Versão Inglês

Ano:  2009  Vol. 75   Ed. 5  - Setembro - Outubro - (27º)

Seção: Relato de Caso

Páginas: 768 a 768

Pavilhão auricular ectópico

Ectopic Pinna

Autor(es): P.N.Tejankar1, Mudit Mittal2

Palavras-chave: pavilhão auricular ectópico.

Keywords: ectopic pinna.

INTRODUÇÃO

Pavilhão ectópico é uma entidade rara. Aqui relatamos um caso raríssimo de pavilhão auditivo ectópico, onde todo o pavilhão estava localizado próximo ao Canto Lateral do Olho Direito.

Anomalias do ouvido externo podem ocorrer isoladamente ou em associação com aquelas do ouvido médio ou interno, ou podem ser parte de uma síndrome mais ampla. Pode haver anotia, microtia, macrotia, poliotia, sinotia, melotia, anormalidades do lóbulo e anormalidades do hélix, etc.1


RELATO DE CASO

Uma criança de dois anos e meio de idade, do sexo masculino, foi trazida à nossa clínica com posicionamento anormal do pavilhão auditivo direito. Ao exame físico, o pavilhão auditivo direito estava deslocado em direção ao canto lateral do olho direito. O conduto auditivo externo estava normoposicionado, mas a membrana timpânica não foi vista à otoscopia por causa do estreitamento do conduto e pela falta de cooperação do paciente. Foi visto um tubérculo sobre a região da mastoide direita, próximo ao conduto auditivo externo. Visualizamos também um pedículo de pele aderido ao canto lateral do olho direito. O ouvido esquerdo do paciente estava dentro dos limites da normalidade. Também foi visualizado um hemangioma sobre o braço esquerdo, próximo à axila como achado incidental. Nariz e garganta estavam normais. Foi feita uma anamnese detalhada do paciente, incluindo história pré-natal, natal e pós-natal. O paciente foi um bebê normal, nascido a termo, e nada significativo houve em sua história. A pediatria aconselhou realizar um exame completo do paciente para descartar quaisquer anomalias congênitas e uma tomografia do osso temporal para verificar o estado da cadeia ossicular, qualquer curso aberrante do nervo facial e para descartar a hipótese de haver outras deformidades associadas. Ao paciente também foi aconselhado fazer exame auditivo, mas deixou a clínica contra conselho médico.

Figura 1. Pavilhão Ectópico - Pavilhão auditivo direito deslocado em direção ao canto lateral do olho direito. Um tubérculo presente sobre a região da mastoide direita próximo ao conduto auditivo externo. Um hemangioma sobre o braço esquerdo.

DISCUSSÃO

O desenvolvimento da aurícula começa com o aparecimento das seis fendas ao redor do primeiro sulco faríngeo entre o primeiro e segundo arcos. Três fendas se desenvolvem do mesmo lado do sulco; mas à medida que o crescimento progride, elas tendem a se obscurecer e, daquelas do primeiro arco (mandibular), somente aquela que mais tarde formará o trago pode ser facilmente identificada através do processo. Parece que a maior parte da orelha é derivada do mesênquima do segundo arco (hioide).2

Anormalidades congênitas da orelha podem ser vistas em maiores detalhes à tomografia computadorizada se houver deformidades ósseas, mas a ressonância magnética agora já provê evidência de lesões de partes moles em alguns casos. Anormalidades estruturais dos ouvidos interno, médio e externo podem ser vistas em grandes detalhes através de técnicas tomográficas. Deformidades congênitas do ouvido externo são encontradas com muito mais frequência do que deformidades do ouvido interno, apesar de deformidades combinadas acontecerem em aproximadamente 20% dos pacientes.3


COMENTÁRIOS FINAIS

1. As deformidades do ouvido externo são geralmente associadas aos ouvidos interno e médio.

2. Tomografia computadorizada é o exame que proporciona uma boa imagem para avaliação das anormalidades dos ouvidos interno e médio, da integridade da cadeia ossicular e cursos aberrantes do nervo facial com as deformidades do ouvido externo.

3. O tratamento desse paciente precisa da participação tanto do otorrino quanto do cirurgião plástico, de forma estadiada, com acompanhamento rigoroso.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Apesar de não haver nada sobre Pavilhão Ectópico na literatura, as referências encontradas são as seguintes:

1. Jani P, Wright T. Diseases of Ear: In: Ludman H, Wright T, editors: Congenital Abnormalities of External and Middle Ear. 6th ed.: New York, London, New Delhi, Arnold 1998: p.279, 284.

2. Wright A, Scott Browns Otolaryngology, Basic Sciences: In: Gleeson M, editor: Anatomy and ultra structures of the human ear: 6th ed.: London, Butterworth Heinemann International Edition, 1997: p.1/1/7.

3. Phelps PD. Diseases of Ear: In: Ludman H, Wright T, editor: Diagnostic imaging of the Ear (Normal and Congenital): 6th Ed. New York, London, New Delhi: Arnold 1998: p.116.










1 Otorrinolaringologista sênior.
2 Chefe da Cirurgia da Residência Médica.

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da BJORL em 18 de junho de 2007. cod. 4618.
Artigo aceito em 27 de junho de 2008.

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