Versão Inglês

Ano:  1937  Vol. 5   Ed. 1  - Janeiro - Fevereiro - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 59 a 83

 

REVISTA DAS REVISTAS - PARTE 1

Autor(es): -

ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY Volume 23 - N.° 5 - Maio 1936 (Chicago U. S. A.).

RUDOLF KRAMER e MAX L. SOM (New York) - Estudo broncoscópico do carcinoma do pulmão - Pág. 526.

Fazem os AA. um estudo sobre a idade, os lobos envolvidos, o aspecto broncoscópico, a classificação de acordo com este aspecto, tudo isto associados ás observações obtidas em autopsias. E um trabalho interessante para quem se interessa muito por broncoscopia e pouco passível de resumo. ((De qualquer maneira, é preciso assinalar o auxilio que a broncoscopia vem prestar ao cirurgião, porque estabelecerá o tipo operatório, da maneira que se segue: l.°) Demonstrando a ausência de invasão contra os brônquios mais largos, em casos de carcinoma parenquinal, e em alguns casos de carcinomas de brônquios periféricos; 2.°) Determinando o limite máximo dos grandes brônquios invadidos, de modo que o cirurgião sabe o que poderá esperar com a lobectomia ou a pneumonectomia. Em caso de invasão da mucosa, entre o orifício do lobo superior e a Carina traqueal, a operação é de todo estéril. O estudo abrange 300 casos de carcinoma do pulmão, nos quais 74% ficou demonstrado o exame histológico.


ROBERT C. MACNAUGHT (San Francisco) - Aperfeiçoamento da operação fronto-etmoido-esfenoidal - Pág. 545.

O A. refere-se ligeiramente as razões porque fracassam as operações externas do frontal: ou a abertura feita se torna insuficiente para a drenagem pelo acumulo de granulações, ou ha células etmoidais supraorbitárias que continuam em más condições. Para evitar que o orifício de drenagem se torne insuficiente, propõe um detalhe de técnica que descreve, e que consiste em forrar uma certa parte da cavidade formada, por meio de um retalho retirado do septo nasal. Traz duas figuras elucidativas.


G. EDWARD TREMBLE E WILDER PENFIELD (Montreal) - Exposição cirúrgica do canal facial (com remoção de um tumor do nervo grande petroso superficial) - Pág. 573.

Muito interessante esta observação, tanto sob o ponto de vista clinico como cirurgião. Tratava-se de um doente que apresentava paralisia do facial acompanhada de surdez parcial e tinida no ouvido esquerda. O exame revelou paralisia parcial do acústico, condução aérea maior de que a óssea e Weber lateralisado, para o lado doente. A parte vestibular revelou-se diminuída, tanto á prova calórica, como á rotatória. O facial apresentava-se completamente paralisado no lado doente, exceto para algumas fibras do angulo da boca, que já haviam se regenerado. A corda do tímpano era paralisada, como demonstravam diminuição de salivação das glândulas submaxilar e sublingual, além de perda de paladar nos dois terços anteriores da língua. O nervo grande petroso superficial, que deixa o facial no gânglio geniculado, também estava paralisado, como demonstrou a falta de estimulação do lacrimejamento, irritando a conjuntiva. Procedida a trepanação, foi encontrado um fibroblastoma, 4 cms. acima da janela oval. Constou a operação mais ou menos de uma operação radical clássica, completada pela exposição do nervo. O A. não fala na seqüência operatória, o que seria interessante.


J. R. LINDSAY e H. 13. PERLMAN (Chicago) - Moléstia de Paget e surdez - Pág. 580.

Fazem os AA. um estudo, sob o ponto de vista etiológico das lesões que aparecem no ouvido, no decurso da moléstia de Paget, chamando.a atenção para a semelhança que existe com a otoesclerose, sob o ponto de vista histo-patológico. Relatam quatro observações, e refere-se a 26 outras tiradas da literatura. Destes casos da moléstia de Paget, 7 mostravam que o crânio estava comprometido. Destes 7, 4 tinham diminuição de audição. O tipo mais comum de surdez, era assentado no ouvido interno, porém dois deles demonstravam perda na condução. Um paciente demonstrou déficit de audição somente um certo tempo da moléstia. Estes dados correspondem perfeitamente a outros que se encontram na literatura. Os característicos clínicos em conjunto, oferecem pouca analogia entre a "osteíte deformem", moléstia de Paget e a otoesclerose.


S. E. GOULD (Michigan) - Cordoma esfeno-ocipital - Pág. 588.

A observação diz respeito a um homem de 68 anos, cujo primeiro sintoma, foi o aparecimento de uma vegetação no nariz. A biopsia, feita dois meses antes da morte, evidenciou tratar-se de um condroma. A operação, o radium e a roentgenterapia foram por completo ineficazes. A morte ocorreu dois anos e nove meses depois do aparecimento do primeiro sintoma e, foi devidos a uma meningite basilar, resultado da erosão do esfenóide, com infecção proveniente da nasofaringe. A neoplasma estendeu-se bastante, mas no lugar a metástases. Ha interesse em assinalar que a anamnese contem uma história de fratura do crânio cinco anos e meio antes do começo dos sintomas e que, etnologicamente, é de relevância; significaria que a permanência de células não cordiais na articulação esfeno-ocipital e daí a proliferação subseqüente, como resultado do trauma.

DR. FRANCISCO HARTUNG

Vol. 23 N.° 6 - Junho 1936.

BENJAMIN SHUSTER (Filadélfia) - Testes vestibulares (Sua aplicação pratica) - Pág. 646.

Bastante interessante este artigo. Diz o A. ser lamentável que muitos otorrinologistas tenham abandonado tanto os testes vestibulares, chegando mesmo a afirmar que eles são dispensáveis, contrariando o entusiasmo que se verificou quando eles apareceram. Infelizmente otorrinologistas há que os consideram muito complicados, quando na realidade tal não se dá; outros têm a impressão de que os testes só têm valor para as complicações intracranianas. Por parte dos neurologistas mais ou menos a mesma cousa se dá, e ha muitos destes especialistas que não lhes dão o menor crédito. Diz ser necessário uma reação em sentido contrário, porque ente por parte do otorrinologistas ou do coração de conhecimentos entre vista detalhadamente, o estado do labirinto em diversas patológicas, .dividindo os resultados em, hiperexcitabilidade e ausência completa de resposta a qualquer dos testes clássicos, comentando cada um dos quadros clínicos. Depois analisa a resposta do -labirinto nos casos de lesões intracranianas.


ELLA ENLOWS e S. A. ALEXANDER (Washington) - Estudos bacteriológicos em sinusites maxilares agudas e crônicas - Pág. 665.

Estudos bacteriológicos e macroscópicos realizados em exaudatos obtidos de seios maxilares, em 166 pacientes, revelaram: 34 das culturas foram claras, de tipo albuminoso; o resto foi francamente purulento. O estreptococo viridans foi isolado em cultura pura 72 vezes ou 43% do total de exaudatos examinados. O diplococo pneumonia foi encontrado em cultura pura 23 vezes ou 14% delas. Em seguida, vem os estreptococos pyogenes, com 14 casos ou 9%. O estafilococo albus (tipo hemolítico) só foi encontrado uma só vez. Germens obrigatoriamente anaeróbios, não foram encontrados nesta serie.


LLOYD D. LINTON (St. Louis) - Comparação de testes intradérmicos e intramucosos em casos de rinite alérgica - Pág. 679.

São estudados 65 casos diagnosticados como rinite alérgica. Os pacientes não foram selecionados. Em metade deles havia complicações como asma, cefaléias, supuração dos seios nasais ou desvios do septo. Aproximadamente 95% das reações positivas pela via intramucosa, começaram 30 minutos depois do contato com a substância alergisante. Comparando com os testes cutâneos, concluiu o A. que eles não correspondem á sensibilidade que se nota na técnica intramucosa, ou pelo menos que não ha coordenação dos resultados obtidos. Cita duas observações demonstrando que substancias ha positivas para os testes intramucosos, mas que falham nas fôrmas intradérmicos e reciprocamente.


HAROLD LILLIE e WINCHELL CRAIG (Rochester) - Lesão por anomalia vascular no angulo pontocerebelar (Forte dor nevrálgica no ouvido e profundas alterações nervosas; operação e cura) - Pág. 642.

Esta é uma observação que precisa ser divulgada, o seu valor é grande, tanto pela sua raridade como pelo sucesso cirúrgico, e todos os especialistas de quando em vez são procurados para resolver casos desta ordem. Queremos nos referir a nevralgias de causas obscuras. (((Uma jovem de 18 anos queixa-se de: 1º) Fortes dores nevrálgicas no ouvido esquerdo, que apareceram de repente e apresentavam intervalos de desaparecimento repentino; 2.°) Surdez progressiva no ouvido do mesmo lado; 3.°) Uma dor continua em toda a metade correspondente da cabeça. Os sintomas haviam começado três anos antes, e na ocasião do exame era freqüente o aparecimento de febre. Subitamente, a dor desapareceu por uma semana, para depois voltar com redobrada intensidade. Não havia vertigem nem nistagmo e nada autorizava a pensar-se em alguma neurose. Nada também se encontrava de anormal na boca, bochecha, nasofaringe, nariz e ouvidos. A cocamisação do nariz e gânglio nasal em nada influía na dor. A introdução do especulo de ouvido, quando tocava as paredes superior e externa, provocava o aparecimento do sintoma. O exame funcional revelou intensa perda de audição dependente de lesão do nervo, a esquerda, e hipersensibilidade de ambos labirintos vestibulares. O exame clínico geral e neurológico nada revelou de anormal. A radiografia da cabeça foi negativa bem como os resultados de laboratório. Diante destes resultados, pensou-se em nevralgia do vidiano. A surdez progressiva unilateral, sugeria a possibilidade de uma lesão do angulo pontocerebelar, a pesar de não haver anestesia da córnea, tinidos, vertigem e diminuição funcional do labirinto; mas, ha casos de tumor do angulo pontocerebelar que afetam somente o ramo coclear do acústico, deixando o vestibular em sua integridade. Baseando-se pois na surdez e persistência da dor, admitiu-se um neuroma do acústico, cuja lesão envolvesse o oitavo e o nono par. Assim foi procedida uma craneotomia unilateral, levantado o lobo cerebelar e examinado o angulo pontocerebelar esquerdo. Não havia neuroma do acústico e, aparentemente o 7°, 8°, 9°, 10°, e o 11° pares não apresentavam anormalidade alguma. Por um exame mais apurado, entretanto, verificou-se a existência de uma artéria anômala que corria sobre o oitavo par e por baixo do nono. Era provavelmente a artéria cerebelar antero-inferior ou um dos seus ramos. A artéria não podia ser levantada sem secionar o nono par. Uma vez realizada esta secção, foi ela colocada cuidadosamente entre o oitavo e o nono par. A ferida foi assim fechada e imediatamente depois de desaparecida a anestesia, a doente afirmava que a dor tinha desaparecido; como a dor era, entretanto, intermitente, esperou-se o dia seguinte para se ter alguma opinião. Nos primeiros quatro dias depois da operação, a doente teve muita vertigem, sendo incapaz de levantar a cabeça do travesseiro; esta situação entretanto melhorou aos poucos, e foi possível deixar o nono dia, pois que não havia mais sinais de ataxia ou nistagmo todos os resultados de exame foram negativos, exceto a anestesia da nasofaringe, produzida pela seção do nono par. Na ocasião de deixar hospital, a dor estava completamente aliviada e as condições gerais excelentes. Seis semanas depois, afirmava a doente que continuava bem e que também a sua audição era aparentemente normal.
Como se vê, pois, justifica-se o interesse da observação; é semelhante a uma outra relatada por Reichert em 1933.


I. F. WEIDLEIN - Hemagioma do septo nasal - Pág. 683. Este trabalho diz respeito a três casos de hemagioma do septo.

Não ha interesse em resumir as observações. Apenas é notada o fato, que o, A. também acentua, que nos três casos o tumor foi removido por simples excisão cirúrgica, sem o uso de eletricidade, cauterização ou radioterapia, não havendo a menor tendência para recidiva. Diz o A. que este fato contrasta com o que relatou em observações precedentes, nas quais dois tumores recidivaram depois de extirpados por meio de uma alça fria

Vol. 24 - N.° 1 - Julho 1936


FRANK SPENCER (Boulder) - Carcinoma da língua - Pág. 1.

O A. analisa 14 casos por ele observados no tocante a sexo, idade, reação de Wassermann, nacionalidade, ocupação, biopsia, complicações, metástases glandulares, localização do tumor e tratamento. De passagem chama a atenção para a cancerofobia que assalta certas pessoas, principalmente aquelas portadoras de língua geográfica, bem como o fato observado de acelerar-se o processo, com a retirada de fragmentos para biopsia.
Assim conclui o seu artigo: a literatura do carcinoma da língua é volumosa, tornando-se difícil resumir o que tem sido publicado nos últimos 10 anos. Entretanto, uma revista geral denota progresso em matéria de tratamento. A diatermia cirúrgica proporcionou manifesta vantagem sobre o cautério, embora este último não deva ser abandonado inteiramente. A irradiação sob alta voltagem, é superior aquela sob baixa voltagem assim como o uso do radium sob a fôrma de tele-radium que dá melhores resultados de as pequenas quantidades de radium. É preciso bem considerar importância da sífilis na etiologia do câncer da língua, bem como a ação dos dentes cariados, tanto para prevenir como para diminuir os sofrimentos do canceroso.


JOSEPH DRUSS - Labirintites secundarias a meningites meningocócicas - Pág. 19:

Como se sabe, a surdez nada tem de rara como seqüela da meningite meningocócica; é em geral completa e bilateral. Não raramente, esta surdez é secundaria á infecção das meninges e devido a uma lesão do labirinto. O caminho exato que se processa na invasão do ouvido interno, ainda não está bem determinado, nem tão pouco o quadro patológico em si é bem definido. Aceita-se que o processo de invasão se dá por caminhos preexistentes tais como os túneis nervosos do meato auditivo interno e do aqueduto da cóclea, ou por via da corrente sanguínea.
O A. apresenta uma série de 4 casos de tipo fulminante de meningite meningocócica. Em todos eles, a morte deu-se entre um e 17 dias a contar do começo da moléstia. As alterações patológicas encontradas no temporal, consistiam em hemorragias de varias partes do labirinto, incluindo o meato auditivo interno; atrofia e degeneração das terminações nervosas sensoriais, derrame serofibrinoso e distorção da membrana labiríntica. Embora fosse encontrado em três casos um exsudato purulento no meato auditivo interno, em nenhum se verificou o mesmo fato no labirinto. Assim, pois, sob este ponto de vista difere da labirintite devida ao comum Streptococo meningites, em cujo caso a invasão purulenta do labirinto se dá precocemente. É bom entretanto mencionar que as alterações encontradas nas observações, são muito difíceis daquelas que se operam postmortem, mas é preciso ser relembrado que, labirintite purulenta difusa pôde ser afastada no exame do cadáver, e que as hemorragias no labirinto assinaladas, coincidiam com outras em outras partes do corpo. Na presença de bactérias, como é muito comum nestes casos, as hemorragias são mesmo mais freqüentes. É de interesse também, a ausência de lesões no ouvido médio nos quatro casos apresentados; apenas ligeira congestão foi constatada patologicamente apenas em dois casos.


W. E. GROOVE (Milwukee) - Tipos de tromboses sépticas e assépticas do seio cavernoso - Pág. 29.

Muito bem feito e interessante este artigo. Convém uma leitura na integra, mas aqui só é possível apresentar as conclusões.

Ha tromboses sépticas e assépticas do seio cavernoso. Os tipos assépticos são causados por ferimentos envolvendo o seio, ou por acidentes durante uma operação na sua vizinhança ou pela fratura do crânio e ferimento na cabeça.
Nos tipos sépticos, nos quais a trombose atinge o seio cavernoso por via dos vasos diferentes, a mortalidade praticamente é de cento por cento.

Nos casos nos quais a condição é séptica, mas de tipo restrito ou crônico compensatório e onde a trombose atinge o seio por via retrograda, ha alguma esperança de cura.Nos casos deste grupo, nos quais ocorreu a cura, o processo trombosico pode ter sido assépticos, em hora a fonte originária fosse séptica.

A percentagem de curas de todos os tipos de trombose, provavelmente não excede a 7%, porém, é muito mais alta nos casos puramente assépticos.

As operações no seio cavernosas têm sido extremamente desapontantes, e de resultados inferiores ao tratamento não cirúrgico. Quando a trombose se origina de um foco séptico, este deve ser rigorosamente tratado e erradicado; o seio cavernoso pode ser poupado. Como uma exceção para este conceito geral, há a ligadura da carótida, proposta por Eagleton que pode, beneficiar.



JOSEPH GOLDMAN (New York) - Tratamento de epistaxis recorrente por meio de veneno de cobra (ancistrodon piscivorus) - Pág. 59.

Quarenta e dois doentes de epistaxis recorrentes sem qualquer fôrma de discrásia sanguínea; foram tratados com injeções subcutâneas do citado veneno. Os pacientes foram divididos de acordo com a natureza da hemorragia. 1º) Telangiectasia do septo nasal. 2º) Ulcerações do septo nasal. 3º) Hemorragia sem fonte visível. 4º) Hemagioma do septo nasal. Não se fez nenhum outro tratamento adjuvante. O resultado do tratamento praticamente foi bom em todos os casos, seja extinguindo a hemorragia, seja a tornando menos freqüente.


JOHN J. SHEA (Memphis) - Quinze anos de experiência com tubos de drenagem depois de antrotomias na criança - Pág. 14.

Relativamente a este assunto, o A. apresenta os resultados que se seguem:·1° 0 resultado final da drenagem do antro na criança é mais favorável de que aquele obtido em adultos. 2º) A operação radical do antro raramente é necessária na criança. 3º) Os processos supurativos ou alérgicos paralisam o desenvolvimento do antro, mas o restabelecimento da sua ventilação normal e drenagem, provoca a pneumatização e em geral faz ganhar a perda que houvera. Depois, o A passa a descrever sumariamente o processo de antrotomias, chamando a atenção para o fato da possibilidade de recidiva de adenóides em crianças portadoras de sinusites.

ANNALS OF OTOLOGY, RHINOLOGY AND LARYNGOLOGY Vo1.45 - N° 1 - Março 1936 (St. Louis, U. S. A.).

HENRY BOYLAN ORTON - Recessão de todo o esôfago torácico por carcimona - Pág. 28.

Todo o esôfago pode ser removido pelo método de extirpação ideado por Turner. O A. pensa, como Mosher, que o esôfago, quando alcançado pela via inferior, chamada via hepática, permitirá os melhores resultados cirúrgicos. Acha, ainda, que a intervenção numa só etapa parece ser a melhor e que o diagnostico precoce é essencial para a obtenção de melhores resultados.

LYMAN H. HEINE (Boston) - Efeito das radiações sobre o epitélio ciliado - Pág. 60.

Este trabalho o A. o divide em duas partes. A primeira trata das diferentes contribuições, contidas na literatura dos últimos cinco anos, sobre os efeitos das drogas sobre o epitélio ciliado. A segunda trata das observações da ação das irradiações sobre este mesmo epitélio. O A. descreve os métodos que empregou: exposição de espécimes de epitélio ciliado á ação do radio; exposição de traqueais de cobaia á ação direta dos raios X; a implantação de doses fixas de radio nas narinas de cobaias e observação dos espécimes histológicas feitos em tempo variável da data da implantação. E concluiu:

1) As células em taça, muito embora constituam outra fôrma de células epiteliais ciliadas, apresentam-se, provavelmente, degeneradas, conforme se verifica na mucosa nasal das cobaias expostas á ação do radio.
2) O metabolismo das células não é afetado pelos raios X.
3) Parece que algumas doses de raios X atuam como estimulantes. Algumas dosagens produzem, mesmo, resultados benéficos.
4) O epitélio ciliado não é uma estrutura delicada. Considera-se que uma simples dose de raios X não filtrados de 8 eritemas, é o Maximo para a pele do homem, o quadro da gravidade de uma queimadura por uma simples dose 3 vezes maior que esta, 24 eritemas, é difícil de imaginar-se. Entretanto a experiência demonstra que estas frágeis células podem recebe-la impunemente.

Porque são estas células tão resistentes?. Werner Mueller diz que assim são por serem, biologicamente, de estrutura mais antiga, e que, SIMPOSIUM - Rinite alérgica - Pág. 101.

Assuntos tratados:

1) J. G. BRONFENBRENNER -- Alergia no ponto de vista do imunologista - Pág 102.
2) H. L. ALEXANDER - As provas da pele na alergia - Pág. 107.
3) F. K. HANSEL - Tratamento cirúrgico do nariz na alegria. - Pág. 111.
4) L. W. DEAN - Tratamento do ataque agudo da rinite alérgica -é Pág. 125.
5) A. M. ALDEN - Lontoforesis na rinite alérgica. - Pág. 128.
6) W. F. WENNER - Estudos sobre a iontoforesis pelo zinco - Pág. 131.
7) H. M. SMIT -Modificações dos tecidos na iontoforesis - Pág. 138.
8) C. C. BUNCH - Os principio& da corrente elétrica na iontoforesis Pág. 147.
9) B. J. MC. MAHON - Modificações tardias na mucosa do, seio frontal e nariz do cão em seguida a ionização - Pág. 151.
10) L. D. LINTON - Provas intramucosas anterior e posterior a iontoforesis - Pág. 163.

Este simpósio, de sumo interesse para os especialistas que, mais de perto, cuidam da rinite alérgica, deverá ser, como simpósio que o é, lido no texto completo seguido das discussões havidas em torno de cada um dos assuntos ventilados.

Este número do "Annala" publica, ainda, o resumo da literatura de 1928-1935 publicada pelo Bureau Central de Pesquisa da Sociedade Otológica Americana sobre a "Otoesclerose". Nos diversos capitulo& estuda:
1) A herança. 2) a embriologia. 3) A regressão. 4) A patologia óssea. 5) Os fatores circulatórios e inflamatórios. A estase venosa. 6) o mecanismo vasomotor. 7) O mecanismo nervoso: lesões nervosas corticais, centrais e periféricas. 8) A endocrinologia.9) O metabolismo. 10) Os fatores mecânicos. 11) A experimentação animal. 12) A psicologia (surdez adquirida). 13) O diagnostico, o prognostico e as novas provas de exames. 14) O tratamento cirúrgico da otoesclerose e do tinidos. 15) O tratamento não operatório.

Não será necessário dizer do interesse que, aos otologistas, deve despertar o resumo dos estudos de todos os problemas enumerados sobre a otoesclerose, sobretudo dos 3 últimos capítulos, em que a pratica prepondera.
M. O. R.


THE JOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY (Londres)

Vol. 51 - Janeiro 1936

SIR ST. CLAIR THOMSON (Londres) - As defesas das vias respiratórias - Pág. 1

Nesta conferencia, o A. recorda um estudo experimental feito, ha quarenta anos, por ele, e pelo Prof. Hewlett, sobre a flora microbiana das fossas nasais sãs, no qual demonstraram que o muco nasal era estéril em 80% dos casos. Trata em seguida, detalhadamente, das diversas maneiras de defesa das vias respiratórias contra os germens microbianos. Os mucos e os cílios vibráteis constituem a primeira e a mais importante barreira de defesa e dependem entre si para o êxito de sua função. Descreve, detalhadamente, a ação dos cílios vibráteis nas diferentes partes das fossas nasais e os métodos empregados para seu estudo, bem como sua relação com as manifestações clinica e patológicas. O A. visa, principalmente, demonstrar a complexidade e a perfeição dessas defesas, apreciar sua disposição, seu modo de ação e sua reação recíproca e demonstrar o interesse do conhecimento dos processos normais como preliminar indispensável ao estudo da doença.

LIONEL COLLEDGE (Londres) - A laringopathia do Imperador Frederico - Pág. 31.

O A. história a doença do Imperador Frederico da Alemanha e tece, finalizando, considerações sob o ponto de vista patológico á luz dos conhecimentos modernos. Faz o histórico da questão desde a chegada a Berlim, em Maio de 1887, de Sir Morell Mackenzie, convidado a conferenciar com o medico assistente do Imperador, Prof. Gerhardt - que diagnosticara câncer da laringe - e com o Prof. Von Bergmann que se preparava para proceder a uma tirotomia no dia imediato. Mackenzie, examinando o Imperador notou, com a laringoscopia indireta, a presença de um tumor do tamanho mais ou menos de uma ervilha na parte posterior da corda vocal esquerda, deitado sobre o processo vocal. Notou, também, que a modalidade da corda afetada era anormal e que, durante a fonação, parte do tumor desaparecia. Achou que o diagnostico de que havia sido feito sem dados suficientes e era de opinião que se procedesse a biopsia. No dia imediato, sob a ação da cocaína, retirou material que foi entregue ao Prof. Virchow, para exame microscópico, o qual concluiu que o tumor era de natureza benigna com tudo, chamou atenção para um ninho celular no meio de um epitélio proliferativo e afirmou verbalmente, tratar-se de paquiderme laringes.


Por mais duas vezes, com auxilio de um fórceps, foi o Imperador operado, retirando-se porções que foram examinadas por Virchow, o qual estabeleceu a natureza da lesão como sendo uma paquiderme verrugosa sem sinais de degeneração maligna. Retirando-se o Imperador para o Tirol, em Setembro, seus males se agravaram. Apareceu uma formação tumoral sob a parte média da corda esquerda e a sua mobilidade cada vez mais afetada. Durante todo o mês de Outubro, os sintomas se agravaram, aumentando o tumor que se ulcerou e a corda vocal direita já não estava mais indiferente ao processo. O Prof. Schrõtter, de Viena, diagnostica o câncer, com a recomendação da excisão total da laringe, ou, com a alternativa de uma traqueotomia paliativa, quando necessária, o que se deu em Fevereiro de 1888. Nessa altura já não se duvida do processo maligno, pois Waldeger encontrou partículas cancerosas no escarro. Justamente dois anos após o inicio de sua afecção laríngea, falecia o Imperador em Junho de 1888. A necropsia, efetuada por Virchow e Waldeger, revelou destruição de toda laringe por néoformação e pericondrite, sendo que a epiglote era a única zona não invadida pelo processo.

O A. pergunta: qual a razão do fracasso de Mackenzie no diagnostico da moléstia e porque não conseguiu obter porções de tecido que conduziriam Virchow a um diagnostico exato? A resposta do A. enquadra-se em um fato somente: a natureza sub-glotica do câncer. As maiorias dos cânceres intralaríngeos originam-se das porções médias e anterior de uma ou de ambas cordas vocais. No entanto, um pequeno numero origina-se da sub-glote. O A. conclui que von Bergmann e Gerhardt fizeram um diagnostico certo de Ca, mas não apreciaram o tipo e a extensão da lesão, atípica sob todos os pontos de vista e observa, finalmente, que a vida do Imperador poderia ter sido salva se submetesse á intervenção preconizada dor Schrõtter: a laringectomia total.

T. O. HOWIE (Glasgow) - Um caso de enfisema da bochecha e do pescoço após tonsilectomia - Pág. 36.

O A. descreve um caso de enfisema da bochecha e pescoço, que apareceu 7 horas após ter extirpado as amídalas por dissensão. Iniciou-se pelo bordo anterior do masseter e, horas depois, ganhava o pescoço até ao nível do hiode para cima até ao zigoma e posteriormente atingiu o bordo anterior do esterno-cleido-mastoideo. O paciente acusava intensa dor ao abrir a boca. O enfisema absorveu-se gradualmente, não havendo associação microbiana que, fatalmente, produziria uma celulite. Não teve temperatura alguma e sete dias depois deixava o hospital. Para explicar o caso lembra o A. que, após a operação, examinando a loja operada, do lado em que apareceu, posteriormente, o enfisema, notara que uma pequena parte da Pascia que recobre o stiloglossus, havia sido dilacerada, e as fibras musculares ficaram expostas.

O exagero na deglutição da saliva e mucos, presente nos tonsiletomisados, a boca firmemente cerrada, a língua comprimida contra o palato, o aumento da pressão aérea intra-faringeana, são condições que favoreciam a passagem do ar através a brecha da aponeurose faringiana.



A. BROWN KELLY (Glasgow) - Algumas infecções esofagianas da criancinha - Pág. 78

O A. descreve sua experiência pessoal a respeito das afecções esofagianas no lactante e na criança. As suas conclusões são as seguintes: o encurtamento do esôfago pôde ser congênito ou posterior ao nascimento, ou ainda, pode iniciar-se antes do nascimento e continuar a se desenvolver depois do nascimento. As conclusões que se seguem podem ser estabelecidas a respeito do encurtamento do esôfago e estomago torácicos que o acompanha.
1 ) Tal anomalia não é tão rara como se pensava.

2) Durante os primeiros anos de existência, o canal da tardia é sujeito á uma oclusão espasmódica, que é a causa da regurgitação e atrofia
3) Que a oclusão pôde ser vencida pela passagem de uma vela e que é inútil operar.
4) Que o espasmo causa menos perturbações num período mais adiantado da infância.
5) Que o A. desconhece casos de insucesso atribuídos diretamente á obstrução do canal da tardia de um esôfago curto congênito.
6) Que as autopsias do adulto mostraram que a presença de um estomaga torácica, devido a um encurtamento congênito do esôfago, não impede ao individuo que atinja uma idade avançada com boa saúde. Dois casos de encurtamento e de estenose do esôfago foram atribuídos ao espasmo associado á uma larga hérnia ao nível do diafragma.
O espasmo do canal da cárdia e da extremidade inferior do esôfago torácico deu, nos dois casos, uma imagem radiológica característica.
Nos diversos casos descritos, o encurtamento do esôfago era devido, nitidamente, a fatores pré post-natais. Esses últimos eram, principalmente, do tipo de uma fibrosa ascendente, infecção que em muitos casos produz uma seqüência fatal.
J. E. DE REZENDE BARBOSA.



ACTA OTORRINOLARINGOLOGICA Vol. XXIII - Fasc. 3 e 4 - 1936. (Stockolmo).
KARSTEN KETTEL (Kopenhagen) - Sobre os exames dos seios maxilares pelas radiografias com contraste - Pág. 353.

Constituem característicos dos meios de contraste:
1) Serem concentrados, afins de que os limites da cavidade examinada sejam nítidos.
2) Devem possuir a propriedade de difundir facilmente.
3) Devem ser fáceis de se trabalhar.
4) Devem irritar, no mínimo, os tecidos.
5) Devem ser fáceis de serem retirados, quando necessário.

Podem ser oleosos ou líquidos, entre os primeiros o lipiodol, a iodipina e a ioduimbrina; entre os segundos o umbrenal, o uroselectan e o abrodil.

O lipiodol poderá ser misturado ao óleo de oliva, na proporção de 1 para 3. Após mencionar os resultados que obteve, o A. diz que tal método está indicado para todos os casos em que se tenha duvidas sobre a natureza ou sobre a existência de uma afecção dos seios maxilares. Este método é contra-indicado nos estados tireotóxicos, na tuberculose ativa e para os casos em que haja idiossincrasia para o iodo.

B. HANSSON e C. O. NYLEN - Investigações microscópicas do ouvido médio e interno nos tumores cerebrais do homem - Pág. 370.

Destas investigações ressaltam:
1) Que nos casos de tumores cerebrais (na ponte, no 4.° ventrículo, no pedúnculo cerebral, e na região central do cérebro), com aumento de pressão cerebral examinados pelos AA., não puderam provar
a existência de sinais evidentes de estase labiríntica, senão em um deles.

2) Que os exames microscopicos praticados nos orgãos vestibulares, não demonstraram nenhuma alteração patologica visivel, que se tenha produzido em vida. Isto não exclue, no entanto, a possibilidade de perturbações causadas pelo aumento de pressão ou de lesões patologicas leves de outra natureza, podendo existir durante a vida; mas os resultados da investigação falam em favor da suposição de que os sintomas do aparelho vestibular, nos casos de tumores cerebrais descritos, não são devidos a alterações do labirinto, mas a alterações de origem central,

PAUL MOERCH (Kopenhagen) - Revisão de pacientes portadores de ozena, tratados pelos sais de manganez - Pag. 380.

Após resumir, os diversos metodos de tratamento e seus .resultados terapeuticos, o A. descreve seus proprios exames sobre a Ozena. Como metodo empregou o de Vibede, ligeiramente modificado e que foi desçrito em 1927, isto é, injecções intramusculares de Mettallosol-Mangara a 0,02 (Leo) de 0,5 a 3 cc., de acôrdo com a especie e com o modo que for influenciado cada caso, ao lado disto o tratamento será continuado por mais 1 /2 á 1 ano com os tabletes de chlorureto de mangariez (Leó).

O A. tratára de 25 ozenosos, que foram examinados de 1 á 7 1 /2 anos após o tratamento pelas injecções. Estes foram divididos em grupos, de acôrdo com o efeito do tratamento. Grupos, cinco pacientes curados (duração do tratamento de 40 a 200 dias). Grupo 2, dois pacientes curados, com uma duração de tempo de observação de sómente 1 á 1 1/2 anos. A recediva pode sobrevir mesmo após este tempo (duração de tratamento de 50 a 70 dias). Grupo 3, cinco pacientes melhorados, para os quais restou sómente, uma rinite atrofica crónica serosa ligeira, (duração de tratamento de 40 a 100 dias). Grupo 4, quatro pacientes melhorados parcialmente para os quais a ozena transformou-se erra rinite atrofica sem máu cheiro (duração de tratamento de 20 a 100 dias). Grupo 5, oito pacientes melhorados passageiramente, para os quais se obteve após uma série de injecções, o desaparecimento completo ou parcial dos sintomas, recedivando, porém, após tempo mais ou menos longo; novas injecções, novas melhoras, etc. Grupo ~ 6, sem a menor modificação, permaneceu um doente.

O desaparecimento do máu cheiro é o que de melhor se obtem, na opinião do A., por este metodo de tratamento, e isto aconteceu em 14 dos 25 casos e, temporariamente, em 8 dos casos restantes. Este resultado, com o realce de que 5 dos 25 casos permanecem curados, faz com que o A. considere o tratamento, pelo manganez, comparavel aos que melhores resultados tem dado aos doentes portadores de ozena.

S. KANAS (Berne) - Um caso de granulosa maligno da garganta. (Linfosarcoma atípico) - Pág. 429.

O A. descreve um caso atípico de linfosarcoma da nasofaringe, que fez um decurso gangrenoso do palato duro e mole, assim como das partes moles da garganta acompanhados de sintomas sépticos e que, ao fim de 3 1/2 meses, matou o paciente. O decurso clinica, de quadro pouco claro quanto a etiologia, adaptasse ao que Voas descreveu sob o nome de "granulosa maligno". O trabalho contém amplo analise de moléstia rara.


E. LOSCHER (Berne) - Sobre o complexo sintomático neuro-vascular - Pág. 458.

O -A. considera o complexo sintomático neuro-vascular, não como uma moléstia local, mas como uma manifestação local de um estado geral, isto é, uma constituição particular que também, se diferencia de uma moléstia bacteriana, que comumente poderá formar um foco local da moléstia e que deverá, bem se vê, ser tratado localmente. O tratamento local de um sintoma neuro-vascular será, por isto, puramente sintomático, pois que somente um tratamento geral racional, conduzido de forma a desensibilizar especificamente ou modificar a constituição, poderá ser considerado como causal. Neste ponto, porém, o A. considera que os nossos métodos de tratamento ainda estão em seus primórdios.


ALEXANDER CSILLAG (Budapest) - A pratica da sialoadenografia no diagnostico das infiltrações intermitentes das glândulas salivares. - Pág. 481.

Ao lado dos cálculos salivares, que, até hoje, têm sido a causa mais comum das infiltrações intermitentes das glândulas salivares, deve-se contar, também, com as modificações patológicas dos canais excretores. As inflamações agudas das glândulas salivares (parotidite epidêmica), podem ocasionar um espessamento do tecido conjuntivo (fibrose) que poderá produzir estreitamentos em diferentes alturas dos canais excretores. As afecções inflamatórias bucais podem invadir esses canais e causar um catarro que perturbe suas funções ocasionando uma inflamação catarral de suas mucosas que terá, como conseqüência, o estreitamento de seus lumes, produzindo uma entese salivar com dilatação destes ductos (Sialodochtite cística). Como a estase comumente se repete, será constituída a parotidite aguda intermitente, cuja expressão mais avançada poderá ser a dilatação.

Pela sialoadenografia, estas modificações poderão ser diagnosticadas, e só restarão as inflamações das glândulas salivares, para as quais o. exame clinico (por meio da sondagem) assim como radiográfico (por meio do contraste) não tenham podido possibilitar um diagnostico.


PROF. B FAMAS (Szeged-Hungria) - Sobre o conhecimento da capacidade auditiva e do aparelho auditivo dos peixes - Pág. 499.

O A. resume suas experiências e conclusões:
1) Foi possível determinar a capacidade de audição para alguma espécie de peixes (Amiurus nebulosus, Mïsgurnus fossilis, Eupomotís aureus, Rhodeus amarus e, especialmente, para o Lebistes reticulatus (Peters) isto é, para o Poecilia reticulata (Peters) ou Girardinus guppyi (Gunther).

Os estudos aqui referidos foram feitos sobre esta ultima espécie e como não possuem o aparelho ósseo de Weber, foi-lhes negada, até agora, qualquer capacidade auditiva.

2) Foram empregados diversos aparelhos elétricos. Pelo emprego do método reflexo, segundo Pawlow, pode-se observar que numerosos peixes, não tornados cegos, em diferentes aquários, reagiam ao som conduzido pela via aérea. Todos acorriam a zona de distribuição dos alimentos, tal qual acontece quando do reflexo alimentar típico.

3) Para os Lebistes (carpas) o ótimo da percepção está, mais ou menos, entre F (86 v. d.) e al (435 v. d), sendo o ponto culminante está ao redor de cl (258 v. d.) sendo que quando da emissão deste som, são obtidos os movimentos os mais rápidos e os reflexos os mais vivos. A elevação do ponto ótimo, por exemplo á c2 (640 v. d.), só é percebida pelos peixes novos (8 a 12 meses de idade), os mais velhos (de, mais ou menos, 2 anos de idade) em geral não o percebem, exceto quando violentamente emitidos. Sons, ainda mais altos c3 (1035 v. d.) são percebidos, pelos animais novos, somente quando de grande intensidade e quando do contacto do alto falante com a água; o c4 não ocasiona nenhuma reação.

4)O limite, da percepção alto, para a carpa está situado ao redor de c3 (mais ou menos entre1000 e 1200 v.d), talvez mais alto mas, provavelmente abaixo de c4 (2068 v.d). O limite inferior não pode ser determinado.

Amiurus e Rhodeus reagem á sons mais altos, produzidos pelo mesmo aparelho (c4 e c5), produzindo reflexos alimentares nítidos. Esta diferença está, provavelmente, ligada á presença, no Rhodeus, do aparelho de Weber.

5) As carpas reagem, também, ao som dos sinos, de Budapest, transmitidos por um aparelho de radio, desde que estejam dentro dos limites da percepção ótima. Estes peixes procuram, ainda, os alimentos quando o radio transmite tons baixos de concerto. Aos tons altos, tons de assobio, etc., reagem, mesmo quando de ruídos altos de gargarejos e outros muito embora suficientemente altos.

6) As carpas deixam perceber, sem nenhuma duvida, um sentido do tempo.

7) Possuem a propriedade de ouvir sons em conjunto, em meio de ruído, e de reagirem de acordo.

8) Estes peixes podem perceber tons situados fora da "percepção ótima", e mesmo um numero pequeno de vibrações (F1), reagindo por um reflexo de fuga, muito embora pouco dourador.

9) O reflexo de fuga produzido pelos sons em conjunto, se produz nos peixes colocados logo abaixo da superfície da água e é explicado pela estrutura especial de seus órgãos de ouvido.

10) A capacidade de percepção sonora parece aumentar com as novas gerações.

11) Ha fatores internos e externos que paralisam ou auxiliam o reflexo alimentar. Este reflexo será aumentado pela fome e paralisado pelas circunstancias de haver, já, o animal, tomado alimento, pela ação do frio, pelo cio, nos últimos dias da gravidez, pelas perturbações mecânicas, por exemplo, pelos abalos produzidos pelo aparelho sonoro.
12) As reações dos peixes, para os sons, têm inicio na idade de 6 a 7 meses.

13. M. LIFSCHITZ (Ucrânia) - A verminose em otorrinolaringologia - Pág. 543.

A proporção da infestação pelos vermes intestinais, sobretudo nas crianças, é enorme. As lesões e os perigos deles decorrentes para seus portadores, não precisa menciona-los, a apendicite, a peritonite, as hemorragias intestinais, a morte repentina, a invasão pelos acaris dos condutos biliares, inclusive a própria vesícula, do estomago, do esôfago, da nasofaringe, da garganta e mesmo da trompa de Eustaquio, tudo tendo sido observado. Rips descreve um caso em que extraiu uma lombriga do conduto, que aí viera ter através da trompa e de uma perfuração do tímpano.
Urbantschitsch e Herz referem-se a uma lombriga num caso de otite média supurada. Reações gerais do sistema nervoso,vertigens, lipotimias, epilepsia, coera, catalepsia, hemiplegia, perturbações visuais, até cegueira, meningite serosa, etc., têm sido observadas.

Particularmente gerais são os sintomas produzidos quando da morte e destruição dos parasitos nos intestinos, pois que as toxinas neles contidas os inundam. Pomeranz cita um caso de meningite desta causa.

Os fenômenos nervosos são, sobretudo, observados na ascaridíase, ao passo que são raros em outras espécies de vermes.

O A. apresenta 2 casos de intoxicação pelos vermes que perturbam sobremaneira, o decurso operatório de uma radical da mastóide. No primeiro caso sobrevêm umas meningites serosas, de cuja causa deu clara conta o tratamento especifico. A intoxicação pelos vermes levou á morte o segundo paciente. O quadro clínico não foi claro, e somente os vermes vomitados, deixaram pensar em uma intoxicação por eles causada, que foi reforçada pela autopsia.Um pelotão de 11 vermes, encontrado no intestino delgado, deixa supor que os parasitos morreram no intestino, esfacelaramse e, assim, foi absorvida a toxina de seus corpos o que esclareceria, segundo Skrjabin e Schultz, a gravidade da intoxicação.

M. O. R.



ARCHIV FOR OHREN, NASEN- und KEHLKOPFHEILKUNDE Vol. 141 - Fasc. 1, 2 e 3
(Berlim).

T. DOROSCHENKO (Rússia) - Sobre a questão das operações plásticas do nariz - Pág. 5.


A rinoplastia moderna deve basear-se em material autoplástico.Para todos os pacientes, um exame cuidadoso das vias respiratórias é de importância, sobretudo deve-se cuidar dos processos supurativos das cavidades anexas. A reação de Wassermann é necessária na suspeita de lúes. A cura indispensável anterior é obrigatória. A cartilagem costal é o material plástico o mais indicado. A operação deve ser praticada em sala rigorosamente asséptica. O resultado da plástica livre depende, principalmente, das dimensões da ferida, sobretudo quando de transplantações complicadas.

A captação dos bordos do transplantado e da ferida deve ser a mais completa possível. Deve-se limitar, no possível, as injeções de novocaina tendo em vista a conservação da vitalidade dos tecidos. Além dos conhecimentos técnicos, deve o cirurgião plástico, compreender a arte dos traços típicos da fisionomia, afim de que o efeito cosmético seja obtido (assim numa face larga um nariz curvo não fica bem, em uma face comprida ganha com um perfil reto, etc.). E desejável tirar-se, previamente, uma mascara, do paciente, a fim de se poder conhecer o resultado da operação provável, fixar a forma do nariz antes da operação e para comparação dos resultados antes e depois da intervenção. As operações endonasais (foseph) dão os melhores resultados no ponto de vista cosmético. Nas deformações traumáticas do nariz, pode-se, com resultado, praticar-se uma recessão do septo nasal. O emprego da crina nas operações plástico constitui o ideal para suturas.

PROF. SIEGFRIED UNTERBERGER (Iena) - Quadro clinico das tromboflebite da veia vertebral - Pág. 20.
O A. dá conhecimento de um conjunto sintomático das tromboflebite da veia vertebral que, quando exista, possibilita o diagnostico desta trombose venosa. 0 quadro sintomático consiste:

1) Em um aumento da sensibilidade, ao toque, da pele do pescoço no território das raízes dos nervos cervicais do mesmo lado.

2) Na sensibilidade, homolateral, profunda da parte superior e lateral da coluna cervical.

3) Na posição fixa da cabeça com inclinação para o lado doente e impedimento palpável pelas tentativas de movimentar, passivamente, o pescoço de sua posição fixa adquirida.

Estes sintomas podem variar em intensidade. O tratamento deve consistir em ligar a veia vertebral em sua parte inferior, quando deixa a coluna cervical, antes de penetrar na veia anônima ou, talvez, pelo método de Zõllner, pela exposição da veia anônima, por meio da recessão e desarticulação da clavícula.


ALFRED TOBECK (Gôttingen) - Sobre a divisão das chamadas supurações do ápice da pirâmide - Pág. 61.

Este trabalho tendo por fim pôr certa ordem na desorganização, em parte cheia de erros, da classificação das moléstias inflamatórias não especifica e extralabirinticas da pirâmide, estudou o A. a anatomia e as relações estruturais pneumáticas e não pneumáticas da mesma. Ao lado disto foram esclarecidas as modificações inflamatórias histopatológica, para cada um dos sub-grupos em que se dividiu a pirâmide. Desta forma foi estabelecida uma divisão, que englobou tanto a parte clinica quanto a histopatológica da moléstia. Para o grupo principal, que resume todos os outros grupos,- foi escolhida a denominação de "Inflamação ontogênica extra-labirintica da pirâmide". Como sub-grupos aparecem 2 grupos: I) Supuração das células da pirâmide com suas diferentes sub-divisões; 2) Osteomielite da pirâmide.


J. M. BURAKOW (Volga) - Sobre a questão da influencia da infecção leprosa sobre o ouvido do homem - Pág. 74.
O processo leproso ataca a parte periférica do ouvido externo, lobos da orelha, pavilhão, etc. A membrana timpânica e o ouvido médio com a trompa de Eustaquio, não são atacados pela moléstia. A função auditiva não é perturbada pela lepra e o nervo auditivo permanece intacto até sua penetração na pirâmide óssea. Pelos exames da função labiríntica o nistagmo não é modificado. Os reflexos do sistema neuro-vegetativo, são fortemente acentuados, sobretudo pelo exame da função dos otólitos. Explica, o A., este fenômeno por uma afecção do gânglio simpático, por meio de um processo leproso especifica. O A. encontra certa especificidade da reação otolica sobre a infecção leprosa, com o progresso da moléstia aumenta o grau de reação dos otólitos e a intensidade do reflexo vegetativo.


PAUL FALK (Iena) - Heterotopia do timo e da tireóide na laringe, em forma de tumores benignos - Pág. 118.

Observa-se, raramente, tecido tímico e mais reoideano na laringe. Estas duas espécies de tecidos intralaringeos situam-se, sempre, entre a cricoide e o primeiro anel da traquéia, seja com a glândula principal, neste caso a tireóide ou pelos núcleos acessórios situados fora da laringe, neste caso pelo timo. Ao contrário da teoria de Paltauf e, também, da de Brum, pensa o A., depois de estudos regrados, fundamentar nova teoria baseada na embriologia, que fala na existência neste ponto da traquéia, no período embriológico, de penetração em seu interior da tireóide e do timo, cuja involução paralisou-se no período de regressão, tendo permanecido, estas glândulas, em seu primitivo lugar na traquéia.

Ambas estas espécies de tumores ocupam, sempre, os mesmos lugares e têm a mesma extensão, isto é, sempre na parede posterior, sobretudo quando são maiores. Nos tumores sub-gloticos dos recém-nascidos ou quando dos primeiros meses de vida, só o tumor do timo deve ser tido em consideração, quando do diagnostico clinico diferencial.


ELISABETH HAPMANN (Colônia) - Prova calórica quantitativa em normais, pelo enchimento com água do conduto auditivo externo - Pág. 155.

A A. praticou e descreveu uma serie de exames, em 2 pessoas normais, com este novo método de determinação da excitação calórica. Os abalos nistagmicos foram registrados por um aparelho especial de modo a poderem ser estudados posteriormente. Assim pode estudar, não só a duração do nistagmo, como o numero e freqüência dos abalos.

Comparativamente com os resultados das provas de Grahe-Kobrack, de Knittel e Kortes, a regularidade e a duração do nistagmo é mais constante, mas as diferenças, entre seu aparecimento imediato ou tardio,bem para a direita e a, esquerda numa mesma pessoa, permanecem grandes formas que este método, tanto quanto os outros métodos,de deve ser considerado como pouco satisfatório,como prova quantitativa. Possuem, no entanto, comparativamente aos outros métodos, a vantagem pratica de, sem auxilio especial (não ha necessidade senão de um copo d'água e uma colher das de chá), ser empregado de modo fácil e mesmo nos doentes deitados.


ALFRED TOBECK (Gôttingen) - Septicemia ontogênica fulminante por trombose do plexo venoso carotidiano, em conseqüência de supuração aguda das células da pirâmide - Pág. 177.

A descrição deste caso faz ressaltar diversos fatos que se afastam do quadro clinico de uma supuração das células da pirâmide.

1) Ao contrario do fato tido como regra, de que as células da pirâmide possam existir, caso a mastóide seja fortemente pneumatizada, acontece, muito embora somente em raros casos, que estas células da pirâmide - existam, mesmo nos casos de pequena pneumatização da mastóide.
2) O desenvolvimento das células da pirâmide nem sempre se processa do cavum ou antro, mas pôde provir diretamente da trompa.
3) Assim uma supuração destas células poderá provir de uma supuração da trompa, conseqüente de uma supuração do ouvido médio; supuração grave poderá, pois, vir desta zona sem que as células de mastóide contenham pus.
4) Supuração grave das células da pirâmide pôde se processar logo no inicio da supuração do ouvido médio.
5) Uma trombose do plexo venoso carotidiano, não diagnosticada clinicamente, pode causar uma septicemia que, baseada nos sintomas clínicos e no exame negativo da autopsia, poderá ser tida como uma septicemia ontogênica sem sinustrombose.
6) Em todos os casos das chamadas septicemias ontogênicas sem sinustrombose, o plexo venoso carotidiano deverá ser examinado histologicamente, a fim de se saber se não conterá um foco séptico.
MAX KRATZER (Wurzburg) - Modificações do cérebro na sinustrombose - Pág. 195.
Os sintomas cerebrais são raros nas tromboses do sinus. Se deixar de lado os casos em que os sintomas cerebrais, depois de aparecidos, com certa gravidade, desaparecem, pois que aí, certamente, a substancia cerebral não se apresentava seriamente lesada, então o numero dos casos de sinustrombose ontogênica, para os quais a anatomo-patologia pode demonstrar graves lesões cerebrais, será, ainda, mais resumido. O A. acha que modificações cerebrais, em conseqüência da sinustrombose, só produzem sintomas de que se não pode tirar dedução alguma no que concerne a localização das lesões. Assim, em todos os casos de sintomas cerebrais graves, em sinustrombose ontogênica, deve-se pensar, primeiramente, em complicações da mesma, meningite ou abscesso de cérebro.


HELLMUTH BERNDT (Halle) - Processos ulcerativos na boca, garganta, laringe e traquéia produzidos pela escarlatina - Pág. 217.

O A. descreve 5 casos de escarlatina com necrose e ulcerações graves na boca, garganta, etc.
1)A duração da moléstia variou entre 8 e 30 dias.
2) Pelo mesmo inicio e pelo mesmo achado histológico do quadro inicial da necrose, o A. concluiu da ação de um agente primário ou vírus escarlatinóso idêntico á todos os casos.
3) A diferenciação no desenvolvimento posterior da necrose foi atribuída á ação dos saprófitos da boca, particularmente espirilos e bacilo fusiforme.
4) A fuso-espirilóse foi secundaria, pois que estas bactérias só foram encontradas nas lesões mais profundas.
5) O desenvolvimento e propagação da fuso-espirilóse estavam ligados ás reações de defesa do organismo, não existia em todos os casos.
6) A Fuso-espirilóse foi observada nos casos de moléstia de decurso rápido, não foi observado nos que apresentavam complicações septicopiohemiças, nos casos de longo decurso de moléstia e nas complicações em geral.

M. O. R.


ZEITSCHRIFT FOR HALS- NASEN- UND OHRENHEILKUNDE Vol. 39 - fasc. I - Dezembro 1935, e janeiro 1936. (Berlim).

E.LOSCHER e SAMUEL S. ROTMANN (Berne) - Exame otomicroscopio típico da tuberculose do ouvido médio (Otomicroscopio de Lüscher) - Pág.10

Foram examinados 50 casos de tuberculose do ouvido médio, com aumento de 10 a 20 vezes, com o otomicroscopio de Lüscher. Foram descritas duas novas lesões otomicroscopio até agora desconhecidas:
a) pequenos nódulos múltiplos, em tímpanos inflamados, considerados como sintomas precoces e fugidios e que se cicatrizam sem deixar traços, sendo considerados como de natureza toxico-tuberculosa; b) uma tuberculose do tímpano "em forma de foco infiltrativo necrosaste", que se revela pelo aspecto de uma membrana timpânica manchada. Estas manchas correspondem múltiplos infiltrados tuberculosos que ou se caseificam e daí ocasionam múltiplas perfurações da membrana, ou cicatrizam-se e curam-se por meio de cicatrizes espessadas e duras. Estas características particularidades são comuns, mas só são visíveis pelo otomicroscopio. Seu conhecimento representa um progresso de valor para o diagnostico precoce da tuberculose com o auxilio do otomicroscopio.


WILHELM STEINHAUSEN (Greifswald) - Sobre a cupola - Pag .19

A teoria de Mac-Breuer considera como causa da excitação do aparelho vestibular, pela rotação, uma corrente de inércia da endolinfa através do canal semicircular, da empola e do utrículo. Esta inércia deve atuar, também, sobre a cúpula, produzindo sua inclinação. Como a cúpula é, como disse o A., muito maior do que se tem suposto, a cúpula enche, quase que praticamente a empola. Assim sendo, e endolinfa não pode correr ao lado da cúpula. Cada corrente da endolinfa deve, assim, produzir também, uma inclinação da cúpula. Segundo a teoria de Mac-Breuer, esta inclinação da cúpula, seria a causa da excitação. Esta teoria foi pesquisada, experimentalmente, com justeza. As correntes da endolinfa foram observadas, diretamente, por von Rossi e Maier Lion e foram cinematografados, pelo A., os movimentos da cúpula por ocasião da prova rotatória. Pode, finalmente, o A., ver que a inclinação da cúpula e não a pressão, produz o reflexo ocular correspondente. Sobre a certeza da teoria de Mac-Breuer, não subsistem mais duvidas.

A suposição de Wittmack sobre a impossibilidade física da corrente endolinfática, descrita por Mac-Breuer, produzir a movimentação da cúpula e a excitação da mesma, está completamente afastada por pouco certa. O exame radiológico, sobre o qual apóia Wittmack suas teorias, são todos favoráveis á ela. O método histológico perde por completo de importância na questão da grandeza intravital, e, quanto a função da cúpula. Só a observação da cúpula em vida, o que foi conseguido pelo A. pela primeira vez, pode trazer esclarecimento da grandeza intravital da cúpula e suas relações mecânicas. Tudo quanto Wittmack, por seus exames histológicos, disse contra os exames do A., não é certo, ao contrario uma prova exata do fato relatado por Wittmack sobre seu método histológico, assim como as relações que Wittmack põe entre seus resultados histológicos e a ação fisiológica excitadora, certamente não existem.

O novo ataque que Wittmack dirige contra a teoria de Mac Breuer e contra os meus exames sobre a cúpula deve pois que ele é sem nenhum fundamento, ser resolutamente repelido. A teoria hidrostática de Wittmack está em contradição consigo mesma e com todos os fatos, até agora, conhecidos sobre a fisiologia dos canais semicirculares e, por isto, não deve ser aceita.


E. OPPIKOFER (Basiléia) - Modificação histológica dos ouvidos na moléstia de Niemann-Pick (Lipoidose fosfatada) - Pág. 77.

Foi examinado, histologicamente, o rochedo de uma criança de 27 meses, morta pela moléstia de Niemann-Pick. Foram encontradas células típicas de Niemann-Pick em diferentes partes do ouvido externo, médio e interno e, mais numerosas, correspondentes ao quadro anátomo-patológico da moléstia, na medula óssea. Os exames do ouvido interno não bastaram para o esclarecimento da surdez observada pela clinica, obrigando a pensar na existência de uma surdez de origem central, que foi, também, confirmado pelos exames anátomo-patológico do cérebro.

W. O. RUDAKOW (Leningrad) - Sobre o soro-reação na ozena Pág. 90.
Na ozena foi observado, pela reação soro-atropina, uma perturbação da função da glândula tireóide. As maiorias dos doentes são hipertireoideanos, e a minoria hipertiroidiana. Somente em uma pequena parte dos doentes encontra-se a tireóide com função normal. Deve-se, por isto, procurar, na ozenoterapia, influenciar a função da tireóide, seja no sentido de seu aumento, seja no de sua diminuição.


TH. HÜNERMANN (Düsseldorf) - Perturbações respiratórias na narcose pelo Evipan sódico e como evita-las. - Pág. 118.

O Evipan sódico constituem enorme enriquecimento do arsenal médico, mas é um medicamento que se deve conhecer bem, quando se quiser emprega-lo com resultado e sem perigo. A arte de se evitar o perigo consiste, não somente na dosagem exata, mas também e ainda mais, na exata escolha dos casos, afastando-se, particularmente, os sofredores de lesões hepáticas e de perturbações respiratórias. O A. considera importante, antes do emprego do Evipan sódico, ter-se cuidado, em todos os casos, sobre processos inflamatórios ou causadores de restrição de espaço que possam diminuir no território das vias respiratórias, a função da respiração.


CL. F. WERNER (Hamburgo) - Sobre a situação e função do canal semicircular lateral no homem e sobre a teoria da corrente endolinfática - Pág. 194.

Contra a exposição geral da questão, que diz que, pela reação rotatória a corrente primaria se deve originar nos canais semicirculares, e que, só secundariamente, é transportada á empola e cúpula, falam as pesquisas anatômicas, fisiológicas e clinicas, diz o A. estando, com isto, particularmente de acordo (ao contrario do que se dá com a reação calórica) o fato de que o reflexo e as sensações não se adaptam á posição ótima dos canais semicirculares. Baseado na literatura e nas pesquisas de anatomia comparada, procurou-se nova solução para o problema. Canal semicircular, empola e utrículo, constituem partes fechadas de um "anel semicircular", os três de constituição tubular e daí, conforme cada diâmetro e situação, apropriados ás correntes endolinfática. Pelo movimento da cabeça, produz-se o corrente na própria empola, constituído posição ótima a radial do septo transverso e a vertical do eixo da crista. O Maximo de reação concordará, na excitação rotatória, com o plano de oscilação da cúpula, mas não com o do canal semicircular. Este servirá para a passagem da endolinfa e, em conseqüência do grande atrito desta, como amortecedor das correntes fortes. K. WITTMACK (Hamburgo) - Ação do quinino sobre o órgão do ouvido - Pág. 211.

Dois componentes devem ser diferenciados, na questão da ação do quinino sobre os ouvidos: um consiste na ação nociva do veneno sobre as células ganglionares e feixes nervosos atinentes, especialmente, nos neurônios do coclear. Ele pode causar, em certas circunstancias, a degeneração das células ganglionares e dos feixes nervosos (degeneração do coclear), produzindo a surdez pelo quinino. O segundo componente consiste na produção de uma reação hipotônica no labirinto como órgão reflexo do sistema nervoso vegetativo. São os ruídos dos ouvidos produzidos pelo quinino.

Uma reação hipotônica forte paralisa a ação do veneno no aparelho nervoso e, ao contrario, uma reação hipotônica fraca favorece a ação nociva dele. A combinação da ação do quinino,com outra causa produtora da hipotonia, terá como conseqüência o aumento da ação do veneno sobre o neurônio coclear.


HEINZ GERLACH (Leipzig) - Sinustrombose crônica - Pág. 262.

O caso apresentado, pelo A., discorda dos casos idênticos de sinustrombose, já descritos, em muitos pontos de vista. O decurso não foi agudo, mas arrastou-se por semanas, sem sinal característico da curva febril. Esta forma de sinustrombose que o A. denomina de "sinustrombose cronica, situa-se, quanto aos sintomas e quanto a sua anatomo-patologia, num ponto médio entre os casos bons (sem febre) e os agúdos, de marcha rapida".

Como sintomas próprios da sinustrombose crônica estão: o aparecimento intermitente de febre, a marcha lenta, mas progressiva do processo trombosante no interior do vaso sanguíneo e a tendência à organização do trombo. A progressão da trombose se dá, também, durante os intervalos afebris, entrecortados, porem, por raros acessos febris acompanhados de calafrios, separados, ás vezes, por 1, 2 e 3 semanas. Estes calafrios isolados constituem os únicos sinais visíveis, entre os quais, um período de relativo bem estar e uma quase ausência de sintomas existe. Esta espécie de trombose, quando não tende a cura, dura 3 a 4 meses. Ruttin denomina este decurso de "sinustrombose intermitente progressiva", ao passo que Langenbeck de "sinustrombose de decurso cronicos ou subagudo".

M. O. R.

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