda o A. a destruição das glândulas no conduto auditivo externo em vários representantes das ordens já referidas, salientando a presença do órgão glandular sebáceo, além da Toupeira, em alguns Roedores - Miomorfos dos gêneros Mus, Epimys, Arvicola, Apodemus. Notou, porém, a falta de tal órgão no Glis, roedor miomorfos. Por este motivo e por encontrar-se também na Toupeira, portanto em exemplar de outra ordem de Mamíferos, nega o A. qualquer valor sistemático que se pretenda atribuir a tal órgão.

Estudando a morfologia histológica do pavilhão auricular, pelo exame direto e com o auxilio de cortes seriados, demonstrou que também nos músculos a cartilagem auricular é constituída por uma lamina única e indivisa, o que corresponde á interpretação de BOAS para todos os Mamíferos.

De suas acuradas observações ainda em Roedores, resulta a evidência de algumas particularidades histológicas da cartilagem auricular, principalmente quanto ao tipo hialino encontrado em varias espécies, fato, aliás, já referido por BOUIN.

A firmeza e a seriedade com que o malogrado autor abordou os complicados e diversos pontos da anatomia comparativa do ouvido externo de alguns Mamíferos (histologia do tegumento, disposições glandulares, morfologia do esqueleto e estrutura histológica da cartilagem auricular), torna o seu trabalho não somente de interesse para o morfólogo puro como para quantos que de futuro desejem conhecer mais de perto os aspetos característicos de tais problemas que ainda aguardam outros investigadores, os quais com maior copia de material e de diversas regiões, possam estabelecer um quadro sistemático das diferentes formações do conduto auditivo externo, principalmente dos Mamíferos.

P. SAWAYA.

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