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Ano:  2007  Vol. 73   Ed. 1  - Janeiro - Fevereiro - ()

Seção: Editorial

Páginas: 2 a

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Testes específicos da permeabilidade nasal

Specific tests for nasal permeability

Autor(es): Prof.Dr.Renato Roithmann

A definição do nariz normal ou o que significa respirar normalmente pelo nariz é bastante controversa na literatura. Algumas escolas utilizam critérios puramente subjetivos para a avaliação de seus pacientes e/ou em voluntários participantes de pesquisas. Nestes casos é o paciente/voluntário quem define respiro bem ou não respiro bem por ambas ou apenas uma fossa nasal. Outras escolas tentam quantificar esta percepção subjetiva de respiração nasal aplicando escalas de aferição. Um exemplo é a escala analógica visual, onde o paciente/voluntário em teste marca um x sobre uma linha de 0 a 100 mm sua percepção respiratória. A resposta varia desde meu nariz esta completamente desobstruído até o limite máximo de meu nariz está completamente obstruído. Um valor numérico é então gerado e comparado antes e depois das mais variadas intervenções (ex: cirurgias nasais ou teste de medicamentos).

Contudo, concluir sobre a função respiratória nasal em uma determinada situação clínica ou de pesquisa baseado apenas na percepção do indivíduo em teste não parece ser o suficiente. Fatores como o estado emocional, entre outros, podem influenciar na percepção de respiração e induzir ao examinador respostas imprecisas sobre a real função aérea nasal.

Assim sendo, usualmente, além das impressões do paciente, considera-se a rinoscopia como um exame essencial na determinação da permeabilidade nasal.

Muito bem, mas como considerar se um desvio de septo ou uma concha nasal congesta observados na rinoscopia, apresentam maior ou menor impacto na respiração nasal ? A procura pela resposta desafia investigadores há várias gerações.

Exames de imagem, cada dia mais sofisticados, definem de forma minuciosa a estrutura anatômica do nariz e áreas vizinhas no momento de sua realização. Contudo a observação isolada de uma tomografia computadorizada não fornece ao examinador a definição do nariz normal ou anormal do ponto de vista de respiratório. Em outras palavras, tanto a rinoscopia como a imagem não quantificam e não tem, isoladamente, a capacidade de diferenciar o nariz normal do anormal do ponto de vista respiratório.

Testes considerados específicos da permeabilidade nasal têm sido utilizados há várias décadas para tentar quantificar o complexo sintoma obstrução nasal. O espelho de Glatzel, o de Gertner, os medidores de fluxo expiratório ou inspiratório modificados para uso nasal, a oscilometria entre outros, buscam esta resposta. Contudo, foi a rinomanometria e mais recentemente a rinometria acústica, os testes que ganharam mais espaço nos diversos centros de pesquisa no campo em questão e são hoje considerados os testes específicos da permeabilidade nasal. A rinomanometria é um exame dinâmico que quantifica o fluxo aéreo transnasal e fornece o conhecido índice resistência nasal. A rinometria acústica é um exame estático que quantifica a área de secção transversal nasal e permite o cálculo do volume nasal. Estes dois testes fornecem então, parâmetros distintos da permeabilidade nasal e complementam um ao outro. Ambos quantificam a magnitude do sintoma obstrução nasal num determinado momento. Contudo estes testes não fornecem o diagnóstico etiológico da obstrução nasal. Mais ainda, a interpretação isolada dos valores encontrados não pode diferenciar o nariz normal do anormal em virtude do comportamento dinâmico da mucosa nasossinusal (ciclo nasal fisiológico, etc...).

Novos estudos, como o apresentado nesta edição da revista, procurando definir valores em populações normais são muito importantes para o desenvolvimento e melhor entendimento dos resultados obtidos.

Como ficamos no momento atual então para a avaliação da respiração nasal ? o mais seguro para o clínico no seu dia a dia e para o pesquisador parece ser a aferição de todos os fatores disponívies, ou seja, a consideração conjunta da história clínica (respiro bem ou não), dos achados da rinoscopia e/ou da imagem e dos achados dos testes específicos da permeabilidade nasal (rinomanometria e/ou rinometria acústica).

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