Versão Inglês

Ano:  1937  Vol. 5   Ed. 1  - Janeiro - Fevereiro - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 84 a 99

 

REVISTA DAS REVISTAS - PARTE 2

Autor(es): -

MONATSSCHRIFT FÜR OHRENHEILKUNDE UND LARYNGO-RHINOLOGIE
Vol. 69 - Outubro de 1935 (Viena)

V. HLVACEK (Praga) - Eosinofilía da mucosa nasal e dos pólipos rasai como significação de uma doença alérgica - Pág. 1153.

A eosinofilía dos tecidos é um acontecimento constante das doenças alérgicas. Ela foi encontrada, em elevado grau, na mucosa no defluxo do feno e em grau mais elevado ainda na rinite vaso-motora e principalmente nos pólipos asmáticos. Quando em qualquer pólipo for encontrada a eosinofilía, é preciso pensar em doença alérgica. Pode-se experimentalmente aumentar a eosinofilía da mucosa do nariz das cobaias, por meio de injeções parenterais de antígenos em animais sensibilizados. O aumento dos eosinofilos nos tecidos, segue a mesma lei que o do sangue: alcançam seu ponto mais elevado algumas horas após o choque anafilático.

E. POLLAK (Graz) - O tratamento da atonia dos corpos cavernosos da concha inferior com inj. intracavernosas - Pág. 1161.

A injeção de varicoftin nos corpos cavernosos da concha inferior, é um método inócuo, que pode ser feito no ambulatório, provoca uma diminuição de volume do osso, com integridade da mucosa, permitindo permeabilidade nasal. O varicoftin é composto de uma solução a 20% de NaC1 e 0,5% de analgésico. O A. trata neste artigo, detalhadamente, das transformações que o corneto sofre, até sua redução de volume, bem como da técnica empregada para o uso do remédio.

K. MENZEL (Viena) - Sobre um grupo de supurações agudas do anta maxilar, com síndrome vaso-motora - Pág. 1169.

O A. trata de 4 casos de sinusite Max. aguda ou sub-aguda, os quais decorreram com o quadro de rinite vaso-motora unilateral. Em todos os casos havia completa obliteração nasal do lado doente, secreção profusa e acessos de espirro. A punção resultou em 3 casos positivos com secreção muco-purulenta; no 4.° caso só após abertura do antro, foi encontrado grandes grumos. Os sintomas desaparecerem completamente com a cura da sinusite. Explica-se esse fato pela maior excitabilidade dos doentes, reagindo á presença da secreção do antro. Essa secreção excita as terminações do trigêmeo e promove o entupimento da fossa correspondente.

R. WALDAPFEL (Viena) Sobre a leucopenia nas septicemias faringogenicas - Pág. 1178.

A leucopenia e o desvio para a esquerda, sem leucocitose, são péssimos sinais e de significação grave, prognostica, nas septicemias faringogenicas. O quadro hematico permite-nos não só auxiliar a clinica como estabelecer um prognóstico.

E. URBANTSCHITSCH (Viena) - Hemorragia parenquimatosa após ton.
silectornia - Pág. 1187.

H. com 28 anos, é tonsilectomizado com anestesia local (larocaina), decorrendo a operação sem sangue. Após 5 horas, nota que do lado esquerdo sai um pouco de sangue, que cessa com injeção de estrifnon. Decorridas mais 4 horas, de novo queixa-se de hemorragia do mesmo lado: conduzida á mesa de operação, vomita cerca de uma checara de sangue e morre.
A autopsia nada revela de anormal, quanto á irrigação do campo operatório; o trato digestivo acha-se repleto de sangue até o reto. A explicação da morte só se pode compreender por uma hemorragia parenquimatosa, que passou despercebida, tendo sido o sangue deglutido á medida que a hemorragia se processava. Caso idêntico o A. encontrou na literatura.

G. WOTZILKA (Aussig) - Uma nova via para o tratamento das tonsilites - Pág. 1189.

Segundo experiências feitas por Waldapfel, substancias injetada nos cornetos inferior, são encontradas nas amídalas, enquanto que o mesmo não se dá, quando injetadas em outros pontos da mucosa nasal. O caminho percorrido por essas substancia (lipiodol, etc.), é feito através das veias dos corpos cavernosos do corneto inferior, que se comunicam com as da faringe. Como as veias da faringe se anastomosam entre si, explica-se por que a substancia injetada em um só lado do nariz, aparecem em ambas as amídalas.

O A. injeta nas tonsilites 2 a 5 cc. de cilotropina, lentamente, na cabeça do corneto inferior, de cada lado, após anestesia com pantocaina. A injeção é um pouco dolorosa. Com esse método os doentes sentem logo alivio de suas dores, bem como a febre em pouco tempo declina. Em alguns casos, todavia, houve continuação do processo, que chegou ao abscesso.

O. BENESI (Viena) - Sobre a patogenia da meningite ótica precoce - Pág. 1203.

Doente com 52 anos, sofre ha 2 dias de otite media aguda direita. Apesar da parassíntese não ha melhoria do estado geral, nem secreção. No 2° dia, a temperatura eleva-se a 40°, existe dor á pressão do olho direita cefaléia á direita e confusão mental. Diagnóstico: meningite precoce. A operação foi recusada. Não havia sinal de mastoidite, nem sintomas vestibulares. No 4.° dia morte. A autopsia demonstrou mastoidite com queda da parede post. Sup. do conduto e abertura de um abscesso subperiostal no conduto. A infecção da fossa media se processou por contacto do tegmen e através de descendia, bem como por meio do seio-petroso superior, que se achava trombosados e cuja parede se achava fistulada em direção á dura. A infecção do andar post. deu-se por via nasal. Havia também labirintite. Trata-se, pois, de meningite agudíssima, comprometendo os andares médios e post. com mastoidite, sem sintomas clínicos.


M. TAMARI (Linz) - Um caso semelhante ao gundú, com fenômenos vertiginosos pós-operatórios - Pág. 1218.

O A. descreve um doente com 60 anos; Wass. negativo, que recebeu, na guerra, uma coronhada no nariz e 10 anos mais tarde foi operado, em ambos os lados, do saco lacrimal. Desde essa época, nota o paciente um tumor ósseo no nariz, que cada vez mais aumenta, em direção á testa e ao maxilar inferior esq., sem provocar incômodos. A impossibilidade de respiração nasal e a perda da olfação, levaram o doente a procurar um especialista. O tumor estendia-se dos ossos do nariz, para a testa, maxilar inferior, obliterava as narinas e a coava esquerda. A radiografia mostrou um tumor ósseo nos antros nasais e esclerose de uma das mastóides, lembrando o gundú, uma doença dos trópicos, que já tem sido observada na Europa. Interessante ainda, no caso, as crises meniereformes, que sobrevieram após as operações, praticadas apenas com o fim de permitir a respiração. Estas crises podiam ser conseqüência de perturbações circulatórias, ou abalos na mastóide esq. durante a operação. A etiologia desta doença é ainda desconhecida.

DR. ROBERTO OLIVA
Vol. 69 - Novembro de 1935. (Viena).


H. FREY (Viena) - Sintomas vestibulares na perícia medica - Pág. 1294.

O otologista é cada vez mais freqüentemente chamado a opinar, como perito, sobre sintomas que podem ou não estar ligados ao aparelho vestibular. As vertigens são os sintomas que mais merecem a atenção e por isso é de absoluta necessidade saber distinguir a sua origem vestibular. A anamnese desempenha um papel importante. O autor usa o termo vecção (Vektion) para exprimir toda a modificação da posição ou sensação de movimento, isto é, sensação de queda, inclinação, rotação, etc. Quando não existe a vecção, a origem vestibular da vertigem deve ser afastada com segurança. A seguir pesquisar: nistagmo espontâneos, Romberg, sinal do indicador, provas calóricas (excitação fraca), prova rotatória, etc. Exame neurológico tendendo a demonstrar se trata de simulação ou agravação.

Além de outras formas é preciso considerar a síndrome de Ménière, em que as vertigens se repetem em prazo curto e são observadas pelo otologista. Outras formas apresentam-se com sintomas facilmente observáveis, ao lado de casos em que o observador não consegue surpreender reações vestibulares. Estas são as formas abortivas. O perito precisa determinar: 1.° se existe ou não um estado patológico; 2.° se ha perturbação do estado geral, que comprometa total ou parcialmente a profissão e a capacidade de trabalho; 3.° prever a duração do processo, prognostico com relação á cura completa, recidivas e duração do comprometimento profissional e da capacidade de trabalho; 4.° cotejo entre os sinais subjetivos e o estado geral para o caso de perícia judiciária (indenização).


G. BONDY (Viena) - Sobre a operação e tratamento ulterior da mastoidite - Pág. 1322.

O A. presta muita atenção á incisão da pele e do periósteo, procurando impedir tração intensa sobre os lábios da ferida, bem como sobre o periósteo, que deve ser incisado linearmente. O tratamento cuidadoso do periósteo é muito importante para a reconstituição do osso. Os vasos são agarrados mas nunca ligados. Em caso de necessidade os vasos são ligados com a sutura da pele. Feita a operação, é a cavidade tamponada para evitar alguma hemorragia e a ferida suturada até o angulo inferior; a seguir retira-se a gaze e coloca-se um dreno de vidro em direção ao antro. O tratamento pós-operatório consiste na troca da gaze, retirada dos pontos no 4.° dia e do dreno quando já não houver mais supuração. Entre as grandes vantagens da sutura sem tamponamento, citam-se: cura mais rápida, tratamento sem dor, resultado cosmético ótimo.


H. BRUNNER (Viena) - Perturbações auditivas nos tumores do cerebelo - Pág. 1329.

Perturbações graves da audição nos tumores do cerebelo são em geral raras. O A. em 24 casos de tumores do cerebelo encontrou 4 vezes perturbações da audição. Descreve um dos seus casos, que era portador de glioma, formando cisto do hemisfério esquerdo e provocando surdes total do mesmo lado. Já 5 dias após a operação a audição mostrou-se melhorada e 28 dias após completamente normal. Tratava-se, pois, de uma surdes transitória do lado doente, em um grande cisto do hemisfério cerebelos esquerdo.

No caso presente discute o autor todas as hipóteses para explicar a surdes: radicular, lesão do tronco nervoso e hidropisia do ouvido interno. Acha que esta ultima hipótese é a mais cabível, entre outros motivos pela volta integral da audição.


B. KECHT (Viena) - Clinica e tratamento das supurações peritonsiliares e suas complicações - Pág. 1333.

Sob o ponto de vista terapêutico ha 2 espécies de septicemia tonsilogenicas: primarias e secundarias. As primeiras são as que ocorrem sem reação anátomo-patológico notável para o lado do tecido tonsila. Esta forma é a mais perigosa, a mais freqüente e a que oferece menor probabilidade de sucesso, porque o fator nosologico repousa em má disposição constitucional do individuo. A septicemia secundaria desenvolve-se de uma peritonsilite: Ha, aqui, reações imuno-biologicas favoráveis e, por isso as possibilidades de sucesso são maiores. O A. divide as supurações geri-tosilares em. abscesso peritonsilar e fleimão peritonsilar, sendo que estes são muito mais graves que aqueles. Atualmente as supurações peri-tonsilares são tratadas ou por incisão do foco, ou por tonsilectomia. O A. fez 156 ectomias, isto é, 16% do total dos casos tratados cirurgicamente. Dos casos ectomizados 5 faleceram das seguintes causas.- meningite-I; septicemia-3; hemorragia-1. Houve também 5 mortes em doentes não operados: meningite-2 e septicemia - 3.


E. RUTTIN (Viena) - Clinica do abscesso retrofaringeo - Pág: 1349.

Apresenta 4 casos típicos, sendo 3 adultos e uma criança de 6 anos de idade. O inicio da doença em todos os casos foi moroso. No primeiro, cefaléia e dor de garganta; no segundo tumor na garganta a dispnéia, o que levou ao diagnostico errado de tumor maligno; no terceiro dispnéia, rouquidão, disfagia e tosse. Em todos os casos o abaulamento da garganta foi unilateral. O exame direto do material da garganta foi positivo para pneumococos e negativo para tuberculose; a inoculação porém, demonstrou a etiologia tuberculosa do processo. Sararam todos, todavia, pouco tempo após a intervenção. A radiografia da coluna vertebral nenhuma lesão mostrou, que fizesse suspeitar a tuberculose.


L. FORSCHNER (Viena) - Sobre dois métodos de tratamento pouco conhecidos na pratica otorrinolaringológica - Pág. 1354.

1.-anestesia dos abscessos paratonsilares: injeção de solução a meio por cento de novocaina no músculo masseter do lado doente; injeção de solução a 2 % de novocaina na úvula e daí infiltração do pilar ant. até a base da língua. Após 10 minutos de espera, abertura do abscesso: A anestesia é completa, na maioria dos casos.
2.anestesia do nervo auriculo-temporal nas otalgias rebeldes. A injeção desse nervo pode ser feita pela boca, ou por fora. Introduz-se a agulha, um dedo abaixo da parede inferior do conduto até encontrar
o osso. Este serve de orientação. A agulha é puxada um pouco para traz e segue ao lado do osso cerca de 0,5 até 1 centímetro, profundamente, na direção da parede inferior do conduto. É preciso verificar se não ha hemorragia e então injeta se 2 cm. de solução de novocaina a meio por cento. Anestesia-se se der, deve-se injetar 1 cm. de álcool- a %0% a fim de se obter sua maior duração:
Vol. 69 - Dezembro de 1935.
(Viena).


G. HOFER e F. KOCH (Craz) - Contribuição á questão da septicemia após angina - Pág. 1409.

Há 3 vias de infecção para as septicemias anginosas: sanguíneas, linfáticas e por continuidade. No primeiro e no segundo caso a infecção invade o vaso ou o linfático, provocando uma trombose, seja na jugular, seja na faríngea ascendente. Na 3.'' via, a inflamação propaga-se pelo tecido frouxo do espaço faríngeo e alastra-se com ou sem trombose da veia O tratamento dessas septicemias deve ser cirúrgico e o mais precoce possível. A gravidade da doença não pôde ser julgada apenas pelos dados anamnesicos, mas pelo péssimo estado geral, pequenez e freqüência do pulso, metástases, etc., aliados e calafrios, febre, etc. Diagnosticada a septicemia, impõe-se a intervenção: tonsilectomia, ligadura dos vasos, abertura dos focos,etc.


T. MAYER (Viena) - Contribuição clinica á septicemia tonsilogenicas - Pág. 1415.

As fases que devem orientar as operações na septicemia são 4: 1. "tonsilectomia; 2.° abertura e tamponarem dos espaços para o retrofaringeo, 3." exposição das bainhas dos vasos e ligadura da jugular e eventual extirpação dos gânglios; 4. "mediastinotomia. Estas fases não devem ser seguidas á risca, mas de acordo com o caso. E podem até ser invertidas em sua ordem: 4, 3, 2, 1".

O A. discute a seguir todas as indicações operatórias. Acha que a ligadura da jugular tem indicações muito restritas. Estuda os germes causadores: estreptococos. O prognostico é mais severo quando estão em causa os anaeróbios e os bacilos fusiforme. Diante destes a imunidade é muito pequena e em breve desaparece, provocando septicemias fulminantes.

B. KECHT (Viena) - Clínica e tratamento das supurações peritonsiliares e suas complicações - Pág. 1423.

As septicemias podem ser primarias ou secundarias. As primarias provém de uma angina, sem reação do tecido peritonsilar, as secundarias desenvolvem-se de uma peritonsilite. É necessário diferençar os abscesso dos fleimões peritonsiliares; os abscessos se curam com incisão, os fleimões com tonsilectomia. As incisões podem provocar nos fleimões propagações, que não são destituirias de perigo. A tonsilectomia, nas supurações peri-tonsilares, é praticada sob as seguintes indicações: em todos os casos em que a incisão não atingiu o abscesso e a febre não caiu; em todos os fleimões peritonsiliares; nos edemas da laringe e do soalho da boca; nas parotidites; nas reações ganglionares e nos abscessos profundos; nas septicemias com ou sem metástases, nas hemorragias e nas nefrites. Nos abscessos peri-tonsilares não é necessária a ectomia, visto como a simples incisão, cura mais rapidamente e é processo mais econômico, que pode ser tratado no ambulatório.


J. TATO e N. SOUBIRON (Buenos-Aires) - Contribuição ao problema das supurações da ponta da pirâmide - Pág. 1454.

Os autores tiveram oportunidade de observar 7 casos de supurações da ponta da pirâmide, nos anos de 1933. e 1934, os quais operados com resultado, em sua grande maioria. Além da descrição sucinta dos casos, ressaltam o valor da radiografia, estudam as indicações clinicas e estendem-se sobre a técnica a seguir Em 4 dos casos foi empregada a técnica de Streit, que, além de outras, tem a vantagem de respeitar o ouvido médio e, por conseguinte, a audição. Adotam a opinião de que o complexo de Gradenigo deriva-se de acometimento dos espaços pneumáticos da pirâmide, seja das células perilabirinticas, seja das apicais. A síndrome de Gradenigo foi observada em 6 casos dos quais 5 provocados por fusão da ponta. Para os autores a melhor posição para radiografar a ponta do rochedo é a de Stenvers. Os processos operatórios tendentes á curetagem da ponta do rochedo dividem-se em duas categorias: extrapiramidais (poupando o ouvido médio) e intrapiramidais. A operação típica da primeira categoria é a de Streit; á segunda pertencem às operações de Meyer, Frenkner, Ramadier, Kopetzky e Almour.

Termina este trabalho um estudo pormenorizado das diversas indicações para a escolha da técnica a ser empregada.



O. BÉNESI (Viena) - Sobre a patogenia da meningite ótica precoce Pág. 1482.

Trata-se de uma meningite ontogênica agudíssima em um homem de 52 anos, que anteriormente nunca se queixara do ouvido. A otite media direita desenvolveu-se, em 3 dias, em mastoidite do pior grau, sem sintomas clinicas. A queda da parede post.sup. do conduto só foi notada no preparado. A meningite mostrou-se nos andares médio e posterior e desenvolveu-se, seja por via sanguínea, seja através das células extremamente delgadas, com decência nos tegmen anti e tampone. A infecção do ouvido interno se deu pelo conduto auditivo interno. A cóclea apresenta sinal de inflamação aguda grave. O diagnostico de meningite foi feito no segundo dia, após a otite media, baseada na temperatura extraordinariamente alta, na desorientação do paciente e na sensibilidade á pressão do globo ocular do mesmo lado. A terapia, nesses casos, não deve contentar-se com a exposição da dura ao nível das células afetadas, mas expô-las o mais amplamente possível em ambas as fossas, como pratica Neumann com bons resultados.


H. BRUNNER (Viena) - O diagnostico da hiperexcitabilidade labiríntica
(nos tumores do cérebro) - Pág. 1510.

Quando se quer avaliar da hiperexcitabilidade labiríntica de um caso clinico, é necessário ter em vista o "nystagmusclonus". Este é caracterizado, após a prova calórica, pelos seguintes pontos: 1.° - o nistagmo aparece logo após a irrigação; 2º o nistagmo é observado em todas as posições; 3º o nistagmo é muito intenso. O nistagmo sofre, pois, uma modificação quanto á latência, intensidade e duração. Esta grande hiperexcitabilidade é rara nos tumores do cérebro. É considerados normais o resultado de uma excitação com 5 c. de água a 15° após período de latência de 15-30 segundos e que dura 60 até 90 segundos. Ha todavia fatores que podem modificar o resultado do exame, fazendo crer em hiperexcitabilidade, quando apenas se trata de cansaço, insônia, etc. Assim também nos tímpanos retraídos,a latência diminui (pseudo hiperexcitabilidade).

Liga o autor mais importância á duração do nistagmo, fazendo derivar o diagnostico de hiperexcitabilidade da intensidade e da duração do nistagmo. A A. não liga grande importância aos outros sintomas (vertigens, etc.), pois que na maioria das vezes o doente é examinado deitado. Acha também preferível basear-se em sintomas que não se acham sob a vontade do doente. O arco reflexo do nistagmo seria: labirinto periférico nervo vestibular-nucleo do vestibular-nucleo do abducente-musculo retoexterno.

Brunner não executa as outras provas labirínticas, nos tumores do cérebro, pois aprova calórica é destituída de perigo para o doente e não é tão desagradável. Além disso o diagnostico dos tumores é quase sempre unilateral e as provas rotatória e galvânica dão freqüentemente resultado normal. E' assim que presentemente Brunner faz o diagnostico de hiperexcitabilidade labiríntica.

DR. ROBERTO OLIVA
Vol. 70 - Janeiro de 1936 (Viena).


M. EISENBERG (Kiew) - Estado clinico do ouvido interno no complexo sintomático de Ménière - Pág. 22.

O fim deste trabalho é o exame e o esclarecimento das funções vestibulares e cocleares nos doentes de complexo sintomático de Ménière. O A. estuda 33 doentes. Após exame da cóclea, passa ao estudo do vestíbulo: Romberg, marcha, nistagmo, indicador, rotação e irrigação (70 cc. a 20°).O fator etiológico foi muito mais diverso:super aquecimento, golpe de sol, infecções, trauma na cabeça, supuração e envenenamento. Em 15 de seus casos não foi possível ligar o mal a fator etiológico algum. As perturbações da audição acompanharam-se de: zoadas e sensação de entupimento do ouvido. Estas perturbações acompanham sempre a doença de Méniere. O Romberg foi observado em 15 canos dos quais 4 com tendência para o lado doente. Os outros, sem caráter certo. Houve 17 perturbações da marcha dos quais com tendência para o lado doente. Em 15 casos havia nist. espontâneo unilateral, em 3, bilateral. A hiper função labiríntica nada representa de importância, pois pode achar-se ligada a um estado nervoso do doente; são também raras as hiper funções labirínticas nas perturbações do sistema nervoso central. A hiper função, ao contrario, é encontrado freqüentemente nas doenças do labirinto e do retrolabirintico, podendo chegar até á insensibilidade. Em seus casos o A. encontrou toda a sorte de perturbações labirínticas. O sistema vegetativo também se mostra comprometido: bradicardia, congestão ou palidez do rosto, suores, náuseas. Alguns doentes queixaram-se de anomalias para o lado dos olhos como diplopia, dificuldade do olhar extremo, etc.


J. SPIRA (Krakau) - Sobre a existência da laringite crônica hipoglotica - Pág. 59.

É fato sabido que as infecções crônicas da subglote ocorrem em conseqüência de diversas infecções como: tuberculose, lúes e principalmente escleroma. Há casos porém nos quais essas doenças não puderam ser identificadas, donde a necessidade de ser a laringite crônica hipoglotica reconhecida como moléstia á parte. Exames histopatológicos mostraram sua localização exclusiva na subglote. Provocada por inflamações repetidas, dá-se proliferação do tecido conjuntiva e consecutivamente da subglote com estenose. Neste ultimo período podem ser observados acessos de sufocação principalmente á noite. Spira acha dos mais difíceis o diagnostico diferencial entre o escleroma e a laringite subglotica, que se apóia no exame microscópico. Nos casos do autor, bem como em outro citado de von Eicken, o diagnostico foi mais tarde contrariado com as provas positivas de escleroma. Conclui o A. pondo em duvida a existência da laringite hipoglotica, identificando-a ao escleroma.


ROMANWSKA e WASSOWSKI (Wilno) - A luz da tampada de arco no tratamento da tuberculose da laringe - Pág. 65.

Os resultados do tratamento da tuberculose da laringe são encorajadores nos casos de tuberculose pulmonar, pois em 26 casos, houve uma cura e 15 melhoras. A tuberculose pulmonar avançada não é contra-indicação para este tratamento, pois 2 casos entre 15 sararam e 2 melhoraram, apesar de piora do estado geral. O resultado do tratamento de laringe não depende da gênese do processo pulmonar. Nas formas hematogênicas observa-se mais freqüentemente a lesão das cordas vocais. As ulcerações da laringe são mais facilmente curáveis com a lâmpada, que os processos infiltrativos. Nas pericondrites não se obteve resultados positivos. Nas disfagias não houve igualmente influencia benéfica. O resultado é favorável também nos casos graves de tuberculose pulmonar, dependendo o prognostico da lesão da laringe, da benignidade da lesão, bem como da precocidade do tratamento. Os sanatórios e ambulatórios são os lugares apropriados para o tratamento e justamente onde se encontra os casos mais favoráveis para o emprego dos raios ultravioletas.


J. ALFOELDY (Budapeste) - Novo instrumento para a abertura rápida da traquéia e segurança da respiração - Pág. 74.

As vantagens do aparelho do A. são: esterilização fácil, abertura da traquéia sem hemorragia e sem ferimentos, penetração concomitante de uma sonda de demora e finalmente simplicidade e facilidade de transporte na bolsa do medico pratico. O instrumento serve para todas as idades, havendo apenas diferença para crianças de menos de 6 anos. Com a cabeça do doente estendida para traz, prende-se entre os dedos as cartilagens tireóides e cricoide esticando o ligamento cônico. O instrumento é introduzido na linha mediana. A' medida que se faz à introdução, o cabo do aparelho é movido em direção ao queixo do paciente, para que sua ponta não fira a parede posterior da traquéia. Quando existe estenose abaixo do ligamento, pode-se introduzir o instrumento na traquéia, mas deve-se incisar primeiramente a pele e introduzir a cânula acima ou abaixo do istmo da glândula tireóide. Retira-se então o mandril e fixa-se à cânula por meio de 2 cordões.

DR. ROBERTO OLIVA
Vol. 70 - Fevereiro de 1936. (Viena).


H. BRUNNER (Viena) - Clinica dos tumores malignos da região etmorbitário - Pág. 129.

Dentre 9 casos de tumores malignos dos antros da face, tratou o A. de 3 com localização étmo-orbtraria, todos com o diagnostico de sarcoma. Os sintomas mais importantes de seu 1.° caso, achava-se mais ligados á órbita que ao nariz: ptose com desvio do bulbo, diminuição da visão, além de forte cefaléia. A abertura dos antros frontal e esfenoidal, feita alguns meses antes da morte do paciente, nada revelou de anormal, mas parece ter provocado a aceleração da marcha do processo sarcomatoso. O êxito letal deu-se 2 dias após a intervenção e a autopsia demonstrou: sarcoma osteoide penetrante do andar anterior, destruindo uma parte da base do lobo frontal. 2° caso - Mulher com 26 anos apresenta: nevralgia da hemi-face esquerda, diminuição da audição, exoftalmus e paralisia dos músculos oculares. Suspeitado de tumor do etmóide, foi a doente enviada ao rinologista, que a operou de Caldwel.

Luc a biopsia deu o seguinte resultado:sarcoma de Ewing. A radioterapia fez desaparecer o tumor. Após um ano de tratamento apareceram sintomas meningeos e obliteração da fossa nasal esquerda pelo tumor, que progrediu cada vez mais, levando a doente à morte. Seu estado foi ainda mais agravado com o acometimento da glândula mamaria por um carcinoma. 3°. Caso - Ao contrario dos precedentes, o inicio da doença deu-se aqui, com sintomas nasais. Tratava-se de um grande tumor do etmóide, esfenóide e órbita, estendendo-se para o cérebro.

São conhecidas as dificuldades para o diagnostico dos tumores malignos da região etmo-orbitaria. O conhecimento da natureza dos tumores é de interesse quanto ao prognostico e a terapêutica. Mas a biopsia conduz algumas vezes a um diagnostico duvidoso senão errado. Quanto ao tratamento, prefere o A. a irradiação aos processos cirúrgicos.


E. GLAS - Terapia das rinites vaso-motora e das cefaléias rinogenica - Pág. 151.

A rinite vaso-motora é uma moléstia da mucosa do nariz e das vias aérea superiores, com sintomas típicos. Objetivamente apenas ligeira turgescência das mucosas, enquanto que subjetivamente existem grandes incômodos: hidrorréa, espirros, etc. O A. passa em revista as causas produtoras da rinite. Cita as ultimas observações, que ao contrario das antigas teorias, localiza a sede das reações anafiláticas nas células dos tecidos. Considera como Kaemerer a alergia como uma "gaveta cômoda onde se pode enfiar todos os quadros clínicos". A cauterização da mucosa nasal pode produzir a queda da reação alérgica. Essa cauterização deve ser repetida quando de novo se restabelecer o estado de reação. Aconselha também o tratamento das rinites vaso-motora com a decensibilização não especifica por meio da vacina de Paul. Também o iodo em pequenas doses dá, ás vezes, bom resultado. Igualmente recomenda o A. o uso do bismuto que lhe proporcionou bons resultados.


GLAESSCHEIB (Viena) - Terapêutica da ozena - Pág. 166.

Baseia-se a teoria do A. sobre a ozena, na avitaminose A e D. Acha que essa carência pôde se dar na vida fetal, no lactente ou na 1º infância. A conseqüência da avitaminose é a metaplasia: substituição do epitélio do nariz que de cilíndrico transforma-se em córneo pavimentoso, atrofia da mucosa, dos ossos e das cartilagens; atrofia ou hipoplasia das glândulas, etc. As experiências de Kurata e Shimano confirmaram a teoria do autor, reproduzindo em ratos o quadro clinico da ozena com a supressão das vitaminas A e D da alimentação desses animais.
A terapêutica consiste no seguinte: para excitar as glândulas de secreção interna e externa, vacina de Paul ou reumacutina uma vez por semana. Para levantar e resistência contra as bactérias, vitamina A em forma de vogal 5 gotas 2 vezes por dia e vitamina D, vigantol ou viosterina 5 gotas 2 vezes por dia, para acidificação de mucosa.

Para resistencia contra os saprofitas, usa o A. sua vacina 1 vez por semana.

Com este tratamento as crostas são substituidas por secreção purulenta a principio e depois mucosa. Não é necessario lavar o nariz Das 12 doentes tratados, 8 sararam, 2 perderam o máu cheiro, mas não saíram do periodo purulento.

W. SPRENGER (Innsbruck) - Queloide do lóbulo da orelha - Pag. 188.

Os 3 casos do A. devem ser catalogados entre as hiperplasias tumorais. Seu acometimento achava-se ligado á perfuração do lobulo da orelha e á consecutiva inflamação da vizinhança em terreno predisposto. Em vista da relativa frequencia desses tumores e da sua tendencia para as recidivas, é de aconselhar-se sejam as perfurações do lobulo praticadas com todas as cautelas de assepsia, nos casos em que não possam ser evitadas. A excisão do tumor com tecido são e consecutiva sutura, tem dado ótimos resultados, embora seja possivel a recidiva Quando a cirurgia não basta aconselha-se a irradiação.

H. BRUNNER - Resultado da prova calorica labiríntica nos tumores do cerebro. - Pag. 206.

A hiperexcitabilidade nos tumores supratentoriais deve ser considerada como um sintoma de excitação do cerebro do nistagmo, colocado no feixe cerebral e em pequena proporção como excitação do labirinto. É uma hiperexcitabilidade oculo-motora provocada por uma lesão dos centros e feixes corticais do olhar. Esta hiperexcitabilidade oculo-motora é ou unilateral (ao frio, via de regra contralateral) ou bilateral (no estado de compensação). Não existe transformação da hiper em inexcitabiliHade.


E. WESSELY - Complicação orbitaria de uma punção diameatica - I Pag. 227.

Após uma punção, que deu resultado negativo, a doente sentiu forte dôr no olho. Na manhã seguinte apareceu edema da palpebra superior, calafrio e febre. Além disso havia diminuição dos movimentos do olho, profusão do bulbo, dór no antro frontal do mesmo lado (direito). Pela fossa nasal correspondente escorria secreção muco purulenta. Operação: Caldwell-Luc. Mucosa espessada, rebaixamento do soalho da orbita, onde se observou uma perfuração. Nesse ponto o osso foi ressecado dando saída a pequena quantidade de púz. Os antros frontal e etmoidal são também curetados. A doente foi a seguir submetida a tratamento clinico, pois tratava-se de uma diabetica, e sarou completamente. A perfuração do soalho da orbita pertence ás maiores raridades e pôde ser evitada por uma radiografia prévia, na qual se observa o pronunciado abaixamento da parede orbitaria do antro.


V. KECHT - Tonsilectomia nas peritonsilite. Demonstração de 3 casos curados - Pág. 233.

Os casos do autor dos quais um tratava-se de um medico, tivera seu processo flegmonósos muito abreviado com tonsilectomia. Em um deles, mulher de 35 anos, foi feita incisão do abscesso, mas o estado geral e local não melhorou, o que só se deu com a ectopia.

DR. ROBERTO OLIVA


OTORRINOLARINGOLOGIA ITALIANA Ano VI - Fasc. II - Marco 1936. (Bolonha).

PROF. C. CANESTRO (Genova) - "Sobre a aplicação terapêutica da onda curta em otorrinolaringologia" - Pág. 87.

O A. faz o histórico sobre o desenvolvimento e emprego da onda curta, sobre sua produção, seu efeito biológico e sua aplicação, em terapêutica. Salienta a diferença que existe entre a diatermia comum e a terapêutica por ondas curtas, a vantagem da aplicação desta ultima em O. R. L onde deve agir, quase sempre, sobre partes ósseas ou rodeadas de tecido ósseo. Em todos seus casos tratados pelas ondas curtas, não houve fenômeno algum de intolerância ou acidente qualquer.

Considera que os melhores resultados são aqueles obtidos nos processos inflamatórios agudos e sub-agudos (furúnculos, otite média aguda, mastoidite, obstrução tubária, sinusite). Obteve sucesso em fistula consecutiva ao esvaziamento petro-mastóideo.

Nos casos de otite média purulenta crônica e na otite média catarral crônica, teve a impressão que, se de um lado, não obteve resultados satisfatórios, as ondas curtas contribuíram, indiscutivelmente, para o sucesso da cura médica até então ineficaz.

Não obteve sucesso algum na otoespongiose.

Nas nevralgias do trigêmeo, obteve resultados satisfatórios.


PROF. ETTÓRE GIUFFRIDA (Catania) - "Considerações sobre a micose tonsila benigna (tentativa de reprodução experimental) - Pág. 109".

O estudo clinica bacterioscopico e hiato patológico de 5 casos de "micose tonsila benigna", levou o A. a considerações particulares pessoais no que diz respeito á etiologia da moléstia que, segundo o A., não é especifica, podendo ser determinada, como afirmava Citelli, por diferentes micélios: na maior parte por hifomicélios da família Torulopsidaceae (cif. e Red.), parecendo rara a presença do Leptotrix. As manifestações paraqueratosicas observadas são, provavelmente, secundarias á ação dos fungos. O estudo clinica da doença permite ao A. de expor considerações oportunas sobre a freqüência, caracteres e tratamento da afecção. Em um apêndice, enfim, cita as pesquisas experimentais referentes á reprodução da doença. A negatividade dos resultados obtida confirma, portanto, o conceito de que na patogênese da micose tonsila benigna, entra em jogo fatores múltiplos e complexos, dificilmente individualizados e portanto, de difícil reprodução experimental.


CESARE BACCARINI (Bolonha) - "Resultado imediato e a distancia".
da amigdalectomia nas crianças operadas pelo método de SluderBallenger "- Pág. 128".

Desde 1930, a Clinica de Bolonha emprega sistematicamente, para amigdalectomia em crianças, o instrumento de Sluder-Ballenger.

Já foram executadas 2.000 intervenções aproximadamente.

O A. chama a atenção para os excelentes resultado observado, quer imediatos como longínquos e, particularmente, os resultados cicatriciais. No adulto, o instrumento de Sluder é empregado somente quando não existem fortes aderências entre a cápsula e a loja amigdaliana.


ANGELO DI BLASI (Messina) - "Tuberculinoterapia nas otomastoidites".
especificas operadas "- Pag. 160".

O A. descreve 7 casos de otomastoidites especificas operada, com Mantoux positivos, 5 de radicais, 2 de mastoidectomia simples, nos quais a tuberculinoterapia demonstrou ser o meio terapêutico mais eficaz. De fato, antes de tal tratamento, todos os casos acima descritos, apresentavam um decurso pós-operatório bastante torcido, sendo que após uma serie de injeções de tuberculina velha de Koch, praticadas com método especial, restabeleceram-se completamente.


Ano VI - Fasc. III - Junho de 1936.

P. CALICETI - Sobre a patogênese de alguns pólipos laríngeos - Pág. 167.

O A. observou que os chamados "pólipos laríngeos" eram representados, nos casos por ele observados, em 1 caso por uma angiectasia e, em 4 outros casos, por uma extravasa sanguínea em via de organização mais ou menos avançada. Baseando-se nessas observações. o A., considera que o pólipo laríngeo, em vez de representar o produto de um processo inflamatório circunscrito ou de uma neoplasia benigna, pode ser devido á alterações nasais.

CALLISTO GHIGI - Contribuição ao estudo da cápsula amigdaliana da amídala palatina -
Pág. 175.

O A. em um exame macroscópico e microscópico descreve a formação e os limites da cápsula amigdaliana. Examina suas relações com as zonas vizinhas, isto é, com os músculos glosso-stafilino e faringepalatino, com a faixa faringiana e com a aponevrose palatina. O estudo anatômico adquire uma importância acentuada, mesmo sob o ponto de vista clinico, porque esclarecem as razões de alguns processos inflamatórios amigdaliana e paratonsilares.


PROF. CARCO (Messina) - Sobre a eficácia da soroterapia intraraquideana na meningite purulenta ótica - Pág. 191.

Neste trabalho são descritos três casos de meningite purulenta otógena com a presença de germes no liquor, nos quais se obteve a cura, usando-se a soroterapia intraraquideana, associada á intervenção cirúrgica sobre a mastóide e injeções lombares. O A. faz um estudo dos outros métodos terapêuticos, citando suas vantagens e desvantagens, e recorda casos de outros autores que confirmam a eficácia da soroterapia nas meningites otógena, usada pela via endoraquidea, ação esta sustentada e provada pela primeira vez por Citelli e sua Escola.


ALBERTO PAGANO (Napoli) - Hemiplegia velo-faringo-laringéa esquerda de origem bulbar - Pág. 199.

O A. descreve um caso de paralisia do IX-X e ramo interno do XI, sem a com participação de qualquer outro par craniano. O doente apresentava 62 anos, fumante, bebedor, foi acometido subitamente. Quanto a causa, o A., depois de discutir as causas prováveis de paralisias dos três nervos, quer na zona periférica ou na central, admite como devida a uma alteração circulatória (amolecimento) localizada ã altura do núcleo ambíguo, núcleo motor do IX-X e ramo interno do XI.


CESARE BACCARANI (Bolonha) - Sobre dois casos de meningite purulenta otógena - Pág. 209.

O A. refere-se á dois casos de meningite purulenta otógena: um asséptico e outro séptico. Após tecer algumas considerações clinicas, citam a terapêutica cirúrgica e médica executada e os excelentes resultados obtidos.
INFERRERA (Messina) - Síndrome de Frohlich da disfunção hipofisaria provocado pelas vegetações adenóides - Pág. 221.

São duas comunicações de síndrome de Frohlich, produzido pelas vegetações adenóides, em indivíduos de sexos diferentes: uma moça de 18 anos, com ausência de pelos nas axilas e sua quase ausência no púbis, e, ausência da menstruação, apresentando, no entanto, os seios com desenvolvimento normal; um menino com 12 anos que apresentava todas as características do feminilismo hipofisaria. Lembra, o A., a importância que se deve dar ao capitulo da patologia constitucional.


TONTO MAGNOTTI (Napoli) - Alterações do nariz, laringe e ouvido em animais submetidos à compressão e descompressão de ar (aviadores e mergulhadores). Trabalho experimental - Pág. 235.

O A. propôs observar as alterações histológicas que se manifestam no nariz, ouvido e laringe dos animais, seja colocados na maquina pneumática com diminuição de pressão, como nos aviões, seja submetidos á uma alta pressão para repetir as alterações que se produzem nos indivíduos que mergulham. O A. notou, no gânglio de Corti, na mucosa nasal e na laringiana, alterações particulares que demonstram como essas partes não são indiferentes as variações de pressão.

DR. J. E. DE REZENDE BARBOSA.

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