Versão Inglês

Ano:  1935  Vol. 3   Ed. 4  - Julho - Agosto - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 380 a 397

 

REVISTA DAS REVISTAS - PARTE 1

Autor(es): -

ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY
Volume 21 - Janeiro de 1935 - Numero 1 (U. S. A.)

GABRIEL TUCKER (Filadelfia) - Câncer do laringe - Pag. 1.

O A. faz um estudo analítico de 200 casos de neoplasmas do laringe em relação a sexo e idade. Como causas predisponentes, cita o abuso das cordas vocais, o, tabagismo, assim como se refere a um doente de tuberculose do laringe atingido de câncer depois de excessos de aplicações de raios X. Diz que a relação entre a roentgenterapía e o câncer, é incerta.

Como condições precâncerosas alúde aos papilomas, queratosis e inflamações cronicas.

Na parte concernente ás complicações cita: um caso de tuberculose do laringe; 8 casos de tuberculose pulmonar; 7 casos de câncer com evidencia de lesões sifilíticas concomitantes; 1 caso coincidindo com tuberculose pulmonar, sifilis e diabetis; 1 caso de câncer intrínseco do laringe, complicado com câncer do terço medio do esofago; 1 caso de carcinoma basocelular complicado com celulas de outro tipo e 1 caso de câncer do laringe complicado com pulsão do diverticulo do esofago e sifilis constitucional.

Depois analisa rapidamente cada um dos sintomas: rouquidão, dispnéa, dôr e sensação de desconforto no laringe.

Classifica os neoplasmas em intrínsecos, 59,5%; extrínsecos, 28% e mixtos 12,5%. Examina as extensões das lesões, metástases e adenopatias.

O exame histologico demonstrou 95,5% de carcinomas esquamocelular; 4 % de carcinoma basocelular e 0,5% de sarcoma.

Em materia de tratamento: foram feitas 58 laringofissuras sem nenhuma morte devida á operação; 31 laringectomias totais, com 3 mortes poat-operatorias e 17 laringectomias parciais sem casos de morte de causa imediata. Em todos os casos de recidiva post-operatoria, foram aplicadas irradiações. Na opinião de Mac Kenty, não se deve tentar a laringectomia em nenhum caso depois de larga irradiação externa. Em um caso de laringectomia parcial, depois da irradiação houve sequencia de pericondrite e morte em pouco tempo.

FRANCIS LEDERER, HENRY PONCHER E NOAH FABRICANT (Chicago) - Manifestações de granulomatose lipoide (Xantomatose) do esqueleto - Pag. 27.

Depois de ligeira noticia historica do desenvolvimento destes tumores como resultado de perturbações metabolicas, de estados septicos cronicos, comenta a perplexidade na qual se fica deante do aspéto clinico e patologico do problema. Passa depois á classificação de tais tumores, á patologia, á sintomatologia e aos aspétos clinicos que interessam ao otorinolaringologista. Descreve uma observação bem documentada com fotografias macro e microscopicas e chama a atenção para os bons resultados obtidos pela roentgenterapía.

ALEXANDER F. LASZLO (New York) - Os assim chamados cistos mucoides do nariz -Pag. 41.

O A. relata três observações deste genero de tumores.

Em todos os casos os cistos tinham uma localisação semelhante, e o conteudo era clinicamente o mesmo, excéto em um, que estava infectado.

A estrutura microscopica é a usualmente chamada epitélio ciliado, mas ha casos onde se encontra epitélio pavimentoso; ha tambem outro3 casos nos quais se encontra a transformação de um tipo de epitelio em, outro.

Na maioria dos casos, os cistos não contêm côlesterol, mas ha outros que o contém. Entretanto, o colesterol contido não serve de base para diagnostico diferencial, porque ha muitos cistos dentigenos que não o contém.

A raridade destes casos é muito enganosa, porque a maior parte deles aparecem para os dentistas ao envez do rinologista.

Pensa o A. que a maior frequencia dos cistos nas mulheres, como acusam os rinologistas alemães é puramente acidental, de maneira alguma correspondendo á realidade.

HOWARD V. DUTROW (Dayton) - Tratamento cirurgico conservador da rinite hipertrofica - Pag. 59.

Ente A. é um entusiasta da técnica de turbinotomia, tal como a idealisou Parsons em 1915. Consiste a mesma em se introduzir sob o corneto uma bisturi denteado, desde a sua extremidade anterior, entrando através da mucosa, e, depois levá-lo rente ao periosteo até a sua extremidade posterior. Uma vez feito isto procede-se a um movimento de vae-vem ao instrumento, sob angulos os mais diferentes. Sob um tal modo de agir, se consegue uma escarificação ampla do periosteo, eliminando os espaços cavernosos existentes na mucosa do orgão. Obtem-se assim a formação de um tecido de cicatriz no periosteo e na mucosa, facto que é impossivel nos tipos de cauterisação os mais bem realisados.

Chama o A. a atenção para os resultados ótimos obtidos por esta técnica, assim como critica os exageros que diz ele existirem no tocante á elergia nasal.

RAY M. MOOSE (California) - Considerações sobre dietetica na pratica oftalmologica e otorinolaringologica - Pag. 64.

Este estudo não comporta resumo; merece entretanto ser citado, porque examina uma feição muito pouco conhecida na especialidade.

Compára as quantidades de proteinas contidas nos diversos tipos de alimentos, assim como as diversas especies de vitaminas, demonstrando em algumas observações, como uma alimentação mal orientada póde influir desfavoravelmente na patologia da especialidade. Uma mulher de 33 anos, por exemplo, é sujeita a três operações nos seios nasais, uma das quais radical, durante o espaço de dois anos. As dores de cabeça e outros sintomas tornavam-lhe impossivel o trabalho. Indagando do seu tipo de alimentação, foi verificado que ela se alimentava quasi que só de fructas e vegetais, praticamente sem nenhuma proteina animal. Modificando esta dieta e sob medidas conservadoras, melhorou tanto que rapidamente poude voltar ao seu trabalho.

Depois de outras considerações termina o A. estabelecendo o seguinte: Perturbações dieticas atuam sobre o estado constitucional, que por sua vez atúa sobre as reações ás molestias, alterando-lhes o curso.

ALFRED A. SCHWARTZ (New York) - Reinfecção da ferida depois da mastoidectomia - Pag. 71.

Borda o A. algumas considerações a respeito desta eventualidade. Atribue a complicações da molestia, operações incompletas ou a alguma discrasía constitucional. Ha porém um tipo de mastoidite supurada que tem especial tendencia para a cronicidade, não se conseguindo pela operação simples, fazer secar o ouvido medio: é o que acontece na escarlatina.

Não é propriamente este o objeto da comunicação; ele refere-se á reinfecção post-operatoria. Diz que nas operações bem feitas, elas são extremamente raras, e que na maioria delas, basta uma larga incisão partindo da extremidade inferior da antiga ferida, para a cura se processar. Só se deverá realizar nova mastoidectomia, quando houver sinais de complicações ameaçadoras ou quando fôr evidente a imperfeição da operação original. Muitos casos de reinfecção da mastoide curam-se sem incisão, quando ha uma bôa drenagem do aditus e do ouvido medio.

HARRY L. BAUM (Denver) - Otite media pneumonica - Pag. 96.

Durante o curso da pneumonia lobar em creanças, não é raro encontrar uma fórma de otite media nitidamente caracteristica. O inicio da sintomatologia é gradual e só em circunstancias raras a creança se queixa de dôr de ouvido; a otite é em geral descoberta pelo pediatra, em seu exame sistematico dos ouvidos nas creanças com pneumonia. O timpano, quando é visto precócemente, apresenta-se espessado e ligeiramente roseo, mas sem abaulamento. Mais tarde, a côr rosea empalidéce, e a membrana torna-se branca ou amarelo desmaiado; é ainda espessada e parece abaular-se, mas os pontos de reparo não desaparecem de todo.

Os principais caracteristicos de tal otite média são a turgescencia do timpano, assim como a palidez e espessura, mas ausencia de dôr e inflamação.

Raramente o processo vae até a rutura expontanea, a-pesar-de que ás vezes, mas não invariavelmente, á paracentése segue-se um corrimento. A descarga é entretanto raramente profusa e não modifica as condições do doente, como demonstram tanto a temperatura como as condições gerais.

Pensa o A. que este quadro patologico é mais de edema de que inflamação, dando uma aparencia ilusoria de estar cheia a caixa.

Quando ha derrame, as culturas usualmente mostram o mesmo tipo de pneumococus que se encontra no sputum. A incisão da membrana, de regra não causa dâno, mas em vista de não trazer beneficios, mesmo quando seguida de drenagem, parece melhor esperar até que o progresso do caso torne mais definida a situação. Ás vezes, as condições progridem até se estabelecer uma mastoidite á pneumococus, mas a drenagem timpanica não parece evitar esta ocurrencia.

A-pesar do facto do autor não ter encontrado na literatura este tipo de otite media, diz ele ser frequentemente descoberta pelo pediatra e menos pelo otologista. Fica a resolver a questão si a otite media deste tipo deve ser tomada em consideração com a mesma gravidade que costuma assumir na generalidade das infecções das vias aereas superiores. Nestes ultimos casos citados, a otite media toma uma feição predominante, mas quando a otite media é associada com a pneumonia, provavelmente é uma manifestação local de uma moleslia geral, ela por si só não sendo de grande importancia. A melhora fica assim na dependencia de imunidade geral em relação ao pneumococus, a resolução da otite processando-se simultaneamente com aquela do fóco pulmonar.

DR. FRANCISCO HARTUNG


THE LARYNGOSCOPE
Vol. XLIV - N.° 7 - Julho de 1934 (U. S. A.)

KAFKA M. Martyn - Zumbido auditivo; etiologia, diagnóstico diferencial, tratamento e análise de 25 casos - Pag. 515.

Extenso artigo a respeito Ao zumbido, K. chama a atenção pára a necessidade de se estudar com mais cuidado o zumbido e a surdez, se quizermos que os doentes levem a otologia a sério.

Passa a citar tôdas as afecções em que surgem zumbidos. Tem-se a impressão de que o A. tomou de manuais de tôdas ás especialidades e procurou ver em que afecções pode o sintoma apresentar-se. Daí a série por demais extensa de manifestações mórbidas em que o zumbido aparece, ernbora como um epfenômeno realmente destituído de significação. Nesse amontoado de citações há muita coisa útil e muita inútil.

De início faz K. um esbôço da teoria de Helmholtz, passa á avaliação do timbre aparente do zumbido (3500 ciclos por segundo) e entra na apreciação da origem do sintoma.

Na parte de tratamento o trabalho é muito pobre. Refere-se o A. á opoterapia (ovárica, tireóidea e juxtarrenal, não tocando na hipofisária). Dá muito valor ao combate ás intoxicações intestinais, supondo que nestas reside a maior fonte de possível progresso futuro no tratamento de certos casos de etiologia desconhecida.

Passa em revista os tratamentos cirúrgicos (vestibulectomia, secção auditivo, etc.).

Dos tratamentos elétricos quasi só há referencia á diatermia simples. Em suma: um trabalho de pouco interesse para o especialista.

BECKER, B. M. - A prova de Schwabach: a prova do autor. Estudo comparativo - Pag. 544.

Começa Becker por expor a prova de Schwabach que realiza do seguinte modo: aplica o diapasão sôbre a mastóide de um lado; quando o paciente nada mais ouve, leva o diapasão á mastóide do outro lado; se o paciente ainda ouvir; marca em segundos êste excesso. Isto no caso em que o paciente sofra de afecção unilateral de percepção. Se o doente sofrer de lesão nervosa bilateral, o diapasão que êle não ouve mais é colocado sôbre uma das mastóides do examinador que, no caso, se supõe ter o aparelho auditivo íntegro.

Estuda agora o A. as fontes de êrro que não são inerentes á prova; depois as que lhe são próprias. Depois dêsse estudo crítico, passa a expor a sua prova. Ela é uma extensão ou continuação das ideias desenvolvidas em outros trabalhos do A. Baseia-se em resumo no seguinte.

A audição óssea não é mais do que a audição aérea indireta ou modificada. Um diapasão colocado sôbre o crânio produz vibrações no ar contido em todas as suas cavidades. A obstrução do ouvido com o dedo aumenta a condução óssea, mas se esta obstrução for feita pela palma da mão aberta e a comprimir o pavilhão, a condução é não só aumentada, como chega ao máximo de transmissibilidade.

Quando se coloca um diapasão a vibrar intensamente sobre uma das mastóides de um paciente, e o examinador põe um de seus ouvidos em exata aposição com um dos daquele, convertendo assim seu ouvido e o do paciente em cavidades fechadas, o som do diapasão deve ser ouvido durante o mesmo tempo e com a mesma intensidade tanto pelo examinador como pelo examinado. Sómente quando o paciente sofrer de lesão do aparelho de percepção pode o examinador ouvir o som por mais tempo. Nisto consiste a prova de Becker. As vantagens que o A. encontra são várias, salientando-se dentre elas a maior intensidade do som nas orelhas em contacto (2 a 3 vezes mais do que na prova de Schwabach), e o ouvir o examinador o mesmo som sob as mesmas condições em que o paciente o ouve.

FRED, G. B. - Paralisia respiratória em um caso de abcesso do cerebelo. Necroscopia: hérnia do cerebelo no foramen magnum - Pag. 550.

E' fato de conhecimento vulgar que um tumor localizado abaixo da tenda pode determinar morte súbita quando a hipertensão craniana é baixada súbitamente por uma punção raqueana. A morte no caso é produzida por pressão contra os centros respiratórios da medula, quando esta é impelida para o buraco occipital. O A. apenas conseguiu encontrar dois casos desse tipo na literatura dêsse último meio-século. São, pois, éles tão raros, que isto justifica expor Fred a observação por ele verificada.

Tratava-se de uma mulher de 23 anos operada de mastoidite simples (antrotomia) havia duas semanas. Dois dias após a intervenção surgiu cefaleia intensa, vertigem rotatória e surdez completa. Além disso, paralisia facial. Tudo á esquerda, lado da afecção inflamatória. Radical.

Exame neurológico: rigidez pronunciada da nuca sem Kernig, leve papila de catase bilateral. paralisia facial esquerda; língua desviada á direita. Nistagmo lateral esquerdo e ataxia; cefaleia intensa, paroxística localizada na região occipital. Pulso 80-100; respiração 20-25.

Punção lombar com retirada apenas de 7 cc. Uquido incolor, pressão de 200 min; 250 células. das quais 72% de linfócitos e 28% dle polimorfonucleados. Traços de globulina. Culturas negativas.

Para esclarecer o diagnóstico, a oscilar entre abcesso cerebelar e meningite, foi feita uma intervenção exploradora. Mal acaba a mastóide de ser aberta, fica a paciente cianótica e pára de respirar. Respiração artificial. Punção do cerebelo com encontro do abcesso. A respiração artifcial continua até o fim da intervenção.

O exame dos olhos revela agora desvio conjugado dos dois olhos para a direita com papila de três dioptrias em cada olho. As vezes nistagmo vertical.

Nove dias depois, passa a papila a 5 dioptrias no olho direito e 4 no esquerdo; além disso vômitos sem esfôrço. Nova exploração do cerebelo, de resultado negativo.

Duas semanas mais tarde outra exploração, condicionada pela cefaléia terebrante. Drenagem de uma onça (30 grs.) de pús verde.

Durante as quatro semanas seguintes a drenagem realizou-se satisfatóriamente. Mas a doente foi piorando, chegando a respiração a seis movimentos por minuto. Morte por paralisia respiratória.

A necroscopia revelou que o lado direito do cerebelo e a medula foram forçados no buraco occipital, produzindo-se uma hérnia dêsses elementos. Conclue Fred por dizer que se, no curso de uma operação de mastóide, aparecer dificuldade respiratória, devemos ter em mente uma compressão da medula e fazer uma operação exploradora de emergência para abcesso do cerebelo.

WHALEN, E. J. - Bócio lingual - Pag. 555.

Estudo da embriologia da tiróide. Por aí se vê que a glândula, aparecendo no embrião mais ou menos na 4ª. semana de vida no local ocupado pelo foramen coecum, desloca-se mais tarde indo ocupar a região anterior do pescoço. Nesta migração pode estacionar: 1) no mediastino superior; 2) na parte anterior e lateral dos aneis superiores da traqueia; 3) em frente ao laringe; 4) em qualquer parte da língua; 5) no seu ponto de origem no buraco cego.

Quanto á frequencia, assevera Cattell que a localização lingual é a mais rara das aberrações da tireóide, tendo êle, na Clinica -Lahey apenas encontrado dois casos em 8500 operações sôbre a glândula.

Em 1911 Smith relatou três casos, conseguindo obter na literatura 61. Ulrich, em 1932, descreve um caso, resumindo na bibliografia um total de 100 observações.

O diagnóstico não apresenta dificuldade. Em geral o doente procura o laringologista por dificuldade de deglutição ou de respiração. Ao exame, aparece na base da língua e nas regiões -visinhas uma massa escura, rija, cuja superfície é revestida de vasos venosos salientes. Retirado um fragmento e feito o exame histológico, o diagnóstico se impõe.

O tratamento é complicado. Da ressecção, feita muitas vêzes, resulta sempre mixedema ou caquexia estrumipriva. O melhor é reduzir o tumor por meio da eléctro-coagulação.

Relação do caso. Bibliografia extensa (81 citações). Referência ao caso de Castilho Marcondes. (Brasil Médico, n.° 2, janeiro 1921).

CLERF, L. H. - Correlação das doenças dos seios da face com a bronquiectasia, especialmente sob o ponto de vista prognóstico - Pag. 568.

O A. chama a atenção para a frequente concomitância da bronquiectasia nas sinusites, mórmente na criança, salientando o valor prognóstico.

LODGE, E. S. - Carcinoma da concha média. Observação - Pag. 572.

Revendo a literatura, verifica o A. que o carcinoma da concha média é raro; na bibliografia dos 20 últimos anos, apenas encontra una doze casos. Baseado na opinião de Lee Hurd, que o carcinoma do nariz é de raridade suficiente para justificar a publicação de todo caso observado, expõe o seu nas linhas gerais.

DR. MANGABEIRA-ALBERNAZ.


THE JOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY Vol. L - N.° 5 e 6 - Maio e junho de 1935 (Londres).

B. M. KULLY (Omaha) - Quistos e abcessos de retenção do naso-faringe. - Pag. 317.

Neste artigo o A. refere-se a 38 casos de quistos e abcessos do nasofaringe, que teve ocasião de observar e tratar. Os quistos podem ser de origem inflamatoria, degenerativa ou embriologica e o A. discute sua patologia e passa em revista sua literatura. Faz realçar que em 25 % dos casos, o doente não apresenta sintoma algum em relação com o nariz e garganta. Os quistos ou abcessos foram descobertos no curso de um exame banal do naso-faringe. Os casos restantes apresentavam grande variedade de sintomas. O diagnostico apresenta, ás vezes, grandes dificuldades, se se fia exclusivamente no exame pelo espelho retro-nasal. E de importancia fazer-se a inspecção e a palpação por meio de um estilete e com visão direta. O tratamento não é estudado amplamente neste artigo: extirpação das vegetações com pinças saca bocados, abertura dos quistos e abcessos, etc.

JOHN Mc GIBBON (Liverpool) - Lesões esofageanas encontradas nos casos de disfagia com anemia - Pag. 329.

O sindrome de Plummer-Vinson é caracterizado pelos seguintes sintomas: glossite, estomatite, faringite atrofica e disfagía, associados com anemia. Em muitos casos a anemia é secundaria. Frequentemente uma ou mais das manifestações adicionais poderão ser observados: esplenomegalia, acloridria, fissuras nos angulos da boca, desnutrição, nervosidade, desordens menstruais, pele descolorida pardo-amarelada e fragilidade aumentada dos globulos vermelhos do sangue. Neste artigo, o A. passa a literatura referente aos sintomas conhecidos do sindrome de Plummer-Vinson e menciona as observações detalhadas destes casos de disfagia com anemía e lesões esofageanas variadas que foram encontradas. Discute a patologia da molestia. Considera as lesões esofageanas como podendo ser manifestações de uma molestia. Podem ser primitivos, sendo a causa oculta os deefitos de nutrição.

J. F. O' MALLEY (Londres) - Ventilação do nariz e cavidades acessorias. Metodo de investigação pelo oscilografo - Pag. 389.

O A., depois de descrever o metodo que segue para determinação das pressões positivas e vegetativas nas cavidades anexas do nariz, refere-se á importancia das perturbações das pressões normais produzidas pelas expirações e inspirações. A ausencia do registro de uma dessas fórmas de pressão: expiração produzindo aumento da pressão intra-sinusal e inspiração a diminuição da mesma, indica, geralmente, um estado patologico cavitario, causado, quasi sempre, pelo impedimento da penetração do ar nestas mesmas cavidades; edemas dos ostios de acessos; polipos nos rebordos dos mesmos; congestões inflamatorias intra-cavitarias, coleções purulentas das mesmas, etc. etc.

O A. estuda ainda a importancia fisiologica de um arejamento normal dos seios para-nasais e diz que sem ele, a função ciliar do epitelio de revestimento destas cavidades, quasi que desaparece, regredindo com a repermeabilisação dos seios ao ar atmosferico. Téce comentarios e chega a afirmar que maior importancia tem a bôa ventilação que a bôa função ciliar, pois que esta depende daquela. Disto tudo tira deduções cirurgicas interessantes.

A leitura deste magnifico artigo será de utilidade para os especialistas que desejem aumentar seus conhecimentos sobre a fisiologia e patologia nasal.

M. O. R.


ACTA OTO-LARYNGOLOGICA Vol. 22 - Fasciculos 1 e 2 - 1935. (Stockolmo).

DR. E. NOWIK (Rostow an Don) - Sobre o metodo do desenvolvimento da atenção auditiva nas crianças surda-mudas - Pag. 24.

O A., achando que a aparelhagem existente,. atualmente, para despertar a atenção auditiva dos surdo-mudos, nada tem progredido, pensou e realizou um metodo que consiste em fixar, em primeiro lugar, a atenção da criança surda-muda, sobre os sons em geral, em seguida sobre a diferenciação em altura dos diferentes sons e, finalmente, dirigi-la para a vóz humana.
A principio o ouvido deverá apoiar-se na vista. Faz-se o som, que a criança deve ouvir, acompanhar de determinado efeito luminoso, o que faz com que a criança associe a visão com a audição, auxiliando a compreensão do som emitido.

O aparelho eletrico-acustico é acomodado de tal modo que o som produzido no telefone, colocado na cabeça, produz, ao-mesmo tempo, um efeito luminoso adeante dos olhos do discipulo. O ensino seguirá os tempos seguintes:

1) - Desenvolvimenlo dg atenção sobre os sons em geral.

Serão usados sons de três alturas diversas: alta, média e pequena. Cada som corresponderá a iluminação concomitante de uma lampada diferentemente colorida (vermelha, verde ou amarela). Cada som será interrompido cada 2 ou 3 segundos, e cessa com o apagar da luz respectiva.
O discipulo reage ao sinal combinado com a elevação de uma mão.

2) - Diferenciação dos sons.

O discipulo repetirá o primeiro exercicio, mas já modificado. Pela produção de um som alto, elevará a mão direita.

Pela produção de um som baixo, elevará a mão esquerda.

Pela produção de um som médio, elevará ambas as mãos para diante. A principio se utilisará, tambem, das tampadas, e quando o discipulo tiver apreendido bem a lição, estas serão isoladas. Quando necessario, os sons serão, por algum tempo, auxiliados pelos sinais luminosos.

3) - O menino trava conhecimento com a vóz do professor, com ;o auxilio dos aparelhos reforçadores da vóz. (Microfone e ampliador pela condução ossea).

4) - O menino será ensinado por palavras diversas, que serão levadas ao ouvido pelo microfone ou sem este.


A formação do som é muito dificil para o surdo mudo. Para facilitar esta percepção do valor do som, o A. inventou outro aparelho, que é constituido de um quadro com palavras que são iluminadas, isoladamente, por uma chave que está nas mãos do professor e ligada á outra, que está nas mãos do discípulo. O professor ilumina uma palavra do quadro e a pronuncía, apagando em seguida e estando colocado atraz do discipulo, que lhe volta as costas, afim de evitar a leitura labial. O discipulo deverá acender de novo, a palavra que foi pronunciada. Neste periodo o discipulo aprenderá a repetir as sílabas e, depois, mesmo as palavras diferenciando-as entre si.

5) - Em seguida as palavras serão aos poucos, complicadas e após ligadas umas ás outras, devendo o discípulo iluminar a frase ouvida e repetí-la em vóz alta. Quando uma tabela fôr aprendida, será substituida por outras mais dificeis, etc.

6) - Deste ponto em diante, o sistema luminoso será abandonado e a aprendizagem pelo ditado das palavras conhecidas será empregada, devendo o discípulo escrever as ,palavras ouvidas e repetí-as em vóz alta.

Este metodo deverá ser.empregado para os surdo- mudos, que, possuirem ilhas de audição e mesmo restos extensos de audição e que, façilmente, deles ,se aproveitarão.

L. ZOLTAN (Budapest) - Tonsilite cronica e glandula tireoide - Pag. 66.

A influencia das inflamações cronicas das amigdalas sobre a glandula tireoide, assim como sobre sua formação, é estudada pelo A., á luz dos sintomas clinicos e de laboratorio (anamnése, grossura do pescoço, exame completo do sangue, metabolismo basal, sensibilidade ás toxinas tireoides, adrenalina). As taxas normais observadas antes e depois da amigdalectomia, não fornecem a suposição de uma correlação hormonal. Mais certamente póde-se demonstrar esta correlação pela via infecciosa metastatica. Esta suposição é apoiada por numerosos fatos citados na literatura e em menor grau, pelos casos, sem contestação, de curas de bocios, observadas após amigdalectomias.

DR. EUGEN ALFOLDY (Budapest) - Molestias do nariz e da garganta como causas de dishidroses e eczemas - Pag. 66.

1) - Em certas molestias da pele (dishidroses agúdas e cronicas e eczemas), foram encontradas serias perturbações para o lado do nariz e da garganta (tonsilite, sinusites maxilares e frontais, etc.).

2) - Depois do tratamento destas molestias do nariz e da garganta, foram observadas curas das molestias da pele existentes ha anos, nos casos em que outros fócos não existiam no organismo. A cura processa-se quer imediatamente, em alguns dias após as operações ou após a exacerbação da molestia, então, dentro de algumas semanas.

3) - Nestas molestias as modificações da garganta são as mais comuns. Estas apresentam-se em fôrma de tonsilites cronicas objectivas, sem sintomas subjetivos.

4) - As indicações para uma tonsilectomia, serão baseadas não só sobre exame objetivo, como sobre a anamnése, referindo-se á molestias de pele (dishidrose, eczemas).

5) - Para os casos em que os sintomas objetivos das amigdalas sejam graves, serão estes suficientes para a indicação de extirpação das amigdalas, não necessitando serem tomados em consideração os dados anamnesticos.

6) - Pelo exame das cavidades para-nasais (na pesquiza de fócos de infecção), só terão valor os resultados objetivos.

PROF. DR. ZOLTÁN v. LÉNÁRT (Budapeste) - Tratamento cirurgico dos carcinomas do laringe - Pag. 83.

Um golpe de vista sobre o material operado mostra que, na terapeutica cirurgica dos carcinomas do laringe, a tireotomia é o processo que melhores resultados proporcionou.

E', no entanto, de importancia e desejavel que os doentes sejam operados o mais cedo possivel.

E. RENVALL (Goteborg) - Conchotomia sub-mucosa - Pag. 124.
O A. aconselha a resecção, da parte ossea dos cornetos inferiores, pela via sub-mucosa, e como melhor metodo de tratamento das rinites vasomotoras cronicas hiperplasticas, cronica simples e hipertroficas. A intervenção é simples para o especialista habituado a praticar a resecção submucosa do septo nasal. Este processo já fora, ha anos, aconselhado por Lowe, Würdemann e Zarniko.

DR. G. W. VAN VOORTHUYSEN (Haag, Holanda) - Um metodo de deslocamento da parede nasal lateral na rinite atrofica - Pag. 129.

O A. aconselha um novo metodo cirurgico para o tratamento da rinite atrofica, e é praticada a mobilisação segundo Lautenschlaeger, com fratura cominutiva, da parte abaulada da parede nasal externa, feita pelo antro, afim de ser convertida a convexidade em concavidade para esta cavidade e vice-versa do lado nasal desta mesma parede externa. Isto feito realiza a mobilisação, de encontro ao septo, da parede total, sendo esta mantida em posição por um largo tubo maciço de borracha colocado, no sentido vertical e mantido com gaze iodoformada, que sairá pela ferida bucal e que será substituida por outra cada vez menor, de tempos a tempos, praticando-se, tambem, lavangens antrais. O tubo permanecerá no lugar pelo menos três meses.

DR. Z. GERGELY (Budapest) - Ligadura transmaxilar da arteria maxilar interna (metodo de Seiffert) - Pag. 142.

O metodo de Seiffert para a ligadura da arteria maxilar interna, provou ser facilmente realizavel e póde ser considerado metodo de escolha nos casos indicados. Seguindo a via da parede posterior do antro maxilar, o principal ponto de referencia é a origem da arteria infra-orbitaria no tronco principal. A ligadura da arteria maxilar interna póde ser praticada tanto proximo deste ponto como distante dele, ás vezes porém só proximo ou só distante. A pratica, em cadaveres, facilita sua execução.

DR. HANS KEY-ABERG - Contribuição ao diagnostico e ao tratamento dos abcessos peri-amigdalianos profundos - Pag. 234.

O A. menciona os seguintes sintomas para um abcesso peri-amigdaliano classico, tipico:
1 ) - Trismo energico; 2) - vermelhidão intensa; 3) - forte inchação edematosa, sendo a amigdala empurrada para a linha mediana; 4) - sensibilidade á pressão e 5) - flutuação.

Os abcessos profundos apresentam os seguintes sinais:

1 ) - trismo moderado ou mesmo extremamente insignificante; 2) - vermelhidão apagada ou apenas visivel da região amigdaliana, e que apresenta, ao mesmo tempo, uma inchação ligeira que não está de acórdo com a proporção do deslocamento da amigdala para a linha mediana; 3) - ausencia tanto da sensibilidade á pressão quanto de flutuação semelhante a encontrada nos abcessos tipicos; d) - ainda mais, sobretudo nos individuos jovens, grande tumefação ganglionar na visinhança angulo maxilar, produzindo em consequencia, um torticolis. Em alguma casos, um edema localisado no pilar posterior do véo do paladar pode ser observado. A cirurgia empregada pelo A. é a da tonsilectomia a quente.

M. O. R.

ZEITSCHRIFT FÜR HALS-, NASEN- UND OHRENHEILKUNDE Vol. 36 - Cadernos 2 a 5 (1934)( Berlim)


Relação dos trabalhos apresentados ao XIV.° Congresso da Sociedade Alemã dos medicos oto-rino-laringologistas, reunido em Würzburg, de 17 a 19 de Maio de 1934.

DR. HILPERT (Iena) - Observações concernentes ao cerebelo - Pag. 165.

O A. descreve a filogenía do cerebelo. Este orgão faz parte do mecanismo coordenador que produz o automatismo e a sinergia dos movimentos originados como um processo psiquico que, eventualmente, é substituido por um outro processo automatico e ritmico, muito mais economico de energias.

Para compreendermos como o cerebro cooparticipa do mecanismo da coordenação, devemos conhecer, resumidamente, suas ligações. Ele recebe feixes aferentes.

1) - Da medula através: a) - do tracto cerebelar dorso-lateral; b) - do tracto cerebelar ventro-lateral; c) - dos tractos do funiculo gracilis e cuneatus; e tambem sistemas de fibras representando, principalmente, os neuronios secundarios das raizes posteriores;

2) - Dos nucleos do sistema vestibular, transportando impulsos do equilibrio e do tonus.

3) - Do cerebro, transportando impulsos motores voluntarios.

4)- Do bulbo, pela oliva inferior, através do feixe central do tegumento, transportando excitação reflexas.

O cerebelo é um ganglio cerebral, isto é, não é nem um centro de inervação autonoma ou um orgão reflexo puro. Ele trabalha sob influencia cerebral; para produzir maior coordenação dos movimentos corporais e é um centro de manutenção da marcha certa, com relação á gravidade e á direção no espaço. Essa função se produz através de uma correção tonica de cada movimento dos grupos de musculos coordenados.

Dois grupos de sintomas resultam de perturbações cerebelares: diaquinesia e distonía. Entre os sintomas disquineticos estão: a) - atexia cerebelar (realmente uma asinergia), adiadocosinésia, a prova do carcanhar no joelho, perturbações da fala e astenia para os movimentos coordenados (virtualmente uma asinergia). Os sintomas distonicos são: desvio na marcha, desvio do index, reações das extremidades, o fenomeno das pronações e inercia das posições.

Como sinais focais, os mais importantes, temos a posição forçada da cabeça, devido á dôr ao endireitá-la, resultante da irritação das raizes posteriores; a posição lateral, devido á influencia do labirinto; o labirinto são é voltado, usualmente, para cima; a posição para a frente, um sintoma de envolvimento dos vermis cerebelli, comumente combinado com a posição lateral; ataques tonicos, semelhantes aos reflexos cervicais tonicos nos animais.

Compensação da função cerebelar pelo cerebro, desenvolvimento do hidro-cefalus interno, produzindo pressão á distancia, e semelhança de sintomas, nas lesões dos lóbos temporal e frontal, tornam sempre a localização impossivel. Essas dificuldades são resolvidas pela ventriculografia.

KARL GRAHE (Frankfort) - Experiencias com diaginosticos oto-neurologicos dos tumores do cerebro, em casos verificados - Pag. 170.

E' necessario aperfeiçoar-se a tecnica do exame, de modo que se possa averiguar o maior desvio do normal. Para observação dos nistagmos, as lentes convexas de 20 (diopter), são essenciais para impedir a fixação do paciente. No exame de desvio do index, depois de minima excitação, calorica, é melhor o paciente usar ambos os abraços de uma só vez, com a cabeça segura para traz, em lugar de erécta. Os sintomas do nervo coclear dividem-se em quatro grupos:

1) - os do tronco, nos quais todas as fibras cocleares são afetadas; 2) - os do cruzamento na medula, onde uma lesão afeta apenas uma parte das fibras; 3) - os dos bordos laterais, onde uma lesão causa, principalmente, perda de audição contralateral, mas tambem alguma perda da audição homolateral, especialmente para a vóz, com perda dos sons baixos, e encurtamento da condução óssea; 4) - os do centro auditivo, onde as fibras divergem de novo, de modo que a lesão resulta sómente em leves e variaveis lesões no ouvido contralateral.

Se o aparelho de equilibrio estiver comprometido no tronco do 8.° par, os sintomas são os mesmos que os da destruição do labirinto: nistagmos, não usualmente para o lado oposto, mas principalmente em tumores, para o mesmo lado; desvio do index, quéda e perturbações da posição para o mesmo lado. Experimentalmente, é observada irritabilidade reduzida. No bulbo se se produzir lesão do nucleo de Deiters, as perturbações nistagmicas são predominantes, sendo os nistagmos rotatorios para o lado da lesão, quando a lesão fôr caudal, horizontal para o lado oposto, quando a lesão fôr mediana, e vertical, se a lesão do nucleo fôr localizada frontalmente. Se o feixe longitudinal posterior fôr afetado, desvios dos olhos e paresias dos musculos podem alterar a resposta á excitação. O desvio do index é dirigido para o mesmo lado nas lesões posteriores, para o lado oposto, nas lesões anteriores. Através do tracto fronto-ponto cerebelar, perturbações do equilibrio são mencionadas, assim, tambem, nas lesões das fossas anterior e média. Nas lesões da fossa posterior, nistagmos, desvios do index, quéda e reacções da postura para o lado afetado, são encontrados, ao passo que nas das fossas média e anterior, não existem perturbações nistagmicas acentuadas. Cincoenta casos verificados anatomicamente são descritos detalhadamente, e as conclusões alcançadas são que a-pesar das provas de condição e equilibrio produzirem efeito distantes, ajudam, contudo, no diagnostico das localizações, sendo, porém, necessario muito cuidado na comparação dos achados dos diferentes investigadores, quando suas tecnicas não forem identicas.

DRS. W. LOEHR e W. JACOBI (Magdeburg) - Arteriografia e encefalo-arteriografia combinadas no diagnostico das molestias do cerebro, especialmente dos tumores do cerebro - Pag. 199.

A E. Moniz (português), deve-se a ideia, mas ele usou uma solução de brometo de sodio, que precisou ser abandonada, por produzir sérios acidentes. A solução de dioxido de torio, preparação usada para pielografia, é a recomendada. E' injetado, de preferencia, dentro da arteria carofida interna. Essa substancia póde tambem ser usada como um meio de contraste nas ventriculografias. Não foram observados efeitos máus atribuiveis a esse medicamento. São citados 47 casos de tumores do cerebro (4 tratados neste artigo), cujos diagnosticos foram baseados em obliteração, dilatação ou deslocamento dos vasos, em que essa substancia foi injetada, ou no desenho de um aneurisma arterio-venoso (um caso), ou no de um colesteatoma gigante com abcesso da fossa média (1 caso).

DR. UNTERBERGER (Jena) - Perturbações do nervo vestibular nos tumores do cerebro. - Pag. 207.

Noventa e nove tumores, 71 dos quais foram verificados por autopsia, ou operação, foram observados num periodo de dez anos, e são agora relatados. Reproduções de dez secções histologicas são demonstradas, conjuntamente, com um quadro sinoptico do sindrome clinico de cada tipo do tumor.

Isto não é tirado do abstrato, mas é digno de nota que excéto o tumor puro do acustico, isto é, a lesão pura do nervo oitavo, a qual é caracterisada por nistagmos espontaneos horizontais para o lado são, todas as outras lesões são manifestadas em varias combinações de diferentes tipos de nistagmos. Sómente dois tipos de lesões são reconheciveis, definitivamente, pela clinica:

1) - as do tronco nervoso, e 2) - as da área vestibular nos nucleos centrais. No ultimo grupo, póde ser possivel, num caso de lesão isolada, determinar-se se está situada caudal ou oralmente. Lesões do cerebro ou cerebelo produzem sintomas de comprometimento do labirinto por uma pressão á distancia. Aparecimento precóce de sintomas do vestibular, com ausencia ou aparecimento tardio de sintomas cerebelares ou cerebrais, fala de uma lesão dos nucleos cerebrais. Um tumor puro do acustico, é dificil de se diagnosticar na ausencia de papila-edema ou do comprometimento de outros-nervos craneanos (5.° e 7.°). Qualquer outro tumor do angulo ponto-cerebelar ocasiona evidencia de um comprometimento de ambos: tronco do nervo e nucleos cerebrais. Na perda gradual da função vestibular póde não existir nistagmo espontaneo e nos tumores do angulo pontocerebelar, o nistagmo rotatorio não está necessariamente ausente, de modo que a diferenciação de uma lesão do tronco nervoso da de um nucleo cerebral, póde ser dificil. Lesões dos nucleos e cerebelo,tambem podem ser dificeis de se diferenciar, porque os sintomas vestibulares podem ser os mesmos e a distonía e a disquinésia podem estar ausentes nos tumores cerebelares.

DR. TOENNS (Würzburg) - Experiencia sobre o diagnostico e tratamento dos tumores do cerebelo, de aza do esfenoide e do quiasma - Pag. 225.

A sintomatologia depende da localização e da estrutura histologica, e isto se aplica, tambem, na tecnica do tratamento. Na meninice e na adolescencia, os tumores mais comuns são os gliomas da região cerebelar média; no adulto e na idade avançada, ao lado dos tumores do angulo pontocerebelar, os angioblastomas do cerebelo são os mais comuns. O sindrome caracteristico, é o da dôr de cabeça matinal, com vomitos e rigidez do pescoço ou posição forçada da cabeça, mais tarde ataxia. Na meninice, 70 por cento dos tumores estão no vermis cerebelli. A diferenciação dos tumores do cerebro e dos ventriculos, é feita pela ventriculografia. A aza do esfenoide é a localização preferida dos meningiomas. Quanto mais externa fôr a localização, mais invadida será a fenda de Sylvius. Os crescimentos mais internos causam exoftalmos.

Tumores do quiasma, na adolescencia, são usualmente cistos da hipofise. Na idade avançada, adenomas da hipofise e meningiomas supra-selares são mais comuns.

A questão, hoje, é o diagnostico, tratamento e curso final de cada tipo de tumor. Para os tumores do acustico, obtem-se melhor resultado com o metodo de "Dandy-Olivecrona", de extirpação total. A mortalidade está abaixo de 20% e a operação dá como resultado um alto gráu de capacidade de trabalho.

DR. WANNER (Munich) - A percussão do crâneo e auscultação com diapasões, como auxiliares de diagnostico das molestias intracrâneanas - Pag. 236.

Ha trinta anos atraz, no trauma do crâneo, o A. encontrou condução ossea encurtada para a-1 e A. Experiencias em crâneos, cheios com varias substancias, conduziram a descobertas identicas, que foram tambem verificadas em autopsias. A surdez do ouvido interno deve, naturalmente, ser excluiria.

Um fonendoscopio é amarrado na testa do paciente. O crâneo é percutido da frente para traz e transversalmente, e depois na fossa posterior, que póde dar diferenças. Os diapasões não movidos nas mesmas direções, e diferenças em altura, intensidade e qualidade são notadas. As tuberosidades frontais e parietais dão, normalmente, condução ossea encurtada.

Em dois casos, esse metodo localizou as lesões corretamente depois de mau exito dos metodos usuais.

DR. RUF (Freiburg i. Br.) - Investigações sobre as surdezes de origem central - Pag. 240.

No seu caminho para os nucleos cocleares dorsais e ventrais. As fibras acusticas dividem-se em tres feixes, muitas fibras dos quais cruzam e passam, pela via de tractus lateral médial, corpo geniculado, para o lóbo temporal, dispersando-se e terminando no girus temporal transverso. Casos de lesões comprometendo o nervo acustico são citadas:

1) - Tumor do nervo acustico no lado direito, com pressão na fossa média. (Audição apresentava um estreitamento concentrico do lado direito; a audição do lado esquerdo era quasi normal.)

2) - Tumor dos corpos quadrigemeos: existia perda de audição para todos os sons, especialmente para os altos e baixos, com conservação da audição para a vóz falada. A audição era peor no lado esquerdo; o tumor estava ligeiramente á direita.

3) - Tumor do hemisferio esquerdo, afetando principalmente o lóbo temporal-psamoma multiplo: existia surdez de ambos os lados, sobretudo para os sons altos; a surdez á direita era peor. A audição para vóz falada era bôa.

4) - Glioma do lóbo ocipital direito: existia perda, sobretudo para os sons baixos, peor no lado esquerdo. Surdez grave unilateral fala por tumor de angulo ponta-cerebelar do mesmo lado. Surdez, combinada moderada, afetando ambos os lados, porém mais o lado contralateral, indica uma lesão abaixo da decussação.

DR. HERRMANN (Giessen) - Fisiologia e patologia da mucosa da traquéa e dos branquios e sua significação - Pag. 279.

A fiisologia do epitelio ciliar é discutida. Experiencias em cães mostraram, que o sulfato de bario em pó, na arvore traqueo-bronquial, era completamente removido numa meia hora, pela ação dos cilios. Isto era mostrado por exames radiográficos repetidos. Os animais eram narcotizados completamente e não tossiam. Em outros cães, o broncoscopio foi introduzido sob a narcose e foram produzidas lesões na traquéa, por eletrocoagulação, ao nivel da primeira costela. Introduziu-se, então, o sulfato de bario, como nas primeiras experiencias. As radiografias tiradas no fim de hora em hora, mostraram, durante dez horas seguidas, que o sulfato de bario não tinha passado para cima das lesões feitas. Em outros ,lugares ele fôra eliminado e expulso pelos cilios. O sulfato de bario restante formava fócos de aspiração no pulmão esquerdo, tendo sido reaspirado, causando, consequentemente, dispnéa e edema.

Quando se punha os animais com a cabeça e peito mais baixos que o resto do corpo, a maior parte do sulfato de bario era expelida dentro de meia hora. Os animais, para os quais se desenvolvia o edema e que não eram colocados nessa posição, morriam.

As experiencias têm importancia clinica. Póde-se explicar facilmente o fáto de, na tuberculóse, com lesões na traquéa, o paciente ter pouca facilidade para expectorar, a-pesar-de muita tósse. As complicações bronquicas, consequentes á ulcerações causadas pelos corpos extranhos, são, tambem, explicadas. A ação de gazes venenosos e a produção de bronquiopneumonías e abcessos dos pulmões, são discutidas.

PROF. CLAUS (Berlim) - Exenteração da orbita para prevenir a trombose ameaçadora do seio cavernoso, na septicemia tonsilogenica e dentaria - Pag. 315.

Segundo Uffenorde existem três tipos de septicemia, de origem anginosa:

1) - o tipo hematogeno, causado pela invasão direta do vaso sanguineo; 2) - o linfogeno que pode se extender, secundariamente, ás veias; 3) - o parafaringêo, o mais comum, que póde se estender ás veias em qualquer ponto; essa invasão póde não ser macroscopica, podendo, porém, ser descoberta pelo exame histologico.

Trombose do seio cavernoso é encontrada em 5 de 160 casos. Nos casos graves, septicemia de origem dentaria ou anginosa, logo que o paciente tenha dôres repentinas em um dos olhos, a orbita deverá ser exenterada, sem se esperar sintoma oftalmico objetivo definitivo. Esperar-se a evidencia de tal sintoma é fatal. Em um caso de exenteração precóce, o restabelecimento teve lugar. Incidentemente é recomendada a palpação bimanual da região tonsilar, como metodo de determinação do lado em que a septicemia anginosa está localizada, quando ela estiver em questão.

Imprimir:

BJORL

 

 

 

 

Voltar Voltar      Topo Topo

 

GN1
All rights reserved - 1933 / 2024 © - Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial